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ANP divulga em 21/7 lista de sanções de distribuidores de combustíveis do RenovaBio

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) publica no próximo dia 21 em seu site a lista de sanções de distribuidores de combustíveis líquidos no cumprimento de metas do RenovaBio. eldquo;Essa iniciativa visa reforçar a efetividade do RenovaBio, promover a isonomia entre os agentes do setor e contribuir para o cumprimento das metas de redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasilerdquo;, informou a ANP em nota nesta sexta-feira (11/7). Constarão da relação os distribuidores ainda inadimplentes com a meta individual de descarbonização e que, por isso, tenham sido sancionados pela ANP. Publicada a lista, ficará vedado, sob pena de multa de até R$ 500 milhões, o fornecimento de combustíveis aos distribuidores nela incluídos. eldquo;O agente regulado que infringir a vedação de comercialização com distribuidor incluído na lista estará sujeito à aplicação de multa, que poderá variar entre R$ 100 mil e R$ 500 milhõeserdquo;, explicou a agência.

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Câmara pauta PL que tipifica crime de furto a dutos

O projeto de lei do deputado Juninho do Pneu (União/RJ), que tipifica o crime de furto de petróleo e derivados em dutos, está na pauta do plenário da Câmara dos Deputados desta segunda-feira (14/7). Não é possível garantir, no entanto, que haja acordo para que o PL seja votado. O PL 1482/2019 é um dos três projetos que tratam da tipificação do furto em dutos que estavam parados na Câmara. A inclusão em pauta coincide com operação recente da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro contra organização criminosa especializada em furtar petróleo bruto de dutos da Transpetro. Quando foi apresentado, em 2019, o contexto era de aumento nos casos de furtos a dutos, mas uma ocorrência que resultou no vazamento de gasolina de um oleoduto da Transpetro na Baixada Fluminense pesou mais para a elaboração do PL. Em abril daquele ano, uma tentativa de furto deixou cinco pessoas feridas, incluindo uma menina de nove anos, que caiu em uma poça de gasolina e teve 80% do corpo queimado. O PL que está na pauta de votação fixa a pena de três a quinze anos de prisão e multa, acrescida à pena em um terço se o duto for danificado ou destruído; se cometido por duas ou mais pessoas; se houver abuso de confiança, valendo-se de vínculo atual ou passado; e se cometido por agente público. Além do PL de Juninho do Pneu, está parada proposta de autoria da ex-senadora e atual ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB/MS). O texto chegou a ser aprovado em 2017 no Senado, mas a tramitação não avança na Câmara desde 2020. Flávio Bolsonaro (PL/RJ) e Hélio Lopes (PL/RJ) também apresentaram projetos sobre o tema. No caso de Lopes, ele propõe tratar a prática como crime hediondo. A proposta de Flávio Bolsonaro difere da de Tebet na dosimetria da pena e na determinação dos agravantes. O senador fluminense prevê pena maior, mas não estabelece agravamento para casos específicos. Sem uma tipificação específica, julgamentos recentes de criminosos que furtaram óleo ou combustíveis resultaram em condenações por associação criminosa e furto qualificado por crimes cometidos no Rio de Janeiro e no Distrito Federal. eldquo;Pena adequada à gravidade do crimeerdquo; Principal vítima desse tipo de crime no país, a Transpetro defende a aprovação de um projeto de lei para tipificar o crime emdash; sem entrar no mérito das propostas em tramitação. Em entrevista à eixos no início do mês, o gerente de proteção a dutos da companhia, Júlio Barreto, afirmou que o importante é que eldquo;haja uma pena adequada à gravidade do crime cometidoerdquo;. Com propostas que se arrastam há anos pelo Congresso, Barreto diz que o trabalho de sensibilização e contato com parlamentares permanece. Os crimes cometidos envolvendo furto a dutos da companhia vêm apresentando redução desde 2020, quando foram registrados 201 casos. No ano seguinte, foram 102. Em 2022, foram 58 ocorrências; 28 em 2023 e 25 no ano passado. A Transpetro implementou tecnologias para detectar as ações clandestinas por meio do Centro Nacional de Controle e Logística (CNCL). Também tem um canal direto com a população que vive no entorno dos ativos e recebe denúncias por telefone 24 horas por dia na central 168.

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CBO fecha contrato para conversão de motor marítimo para usar etanol

A Companhia Brasileira de Offshore (CBO) anunciou esta semana a formalização do contrato do Projeto Etanol, para início da conversão de um motor marítimo de grande porte para operar com sistema dual-fuel diesel/etanol. A iniciativa é resultado de uma parceria entre a CBO, a Sotreq (distribuidora oficial Caterpillar no Brasil), a Caterpillar/MaK (fabricante global de motores marítimos) e a HAV Design (projetista). A previsão é que o motor convertido entre em operação em 2027, após as etapas de instalação, comissionamento e testes em campo. Apenas um dos motores de uma embarcação da frota da CBO será convertido, enquanto os demais permanecerão em sua configuração original. Segundo a companhia, isso permitirá a validação da operação em ambiente real, sem comprometer a disponibilidade do navio. Etanol para reduzir emissões Com a tecnologia, o grupo espera uma redução líquida nas emissões de COe#8322; entre 15% e 20% por motor convertido, considerando a operação com 35% a 40% de etanol na mistura. A CBO observa, em nota, que essa redução é viabilizada porque o etanol brasileiro possui uma das menores pegadas de carbono do mundo, com potencial de até 90% de redução nas emissões em seu próprio ciclo de vida emdash; especialmente o biocombustível de segunda geração derivado de cana-de-açúcar. eldquo;É a primeira conversão no mundo de um motor MaK M 32 C para operação com mistura fixa de diesel e até 40% de etanol, um marco tecnológico global na busca pela descarbonização do setor marítimoerdquo;, comenta André Trintini, coordenador de Inovação na CBO. Ele pontua que esta parceria vai viabilizar a primeira aplicação global de etanol como combustível renovável em um motor marítimo de grande porte em operação comercial. eldquo;Até então, nenhuma iniciativa havia adaptado motores marítimos para operarem com esse tipo de sistema dual-fuel. O Projeto Etanol promove uma solução prática e imediata para descarbonização da frota existenteerdquo;, completa.

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Petróleo fecha em alta de quase 3% com tensões no Mar Vermelho e corte na demanda

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta de quase 3% nesta sexta-feira, 11, recuperando perdas de ontem, impulsionados pelas tensões geopolíticas no Oriente Médio e pela expectativa em torno de novos desdobramentos na política comercial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No radar dos investidores também esteve um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), que cortou projeções para a demanda global, além de um comunicado da Arábia Saudita sobre sua produção. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para agosto fechou em alta de 2,82% (US$ 1,88), a US$ 68,45 o barril. Na semana, o WTI acumulou alta de 3,10%. Já o Brent para setembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), subiu 2 51% (US$ 1,72), a US$ 70,36 o barril endash; avanço de 2,90% na semana. A AIE destacou estoques baixos e tensões de oferta, mas cortou a projeção de demanda para 2025. Apontou ainda que a Arábia Saudita produziu acima da cota da Opep+ em junho, informação contestada por Riad, que afirmou estar dentro do limite. Na oferta, o Commerzbank destaca que a produção dos EUA não deve crescer significativamente nos próximos meses devido à queda na atividade de perfuração, limitando a expansão da oferta americana e dando suporte aos preços globais. Após o relatório da AIE, o petróleo chegou a recuar, mas se recuperou também com o avanço das tensões geopolíticas. Conforme mostrou reportagem do Broadcast, a escalada da oferta tem sido mais rápida que à da demanda globalmente. No Oriente Médio, as tensões se elevaram após ataques de rebeldes houthis a embarcações comerciais no Mar Vermelho, reacendendo alertas sobre o risco à navegação em uma das principais rotas comerciais do mundo. Apesar da recuperação dos preços nesta sexta, a Capital Economics vê um cenário mais frágil à frente. Para a consultoria o aumento da produção pela Opep+ tende a gerar um eldquo;superávit significativoerdquo; no mercado ainda neste ano, diante de uma demanda que permanece estagnada, especialmente nos EUA e na Europa. eldquo;O mercado não está particularmente sedento por mais petróleoerdquo;, afirmou a casa. A Capital projeta o Brent em queda para US$ 60 ainda em 2025 e para US$ 50 ao longo de 2026. (Estadão Conteúdo)

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Etanol dos EUA é visto no governo Lula como opção para retaliar taxa de Trump

O governo brasileiro começou a considerar o etanol americano como um possível alvo de retaliação tarifária após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A avaliação é que esse item pode ser sobretaxado sem impacto relevante no abastecimento ou nos preços no mercado interno. A reação brasileira ainda está em construção e depende do desfecho de negociações diplomáticas, mas membros do governo têm dito que a tendência é evitar uma retaliação linear a todos os produtos americanos. A ideia é mirar itens com baixa sensibilidade econômica para o Brasil, para não gerar pressões inflacionárias. Apesar de o aumento tarifário de Trump atingir de forma generalizada os produtos brasileiros, no governo Lula avalia-se que a exportação de petróleo e combustíveis não deve sofrer grandes impactos. Isso porque o petróleo, produto brasileiro mais comprado pelos EUA, pode ser redirecionado com facilidade a outros mercados dada a liquidez global do setor. Por isso mesmo, a Petrobras, grande exportadora do óleo bruto, não seria afetada diretamente nesse sentido. A maior preocupação está do lado da importação de combustíveis. Caso o Brasil opte por uma retaliação na mesma forma e intensidade, haveria risco de encarecimento de itens como gasolina, diesel, GLP (gás de cozinha), QAV (querosene de aviação) e GNL (gás natural liquefeito), o que pressionaria a inflação doméstica. O GNL recebe preocupação especial, dada a dependência da importação do insumo e o fato de os EUA serem o principal fornecedor ao país. Por isso, o produto não deve ser considerado como alvo para possíveis medidas de reciprocidade. Por outro lado, um dos pontos considerados mais viáveis para retaliação é o etanol importado dos EUA, cuja taxação não teria impacto significativo no abastecimento nacional nem sobre os preços internos. Também está em análise a aplicação de tarifa sobre o petróleo bruto de origem americana, já que, em caso de necessidade, o Brasil poderia também substituí-lo por petróleo importado da África, com características semelhantes. As discussões estão no começo e ainda há dúvidas se o pacote anunciado por Trump incluirá os produtos energéticos. Em situações anteriores, os EUA optaram por deixar de fora tarifas ligadas a energia após anunciar medidas semelhantes. Nos bastidores, também há dúvidas sobre detalhes de como seriam aplicadas as medidas anunciadas. Um exemplo é o impacto indireto da tarifa americana sobre o querosene de aviação, já que quando aeronaves americanas abastecem no Brasil a operação é considerada de comércio exterior emdash;o que pode impactar de forma significativa o preço de passagens aéreas de empresas como United e American Airlines, que podem pagar 50% a mais que as concorrentes no combustível. Conforme publicou a Folha, o governo também discute taxas sobre serviços e propriedade intelectual, como licenças farmacêuticas e do setor audiovisual (como filmes e séries). Mas, no momento, o foco está em manter canais diplomáticos abertos para tentar negociar.

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Senadores querem blindar agências reguladoras de cortes no orçamento

Começou a tramitar no Senado um projeto que pretende blindar as agências reguladoras de novos cortes no orçamento e desatrelar da Lei de Responsabilidade Fiscal as despesas desses órgãos. Pelas regras propostas no projeto de lei do senador Laércio Oliveira (PP-SE), serão retiradas das limitações de despesas as obrigações constitucionais e legais das agências reguladoras, tudo o que for relacionado à inovação e desenvolvimento científico que tenha um fundo próprio e as atividades-fim dos órgãos emdash;que englobam o papel de atuar na regulação, fiscalização, aplicar sanções e mediação de conflitos em setores vinculados. O senador afirma que a responsabilidade fiscal é um pilar essencial para o equilíbrio das contas públicas, porém a aplicação uniforme de limites e critérios para a alocação de recursos em agências reguladoras pode impactar negativamente setores estratégicos e que são essenciais para o funcionamento da economia. "A restrição orçamentária às atividades-fim dessas instituições pode gerar um efeito adverso: o aumento de ineficiências e a ampliação de riscos em setores regulados. Tais riscos incluem interrupções de serviços essenciais, falhas de mercado e incertezas jurídicas que desestimulam novos investimentos", afirma Oliveira. Nesta semana, a Comissão de Infraestrutura do Senado recebeu oito diretores de agências que reclamaram de cortes profundos no orçamento do ano. No geral, o que os senadores ouviram foi que, com os contingenciamentos de 25% da verba, as funções de fiscalização foram diretamente afetadas. Em maio, o governo Lula anunciou o congelamento de R$ 31 bilhões do orçamento deste ano, impedindo gastos dessa ordem com despesas discricionárias (gastos que não são obrigatórios e são voltados ao investimento e custeio da máquina pública). Setores sensíveis que entraram no radar do governo Lula pelo potencial arrecadatório com impostos, como o das telecomunicações, foram impactados pelos cortes. Na audiência do Senado, uma conselheira da Anatel explicou que atividades como os bloqueios de bets ilegais e combate à pirataria foram reduzidos. Na ANM (Agência Nacional de Mineração), o diretor-geral Mauro Moreira Souza disse que existem apenas quatro servidores para atuar em mais de 40 mil lavras de mineração. A diretora da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Agnes Maria de Aragão da Costa, por sua vez, relatou que foram necessários corte de atendimento ao consumidor e redução do horário de funcionamento do prédio da autarquia em Brasília após a demissão de 145 funcionários. O mesmo aconteceu na ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), que anunciou no mês passado a suspensão, por um mês, do programa de monitoramento da qualidade dos combustíveis por falta de verba. A agência também decidiu reduzir a abrangência da pesquisa semanal de preços dos combustíveis, que estava sendo retomada após corte feito em 2024, igualmente motivado por ajuste no orçamento. O projeto de lei seria uma forma de preservar a capacidade de atuação técnica e independente das agências. Para o autor, o objetivo não é desconsiderar a responsabilidade fiscal, mas garantir a continuidade das atividades de regulação das agências. Dados do Ministério do Planejamento apontam que as agências perderam até 65% de seus orçamentos nos últimos dez anos, em valores corrigidos pela inflação. Em 2016, cerca de R$ 6,4 bilhões foram destinados às agências, cifra que caiu para R$ 5,4 bilhões em 2025. Para pressionar a opinião pública, os servidores das autarquias, representados pela Abar (Agência Brasileira de Agências Reguladoras), e 43 entidades representativas de setores que controlam 70% do PIB lançaram um manifesto intitulado "Sem orçamento, não há regulação".

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