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Petróleo sobe mais de 4% por preocupação com mais sanções à Rússia

O anúncio de novas sanções dos EUA para empresas do setor petrolífero da Rússia levaram ao aumento do preço do petróleo em 4% nesta sexta-feira (10), atingindo seus níveis mais altos desde outubro. Os futuros do petróleo Brent chegaram a subir 4,6%, com o preço do barril atingindo US$ 80,42 (R$ 491,32), um aumento de US$ 3,50 (R$ 21,38), chegando ao patamar de US$ 80 pela primeira vez desde 7 de outubro. Os futuros do petróleo dos EUA (WIT) avançaram US$ 3,57 (4,8%), para US$ 77,49, por volta das 11h30 (horário de Brasília). Os Estados Unidos imporão algumas das mais severas sanções ao setor petrolífero russo até o momento, designando 180 embarcações, dezenas de comerciantes, duas grandes empresas petrolíferas e alguns dos principais executivos russos do setor, segundo um documento visto pela Reuters. (Reuters)

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Congresso não pode fazer planejamento energético, diz Alexandre Silveira

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, celebrou a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de vetar trechos que beneficiavam setores como a indústria do carvão e gás fóssil do projeto de lei que estabelece o marco regulatório das eólicas no mar. A sanção presidencial do PL 576/2021 foi publicada nesta sexta-feira (10), última dia do prazo para a decisão de Lula. "O Congresso tem que fazer o seu papel, como ambiente propício de discussão, mas não pode assumir o planejamento energético", disse Silveira à Folha. "É preciso reconhecer a missão do Congresso, mas é necessário que respeitem o planejamento do setor, que tem respaldo técnico. Eu, como ministro, não tomo decisões sozinho, mas baseado em dados e planejamento." Silveira disse que, ainda na segunda (6), entregou nota técnica à Casa Civil, fazendo coro pelo veto aos "jabutis" emdash;emendas parlamentares estranhas ao tema original do projetoemdash;, da mesma forma que fizeram os ministérios da Fazenda e do Meio Ambiente. Conforme mostrou a Folha, houve consenso entre os ministros para o veto. "O presidente Lula recebeu uma decisão tomada por unanimidade de seu governo e teve sensibilidade sobre o assunto, para tomar sua decisão. Agora, esses temas vetados poderão voltar ao debate no Congresso, com mais profundidade", disse Silveira. A Frente Nacional de Consumidores de Energia, contrária às emendas, calculou que, se o texto não tivesse vetos, resultaria em um custo adicional de R$ 39 bilhões por ano na conta de energia dos consumidores. Em nota, a Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres) se manifestou, informando que a cifra bilionária serviria apenas para incentivar usinas a carvão, prorrogar subsídios para fontes que não precisam e obrigar a compra de geração térmica cara, poluente e desnecessária ao sistema elétrico. O MMA (Ministério do Meio Ambiente) afirmou que as medidas de prorrogação da contratação até 2050, para gás e carvão, contrariavam os esforços necessários para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e cumprir as metas climáticas assumidas pelo Brasil, como o Acordo de Paris. Durante a COP 29 (29ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima), o Brasil apresentou sua nova Contribuição Nacionalmente Determinada, a chamada NDC. Trata-se do compromisso que cada país apresenta no âmbito do Acordo de Paris, detalhando suas metas e ações para enfrentar as mudanças climáticas. As NDCs representam os esforços de cada nação para reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE) e se adaptar aos impactos climáticos. O IEMA (Instituto de Energia e Meio Ambiente) estimou que as emendas ao PL original poderiam aumentar as emissões de GEE do setor elétrico em cerca de 25%. "Esse acréscimo de emissões pode comprometer o alcance das metas de emissões definidas recentemente na NDC brasileira, em especial as de 2030, 2035 e 2050, ao mesmo tempo em que poderá aumentar os esforços de mitigação de emissões a serem realizados pelos demais setores emdash;transporte logístico e de passageiros, edificações, resíduos, indústria, agricultura e pecuária, mudança do uso da terra e florestasemdash; tanto em termos de volume de emissões a serem reduzidas por cada um deles quanto com relação à velocidade de redução dessas emissões, tornando-a uma alternativa menos custo-efetiva para a economia brasileira como um todo", afirmou o MMA. Neste sábado (11), a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) divulgou nota comemorando os vetos, chamados pela entidade de "importante vitória para a sociedade e o futuro da matriz elétrica brasileira". Mesmo assim, o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, diz que a luta ainda não terminou. "O projeto agora retorna ao Congresso Nacional, que terá a responsabilidade de avaliar os vetos com discernimento e compromisso com o interesse coletivo. É imprescindível que esses dispositivos prejudiciais não sejam restabelecidos, evitando riscos ao futuro do setor elétrico, à competitividade da indústria, às metas climáticas brasileiras e ao orçamento das famílias", afirmou, em nota.

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Inflação fecha 2024 em 4,83%, estoura teto da meta e reforça pressão para 2025

A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), fechou o acumulado de 2024 em 4,83%, apontou nesta sexta (10) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A alta veio após variação menor, de 4,62%, em 2023. O resultado de 2024 confirma o estouro do teto da meta de inflação, definido em 4,5%. Por isso, o novo presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, escreveu uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para explicar os motivos que levaram ao descumprimento do objetivo, atribuindo o estouro à força da economia brasileira, ao câmbio depreciado e a fatores climáticos. O alvo tinha centro de 3% e intervalo de tolerância de 1,5% (piso) a 4,5% (teto). É o oitavo ano em que a inflação fica fora dos limites definidos desde a adoção do sistema de metas, em 1999. O antecessor de Galípolo, Roberto Campos Neto, que comandou o BC até 2024, escreveu duas cartas para justificar estouros do alvo, em 2022 e 2021. Economistas afirmam que a preocupação com o IPCA segue em 2025. Isso porque a inflação passada baliza reajustes posteriores de preços, incluindo aluguéis e mensalidades escolares. É a chamada inércia inflacionária. O alerta para este ano ganhou força com a escalada do dólar, que pode influenciar diferentes produtos, de alimentos a combustíveis. "A taxa de juros vai ter de subir com força, não tem jeito, e aí começa uma preocupação maior com a atividade econômica até para 2026. O crescimento [do PIB] tende a ser mais fraco com esse cenário de juros em um ano eleitoral", afirma Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados. "É o dilema do governo agora. Ele precisa desacelerar a economia para conter a inflação ao mesmo tempo em que está chegando um ciclo eleitoral, e ele [governo] precisa manter o crescimento", acrescenta. O IPCA de 2024 (4,83%) veio praticamente em linha com a mediana das projeções do mercado financeiro, que era de 4,84%, segundo a agência Bloomberg. O intervalo das estimativas ia de 4,70% a 4,91%. Em 2023, o primeiro ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a inflação havia fechado abaixo do teto da meta, que era de 4,75%. O resultado registrado à época (4,62%) veio após dois anos consecutivos de estouro do objetivo, em 2022 (5,79%) e 2021 (10,06%), durante o governo Jair Bolsonaro (PL). "De maneira geral, houve uma piora na composição do IPCA de 2024 em relação a 2023", diz o economista Heliezer Jacob, do C6 Bank. "O cenário seguirá desafiador em 2025: o mercado de trabalho aquecido e a perspectiva de câmbio depreciado pressionarão ainda mais a inflação. Nossa projeção é de que o IPCA feche o ano em 5,7%, novamente acima do limite superior da meta", completa. Índice acelera em dezembro No recorte mensal, a inflação acelerou a 0,52% em dezembro de 2024. A taxa havia sido de 0,39% em novembro. Analistas esperavam IPCA de 0,53% para o último mês do ano passado, conforme a mediana coletada pela Bloomberg. O intervalo das estimativas ia de 0,42% a 0,60%. À exceção de habitação (-0,56%), os outros oito grupos de produtos e serviços tiveram alta de preços em dezembro. A maior variação (1,18%) e o principal impacto (0,25 ponto percentual) vieram de alimentação e bebidas. Outro destaque foi o índice de difusão. O indicador subiu de 58% em novembro para 69% em dezembro, o maior nível desde maio de 2022 (72%). A difusão mostra o percentual de produtos e serviços pesquisados que tiveram aumento de preços. Em outras palavras, a proporção de 69% sinaliza que a inflação ficou mais espalhada no último mês. Alimentos pressionam em 2024 A carestia dos alimentos também puxou o IPCA no acumulado de 2024. O grupo alimentação e bebidas registrou alta de 7,69% no ano passado, a maior desde 2022 (11,64%). Assim, contribuiu com 1,63 ponto percentual para o resultado de 2024. As elevações de saúde e cuidados pessoais (6,09%) e transportes (3,30%) também tiveram impactos significativos (0,81 ponto percentual e 0,69 ponto percentual). Juntos, os três grupos responderam por cerca de 65% da inflação de 2024. No caso da comida, os preços ficaram mais altos em meio a problemas climáticos que reduziram a oferta de parte das mercadorias, segundo o IBGE. O dólar teria gerado impacto adicional. A moeda americana em elevação estimulou exportações de itens como carnes, provocando reflexos na oferta interna. Analistas também citam a demanda aquecida com a melhora do mercado de trabalho como um dos fatores responsáveis pela pressão nos preços. Dentro de alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio fechou 2024 com inflação de 8,23%. O aumento veio após baixa (deflação) de 0,52% em 2023. O café moído saltou 39,6% no ano passado. Foi a maior variação para um ano fechado desde 2021 (50,24%). As carnes, por sua vez, aumentaram 20,84%. Foi a maior alta até dezembro desde 2019 (32,4%). André Almeida, analista do IBGE, destacou que a carestia das carnes ficou concentrada no segundo semestre, após trégua na primeira metade do ano. "Teve estiagem, ondas de calor. Isso intensificou os efeitos da entressafra [na pecuária]. As pastagens ficaram ainda mais restritas", disse. "Por conta até do próprio ciclo da pecuária, a gente teve menor volume de animais para abate [no final do ano], o que reduz a oferta do produto para o consumidor final e acaba pressionando os preços", completou. Em termos individuais, a gasolina teve o maior impacto no IPCA de 2024 (0,48 ponto percentual). A alta do combustível foi de 9,71%. Em seguida, vieram o plano de saúde (7,87% e 0,31 ponto percentual) e a refeição fora do domicílio (5,7% e 0,20 ponto percentual). Modelo de meta muda em 2025 Para o IPCA de 2025, as projeções do mercado estão em 4,99%, conforme a mediana do boletim Focus mais recente, divulgado pelo BC na segunda (6). O centro da meta de inflação segue em 3% neste ano, com intervalo de tolerância de 1,5% (piso) a 4,5% (teto). Há, porém, uma mudança: o BC passa a perseguir o objetivo de forma contínua. Isso significa que o chamado ano-calendário, de janeiro a dezembro, será abandonado após 2024. No modelo contínuo, a partir deste ano, a meta será considerada descumprida quando a variação do IPCA em 12 meses ficar por seis meses seguidos fora do intervalo de tolerância (1,5% a 4,5%). O índice está acima do teto desde outubro, e analistas e o próprio BC projetam novo estouro ao longo de 2025. O sistema de metas funciona como âncora para a condução da política monetária. Com o aumento das expectativas de inflação, o BC passou a subir a taxa básica de juros, a Selic, que está em 12,25% ao ano. A medida busca esfriar a demanda por bens e serviços e, assim, reduzir a pressão sobre os preços. Analistas esperam Selic de 15% ao final de 2025, de acordo com o Focus. O possível efeito colateral do aperto monetário é a desaceleração da atividade econômica. Os juros elevados dificultam o consumo e os investimentos produtivos. "O cenário não é de descontrole, embora preocupante, e a autoridade monetária [BC] tem feito um trabalho muito diligente", disse o presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Isaac Sidney, em nota após a divulgação do IPCA. Para ele, o quadro inflacionário requer "ação coordenada" entre as ações do BC e a política fiscal do governo. "Se o BC tiver que realizar esse trabalho sem a coordenação com a política econômica, o choque de juros terá que ser muito elevado e pode comprometer o bom desempenho da atividade que temos visto até o momento. Neste sentido, é importante que a política fiscal também continue dando sua contribuição."

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Bioinsumos e combustíveis do futuro fortalecem a transição energética

No centro das discussões globais sobre mudanças climáticas e sustentabilidade, a transição energética se apresenta como um dos grandes desafios do século 21. O Brasil, com sua vocação agrícola e liderança em bioenergia, tem uma oportunidade única de liderar essa transformação, especialmente com os avanços recentes em marcos regulatórios fundamentais para os setores agrícola e energético. Além dos benefícios ambientais, a regulamentação dos bioinsumos e dos biocombustíveis avançados traz possibilidades de impactos econômicos significativos para o país. A adoção de bioinsumos reduz a dependência de fertilizantes e defensivos químicos importados, propiciando economia para o produtor rural e aumentando a competitividade do agronegócio brasileiro nos mercados internacionais. A cadeia produtiva de biocombustíveis, ao integrar soluções de baixo carbono, estimula a diversificação no campo e a criação de empregos qualificados, desde a pesquisa científica até a produção agrícola e industrial. A evolução do etanol de milho, por exemplo, destaca-se como um marco na diversificação energética, unindo impactos nas dimensões ambiental e econômica, com substancial agregação de valor à produção. A produção de etanol de cereais contribui não só para a redução de emissões, mas também gera coprodutos valiosos como o DDGS, utilizado na formulação de rações animais. Essa integração aumenta a eficiência alimentar e reduz custos na pecuária, exemplificando como soluções agroenergéticas podem diversificar negócios e impulsionar a sustentabilidade de maneira sinérgica em múltiplas dimensões. No caso do biometano, o Brasil possui potencial para produzir até 84,6 bilhões de Nm³/ano a partir de resíduos agroindustriais, o que supera em mais de duas vezes a oferta nacional de gás natural registrada em 2022. Essa alternativa não apenas reduz custos energéticos, mas também promove a economia circular, aproveitando resíduos que antes eram descartados, muitas vezes com impactos ambientais danosos. No setor agrícola, a substituição de fertilizantes químicos por bioinsumos pode gerar uma economia anual de até US$ 5,1 bilhões, especialmente em culturas como milho, arroz e trigo. Além disso, essa prática contribui para a redução de emissões de gases de efeito estufa e a melhoria da saúde do solo, promovendo a sustentabilidade, a produtividade nas lavouras e a imagem dos produtos agrícolas brasileiros. Embora a produção global de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF) ainda seja limitada, estudos indicam que seu desenvolvimento e escalonamento podem reduzir em até 80% as emissões de gases de efeito estufa do setor aéreo, um dos mais desafiadores para descarbonizar. Essa tecnologia representa uma oportunidade única para o Brasil consolidar sua liderança em soluções avançadas de energia sustentável, contribuindo de forma decisiva para a transição energética em setores estratégicos da economia global. Mas não devemos esquecer que a transição energética e a sustentabilidade da agricultura dependem diretamente de avanços científicos e tecnológicos que transformem desafios em oportunidades. No Brasil, a Embrapa, as universidades e o setor privado têm desempenhado um papel central no desenvolvimento de soluções inovadoras para bioinsumos e biocombustíveis de baixa emissão de carbono. Além dos enormes avanços na produção de etanol e biodiesel, as tecnologias inovadoras para produção de biometano, a partir de resíduos agroindustriais e usos avançados de óleos vegetais para biocombustíveis líquidos, também contribuem para cadeias produtivas mais eficientes e sustentáveis. Adicionalmente, a pesquisa em bioinsumos, como inoculantes biológicos para fixação de nitrogênio, disponibilização de fósforo e controle de pragas, tem demonstrado impactos significativos na redução de custos agrícolas e na melhoria da produtividade, além de minimizar o impacto ambiental. A Embrapa tem buscado também desenvolver fontes alternativas de biomassa energética, essenciais para fazer frente à crescente demanda de forma diversificada e sustentável. Exemplos são a tropicalização da canola, que adapta esta oleaginosa às condições do Cerrado brasileiro; e a domesticação da macaúba, uma palmeira nativa com alto potencial para a produção sustentável de óleos e outras fontes de biomassa, esforços liderados pela Embrapa Agroenergia, em Brasília. O futuro do setor energético poderá se beneficiar significativamente de avanços de base biológica, com maior aproveitamento de recursos renováveis e sustentáveis. Essa convergência, porém, exige superar desafios nos campos da inovação tecnológica, de políticas públicas eficazes e da coordenação entre diferentes atores. Com sua vasta base agrícola e experiência em bioenergia, o Brasil ocupa uma posição única para liderar esse processo, aproveitando sua vantagem estratégica para impulsionar soluções de grande impacto na transição energética. (Opinião por BRUNO GALVEAS LAVIOLA e MAURÍCIO ANTÔNIO LOPES emdash; Pesquisadores da Embrapa Agroenergia)

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Preço do etanol cai em 14 Estados e no DF, sobe em 8 e fica estável em 3; Acre não teve cotação

Os preços médios do etanol hidratado caíram em 14 Estados e no Distrito Federal (DF), subiram em 8 e ficaram estáveis em 3 nesta semana. No Acre não houve cotação. Os dados são da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilados pelo AE-Taxas. Nos postos pesquisados pela Agência em todo o País, o preço médio do etanol ficou estável na comparação com a semana anterior, a R$ 4,13 o litro. Em São Paulo, principal Estado produtor, consumidor e com mais postos avaliados, a cotação média caiu 0,25% no período, de R$ 3,96 para R$ 3,95 o litro. A maior queda porcentual na semana, de 6,29%, foi registrada no Rio Grande do Norte, onde o litro passou a R$ 4,47. A maior alta semanal, de 2,36%, foi registrada no Tocantins, para R$ 4,78. O preço mínimo registrado na semana para o etanol em um posto foi de R$ 3,29 o litro, em São Paulo. O maior preço, de R$ 6,16, foi observado em Santa Catarina. Já o menor preço médio estadual, de R$ 3,83, foi registrado em Mato Grosso, enquanto o maior preço médio foi verificado em Roraima, de R$ 5,16 o litro. Competitividade O etanol mostrou-se mais competitivo em relação à gasolina em 8 Estados e no Distrito Federal (DF) nesta semana. Na média dos postos pesquisados no País, o etanol tinha paridade de 67,26% ante a gasolina no período, portanto, favorável em comparação com o derivado do petróleo, conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas. Executivos do setor observam que o etanol pode ser competitivo mesmo com paridade maior do que 70%, a depender do veículo em que o biocombustível é utilizado. O etanol era mais competitivo em relação à gasolina nos seguintes Estados: Espírito Santo (68,30%), Mato Grosso (65,87%); Mato Grosso do Sul (62,89%); Minas Gerais (67,58%); Paraíba (63,54%); Rio Grande do Sul (65,73%); São Paulo (62,40%) e Sergipe (65,96%), além do Distrito Federal (66,39%). (Estadão Conteúdo)

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Subsídios para gasolina e diesel de único agente ameaçam a competividade do etanol, alerta IBP

O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) divulga comunicado em que reforça a necessidade de a presidência da República vetar integralmente todo artigo 441, do PLP 68 / 2024. A saber: o artigo 441 promove benefício fiscal para a gasolina e o diesel de único agente do segmento. Por que o IBP destaca ameaça à competitividade do etanol Este tratamento tributário, aprovado na regulamentação da reforma tributária pelo Congresso Nacional, prejudica a competitividade dos biocombustíveis, especialmente do etanol. No mais, a entidade reforça que é inconstitucional por proporcionar tratamento desigual aos contribuintes do setor. IBP: custos aos cofres públicos podem chegar a R$ 35 bilhões O que mais destaca o IBP: Caso não ocorra o veto integral, os custos aos cofres públicos podem chegar aos R$ 35 bilhões em 10 anos, sem qualquer indicação de medida compensatória, violando, portanto, a Lei de Responsabilidade Fiscal. Também vale ressaltar que, no atual cenário, existente desde a criação da Zona Franca de Manaus, pelo Decreto Lei nº 288 de 1967, toda a cadeia de petróleo e derivados sempre ficou fora dos benefícios, ao lado de outras indústrias. A diferenciação entre contribuintes, inclusive, vai contra a neutralidade e a simplificação pretendidas pela reforma tributária. Esta iniciativa ainda privilegia uma única empresa e impacta diretamente no ambiente saudável e competitivo do setor. Além disso, este incentivo prejudica os objetivos do país no contexto de mudanças climáticas e da evolução energética. O Brasil assumiu vários compromissos nas suas leis orçamentárias, no seu planejamento e em acordos internacionais relacionados aos temas. O professor de Direito Financeiro da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Ricardo Lodi, também produziu estudo que mostra que este tratamento tributário pode gerar distorções concorrenciais e perda de competitividade do etanol em relação à gasolina. O IBP reforça sua posição favorável à reforma tributária e apoio aos compromissos ESG do Brasil em escala internacional, bem como seu compromisso em garantir um ambiente concorrencial competitivo, saudável e isonômico em todo segmento nacional de fornecimento de combustíveis.

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