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Aval de superintendência do Cade gera controvérsia em união de empresas de gás

Conselheiros do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) pediram a postergação do julgamento da parceria entre Supergasbras e Ultragaz, as duas grandes do mercado de gás de cozinha. O caso estava previsto para entrar na pauta em duas semanas, mas só deverá ser decidido em julho. O negócio foi aprovado pela Superintendência-Geral do órgão no fim de março sem qualquer restrição e seguiu para o conselho do Cade sob protestos da concorrência, especialmente a Copagaz, que afirma ser o negócio uma fusão disfarçada. Técnicos que participaram das discussões nesta semana afirmam que causou estranheza a posição da relatora, a conselheira Lenise Prado, que mudou de posição sinalizando por um reprovação do caso. A maioria do conselho, que vinha se alinhando em defesa da aprovação sem restrições, estranhou a mudança e, por isso, pediu o adiamento. O acordo entre Supergasbras e Ultragaz envolve o compartilhamento das operações e infraestrutura de armazenamento e envase de GLP (gás liquefeito de petróleo). Além da Copa Energia, entidades de defesa do consumidor também afirmam que a parceria pode gerar retração na oferta de gás e aumento de preços ao consumidor. Dizem que o compartilhamento das operações seria, na prática, uma fusão emdash;algo de que discorda a superintendência do Cade. As reclamantes afirmam que a parceria fará surgir um grupo que concentra cerca de 60% do mercado nacional. Supergasbras e Ultragaz negam fusão e afirmam que a parceira prevê o aprimoramento operacional das bases de engarrafamento, mantendo a independência societária, administrativa e comercial das duas empresas. "Um dos principais benefícios é proporcionar ampliação do acesso à infraestrutura em áreas onde atualmente a Supergasbras não possui bases próprias, aprimorando, assim, o atendimento à população", disse a Supergasbras. Para a Ultragraz, o consórcio "viabiliza o aumento da competitividade no setor, contribuindo para a melhoria do nível de atendimento logístico aos clientes e do acesso dos brasileiros a produtos mais competitivos e de maior qualidade." A superintendência-geral também não viu problemas na operação. Em seu parecer, Alexandre Barreto diz que a formação dos consórcios "não alterará a participação de mercado de cada uma delas". Ele também considera que os "incentivos à interrupção repentina dos contratos entre concorrentes não são elevados".

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IGP-DI tem maior queda em maio desde 1947 e taxa em 12 meses renova queda histórica

O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou em maio o maior recuo desde 1947 com deflação dos preços de diesel e grandes commodities ao produtor, renovando no acumulado em 12 meses a maior queda na série histórica. O IGP-DI recuou 2,33% em maio, intensificando o recuo de 1,01% visto no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira. Essa foi a queda mais forte desde abril de 1947 (-2,59%), em uma série histórica que começa em 1944. Mas o coordenador dos índices de preços, André Braz, ponderou que o ideal seria fazer comparações dentro do Plano Real, implementado em 1994, e que, portanto, considera o resultado de maio a maior queda histórica na comparação mensal. "Apesar de ser outra realidade de inflação antes de 1994, com vários planos (econômicos), o que menos se via naquela época era deflação. Então é possível falar em menor da série histórica", disse ele à Reuters. A queda também foi bem mais intensa do que a expectativa em pesquisa da Reuters de queda de 1,81% no mês. O resultado levou o índice a acumular em 12 meses deflação de 5,49%, de queda de 2,57% em abril, renovando a taxa negativa mais forte desde o início da série histórica desse dado em janeiro de 1998. Esses resultados devem intensificar a discussão sobre perspectivas para queda da taxa básica de juros Selic, cujo patamar atual de 13,75% é objeto de intensas críticas do governo. O argumento do governo é o de que já haveria espaço para o Banco Central iniciar o ciclo de cortes da Selic. Na véspera, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, reconheceu que a inflação está melhorando. Mas ressaltou que isso está acontecendo de forma lenta, principalmente no caso dos núcleos, que mede os preços menos voláteis e ele destacou terem queda "bastante lenta". A mais recente pesquisa Focus realizada pelo BC mostra que os analistas consultados passaram a ver um primeiro corte na taxa de juros mais acentuado em setembro, embora continuem vendo a Selic a 12,50% ao final do ano. DIESEL E COMMODITIES Em maio, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que responde por 60% do indicador geral, caiu 3,37%, de queda de 1,56% no mês anterior. De acordo com Braz, esse resultado se deveu principalmente à queda dos preços do diesel (de -3,85% para -14,82%) e de grandes commodities, especialmente do minério de ferro (de -7,94% para -11,89%) e do milho (de -8,06% para -16,85%). Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) - que responde por 30% do IGP-DI - mostrou que a pressão aos consumidores diminuiu bastante ao desacelerar a alta a 0,08% no período, de 0,50% em abril. Nesse caso, as maiores contribuições para a desaceleração do índice partiram de passagens aéreas (de -3,67% para -17,91%) e gasolina (de -0,38% para -1,97%). O Índice Nacional de Custo de Construção (INCC), por sua vez, registrou aceleração da alta a 0,59% em maio, de 0,14% antes. O IGP-DI calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre o 1º e o último dia do mês de referência. (Reuters)

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Petrobras negocia com Unigel, em reestruturação financeira, parceria em fertilizantes e hidrogênio

A Petrobras anunciou nesta terça-feira que assinou um acordo de confidencialidade não vinculante com a Unigel com vigência de dois anos para explorar o desenvolvimento de negócios conjuntos em fertilizantes, hidrogênio verde e projetos de baixo carbono. A petroquímica contratou a Moelis e Company como seu assessor para reestruturação financeira. Segundo a Petrobras, a iniciativa está inserida no contexto da revisão dos elementos estratégicos para o seu próximo plano estratégico, que será válido para o intervalo entre 2024 e 2028. A Unigel, informou o Valor, contratou o Citi para buscar um sócio estratégico para o projeto de produção de hidrogênio verde em Camaçari (BA), que vai demandar investimentos de até US$ 1,5 bilhão. Segundo duas fontes próximas às tratativas, a ideia é vender uma fatia do projeto, o primeiro em escala industrial do país, levantando os recursos necessários para viabilizar sua execução. A petroquímica divulgou ao mercado um comunicado na tarde de ontem (5) confirmando que contratou a Moelis e Company e o Felsberg Advogados para assessorá-la em um processo de reestruturação financeira para evitar uma recuperação judicial. O comunicado foi divulgado ao mercado foi feito após matéria divulgada pelo Valor. Segundo fontes próximas às conversas ouvidas pela reportagem, o intuito do grupo é evitar uma recuperação judicial. Esse risco, contudo, já aparece no radar de bancos credores. A empresa, contudo, esclareceu na nota que não vislumbra tal possibilidade.

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Petróleo fecha em queda, com notícias do setor no radar e pressão do câmbio

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta terça-feira (6). A commodity mostrou fraqueza em boa parte do dia, após três sessões seguidas de ganhos, com investidores atentos a notícias do setor e a riscos de demanda fraca adiante, em dia de projeções atualizadas do Banco Mundial. No câmbio, o fortalecimento do dólar contribuiu para pressionar os preços do óleo. O WTI para julho fechou em queda de 0,57% (US$ 0,41), em US$ 71,74 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para agosto recuou 0,55% (US$ 0,42), a US$ 76,29 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). O movimento negativo já era visto logo cedo, com baixa de mais de 1,5%, após os contratos acumularem ganhos robustos nas três sessões anteriores. Na segunda-feira, o avanço foi apoiado pelo corte na produção anunciado pela Arábia Saudita. Nesta terça, o Commerzbank avaliava que há incertezas sobre os efeitos do corte na produção saudita para os preços. O banco alerta que, caso outros produtores mantenham seus níveis, devem ganhar fatia de mercado da Arábia Saudita, por isso há dúvidas sobre se a estratégia é sustentável. O Commerzbank via ainda os outros membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) pouco dispostos a sustentar o corte saudita com medidas similares, em quadro também de incerteza sobre a perspectiva econômica. Nesse quadro, o Commerzbank projetou que o Brent tenha ganho moderado de preços, a US$ 90 o barril até o fim do ano. Já o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) publicou relatório mensal, no qual revisou para cima sua projeção para o preço médio do barril do Brent em 2023, de US$ 78,65 anteriormente a US$ 79,54, e também em 2024, de US$ 74,47 a US$ 83,51. O Banco Mundial, por sua vez, revisou para cima sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) global em 2023, de 1,7% a 2,1%, mas cortou a expectativa para o avanço de 2024, de 2,7% a 2,4%. Na avaliação da Oanda, o petróleo era pressionado por preocupações com a economia global, que podem se traduzir em demanda mais fraca adiante. Ela citou o fato de que a China prepara medidas de apoio, diante de quadro fraco, e também que as encomendas à indústria da Alemanha caíram 0,4% em abril ante março, contrariando a previsão de ganho. Nesse quadro, a Oanda adverte que o barril do Brent pode levar mais tempo para superar a marca de US$ 80. (Estadão Conteúdo)

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Alta do diesel: Medida para bancar carros populares pode sair pela culatra; entenda

O governo anunciou a medida para incentivar o mercado de carros populares no Brasil. No entanto, para bancar os descontos, o Ministério da Fazenda optou por adiantar a reoneração do diesel, previsto para 1º de janeiro de 2024. A partir de setembro, alíquota sobre o litro do combustível vai subir a R$ 0,11, cerca de um terço da alíquota cheia. Com isso, a equipe econômica pretende arrecadar R$ 2 bilhões em novas receitas, sendo que R$ 500 milhões deste valor serão recolhidos em janeiro de 2024. No entanto, a medida vem gerando dúvidas no mercado. Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, destaca que o impacto direto da alta do diesel na inflação não supera + 1bp, mas a mudança na alíquota afeta outros produtos e serviços. Ele afirma que a reoneração é uma decisão eldquo;estranha economicamenteerdquo;, visto que se elevaria o custo de transporte, penalizando a todos, inclusive o custo dos veículos, para subsidiar preços dos próprios veículos. eldquo;Evidentemente tudo é uma questão de prioridades, ainda mais em um país cujas restrições orçamentárias são enormes, mas esta ação traz implicações setoriais explicitas, gerando estranhamento. Nessa linha, o jogo de retórica está pronto a medida que o custo dos alimentos irá subir para subsidiar carroserdquo;, destaca. Já Pedro Rodrigues, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), aponta que, quando se fala de aumentar o diesel, está mexendo em um produto que encarece todos os outros produtos. eldquo;Essas reonerações precisam ser vistas com cuidado para não criar depois um problema maior do que a solução. Você vai beneficiar o carro popular e cobrar mais caro do tomate, por exemploerdquo;, afirma. Inflação escondida do diesel A mudança no preço do combustível não impacta apenas quem abastece o caminhão. Isso porque existe uma eldquo;inflação escondidaerdquo; nos produtos e serviços que leva em conta alguns fatores que compõe os preços, como câmbio e valor dos combustíveis. Ou seja, outros produtos e serviços também podem subir e pressionar a inflação. Transportes Naturalmente, o primeiro setor que deve sentir a mudança nos preços é o de transportes. Com a alta dos combustíveis, a tendência é que o preço de fretes rodoviários, aplicativos de motorista e passagens de ônibus de empresas particulares sejam reajustados também. Já as passagens de ônibus municipais e estaduais não devem sofrer alterações, uma vez dependem de decisões dos prefeitos e governadores e também têm uma oscilação menor. Compras online Com o frete mais altos, compras online e serviços de entrega também podem ver uma alta nas taxas de entrega dos produtos. Alimentos O grupo de alimentos e bebidas também pode ver um avanço nos preços, uma vez que é um dos mais afetados pelas alterações nos combustíveis depois dos transportes. Reoneração dos combustíveis Durante o seu governo, Jair Bolsonaro zerou as alíquotas do PIS e Cofins para a gasolina, o etanol, o diesel, o biodiesel, o gás natural e o gás de cozinha. Os impostos deveriam voltar no dia 1º de janeiro, mas o presidente Lula editou uma medida provisória para manter a oneração até 1º de março para a gasolina e o etanol e 31 de dezembro para os demais combustíveis. No final de fevereiro, o ministro Fernando Haddad anunciou uma reoneração parcial de gasolina e etanol por um prazo de quatro meses. Na época, a gasolina subiu R$ 0,34 nas bombas e o etanol, R$ 0,02. No entanto, essa nova MP tem validade até o fim de junho. Ou seja, no dia 1º de julho devem voltar a alíquota cheia. Carros populares O programa alcança carros com preços de mercado até R$ 120 mil e os descontos vão de 1,6% a 11,6%. Dessa forma, ficam entre R$ 2 mil a R$ 8 mil. Tais valores serão abatidos no momento da compra junto à concessionária. O valor que a concessionária deixar de receber será coberto pela montadora, que reverterá o montante em crédito tributário. Tal crédito poderá ser usado para pagar tributos ou fazer abatimentos em declarações futuras. Segundo o Ministério da Indústria, as vendas de carros com desconto serão exclusivas para pessoas físicas nos primeiros 15 dias, prazo que pode ser prorrogado por até 60 dias, a depender da resposta do mercado. Depois disso, as empresas, como locadoras, também poderão se beneficiar do programa. Já os descontos para caminhões e ônibus vão de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil. Para obter o benefício, o comprador deve apresentar um veículo licenciado com mais de 20 anos que será retirado para reciclagem.

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Cade avalia se suspende ação de cartel em óleo e gás

O Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) vai analisar na quarta-feira (7) se suspenderá o andamento do processo administrativo sobre o eldquo;clube das 16erdquo; - um dos casos em que o órgão analisa potenciais condutas anti concorrenciais reveladas na operação Lava Jato. O relator pediu a suspensão do caso, seguindo decisão judicial. O pedido é para que o andamento do processo no Conselho fique suspenso até a conclusão pela Superintendência-Geral do Cade das investigações e apurações envolvendo um acusado que fez esse pedido ao Tribunal Regional Federal da 1ª Regiao (TRF1). Trata-se de uma pessoa física que integrou posteriormente as investigações. Para ler esta notícia, clique aqui.

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