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Papo de Roda: gasolina com 35% de etanol, e você no prejuízo

O eldquo;Combustível do Futuroerdquo;, já aprovado pelo Congresso, determina alterações na nossa matriz energética em defesa da eldquo;energia limpa e renovávelerdquo;. Sob esta bandeira, aparentemente indiscutível, o Brasil vai queimar mais combustível verde, menos do fóssil. Na linha global da descarbonização do planeta e bom para o agronegócio, mas punindo os motoristas. Nas bombas, mais etanol na gasolina e mais biodiesel no diesel. No flex, o problema é só no bolso Num carro flex, o motor vai continuar funcionando normalmente, pois foi projetado para receber qualquer proporção dos dois combustíveis: 100% gasolina ou 100% álcool. Ou a mistura dos dois em qualquer percentual: 50/50, 20/80 ou outra qualquer. O carro tem um sensor que percebe qual combustível está vindo do tanque. No escapamento ou na linha de alimentação do motor. Esta informação é repassada à central eletrônica que o ajusta automaticamente. Entretanto, o motor pode não protestar, mas seu bolso, sim. O etanol tem valor energético cerca de 33% inferior ao da gasolina. Então, o motor vai precisar de mais combustível para rodar a mesma quilometragem. Em outras palavras, aumenta o consumo. Por isso é que só vale a pena abastecer o carro flex com etanol se ele custar cerca de 25 a 30% menos que a gasolina. O que se paga a menos pelo etanol compensa a menor quilometragem que se roda por litro. Então, se a gasolina com 35% de etanol tem menor valor energético, ela necessariamente deveria custar menos por litro. Entretanto, das últimas vezes em que se aumentou este percentual, o governo se eldquo;esqueceuerdquo; de determinar uma redução no preço da gasolina para compensar o aumento de consumo. O resultado é que o motorista, no fim do mês, será novamente punido com uma conta maior no posto embora tenha rodado a mesma quilometragem. Mas e os carros que só podem ser abastecidos com gasolina? Carro a gasolina vai sofrer com maior percentual Ainda existem milhões de carros nacionais sem o sistema flex, lançado em 2003. E os importados. Aí, o buraco é mais embaixo pois, além do prejuízo monetário de se pagar por gasolina e levar mais de 1/3 de álcool, alguns motores podem eldquo;protestarerdquo;. Pois não foram projetados pra isso e são incapazes de se ajustar como o flex. Alguns deles até poderiam apresentar um funcionamento satisfatório. Outros correm risco de perder desempenho e funcionar irregularmente. Quando o governo decidiu aumentar o teor de etanol para 27%, o Centro de Pesquisas da Petrobras (Cepes) realizou testes com mistura de até 30%, sem problemas nos motores importados. Mas não realizaram, na época, testes com 35% de etanol. Viabilidade: técnica ou política? O PL 528/2020 aprovado pela Congresso observa que as alterações serão implantadas depois de aprovada sua eldquo;viabilidade técnicaerdquo;. Sob responsabilidade de um Grupo de Trabalho da Comissão Nacional de Politica Energética (CNPE) do Ministério de Minas e Energia, que jamais negou qualquer elevação do teor de biocombustível, seja do etanol na gasolina, seja o biodiesel no diesel. A decisão não é técnica, mas política. Quando elevou a mistura de etanol para 27%, o governo teve o bom senso de manter em 25% o teor da gasolina do tipo premium, que abastece preferencialmente os automóveis importados. O problema agora é mais grave, ainda que o governo adote a mesma política: dono de carro novo importado tem condições de pagar pela gasolina premium, bem mais cara que a normal. Mas e quem não é abonado e tem um velho carro a gasolina? O motorista brasileiro sempre sofreu com um combustível fora de todos os padrões internacionais. E nada indica uma mudança a médio ou longo prazo.

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Combustível do futuro 'atrasa' carro a gasolina

O Senado, assim como a Câmara dos Deputados, também aprovou a tal lei do combustível do futuro. O objetivo é organizar as nossas alternativas energéticas e, entre elas, o etanol. Então, uma das propostas é elevar a mistura de etanol na gasolina dos atuais 27% para 35%. Como sempre, os parlamentares vão observar que esse novo percentual terá de ser aprovado tecnicamente. E, para isso, a Comissão Nacional de Política Energética do Ministério de Minas e Energia já constituiu um grupo de trabalho para examinar essa questão. Como a maioria dos nossos automóveis é flex, não importa o teor de etanol na gasolina. Quem vai pagar o pato de verdade são os proprietários de carros mais antigos antes do flex e dos importados que rodam apenas com gasolina.

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Noruega é o primeiro país a ter mais carros elétricos que movidos a gasolina

Pela primeira vez, um país conseguiu ampliar a sua frota de carros elétricos a ponto de torná-la maior do que a de modelos movidos a gasolina. Dos 2,8 milhões de veículos particulares registrados na Noruega, 754.303 são totalmente elétricos, em comparação com 753.905 que funcionam a gasolina, segundo dados da Federação Rodoviária Norueguesa divulgados nesta terça-feira (17). Em agosto, os veículos totalmente elétricos representaram um recorde de 94,3% dos registros de carros novos no país escandinavo. Os modelos a diesel continuam sendo maioria emdash;são pouco menos de um milhãoemdash;, mas suas vendas estão despencando, afirma a federação rodoviária. "Isso é histórico. Um marco que poucos previram há dez anos", afirmou o diretor da entidade, Oyvind Solberg Thorsen. "A eletrificação da frota de carros está acontecendo rapidamente, e a Noruega está se movendo rapidamente para se tornar o primeiro país do mundo com uma frota de carros majoritariamente elétrica", acrescentou. Essa transformação ocorreu ao longo de 20 anos, com uma série de incentivos governamentais. Em 2004, a frota do país era composta por 1,6 milhão de automóveis movidos a gasolina, 230 mil a diesel e apenas 1.000 elétricos. A transição é fundamental para o país cumprir suas metas climáticas, que incluem uma redução de 55% na emissão de gases de efeito estufa até 2030 em relação aos níveis de 1990. INCENTIVOS FISCAIS DE UM EXPORTADOR DE PETRÓLEO A Noruega, paradoxalmente um grande produtor de petróleo e gás, estabeleceu uma meta de vender apenas veículos com emissão zero até 2025 emdash;dez anos antes do estabelecido na União Europeia. Entram nessa conta sobretudo os carros elétricos, já que a presença de motores a hidrogênio ainda é tímida. Em seu esforço para eletrificar o transporte rodoviário, o governo norueguês abateu impostos para veículos elétricos, tornando-os competitivos em relação aos carros a combustível, diesel e híbridos. O país também investiu massivamente em carregadores públicos para esses automóveis. As isenções fiscais sobre carros elétricos custaram ao país 43 bilhões de coroas norueguesas (cerca de R$ 22,4 bilhões) em 2023, segundo dados oficiais. Esse nível de renúncia fiscal e investimento só foi possível porque o país tem um fundo soberano no valor de mais de 1,7 trilhão de dólares (R$ 9,3 trilhões). Esse montante veio dos lucros dos campos de petróleo no país, e se propõe a ser uma espécie de "fundo de pensão", para quando os recursos fósseis acabarem. O sucesso dos veículos elétricos da Noruega contrasta com as dificuldades observadas em outras partes da Europa. As vendas de carros elétricos começaram a cair no final de 2023 e agora representam apenas 12,5% dos carros novos vendidos no continente. (DW)

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Utilização de combustíveis renováveis coloca o Brasil em fase promissora de inovação

A utilização de combustíveis renováveis é uma alternativa sustentável aos tradicionais combustíveis fósseis para a implementação da transição energética e mitigação das mudanças climáticas. Dessa forma, os países estão cada vez mais empenhados em investir nessa nova forma de gerar energia e conter o aquecimento global. O professor Fernando de Lima Caneppele, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia dos Alimentos (FZEA) da USP, discorre sobre a importância dos combustíveis renováveis e explica que o Brasil, conhecido por sua liderança na produção de etanol, está em uma fase promissora de inovação no setor energético. Segundo o especialista, o Brasil, que historicamente vem utilizando a cana-de-açúcar para produzir biocombustíveis, está agora explorando novas matérias-primas e tecnologias, em uma evolução que posiciona o País na vanguarda do desenvolvimento de combustíveis renováveis e na redução das emissões de carbono. De acordo com o docente, a trajetória brasileira no campo do etanol começou no século 16, mas foi na década de 1970 que o País fez um avanço decisivo com o lançamento do programa Proálcool, criado em resposta à crise do petróleo, que visava a promover o etanol como uma alternativa viável aos combustíveis fósseis. Desde então, o Brasil se consolidou como o segundo maior produtor de etanol do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Novas fontes Conforme Caneppele, além da tradicional cana-de-açúcar, o milho, especialmente no Centro-Oeste do País, está se tornando uma fonte significativa para a produção de etanol. eldquo;Essa expansão não só aumenta a capacidade de produção de etanol durante todo o ano, mas também contribui para o desenvolvimento econômico das regiões menos tradicionaiserdquo;, informa o especialista. Outra inovação importante, segundo o professor, é a otimização do uso do bagaço de cana para a produção de etanol, conhecida como etanol de segunda geração. Essa tecnologia utiliza biomassa celulósica, e a exportação de etanol produzido a partir do bagaço para a Europa está ajudando a reduzir a pegada de carbono dos veículos europeus, além de abrir novos mercados internacionais e reforçar a posição econômica global do Brasil. SAF De acordo com o docente, além do etanol, o Brasil está avançando no desenvolvimento de combustíveis sustentáveis para a aviação, conhecidos como SAF (Sustainable Aviation Fuel), que são cruciais para a descarbonização do setor aéreo. Segundo Caneppele, a Petrobras, com planos de instalar plantas de biorrefino para produzir SAF, desempenha um papel fundamental nessa nova fase. eldquo;Essas instalações não apenas fortalecerão a infraestrutura energética nacional, mas também ajudarão a atingir as metas de redução das emissões de carbono. Essas inovações e avanços destacam o potencial do Brasil para liderar o caminho em termos de volume de produção e na qualidade e inovação na energia renovávelerdquo;, analisa.

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SG/Cade aprova consolidação do controle da Vibra na Comerc

A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (SG/Cade) aprovou, na segunda-feira (16/9), a consolidação do controle acionário da Vibra Energia na Comerc. A distribuidora já detinha 48,7% das ações da geradora e comercializadora de energia elétrica, e anunciou, em agosto, a opção de compra de mais 50% por R$ 3,52 bilhões. eldquo;A Vibra já dispõe do montante necessário para o pagamento do preço de aquisição previsto na operação, não havendo, portanto, mudança significativa na sua estrutura de capitalerdquo;, afirmou a distribuidora em comunicado aos acionistas na época. Operação ainda precisa ser validada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Os fundos de investimento geridos pela Perfin e por Cristopher Vlavianos, que eram detentores das ações, consideraram a venda uma oportunidade de capitalizar o investimento na empresa. Já a Vibra afirmou que a operação está alinhada com o desenvolvimento da companhia eldquo;no mercado de energia voltada à economia de baixo carbono, consolidando-a como uma plataforma multienergiaerdquo;.

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Petrobras assina contratos de R$ 2,9 bilhões para projetos no pré-sal

A Petrobras assinou dois novos contratos com a TechnipFMC para aquisição de equipamentos submarinos e dutos flexíveis para os campos de Búzios, Libra, Tupi, Atapu, Sépia, na Bacia de Santos, e de Roncador, na Bacia de Campos. Os acordos assinados nesta terça (17/9) somam R$ 2,9 bilhões e a expectativa é de até 60% de conteúdo local. Os contratos preveem a fabricação dos equipamentos nacionais com mínimo de 55% e 40% para prestação de serviços. Segundo a Petrobras, a fornecedora informou que pretende superar o conteúdo requerido, atingindo um percentual de aproximadamente 60% de contratação nacional durante a vigência dos contratos. Um dos acordos firmados com a TechnipFMC prevê o fornecimento de até 19 árvores de natal molhadas (ANMs)emdash; equipamento que permite abrir e fechar válvulas do poço emdash;, além de cinco unidades de distribuição eletro-hidráulicas (UDEHs) com equipamentos sobressalentes e serviços associados de assistência técnica, instalação, intervenção, preservação e manutenção dos equipamentos. Já o contrato de linhas flexíveis prevê o fornecimento de até 27,9 km de dutos flexíveis do tipo riser emdash; duto que liga uma plataforma a um sistema submarino emdash; para injeção de gás com acessórios e serviços associados de armazenagem, assistência técnica, supervisão, montagem e logística. Os equipamentos serão fabricados no parque industrial da TechnipFMC, na cidade do Rio de Janeiro, e na fábrica de flexíveis no Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), com início ainda em 2024. As demandas de serviços serão atendidas nas fábricas da empresa localizadas em Macaé e Porto do Açu, ambas no estado do Rio de Janeiro. Equipamentos submarinos como ANMs e risers flexíveis de injeção de gás são essenciais para a produção e desenvolvimento ideais de reservatórios offshore. As árvores de natal controlam o fluxo de petróleo e gás em poços submarinos, garantindo operações seguras e eficientes. Enquanto isso, os risers permitem que o gás seja injetado no poço para aumentar a produção do campo.

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