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Petróleo fecha em alta e WTI sobe quase 3%, no maior nível desde agosto

Os contratos futuros de petróleo fecharam novamente em forte alta nesta segunda-feira, 13, ainda repercutindo as novas sanções dos Estados Unidos contra a Rússia e deixando em segundo plano o possível acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para fevereiro fechou em alta de 2,93% (US$ 2,25), a US$ 78,82 o barril, enquanto o Brent para março, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 1,56% (US$ 1,25), a US$ 81,01 o barril. A commodity alcançou nesta segunda-feira os maiores níveis desde agosto do ano passado. Em resposta às sanções dos EUA endash; que incluem bloqueios a grandes empresas de petróleo e gás -, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia procurará maneiras de reduzir seus efeitos sobre seu setor. Os analistas da Citi estimam que as medidas poderiam cortar o fornecimento em 800 mil barris por dia (bpd) no pior cenário, mas, embora seja difícil, a Rússia conseguiria atenuar o impacto para uma perda de 300 mil bpd se operar suas refinarias com mais força. Há um potencial de aumento dos preços do petróleo após o anúncio das novas sanções, já que a possível queda na oferta cria um risco de alta nos preços, diz o Morgan Stanley. Os analistas do banco agora preveem que o Brent terá uma média de US$ 77,50 o barril no primeiro trimestre e US$ 75 o barril no segundo trimestre, ambos com um aumento de US$ 5 em relação à perspectiva anterior, acrescentando mais evidências à teoria de que 2025 será um ano de alta para o petróleo. Investidores acompanham também os desdobramentos do possível acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, que pode resultar na soltura de 33 pessoas em sua primeira fase, além da retirada gradual das forças de defesa israelenses de Gaza. Todavia, o ministro das Finanças de Israel chamou o possível acordo de eldquo;catastróficoerdquo; e defendeu eldquo;força totalerdquo; até a rendição do Hamas. (Estadão Conteúdo)

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EPE vê espaço para novos modelos de negócio no refino

Refinarias de petróleo podem gerar novas receitas com o processamento da produção de terceiros, como uma prestação de serviços, com contratos que definem direitos e obrigações das duas partes. E a modalidade pode também fomentar novos investimentos e aumentar a segurança energética, de acordo com percepções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em uma nota técnica sobre a eventual adoção da prática, conhecida como eldquo;tollingerdquo;. A EPE vê espaço para o novo modelo de negócio para o refino no país, sem precisar de grandes alterações legais e chama a atenção para potenciais desafios. O eldquo;tollingerdquo; não é exatamente novidade no Brasil, sendo adotado em outras indústrias como a petroquímica. No modelo indicado pela EPE, o refinador cobraria para processar o petróleo e armazenar os derivados, bem como pelo uso da logística e distribuição dos insumos. Assim, indica a nota técnica, terceirizar o refino pode contribuir para reduzir a dependência de importações de derivados e para fomentar a entrada de novos agentes, bem como o aumento de capacidade de produção das atuais plantas. Exportador de petróleo, o Brasil importa derivados, especialmente óleo diesel, cujas compras atendem a cerca de 25% da demanda nacional. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Montadoras chinesas começam a produzir carros elétricos no Brasil em 2025 e acirram disputa

Depois de ampliar suas exportações para o Brasil, as montadoras chinesas BYD (Build Your Dreams) e GWM (Great Wall Motors) iniciam um novo capítulo de sua ofensiva no país este ano: começam sua produção local de seus veículos híbridos e elétricos. A GWM confirmou que a fábrica de Iracemápolis, interior de São Paulo, será inaugurada em maio, e a produção para o mercado brasileiro começa no início do segundo semestre com o híbrido Haval 6, a gasolina. A BYD também pretende dar a partida em sua fábrica na Bahia neste primeiro semestre. As novatas têm tudo para mexer com o mercado brasileiro de automóveis. Especialistas do setor apontam que a fabricação no Brasil de seus veículos faz parte da estratégia de crescimento global dessas companhias chinesas. Afinal o país é um dos pontos com mais de 2 milhões de unidades vendidas por ano, o quinto maior mercado do mundo, resiliente mesmo nos piores momentos econômicos. Mercado de 2,5 milhões em vendas No ano passado, por exemplo, mesmo com juros altos, o país somou 2,5 milhões de veículos vendidos, alta de 15% em relação a 2023, o maior crescimento entre os dez maiores mercados globais. A expectativa é que outras montadoras chinesas anunciem produção no Brasil, entre 2026 e 2030. Entre elas estão Neta, GAC e Omoda/Jaecoo. emdash; O consumidor brasileiro é fiel e se aproximar dele com a fabricação no país passa mais confiança. É interessante notar que os carros populares sumiram, mas os brasileiros continuam comprando veículos mais caros, com mais margem de ganho para as empresas emdash; diz Cristiano Doria, sócio-diretor da consultoria Roland Berger Brasil e especialista no setor automotivo, lembrando que a fabricação local também livra as empresas do imposto de importação de carros eletrificados importados, atualmente em 18%, que chegará a 35% em 2026. Com a produção nacional, diz Doria, as chinesas também começam a se apropriar dos incentivos do governo para o setor por meio do programa Mover (Mobilidade Verde e Inovação), que oferece benefícios fiscais para pesquisa e desenvolvimento, produção tecnológica e autopeças. Em pesquisa, o Mover prevê crédito num total de R$ 19,8 bilhões até 2028. Doria observa que o Brasil passará a ser um hub de exportação dessas companhias para vizinhos como Argentina, Colômbia e Bolívia, o que também é importante na estratégia de expansão chinesa. Saída para driblar possíveis tarifas nos EUA Milad Kalume Neto, consultor e especialista no mercado automotivo, lembra que com o aumento do protecionismo dos mercados da Europa e dos EUA, com aumento de tarifas de importação sobre os carros elétricos chineses, as companhias do país asiático têm buscado eldquo;saídas estratégicaserdquo; em outros mercados, como Rússia, Austrália e Tailândia. Para Kalume, o Brasil tornou-se uma peça fundamental de expansão global das montadoras chinesas e a fabricação aqui deve levar a ganho de mercado doméstico, acirrando a competição com as outras multinacionais que já produzem no país. emdash; O Brasil não é apenas um eldquo;campo de provaserdquo; para as montadoras chinesas, mas uma saída estratégica já que é um mercado consolidado. E está fora das regiões onde essas companhias estão enfrentando restrições comerciais emdash; afirma Kalume Neto. Contratações em curso Na GWM, as contratações já começaram e chegarão a 700 funcionários este ano. Do investimento previsto no Brasil, de R$ 4 bilhões até 2026, ao menos 50% já foram aplicados. A GWM vai produzir o híbrido Haval 6, a gasolina, na fábrica que comprou da alemã Mercedes Benz no interior paulista. Em maio, após a inauguração da unidade reformada, começam a ser feitos os primeiros protótipos. Depois de ajustes na linha de produção, em julho deve começar a produção efetivamente. Os componentes ainda virão da China, mas já há conversas com fornecedores locais para a nacionalização de peças, que deve ficar entre 2% e 5% no início. A ideia é fabricar 25 mil veículos por ano, quando a unidade estiver a pleno vapor, mas a capacidade será de 50 mil anuais. Já são 100 concessionárias no país e mais 30 devem abrir neste ano. Depois do Haval, no futuro sairão dali uma picape e uma SUV, que já poderão ser equipadas com o motor flex em desenvolvimento pela montadora. Os três veículos estão habilitados no Mover para ter incentivos. emdash; O Haval para os brasileiros não é igual ao chinês. Tem power train (trem de força que dá potência ao veículo) mais forte para as estradas nacionais e está adaptado ao gosto do consumidor local, com menos cromação e iluminação interna emdash; diz Ricardo Bastos, diretor de Relações Institucionais da marca no Brasil, lembrando que a montadora já analisa acordos comerciais na região para exportar e deve inaugurar também este ano um centro de pesquisa em Iracemápolis. BYD: produção neste semestre Já a BYD promete iniciar neste primeiro semestre a produção em Camaçari, na Bahia, na fábrica que foi da americana Ford. Está prevista a abertura de 2 mil vagas este mês, 3 mil em maio e 5 mil em agosto. A empresa já anunciou o desenvolvimento de um motor flex, que vai equipar o híbrido Song Plus, que será fabricado na Bahia. O BYD Dolphin Mini, carro 100% elétrico, será o segundo modelo a ser montado aqui. As obras da fábrica da BYD começaram há cerca de nove meses. Na primeira fase, estão sendo preparados o galpão para a montagem dos carros no sistema SKD (Semi Knocked Down), a fábrica de inspeção final e as pistas de teste de velocidade. Na segunda fase, que deve terminar até o fim do ano, serão 28 novas edificações e dois pátios para a produção completa de veículos elétricos e híbridos. Será a maior fábrica da BYD fora da China, com capacidade de produzir até 150 mil carros por ano na primeira fase de operação e 300 mil na segunda. A empresa já tem 150 concessionárias no país. Problemas trabalhistas Em dezembro, a BYD teve problemas com uma empresa terceirizada chinesa, a Jinjiang Group, que foi acusada pelo Ministério do Trabalho brasileiro de submeter 163 operários chineses trazidos para a obra a condições degradantes de trabalho. A BYD cortou relações com a empresa, que negou essa situação. Por isso, a primeira fase que estava prevista para terminar após o carnaval, pode atrasar um pouco, diz uma fonte ligadas às obras. eldquo;Estamos entusiasmados em produzir no Brasil o primeiro SUV híbrido plug-in flex, uma inovação que combina tecnologia de ponta e sustentabilidade. O complexo de Camaçari posiciona o Nordeste como um polo estratégico de inovaçãoerdquo;, afirmou Alexandre Baldy, vice-presidente sênior da BYD no Brasil, referindo-se ao Song, em nota. Preço não deve cair: carros mais baratos são R$ 115 mil Para o consumidor, o início da produção local não deve se refletir em preços mais baixos que os importados, dizem os especialistas. Como estão em fase de investimentos, as empresas precisam de margens de lucro mais altas para cobrir seus custos de instalação. O Haval 6 custa em torno de R$ 240 mil enquanto o Song Plus e o Dolphin Mini saem por volta de R$ 299 mil e R$ 115 mil, respectivamente. Levantamento da Bright Consulting, especializada no setor automotivo, mostra que os carros chineses avançaram no mercado brasileiro no ano passado. A participação da BYD, por exemplo, saltou de 0,8% em 2023 para 3,1% enquanto a da americana General Motors caiu de 15% para 12,7%. As duas marcas com maior participação no mercado de eletrificados foram BYD (72%) e GWM (10,4%). Mas os especialistas ainda veem obstáculos para um crescimento mais forte delas no Brasil, como a falta de infraestrutura de carregamento de elétricos por aqui. O ano passado terminou com pouco menos de 11 mil carregadores públicos e semipúblicos, ainda aquém do que o país precisa, diz Milad Kalume. Doria observa que o preço ainda elevado dos elétricos e a taxa básica de juros em 12,5% ao ano também dificultam as vendas, mesmo financiadas. Fabricantes tradicionais preocupados O avanço das chinesas preocupa a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que representa as montadoras multinacionais que já produzem no país. O presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, observou que a importação de veículos deixou a balança comercial do setor negativa em 2024, o que não acontecia desde 2021. A China, que respondeu por 10% nas importações brasileiras de veículos entre janeiro e novembro de 2023 (com 32.180 unidades), saltou para 26% em 2024 (105.763). A Anfavea quer a elevação do Imposto de Importação para 35% para estimular as montadoras já instaladas no país, que investem R$ 150 bilhões até 2030. A capacidade total das montadoras no país é de 4 milhões de veículos por ano, mas há ociosidade de cerca de 45%. A Anfavea prevê 2,8 milhões de veículos vendidos neste ano, alta de 6,8%, mas com a chegada das chinesas, a disputa pelo consumidor vai aumentar.

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Usinas produtoras de etanol hidratado passarão a concentrar toda a tributação de PIS e Cofins

A Reforma Tributária aprovada pelo Congresso Nacional e que se encontra para a sanção presidencial, prevê o regime de tributação único na comercialização de etanol combustível, tanto para o IBS (que virá a substituir o ICMS) quanto para a CBS (que substituirá o PIS e Cofins). Atualmente, no que tange ao PIS e Cofins tem vigorado o regime "bifásico" de tributação, tanto em relação ao etanol anidro quanto ao hidratado, em que parcela desses tributos é recolhido pelas usinas e outra parcela pelas distribuidoras de combustíveis. Por essa razão, parte do setor tem buscado a alteração legislativa de forma imediata, inclusive ante da vigência das novas disposições previstas na Reforma Tributária. Esse pleito foi introduzido no texto do PLP 68/24 (o mesmo que regulamenta a Reforma Tributária), aprovado pelo Congresso Nacional, que introduziu alterações significativas na Lei 9.718, de 27 de novembro de 1998, referente à tributação do PIS e da Cofins. Além da concentração da tributação numa única etapa da cadeia de produção e distribuição, o novo texto traz também alteração significativa na carga tributária. Embora tenham sido mantidas as alíquotas ad valorem (alíquotas percentuais de 5,25% para o PIS e de 24,15% para a Cofins), houve a redução das alíquotas ad rem quando o contribuinte é optante pelo RECOB - Regime Especial Tributário para Produtores e Importadores de Combustíveis. Esse regime prevê a tributação em montantes específicos valorados em reais e estabelecidos em atos do Poder Executivo por volume de combustível comercializado. Atualmente, a cadeia de comercialização do etanol hidratado e anidro possui uma tributação de R$ 0,24 e R$ 0,13 centavos por litro, respectivamente. As usinas recolhem R$ 0,13 centavos tanto para o (i) etanol anidro (ii) quanto para o hidratado. Já as distribuidoras de combustíveis são responsáveis pelo recolhimento de R$ 0,11 centavos por litro de etanol hidratado comercializado, sem tributação incidente no etanol anidro que é adicionado na gasolina. Com o novo regramento, cada litro de etanol comercializado seria tributado a R$ 0,19 centavos por litro exclusivamente na usina produtora ou no importador. Portanto, a tributação do PIS e da Cofins da cadeia do etanol hidratado teria uma redução na ordem de 20%, enquanto do etanol anidro um aumento na ordem de 46%. Essas alterações apoiam a competitividade do etanol hidratado ao estimular seu uso como uma alternativa mais sustentável do que dos combustíveis fósseis. Além disso, contribui diretamente para um dos objetivos constitucionais da Reforma Tributária que é a busca da proteção ao meio ambiente. Caso essas modificações sejam aprovadas e sancionadas pela Presidência da República no início de 2025, essas novas regras passariam a ser aplicadas a partir do final do primeiro trimestre do corrente ano. Para ler esta notícia, clique aqui. Ricardo Varrichio Sócio da RVC Sociedade de Advogados. Antonio Fiacadore Neto Advogado no RVC Sociedade de Advogados.

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A contenção do preço dos combustíveis

Há seis meses a Petrobras mantém inalterado o preço da gasolina que sai de suas refinarias; o último reajuste, em julho de 2024, foi de 7,04%. Para o diesel, a manutenção é maior: a última mudança foi em dezembro de 2023 e para baixo, com redução de 7,85%. A defasagem em relação às cotações internacionais dos derivados de petróleo já está em 10% para a gasolina e em 16% para o diesel, segundo cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). Como lembrou reportagem do Estadão, na última vez em que a companhia aumentou o valor da gasolina, a defasagem já beirava os 20%. Represamento e longos atrasos no repasse de preços internacionais ao mercado interno foram uma distorção grave que caracterizou a gestão da empresa no período de 2011 a 2015, sob o governo Dilma Rousseff. Usada como instrumento de controle da inflação, a Petrobras sofreu perdas que chegaram a ser calculadas em R$ 100 bilhões, como revelado na época por um conselheiro da companhia, durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigava os escândalos na empresa. Especialistas estimam que o prejuízo com o congelamento foi superior ao da corrupção do petrolão. Ao retornar ao Planalto, em 2023, Lula da Silva passou a repetir de forma obsessiva que iria eldquo;abrasileirarerdquo; os preços da Petrobras, que, depois das perdas do congelamento, passaram a seguir um modelo que levava em conta, entre outros fatores, o câmbio e o preço internacional do petróleo. Por via pouco transparente, o Preço de Paridade de Importação foi substituído por outro modelo sobre o qual pouco se sabe. Decerto Lula da Silva imagina ter acertado, de uma tacada só, dois objetivos que lhe são caros: elevar a popularidade com o barateamento dos preços nos postos de combustíveis e frear a inflação por intermédio do diesel e da gasolina. Afinal, num País em que as cargas circulam majoritariamente por rodovias, combustível mais caro significa também elevar os custos de alimentos e quaisquer outros artigos. O problema são os efeitos colaterais. Na era Dilma, as perdas se acumularam e, somadas a um aumento descontrolado do endividamento, quase custaram a solvência da empresa. Para a economia, o efeito artificial mascara índices que, mais à frente, terão de absorver as ações reais. Hoje a inflação já roda acima da meta, resultado das incertezas criadas pela condução errática do governo. Nos últimos meses de 2024, a cotação do petróleo, entre US$ 72 e US$ 75 o barril do tipo Brent, de certa forma compensou a disparada do dólar, que quebrou a barreira dos R$ 6. Foi uma desvalorização significativa de um produto que bateu picos de US$ 90 o barril em 2023 e superou os US$ 100 em meados de 2022. A volatilidade do petróleo num cenário geopolítico conturbado como o atual, porém, é muito grande. Agora mesmo, diante da possibilidade de possíveis interrupções no fornecimento por causa de mais sanções dos Estados Unidos contra a Rússia, o preço futuro começa a passar da casa de US$ 80. Como se vê, uma empresa como a Petrobras não terá como colocar sua política comercial à disposição do lulopetismo por tempo indeterminado. A Federação Única dos Petroleiros (FUP), entidade sindical que elevou seu poder de influência na Petrobras sob a gestão petista, fez neste início de ano um paralelo entre os preços nas refinarias da companhia em dezembro de 2024 e em dezembro de 2022, antes, portanto, da posse de Lula. Os cálculos apontam que a queda no preço do litro do diesel foi de 21,6%; para o da gasolina, de 0,9%; e para o GLP (gás de cozinha), de 16,9% o botijão de 13 quilos. Colocando-se como corresponsável pela eldquo;conquistaerdquo;, a FUP revela, para surpresa de ninguém, que as duas únicas refinarias privatizadas não conseguiram manter o mesmo padrão. É óbvio que nenhuma empresa sustenta reduções artificiais de preços. Por período prolongado, nem mesmo gigantes como a Petrobras conseguem, como constatou o Tribunal de Contas da União ao atribuir à venda de combustíveis abaixo do preço de mercado entre 2011 e 2015 a rápida deterioração financeira da empresa.

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EUA impõem maior pacote de sanções contra petróleo russo desde 2022

Administração Biden amplia veto contra empresas de energia e navios que compõem "frota fantasma", usados para transportar petróleo russo.A administração do presidente dos EUA, Joe Biden, impôs nesta sexta-feira (10/01) o maior pacote de sanções contra o setor energético da Rússia desde que o país invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022. O objetivo americano é atingir as receitas de petróleo e gás do presidente russo Vladimir Putin, como parte de um esforço para dar a Kiev e à equipe de transição do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, maior poder de negociação para alcançar um acordo de paz na Ucrânia. Daleep Singh, principal conselheiro econômico e de segurança nacional da Casa Branca, disse em um comunicado que as medidas eram as "sanções mais significativas até agora sobre o setor energético da Rússia, de longe a maior fonte de receita para a guerra do presidente Putin". O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, afirmou em uma postagem na rede social X que as medidas anunciadas na sexta-feira "desferem um golpe significativo" contra Moscou. "Quanto menos receita a Rússia ganhar com o petróleo... mais rápido a paz será restaurada", disse Zelensky. Empresas de petróleo e "frota fantasma" As sanções incidem principalmente sobre as companhias russas Gazprom Neft e Surgutneftegas, que exploram, produzem e vendem petróleo, além de 183 navios que transportam o petróleo russo. Os EUA acreditam que estas embarcações compõem a chamada "frota fantasma"de navios petroleiros envelhecidos, operados por empresas não ocidentais, que contornam sanções para transportar o óleo da Rússia. Muitos desses petroleiros foram usados para transportar petróleo para a Índia e a China, uma vez que o teto de preços imposto pelos países do G7 em 2022 deslocou o comércio de petróleo russo da Europa para a Ásia. Estes navios são alvo cada vez mais frequente de operações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Mar Báltico. O Tesouro dos EUA também revogou uma disposição que permitia bancos russos intermediarem alguns pagamentos vinculados a empresas de energia. Além disso, as medidas visam projetos e infraestrutura específicos para gás natural liquefeito, bem como subcontratados, prestadores de serviços, comerciantes e seguradoras marítimas, informou o Departamento do Tesouro. No total, 400 pessoas e entidades foram afetadas. As sanções devem custar à Rússia bilhões de dólares por mês, se forem devidamente aplicadas, disse outro oficial dos EUA a repórteres em uma ligação. "Não há nenhum passo na cadeia de produção e distribuição que não esteja atingido, e isso nos dá maior confiança de que a evasão será ainda mais cara para a Rússia", afirmou. Rússia diz que vai combater sanções O Reino Unido também impôs novas sanções às mesmas empresas. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, Gazprom Neft e Surgutneftegas produzem mais de 1 milhão de barris de petróleo por dia, o que corresponde a um valor de cerca de 23 bilhões de dólares (R$ 140,2 bilhões) por ano. A Gazprom Neft afirmou que as sanções são injustificadas e ilegítimas e que continuará operando. A empresa já foi afetada após a Ucrânia impedir a passagem de gás russo em seu território em 1º de janeiro deste ano. Já o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a Rússia está preparada para combater as sanções, e que o governo Biden está tentando deixar para o futuro presidente dos EUA, Donald Trump, o "o pior legado possível". EUA aposta em substituição da oferta As medidas permitem um período de transição até 12 de março para que as entidades sancionadas concluam as transações de energia correntes. Ainda assim, fontes do comércio de petróleo russo e de refinarias indianas afirmaram que as sanções causarão graves distúrbios nas exportações de petróleo da Rússia para seus principais compradores: Índia e China. Os preços globais do petróleo subiram mais de 3% antes do anúncio do Tesouro. Geoffrey Pyatt, secretário-assistente de recursos energéticos do Departamento de Estado dos EUA, afirmou que novos volumes de petróleo esperados para este ano dos EUA, Guiana, Canadá, Brasil e possivelmente do Oriente Médio substituirão qualquer oferta perdida da Rússia. "Não nos vemos mais constrangidos pela oferta apertada nos mercados globais da mesma forma que estávamos quando o mecanismo de teto de preços foi lançado", disse Pyatt à agência de notícias Reuters. As sanções fazem parte de um esforço mais amplo para encerrar a guerra. A administração Biden forneceu à Ucrânia 64 bilhões de dólares (R$ 390 bilhões) em ajuda militar desde a invasão. A medida de sexta-feira seguiu as sanções dos EUA de novembro contra bancos, incluindo o Gazprombank, o maior canal da Rússia para o comércio global de energia. Os EUA avaliam que a medida de novembro ajudou a levar o rublo russo ao seu nível mais fraco desde o início da invasão e forçou o banco central da Rússia a aumentar sua taxa de juros a um nível recorde de mais de 20%. "Esperamos que nosso alvo direto no setor de energia agrave essas pressões sobre a economia russa, que já elevaram a inflação para quase 10% e reforcem uma perspectiva econômica sombria para 2025 e além", disse um dos oficiais. Revogação das sanções depende do Congresso Um dos oficiais de Biden afirmou que cabe "inteiramente" ao presidente eleito Donald Trump, um republicano, decidir quando e sob quais condições ele pode revogar as sanções impostas durante a era Biden. Mas, para fazer isso, Trump depende de uma votação no Congresso. Muitos parlamentares republicanos, porém, endossaram as sanções de Biden. "A equipe de Trump não pode simplesmente entrar e revogar tudo o que Biden acabou de fazer. O Congresso teria que estar envolvido", disse Jeremy Paner, sócio do escritório de advocacia Hughes Hubbard eamp; Reed. O retorno de Trump gerou esperança de uma resolução diplomática para encerrar a invasão de Moscou, mas também trouxe temores em Kiev de que uma paz rápida pudesse ter um alto custo para a Ucrânia. Assessores de Trump levantaram propostas, por exemplo, que efetivamente cederiam grandes partes da Ucrânia à Rússia no futuro previsível. gq (Reuters, DPA)

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