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Estrangeiros aportaram mais de R? 22 bi no setor de petróleo e gás em 2022, aponta estudo

O saldo de investimento estrangeiro em ações no setor de petróleo, gás e biocombustíveis chegou a R 22,4 bilhões em 2022, segundo estudo realizado pela B3, a bolsa do Brasil, e pela Neoway, empresa de Data Analytics e Inteligência Artificial do grupo. O saldo corresponde à diferença entre o volume de compras e o volume de vendas. Em 2022, o setor teve o maior saldo de compras do ano para a categoria de estrangeiros na bolsa, saltando de um valor negativo de R 3,1 bilhões no ano anterior para R 22,4 bilhões. Já no ADTV (volume médio de negociações diárias, na sigla em inglês), a alta foi de 23%, saindo de R 3,8 bilhões em 2021 para R 4,7 bilhões no ano seguinte. Antes do crescimento do setor de petróleo, gás e biocombustíveis em 2022, as compras estrangeiras tinham foco no segmento de materiais básicos, incluindo minerais metálicos, siderurgia, papel e celulose, entre outros. Apesar de ter enfrentado déficits consecutivos nos dois anos anteriores, esse setor registrou o maior saldo anual de compras durante esse período, alcançando R 31,4 bilhões em 2021 emdash; sendo o único setor, além do de tecnologia da informação, com saldo positivo nesse ano. Além disso, o volume médio de negociações diárias (ADTV) aumentou 79% de 2019 para 2020 (de R1,8 bilhão para R 3,3 bilhões) e 70% no ano seguinte (de R 3,3 bilhões para R 5,6 bilhões). O setor financeiro apresentou saldo negativo nos anos de 2019, 2020 e 2021, sendo 2020 o ano mais adverso, com déficit de R 31,2 bilhões. A queda pode ser associada às restrições decorrentes das medidas de lockdown durante a pandemia. No ADTV, por sua vez, este foi o setor que apresentou o maior volume em negociações, mantendo-se líder em relação aos demais. Destaca-se o bom desempenho dos bancos, que detiveram 67% do ADTV por parte dos investidores estrangeiros entre 2018 e 2023. Na sequência, figuraram as empresas de serviços financeiros (16%), exploração de imóveis (7%) e seguradoras (5%). Outro setor que merece destaque no período é o de consumo cíclico, que, em 2020, teve um aumento de 195% no ADTV em relação ao ano anterior. Neste ano, os maiores volumes negociados por estrangeiros nesse setor se deram em empresas de eletrodomésticos (33%), produtos diversificados (15%), incorporações (13%) e serviços educacionais e tecidos, vestuários e calçados (ambos com 10%). O saldo do setor foi negativo nos três anos intermediários da série, chegando ao menor valor em 2021, com R 10 bilhões. A análise conduzida pela Neoway e pela B3 utiliza dados do Datawise+, produto em lançamento pelas duas empresas que compila informações dos mercados atendidos pela bolsa para analisar o comportamento do setor financeiro. O Datawise+ é uma versão aprimorada do Datawise, plataforma da B3 que existe desde 2018. No geral, desde janeiro de 2022, o saldo trimestral de investidores estrangeiros tende para a compra, com destaque para o primeiro trimestre de 2022, em que se gerou um valor positivo de R 65 bilhões. A tendência seguiu desta forma em 2023, com saldo positivo de R 17 bi. Os números do último biênio entram como contraponto para o ano de 2020, que se destacou pelo expressivo crescimento no volume de compras por PFs (pessoas físicas). À época, mesmo diante da alta volatilidade causada pelo início do lockdown, as PFs mantiveram um saldo de compras recorde nos primeiros nove meses, com saldo positivo acima dos R 42 bilhões. O mesmo período também se destacou pelo grande saldo negativo de estrangeiros de R 87 bilhões. Negociações no mercado à vista saltaram em 150% entre 2018 e 2022 Ainda segundo o estudo, o volume de negociações no mercado à vista registrou alta de 150% entre 2018 e 2022. No ano passado, o montante negociado superou a marca de R 7,4 bi, comparando com os R 2,9 bi em 2018. No mesmo período, o ADTV teve aumento de 145%: de R 12,1 bi em 2018 para R 29,6 bi em 2022. O aumento no volume financeiro negociado, entretanto, não se deu de forma linear. De 2021 para 2022, houve queda de 11% no volume médio de negociações (R 33,2 bilhões x R 29,6 bilhões), enquanto, entre o primeiro semestre de 2022 e o primeiro semestre de 2023, a baixa foi de 13% (R 30 bilhões x R 26 bilhões). O mercado à vista se caracteriza por operações em tempo real em que o comprador recebe o ativo e o vendedor, o pagamento, com base nas cotações do momento da negociação. Diversos ativos são negociados nesse mercado, incluindo ações, fundos imobiliários, ETFs (fundos vinculados a índices de mercado) e BDRs (certificados de depósito emitidos no Brasil para representar valores imobiliários de empresas estrangeiras).

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BC mudará contabilização de petróleo e câmbio no cenário de referência no próximo Copom

O Banco Central afirmou, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que vai passar a considerar o período de dez dias úteis em vez de cinco para os valores de partida da taxa de câmbio e do preço do petróleo no cenário de referência de inflação a partir do próximo Comitê de Política Monetária (Copom), em novembro. Até o encontro de setembro, o BC considerava como ponto de partida o período de cinco dias úteis encerrados no último dia da semana anterior à da reunião do Copom. Segundo a autoridade monetária, o procedimento utilizado até aqui buscava captar os movimentos mais recentes dessas duas variáveis, mas, como são variáveis muito voláteis, o BC considerou que as projeções de inflação ficavam suscetíveis a movimentos de curtíssimo prazo. A mudança, então, visa a diminuir essa suscetibilidade e está em consonância com a prática de outros bancos centrais, afirmou o órgão no RTI. eldquo;Considera-se que assim se alcançará um melhor balanceamento entre utilização de informações mais recentes e menor sensibilidade a variações de alta frequênciaerdquo;, disse o BC no documento. eldquo;Entretanto, essa alteração não impede o Comitê de analisar, em seu processo decisório, cenários utilizando outros critérioserdquo;, ponderou.

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Etanol: Superestoque, preços em queda e o momento mais açucareiro das usinas na safra

Apesar de contar com oscilações nesta semana, os preços do açúcar seguem elevados, com o contrato para março de 2024 em US$ 0,24, o que mexe com o mercado do etanol. Para Marcelo Di Bonifácio, analista da StoneX, as variações na semana são naturais, em função da escalada nos preços em agosto. eldquo;Apesar dos níveis recordes de produção de cana e açúcar no Centro-Sul do Brasil, a tendência é de alta para os preços em Nova York após os rumores de exportação zerada pela Índia na próxima safra. As chuvas, por exemplo, melhoraram na Índia em setembro, mas é difícil prever que as condições dos canaviais tenha melhorado a ponto de reverter as expectativas de quebraerdquo;, explica. Dessa maneira, o mercado de açúcar segue focado no clima, principalmente na Ásia. O mercado do etanol Para o etanol, não há grandes novidades em termos de preço. Nesta semana, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) revelou dados da primeira quinzena de setembro que apontam para queda de 0,44% para produção no período. eldquo;A produção recuou já que sazonalmente, ela recua, enquanto a moagem avança (alta anual de 5,35% na quinzena) e o mix está no maior patamar nesta safra 23/24, em 51,1% para o açúcar e 48,9% para o etanol. Até o momento, as usinas estão bem estocadas, acima da média, o que explica a queda dos preços e a dificuldade para subir mesmo com a crescente demandaerdquo;, diz. Assim, Marcelo ressalta que as usinas têm encontrado consumo por parte das distribuidoras, mas o alto volume de estoques limita o aumento de preços (que deve vir mais para frente). eldquo;Em análise recente, o Cepea trouxe essa problemática, de que muitas usinas já estão próximas dos seus volumes máximos de tancagem (nome dado pra estocagem do etanol)erdquo;, pontua. Moagem e produção de açúcar Em termos de moagem, o Centro-Sul já moeu 448,3 milhões de toneladas até metade de setembro, avanço de 10,34% ante a safra passada e atrás apenas de 2020/2021. Por outro lado, a produção acumulada de açúcar atingiu 29,3 milhões de toneladas, maior da série histórica para o período. eldquo;A safra permanece altamente açucareira dados os preços atrativos da commodity e desincentivo à produção de etanol, que está, inclusive, maior que o ano passado por conta da alta oferta de cana, que amplia a disponibilidade do álcool, mesmo com maior mix de açúcarerdquo;, explica. Por fim, o cenário de alta estocagem e consumo elevado das usinas, deve manter os preços estáveis no curto prazo, mas tende a colocar pressão altista, especialmente na entressafra de cana. eldquo;A paridade está bem atrativa para o hidratado, abaixo de 62% no estado de São Paulo pela terceira semana seguidaerdquo;, finaliza.

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Alta dos combustíveis faz inflação do aluguel subir 0,37% em setembro

Após cair 0,14% em agosto, o IGP-M acelerou para uma alta de 0,37% em setembro após o reajuste nos combustíveis pela Petrobras. No ano, o índice que reajusta contratos de serviços ainda tem queda de 4,93%, e em 12 meses apresenta recuo de 5,97%. Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV/Ibre, os indicadores que medem os preços ao produtor e ao consumidor, que foram a maior parte do IGP-M, foram fortemente afetados pelo aumento da gasolina e disel, que aconteceu em agosto mas que foi sentido neste mês. De acordo com ele, se o reajuste não tivesse acontecido, tanto o IPA (índice de preços ao produtor amplo) quanto o IPC (índice de preços ao consumidor) teriam apresentado nova deflação. Os dados mostraram que os preços ao produtor tiveram alta de 0,41% em setembro, após caírem 0,17% em agosto, enquanto que os preços ao consumidor subiram 0,27%, após queda de 0,19%.

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STF escolheu caminho da confusão no tema da contribuição assistencial

Com base na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que considerou constitucional a instituição de contribuições assistenciais a serem impostas a todos os empregados da categoria, desde que assegurado o direito de oposição, vários sindicatos laborais estão intimando as empresas a fazer o imediato desconto do salário dos empregados, sem consultá-los. A CLT em vigor diz que os empregados não podem sofrer qualquer desconto salarial sem a sua expressa e prévia anuência. Coloque-se na situação das empresas. Se elas atenderem os sindicatos, os seus empregados podem reclamar (até judicialmente) por não terem autorizado o desconto. Se elas não atenderem, os sindicatos colocarão inúmeros obstáculos na negociação e execução dos acordos e convenções coletivas. Os sindicatos interpretam que a autorização dos empregados já foi dada quando a assembleia sindical aprovou o acordo ou a convenção coletiva vigentes, em que os empregados tiveram a oportunidade de se opor ao desconto. Os empregados entendem que a CLT em vigor exige uma anuência expressa e prévia de caráter pessoal, mesmo porque a maioria jamais participou de assembleias sindicais. Será que os nobres ministros do STF não conheciam essas contradições? Agora é urgente esclarecer de uma vez por todas se uma aprovação de assembleia substitui a aprovação do empregado para autorizar um desconto dos seus salários. Os sindicatos argumentam que sempre foi assim e que, mesmo com base em uma minoria de participantes, as assembleias aprovam todos os termos dos acordos e convenções e nunca nenhum empregado protestou contra as cláusulas pactuadas. O imbróglio está formado. Eu, que não sou nem rábula, antecipei isso nesta coluna. Na teoria do STF, quem não se opõe na assembleia, tem de pagar. E mais. Se votar contra na assembleia e for voto vencido, também tem de pagar. Pela CLT em vigor, só está sujeito a desconto do salário quem assim autorizar a empresa endash; pessoalmente. E agora? O dilema terá de ser resolvido pelo Congresso Nacional, que sempre foi o locus natural para tratar dessa matéria endash; e não o STF. Esse é o propósito do Projeto de Lei 2.099/2023, do senador Styvenson Valentim (Podemos-RN). A discussão será demorada e complexa. Enquanto isso, teremos forte desgaste emocional e uma enxurrada de ações trabalhistas. Por que será que o STF escolheu o caminho da confusão?

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Produtoras de biometano refinam estratégias para crescer e faturar mais

A crescente demanda pela descarbonização de operações empresariais elevou a presença do biometano na matriz energética. O movimento leva companhias do setor a elaborar estratégias para faturar e crescer mais. As produtoras de biometano querem avançar com a forte demanda de produtos verdes por parte de empresas que precisam cumprir metas de menor emissão de carbono, deixando de lado o uso de combustíveis fósseis. Projeção da Associação Brasileira do Biogás (Abiogás) indica produção de 6,6 milhões de metros cúbicos por dia (m3 /dia) de biometano em 2030. As empresas apontam capacidade instalada atual de 413 mil m3 /dia, com perspectiva de avanço (veja no infográfico). Quimicamente, o biometano em nada difere do gás natural fóssil. O principal componente é o metano, mas a diferença é a origem. Para ler esta notícia, clique aqui.

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