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Petróleo sobe impulsionado pela Arábia Saudita

Os preços do petróleo subiram nesta quarta-feira (5) impulsionados pela decisão da Arábia Saudita de estender seus cortes de produção. O Brent do Mar do Norte para entrega em setembro subiu 0,52%, chegando a 76,65 dólares em Londres. Enquanto isso, o West Texas Intermediate (WTI) para agosto subiu 2,82%, chegando a 71,79 dólares em Nova York. A diferença entre as duas variedades de petróleo, algo incomum, é explicada pelo efeito de "recuperação" do WTI após o feriado de terça-feira nos Estados Unidos, o Dia da Independência, explicou Daniel Ghali, da TD Securities. "Observamos compras de cobertura" de operadores especulativos que estavam posicionados para baixa, mas mudaram de rumo após "a decisão da Arábia Saudita de estender seus cortes de produção e a da Rússia de limitar suas exportações". A Arábia Saudita anunciou que estendeu até agosto sua redução voluntária na produção de um milhão de barris por dia e afirmou que pode prorrogá-la, de acordo com o Ministério de Energia, citado na segunda-feira pela agência de imprensa oficial. Enquanto isso, Moscou planeja reduzir suas exportações em 500 mil barris diários, indicou o vice-primeiro-ministro Alexandre Novak, citado por agências de notícias russas. Nesta quarta, o ministro saudita de Energia, o príncipe Abdulaziz bin Salman, enfatizou que a sincronia desses anúncios é "bastante eloquente" e demonstra que os dois principais atores da aliança Opep+ estão alinhados. "Faremos o que for necessário" para estabilizar os preços, afirmou na abertura de um seminário da Opep em Viena, sede do cartel.

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Petrobras precisa apresentar um plano para ampliar volume de gás, diz ministro

A novela sobre a oferta de gás natural nos poços de extração de petróleo da Petrobras para a retomada da atividade industrial no país ganhou um novo capítulo: o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse em entrevista exclusiva ao Valor que a empresa precisa apresentar um plano de como vai ampliar o volume de gás ao mercado e discutir com os brasileiros de forma transparente qual o volume do insumo que a companhia reinjeta hoje. Defensor da expansão da oferta por meio da redução da reinjeção de gás nos poços de extração de petróleo, Silveira tem entrado em rota de colisão com a companhia por cobrar de maneira contundente maior oferta do insumo ao setor industrial. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Segunda fase do Rota 2030 sai até o fim de julho, diz secretário

Passado o período dos incentivos para a compra de carros com desconto, o foco das discussões entre setor automotivo e governo federal se voltam para a segunda fase do programa Rota 2030. Entre as mais importantes e polêmicas novidades, estão a definição sobre a tributação de carros 100% elétricos, isentos de Imposto de Importação desde 2015, e mudanças no sistema de medição das emissões de poluentes dos veículos. Segundo o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços, Uallace Moreira, as regras da próxima etapa do programa, para o período entre 2023 e 2028, serão anunciadas até o fim deste mê Moreira não revela se o governo já decidiu pelo fim da isenção do Imposto de Importação para carros 100% elétricos, como pede grande parte das montadoras com fábricas no país. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Nova versão da reforma tributária tem alíquota zero para cesta básica e trava aumento da carga

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), deu início à discussão da PEC (proposta de emenda à Constituição) da reforma tributária no plenário da Casa na noite desta quarta-feira (5), após dias de negociação das mudanças no parecer do relator, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Ribeiro apresentou uma nova versão do texto, que inclui modificações na transição para o novo sistema tributário, uma trava contra o aumento da carga tributária, e a criação de uma Cesta Básica Nacional emdash;relação de produtos básicos consumidos pelas famílias e que terão alíquota reduzida a zero. "[A mudança] É para que ninguém fique dizendo que a gente vai pesar a mão sobre os pobres", disse Ribeiro ao ler seu parecer. "Queremos dar sinal claro a todo o Brasil de estamos fazendo um trabalho sério." A declaração foi dada após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) escrever nas redes sociais uma crítica à proposta. "Reforma Tributária do PT: um verdadeiro soco no estômago dos pobres", publicou na terça-feira (4). O rol de mercadorias a serem alcançadas ainda precisará ser regulamentado, mas a mudança atende a uma demanda de diferentes setores e parlamentares. Na versão anterior do texto, os produtos da atual cesta básica teriam desconto de 50% na tributação, gerando temores de aumento de carga emdash;o que foi negado pelo governo e por Aguinaldo Ribeiro. Além disso, o texto estabelece que estados e municípios deverão criar fundos de combate à pobreza que contem com a participação da sociedade civil. Tais instrumentos podem ser abastecidos pela arrecadação dos tributos resultantes da reforma. O parecer do relator foi divulgado pouco antes das 21h e tem 142 páginas. Membros da oposição pediram o adiamento da discussão para que tivessem tempo de analisar o documento, mas o pleito foi rejeitado por 302 a 148 votos. O placar foi visto como um termômetro positivo por deputados no plenário, já que se aproxima dos 308 votos necessários para aprovar o texto. A expectativa de Lira é votar o texto em plenário na quinta-feira (6). O presidente da Câmara anunciou aos parlamentares que vai garantir um período de sete horas de discussão do texto. "Eu vou usar o rigor máximo no debate, que vai ser democrático, para a gente seguir o rito regimental. Não vamos ter pegadinha, não vamos ter nenhum tipo de extrapolação. Vamos fazer os seus debates, suas críticas, suas defesas de maneira organizada", afirmou. Ao iniciar a leitura de seu parecer. Ribeiro reiterou o objetivo de simplificar o sistema tributário no país. "Estamos vivendo um dia histórico", disse. "Vamos acabar com essa falácia de que a reforma vai aumentar imposto. A reforma não vai aumentar imposto, ela vai simplificar o pagamento de imposto", afirmou. Um dos principais pontos de negociação nos últimos dias, o detalhamento da governança do Conselho Federativo ainda não foi contemplado no texto divulgado nesta quarta. Segundo interlocutores, uma nova versão a ser divulgada nesta quinta deve contemplar este ponto. Há uma discussão para ampliar o poder de voto de estados das regiões Sul e Sudeste nas deliberações do colegiado, que será responsável pela arrecadação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), que vai substituir o ICMS estadual e o ISS municipal. Essa é uma demanda de governadores dessas localidades, que temem ser atropelados nas decisões por estados de Norte e Nordeste, que teriam mais facilidade em formar maioria simples (eles são 16 das 27 unidades da federação). "Estamos finalizando exatamente o texto que compatibiliza tudo aquilo que foi acordado para que a gente não se equivoque e não cometa erros no texto, assim como a questão dos critérios de distribuição do Fundo de Desenvolvimento Regional, que nós praticamente já finalizamos, falta agora só modificar no texto", disse Ribeiro. O texto divulgado na noite desta quarta prevê a fusão de PIS, Cofins e IPI (tributos federais), ICMS (estadual) e ISS (municipal) em um IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O sistema será dual: significa que uma parcela da alíquota será administrada pelo governo federal por meio da CBS (Contribuição sobre Bens e serviços), e a outra, por estados e municípios pelo IBS. Também será criado um imposto seletivo, que não tem uma finalidade arrecadatória e será aplicado sobre bens e serviços cujo consumo são considerados prejudiciais à saúde (como cigarros e bebidas alcoólicas) ou ao meio ambiente. A implementação dos tributos começará em 2026, mas a migração integral para o novo sistema só acontecerá em 2033. O ritmo da transição, porém, sofreu ajustes em relação ao que havia sido proposto inicialmente por Ribeiro. Pelo texto divulgado, os dois novos tributos começarão a ser implementados em 2026. A CBS iniciaria com uma alíquota teste de 0,9%, e o IBS, de 0,1%. "O objetivo dessa etapa é conhecer a base tributável, permitindo que se calculem as alíquotas da CBS e do IBS necessárias para substituir a arrecadação atual", diz o parecer. Segundo Ribeiro, a aplicação mais cedo do IBS atende a uma demanda dos governadores. Em 2027, PIS e Cofins seriam completamente extintos e substituídos pela nova alíquota de referência da CBS. As alíquotas do IPI também seriam zeradas, com exceção dos produtos que tenham industrialização na Zona Franca de Manaus. O imposto será mantido temporariamente nesses casos "como instrumento de preservação do tratamento favorecido da região amazônica". No caso do IBS, a transição será mais gradual. Até 2028, a alíquota continuará em 0,1%. Em 2029, a cobrança de ICMS e ISS será reduzida em 1/10 por ano até 2032. Em 2033, os impostos atuais serão totalmente extintos. As alíquotas definitivas de cada tributo serão definidas posteriormente, em lei complementar, pois vão depender de cálculos efetuados em conjunto com o Ministério da Fazenda. Em entrevista à Folha, Ribeiro disse que a reforma terá uma trava para evitar aumento de carga tributária. A transição mais longa dos tributos estaduais e municipais busca acomodar os benefícios fiscais já concedidos por esses governos e que têm manutenção garantida pelo Congresso Nacional até 2032. Mesmo com essa saída, o governo federal vai injetar R$ 160 bilhões ao longo de oito anos para ajudar a compensar essa fatura, sem contar o FDR (Fundo de Desenvolvimento Regional), que terá R$ 40 bilhões anuais a partir de 2033. Os estados pediram um valor anual maior, de R$ 75 bilhões, mas o relator manteve o montante acertado com o Ministério da Fazenda. Dessa forma, a soma dos dois fundos não deve nunca ultrapassar os R$ 40 bilhões anuais. Além do sistema dual, o texto também prevê a fixação de uma alíquota padrão e de uma reduzida (equivalente a 50% da cobrança padrão) para setores específicos, como medicamentos, dispositivos médicos e serviços de saúde, serviços de educação, transporte público coletivo, produtos agropecuários, artigos da cesta básica e atividades artísticas e culturais nacionais. No parecer divulgado nesta quarta, o deputado ampliou essa lista para incluir os medicamentos e produtos de cuidados básicos à saúde menstrual, além de dispositivos médicos e de acessibilidade para pessoas com deficiência. Além disso, passou a prever que medicamentos específicos de alta relevância poderão ter as alíquotas zeradas por meio de lei complementar. O relator também atendeu pleitos do agronegócio ao estabelecer um regime tributário específico para as cooperativas. Agora, o parecer prevê que os créditos dos insumos adquiridos pelos cooperados sejam aproveitados na venda a não cooperados, garantindo isonomia com outras empresas. O regime específico das cooperativas se soma a uma lista de outros segmentos que já contavam com tratamento diferenciado, como combustíveis e lubrificantes, que terão alíquotas uniformes cobradas em uma única fase da cadeia e possibilidade de concessão de créditos para o contribuinte. Atividades operações com bens imóveis, serviços financeiros, planos de assistência à saúde e concursos de prognósticos (como loterias) também receberão tratamento específico, com alterações nas alíquotas, nas regras de creditamento e na base de cálculo, além de possibilidade de tributação com base na receita ou no faturamento Em outro aceno ao agronegócio, Ribeiro ampliou o limite de receita anual que permite a produtores rurais que atuam como pessoas não recolham o IBS e a CBS. Na versão de 22 de junho, o texto fixava esse valor em R$ 2 milhões, o que contemplaria 98,5% dos produtores rurais pessoas físicas no país. A CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária) pedia um limite maior, de R$ 4,8 milhões. O parecer divulgado atendeu parcialmente essa demanda, elevando o teto a R$ 3,6 milhões, e estendendo o benefício a pessoas jurídicas. O relator ainda listou tratores e máquinas agrícolas como isentos de IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), blindando esses bens da ampliação da incidência do tributo para alcançar lanchas e jatos particulares. REGIMES TRIBUTÁRIOS FAVORECIDOS O texto da PEC também mantém os benefícios fiscais da Zona Franca de Manaus, um dos pontos frequentes de apelo nas negociações com parlamentares. Segundo o texto, o próprio Imposto Seletivo poderá "assumir a função de diferencial competitivo dos produtos da região". O Simples Nacional, regime simplificado de recolhimento de tributos para micro e pequenas empresas, também será mantido, mas a ideia é permitir que as companhias tenham maior flexibilidade para aderir ou não ao novo sistema IVA emdash;o que pode ser vantajoso para quem fornece bens ou serviços para outras empresas, uma vez que elas poderiam obter créditos a partir dos insumos e abatê-los do imposto a ser recolhido.

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Reforma tributária: manifesto da indústria puxado pela Fiesp pede aprovação rápida

Mais de 130 entidades e sindicatos do setor produtivo assinaram um manifesto que será publicado nesta quinta-feira, 6, nos principais jornais do País, em apoio à aprovação rápida da reforma tributária. Intitulado Reforma Tributária Já!, o documento sustenta que o País tem pressa para atrair mais investimentos, competitividade e empregos, objetivos que exigem uma reforma tributária eldquo;abrangente, homogênea e modernaerdquo;. Puxado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o movimento tem entre seus signatários associações que representam os mais diversos setores industriais emdash; entre eles, as indústrias de automóveis, bens de capital, aparelhos eletroeletrônicos, aço e plástico. São responsáveis pela maior parte da arrecadação de impostos no País. Entre os signatários estão a Associação Brasileira da Indústria de Autopeças (Abipeças), a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o Instituto Aço Brasil, o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) e o Sindicato Nacional da Indústria do Aço. A iniciativa da indústria ocorre um dia depois da divulgação de um manifesto assinado por mais de 60 economistas e empresários também em apoio à reforma tributária. Com o título Crescimento econômico e Justiça Social: um manifesto pela reforma tributária, o texto endossa a atual proposta que tramita na Câmara. O manifesto pede a adoção do imposto sobre o valor adicionado, o IVA, que é proposto pela reforma e tem o potencial de reduzir substancialmente a carga de tributos pagos pela indústria. eldquo;Apoiamos com convicção essa causa porque ela é boa e necessária para o Paíserdquo;, pregam as entidades, citando também estudos que apontam, em 15 anos, um impulso de 12% a 20% ao Produto Interno Bruto (PIB) a partir da aprovação da reforma. eldquo;Isso significa, em dinheiro de hoje, R$ 1,2 trilhão a mais circulando na economiaerdquo;, acrescentam. Em resposta a críticas dos setores de serviços e do agronegócio, que terão maior carga se a reforma passar como está, o documento sustenta que todos os setores econômicos e sociais vão ganhar se o Brasil tiver um sistema de recolhimento de impostos mais racional. eldquo;O tempo e os recursos desperdiçados com a burocracia dos impostos poderão ser investidos de maneira mais produtivaerdquo;, assinalam as associações. Leia o manifesto na íntegra: Reforma Tributária Já! Façamos do Brasil o país que todos almejam O Brasil tem pressa. Precisa de mais investimentos, mais inovação, menos burocracia, ser mais competitivo, mais eficiente, criar melhores empregos para desenvolver-se e garantir o bem-estar de todos. Tais objetivos exigem uma reforma tributária abrangente, homogênea e moderna. O caminho a seguir, em conformidade com as melhores práticas internacionais, recomenda alinhamento aos 90% dos países do mundo que adotam o imposto sobre o valor adicionado para todos os setores, desonerando as exportações e os investimentos, além de valorizar a produção, o comércio e os serviços. Apoiamos com convicção essa causa porque ela é boa e necessária para o país. A aprovação da reforma tributária dos impostos sobre o consumo, numa primeira etapa, tem o potencial de aumentar o produto interno bruto (PIB) em 12% a 20% em até 15 anos, segundo estudos disponíveis. Isso significa, em dinheiro de hoje, R$ 1,2 trilhão a mais circulando na economia. Um Brasil mais dinâmico, competitivo e rico vai emergir, incentivando o crescimento alavancado pelo fim da tributação em cascata e outras práticas nocivas ao desenvolvimento. Todos os setores econômicos e sociais vão ganhar se o país tiver um sistema tributário racional - o que há muitos anos deixou de existir. O tempo e os recursos desperdiçados com a burocracia dos impostos poderão ser investidos de maneira mais produtiva. As empresas optantes do Simples continuarão nesse sistema. No caso do setor de serviços, essas empresas constituem a grande maioria. Para superar os principais desafios e ter um país próspero, justo e solidário, os brasileiros precisam abraçar a causa que é de todos. Chega de perder oportunidades! Façamos do Brasil o país que todos almejam! As entidades abaixo assinadas representam atividades que geram milhões de empregos e respondem pela maior parte da arrecadação de impostos no país. Elas manifestam o seu apoio à reforma tributária em tramitação na Câmara Federal, com a expectativa de sua aprovação.

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'Empresas querem regras e não subsídios para produzir hidrogênio verde', diz Rollemberg

Secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Rodrigo Rollemberg tem atuado para que a Câmara dos Deputados avance no projeto que regulamenta as usinas eólicas offshore (instaladas em alto-mar). De autoria do atual presidente da Petrobras, Jean Paul Prates,a proposta foi aprovada pelo Senado no ano passado. Em entrevista ao Estadão/Broadcast, Rollemberg classifica como eldquo;impressionanteerdquo; o número de empresas de grande porte que têm procurado o governo com interesse na produção de hidrogênio endash; que pode ser gerado, entre outros processos, por meio da energia produzida pelas usinas eólicas. eldquo;Eles nos dizem: elsquo;Não precisamos de subsídio, precisamos de regulamentaçãoersquo;.erdquo; Rollemberg engrossa o discurso de outros integrantes do Executivo que enxergam na fonte de energia limpa um potencial exportador para o Brasil. O governo concluiu recentemente uma minuta do projeto que cria o mercado regulado de carbono. Qual a expectativa sobre o texto a partir de agora? Logo que entrei, fomos demandados sobre regulamentação do mercado de carbono pela indústria. E o vice-presidente, ministro (Geraldo) Alckmin, nos orientou a trabalhar a regulamentação, ouvindo sempre o setor produtivo. Chamamos a indústria, a CNI, Cebds (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável), as entidades representativas de cada setor mais intensivo em energia e preparamos uma minuta. Passamos a ter reuniões semanais no Ministério da Fazenda para discutir o projeto, que está pronto. Neste momento, está passando pelas áreas jurídicas dos ministérios. E o núcleo político do governo vai decidir se encaminha um projeto de lei ou se vai aproveitar um dos projetos já tramitando na Câmara ou no Senado. Enxerga um horizonte para a aprovação da proposta? Tenho muita convicção de que temos todas as condições de aprovar até o fim do ano, porque foi construído ouvindo sempre os setores interessados, especialmente a indústria, o primeiro setor a ser regulado. O projeto adota o modelo de cap and trade, o modelo usual, especialmente na Europa. O texto diz que estarão no mercado regulado instalações que emitam acima de 25 mil toneladas de CO (monóxido de carbono) equivalente por ano. Como a indústria recebeu esse número? Um dos projetos da Câmara estabelecia um recorte bem mais alto, acima de 50 mil toneladas de carbono equivalente. Temos ouvido toda a indústria. Está tudo muito de acordo com o que vamos fazer. Essa foi a orientação do ministro. Por isso, entendo que não vai ter muita dificuldade de aprovarmos no Congresso. E a recepção do agronegócio? Nesse primeiro momento entram no mercado regulado apenas uma pequena parcela dos grandes frigoríficos. Temos conversado com o agro por meio do Cebds, que tem representações do setor. O mercado de carbono vai acabar sendo uma excelente oportunidade para o agro em razão do mercado voluntário (que pode vender créditos ao mercado regulado, se as metodologias de comprovação forem compatíveis). Por exemplo, os sistemas agroflorestais, o reflorestamento, isso tudo vai passar a ter capacidade de geração de crédito de carbono. O vice-presidente afirmou recentemente que o PIB poderia crescer 5% com o mercado regulado de carbono. Como se chegou a esse número? É de um estudo da WayCarbon, da Câmara de Comércio Internacional. Estimam que o Brasil pode faturar até US$ 120 bilhões com o comércio de carbono, parte do regulado, parte do voluntário. O Brasil tem muito potencial nesse mercado. Já temos a experiência do RenovaBio, temos instituições como Embrapa, Senai, Inmetro, uma grande rede para que não dependamos de certificadoras internacionais. A ideia é ter tudo mais acessível para o produtor, pelo objetivo de incorporar também pequenos e médios produtores. A quais outras agendas a secretaria tem dado foco? Estamos muito focados na construção de oportunidades de neoindustrialização a partir de energia e da transição energética. Um tema em que temos procurado trabalhar no Congresso é a regulamentação das (usinas) eólicas offshore. Estou impressionado com o número de empresas de grande porte que nos procura. Estão muito interessados na produção de hidrogênio. E nos dizem: eldquo;Não precisamos de subsídio, precisamos de regulamentaçãoerdquo;. Hoje, já tem, no Ibama, um número de solicitações de licença para eólicas offshore que mais do que dobra a capacidade de geração elétrica brasileira. Só precisam de regulamentação. Vejo uma oportunidade enorme de exportarmos hidrogênio. E, mais importante, atrair a cadeia de suprimentos de aerogeradores, de eletrolisadores, atrair indústrias intensivas em energia, como de cimento, aço, alumínio, indústrias químicas. Com isso, produzir com baixa pegada de carbono. ebull;

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