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Silveira defende que Petrobras recompre refinarias privatizadas

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu nesta quarta-feira (27/9) que a Petrobras recompre as refinarias que privatizou. Ele afirmou que está conversando com a estatal sobre essa possibilidade eldquo;dentro de regras de mercadoerdquo;. Silveira participou nesta tarde da cerimônia de assinatura dos contratos do último leilão de transmissão. A epbr transmitiu ao vivo em seu canal no Youtube. Essa foi uma das agendas que o ministro teve esta semana com o presidente Luís Inácio Lula da Silva. Silveira também se encontrou com o presidente da Petrobras nesta semana, Jean Paul Prates. De acordo com o ministro, eles trataram da segurança do suprimento de diesel endash; afetada recentemente pelo corte das exportações da Rússia endash; e da necessidade de ampliar a capacidade de refino nacional, com a modernização das refinarias. eldquo;Foi tratado segurança de suprimento, foi tratada a questão do desenvolvimento, a questão da velocidade dos investimentos necessários que, na nossa opinião, devem ser a grande prioridade, o grande foco da Petrobras nesse momento, que é voltar a trabalhar para que nós possamos modernizar as nossas atuais refinarias a fim de que nós alcancemos rapidamente a nossa autossuficiência de derivados de petróleo no Brasil, garantindo suprimento energético 100% nacionaleldquo;, afirmou. Segundo ele, o objetivo é produzir localmente os 20% de diesel que o país importa hoje. Outra forma de garantir o suprimento, segundo Silveira, é a recompra das refinarias privatizadas pela Petrobras. eldquo;Nós estamos trabalhando várias frentes para isso. Uma é reforçar o interesse nosso de política pública, de que a Petrobras seja rápida na modernização dos seus parques de refino e que avalie a possibilidade, inclusive, já é pública a minha opinião, de que a Petrobras deve negociar com aquelas refinarias que foram privatizadas para que dentro de regras de mercado, porque nós queremos respeitar a segurança jurídica, a estabilidade regulatória, ela possa readquirir essas refinarias a fim de fazer o Brasil um país seguro na questão do suprimento e de melhores preços de álcool, de gás de cozinha e de óleo diesel para o consumidor brasileiro, fazendo o Brasil competitivo.erdquo; Venda de refinarias da Petrobras Silveira já tinha defendido a recompra da RLAM no início deste mês. Segundo o ministro, a unidade comprada pela Acelen, controlada pelo Mubadala Capital, nunca deveria ter sido vendida. eldquo;A Petrobras deve avaliar recomprar a RLAM. É um ativo histórico e que fez parte da estratégia de desmonte do Sistema Petrobras e nunca deveria ter sido vendidoerdquo;, disse em nota divulgada na ocasião. A venda das refinarias atende ao compromisso firmado pela Petrobras com o Cade em 2019, para abertura do mercado de refino. Foram vendidas quatro unidades: RLAM (Mataripe), na Bahia, para o fundo Mubadala; a Reman, em Manaus (AM), para o grupo Atem; a Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná, para a Feamp;M Resources; e a Lubnor, para a Grepar. O próprio Cade já admitiu que o acordo com a Petrobras, que levou à privatização das refinarias, pode ser mudado. O presidente Alexandre Cordeiro sinalizou em junho que o órgão antitruste está aberto a renegociar com a Petrobras os termos dos compromissos assumidos pela petroleira durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) para abertura dos mercados de refino e gás natural. Cordeiro disse que o eldquo;mercado é dinâmicoerdquo; e que eldquo;todo contrato é possível revererdquo;. Ele destacou que o Cade é uma instituição técnica e independente, mas não eldquo;uma ilha isolada no meio do oceanoerdquo; endash; e que, portanto, mudanças na política energética, devido à eldquo;reorganização política do paíserdquo;, podem justificar revisões dos acordos com a Petrobras.

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Maior importadora de diesel russo do Brasil entra na distribuição de gasolina

Maior importadora de diesel russo do Brasil, a Nimofast vai começar a operar também na distribuição de gasolina, por meio da Nimo Energia, distribuidora comprada no início do ano. A gasolina será fabricada aqui no País a partir da formulação de nafta - um derivado do petróleo - também trazida da Rússia. O foco da operação será a região Nordeste, que tem pouca presença de agentes nacionais e importa a maior parte do insumo dos Estados Unidos, de acordo com o presidente da empresa, Ramon Reis. eldquo;O enfoque será em regiões de Pernambuco, do Rio Grande do Norte e outras. Eu fujo da Petrobras, não competindo com seus preços extremamente baixos, e consigo colocar produto no mercado a preços menores que o das importações atuaiserdquo;, diz. eldquo;Minha operação é totalmente focada no Nordeste. Entrar no Sudeste e mesmo em outras regiões seria quase impossível.erdquo; Apesar da suspensão de exportações de combustíveis pela Rússia na semana passada, o executivo e fontes consultadas pelo Estadão/Broadcast dizem que o negócio que está saindo do forno não corre risco, porque a nafta russa não está no rol de produtos restritos para exportação pelo Kremlin, focado em gasolina e diesel S10. O investimento inicial nessa operação, diz Reis, foi de quase US$ 20 milhões, montante alcançado por meio de um empréstimo com um sindicato de quatro bancos privados e aporte próprio. eldquo;Conseguimos prazos de pagamento maiores que a média do mercado com os fornecedores de nafta na Rússia, o que é fundamental em um negócio intensivo em capital de giro. Esse tempo vai me permitir rodar o negócio e pagá-lo, trazendo novas cargas mensaiserdquo;, diz. O empresário conta que planeja entrar no competitivo mercado de gasolina há anos, mas que o projeto vem sendo preparado mesmo há cerca de um ano. Para tanto, foi fundamental o caixa acumulado com sua outra operação, a importação de diesel russo. Considerando todas as fontes, a Nimofast já responde por cerca 30% das importações totais de diesel do Brasil, só atrás da Petrobras, segundo Reis. Com relação especificamente ao diesel russo, a empresa é dominante, com mais de 60% do mercado. Reis diz que os derivados russos entraram no Brasil para ficar, mesmo após eventual resolução da guerra na Ucrânia. A compra do diesel russo no Brasil vem aumentando desde abril e, em agosto, respondeu por 74% do total importado, segundo dados de comércio exterior do governo federal. Hoje, o Brasil varia como segundo ou terceiro maior comprador de diesel da Rússia, só atrás da Turquia e empatado com a Líbia, diz Reis. Nafta em gasolina A primeira carga de nafta vinda da Rússia chegou na semana passada ao terminal da Decal, no Porto de Suape (PE). São 50 milhões de litros de nafta a serem transformados em gasolina. Segundo Reis, a Decal, dona do terminal, vai atuar como prestadora de serviço para a Nimofast. Por meio de convênio, a operação também contará com profissionais do Instituto de Pesquisa em Petróleo e Energia, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A transformação da nafta em gasolina será realizada nos tanques do terminal por meio do processo chamado de eldquo;reforma catalíticaerdquo;. O processo não altera a quantidade de átomos do composto, somente sua estrutura molecular, a fim de torná-lo idêntico à gasolina. eldquo;Começaremos a operação comercial no início de outubro. Vamos trazer um navio por mês. Para nós, é um volume grande, mas para as gigantes do setor (Petrobras, Vibra, Raízen e Ipiranga) é só uma gota no oceanoerdquo;, diz o empresário. O volume, diz Reis, tem a ver com a tancagem disponível no porto. A Decal informa que o terminal tem uma capacidade total de armazenamento de 156 mil metros cúbicos, dos quais só uma parte será usada pela Nimofast. Uma vez pronta, a gasolina será vendida pela Nimo Energia, distribuidora comprada pela Nimofast há seis meses. Em um primeiro momento, a empresa só venderá para outras distribuidoras que possuírem cargas de etanol anidro e permissão para misturar essas cargas na gasolina para obter o produto final que vai às bombas. Depois, em um prazo de seis meses, Reis planeja assumir também esse preparo para distribuir diretamente ao varejo. Por lei, o etanol anidro representa 27,5% da gasolina vendida ao consumidor final.

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Petróleo sobe 3% e atinge maior valor do ano com queda de estoques nos EUA

Os preços do petróleo subiram 3% nesta quarta-feira (27), registrando o maior valor de fechamento de 2023, depois que os estoques do óleo bruto dos EUA caíram mais do que o esperado, aumentando as preocupações com a escassez de oferta em meio aos cortes de produção da Opep+. Os contratos futuros do petróleo Brent, principal referência internacional, fecharam a US$ 96,55 por barril, com alta de US$ 2,59, ou 2,8%, após superarem US$ 97. Os futuros do petróleo West Texas Intermediate dos EUA (WTI) subiam US$ 3,29, ou 3,6%, para US$ 93,68. A máxima da sessão foi acima de US$ 94. Os estoques de petróleo bruto dos EUA caíram em 2,2 milhões de barris na semana passada, para 416,3 milhões de barris, mostraram dados do governo, em comparação com as expectativas dos analistas em uma pesquisa da Reuters de uma queda de 320 mil barris. Os estoques de petróleo bruto no centro de entrega de Cushing, Oklahoma, caíram 943 mil barris na última semana, mostraram os dados. "A grande notícia foi o armazenamento em Cushing. E isso está causando a elevação de todo o complexo. A maior preocupação dos comerciantes é que Cushing esteja se aproximando de mínimas operacionais de vários meses. Isso é uma força de alta para os preços do petróleo", disse Dennis Kissler, vice-presidente sênior de negociações da BOK Financial. Os estoques em Cushing têm se aproximado de níveis historicamente baixos devido à forte demanda por refino e exportação. A redução dos estoques de petróleo dos EUA ocorre no momento em que a Arábia Saudita e a Rússia emdash;como parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, conhecidos como Opep+emdash; estenderam os cortes voluntários de produção de 1,3 milhão de barris por dia até o final do ano, preocupando os mercados quanto à escassez de oferta no inverno no Hemisfério Norte. "Até que seja tomada uma decisão para aumentar a produção, o mercado global de energia continuará apertado", disse Ole Hansen, diretor de Estratégia de Produtos de Base do Saxo Bank. A disparada dos preços do barril no mercado internacional nesta quarta elevou a defasagem dos valores dos combustíveis vendidos pela Petrobras no Brasil ante os praticados no exterior, ampliando pressão para um novo reajuste nas refinarias da petroleira estatal, disseram analistas. O cenário ocorre em momento em que já havia uma avaliação de que a companhia precisaria reajustar o diesel em breve, uma vez que a Rússia emdash;atualmente a principal fornecedora externa do combustível ao Brasilemdash; decidiu restringir as exportações do produto, que vinha chegando ao país com preços mais baixos do que o praticado por outros fornecedores mais tradicionais. "Como a nova política [de preços da Petrobras] não segue o PPI [preço de paridade de importação], fica sempre difícil analisar quando pode ter o aumento. Mas, sem dúvida, pressiona a companhia", disse à Reuters o diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), Pedro Rodrigues. (Reuters)

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Entidades se unem por política industrial para hidrogênio

Na última terça-feira (26/09), a Federação da Indústria do Estado do Ceará (Fiec) e a Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp) assinaram acordo de cooperação com geradores renováveis para discussão de políticas públicas de estímulo à produção e o uso do hidrogênio verde (H2V) no Brasil. Participam da iniciativa a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) e a Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (Abeeólica). A colaboração prevê a identificação do custo de produção do hidrogênio renovável e também as regiões mais aptas para receber hubs que otimizem custos de transporte, tanto para o mercado doméstico como para o internacional. Outro objetivo do acordo é identificar potenciais na indústria local para a produção de eletrolisadores e demais equipamentos utilizados na produção do H2V e amônia verde, bem como contribuir para a construção de metas para produção e uso do combustível no Ceará e São Paulo. Oportunidade na industrialização André Themoteo, coordenador do Grupo de Trabalho de Hidrogênio Verde na Abeeólica, acredita que o acordo permite a aproximação com as indústrias, para entender melhor as possibilidades de demandas mais imediatas pelo hidrogênio renovável. eldquo;A ideia é ver nesse primeiro momento qual o uso mais competitivo desse hidrogênio que demandaria necessidade de renúncias fiscais, que já demonstra algum tipo de facilidade técnica e econômicaerdquo;, disse à agência epbr. O presidente da Absolar, Ronaldo Koloszuk, acredita que o país deve apostar na utilização do hidrogênio verde como indutor da indústria nacional, para produção e exportação de produtos com menor pegada de carbono. eldquo;O Brasil tem uma vocação para a economia verde. Os fundos de investimentos, os outros governos enxergam o Brasil como potencial exportador de economia verde. E essa exportação começará não pela energia como commodities, mas com produtos com valor agregado, como comida feita com fertilizantes verdeserdquo;, disse em entrevista à agência epbr. Outro exemplo seria a produção de hot briquetted iron (HBI). Analistas da Mckinsey apontam que o HBI a partir do hidrogênio verde produzido no Brasil já possui preço aceitável no mercado europeu, considerando a taxação de carbono. E segundo a BloombergNEF, o Brasil pode ter o hidrogênio verde mais barato do mundo, até 2030, cotado em US$ 1,47 Kg. Podendo ser a produção de hidrogênio verde mais competitiva que a de hidrogênio cinza na refinaria, mesmo sem subsídios. Equipamentos para produção de hidrogênio Koloszuk também vê oportunidades para a indústria de equipamentos, seja para produção de hidrogênio verde, como eletrolisadores, seja para geração renovável, como conversores. Além do acordo com a Fiesp e Fiec, a Absolar também integra o Pacto pelo Hidrogênio Renovável, ao lado da Abeeólica, Abiogás, Câmara de Comércio Brasil endash; Alemanha Rio, e governo do Ceará, em que propõem uma série de medidas, entre incentivos fiscais e ampliação de financiamento para produção de hidrogênio. Incentivos para a demanda Paralelamente, a Absolar também sugere outros instrumentos para incentivo da demanda, como contrato por diferença, estilo o H2 Global, tendo o governo como intermediário, subsidiando a diferença entre o preço de oferta e compra do hidrogênio verde. eldquo;Outra sugestão seria um green premium, em que o consumidor tenha um incentivo, que pode ser um benefício fiscal ou crédito tributário, para consumir o hidrogênio verde ou seu derivado, de fonte renovável, versus o que ele está consumindo hojeerdquo;, explica Eduardo Tobias, coordenador da força-tarefa de hidrogênio verde da Absolar, à epbr. A associação também avalia a possibilidade de mistura progressiva, do ponto de vista do consumidor do hidrogênio, não necessariamente do gasoduto, estilo o que ocorre no programa do biodiesel. Para Jurandir Picanço, consultor de energia da Fiec, o acordo olha para as sinergias entre o Ceará, como grande fornecedor de energia renovável para produção de hidrogênio verde, e São Paulo, como o principal consumidor. eldquo;São Paulo com certeza vai ser o maior consumidor de hidrogênio verde do país, por ter a maior base industrial. E maior fonte da energia vai ser eólica e solar. A demanda por energia para produção de hidrogênio verde é muito grande. Novas usinas vão ter que ser implementadaserdquo;, afirmou o consultor à agência epbr. As entidades vão identificar pontos que poderão se transformar em sugestões para o governo. Diversos países já estão mais avançados. Para o representante da Fiec, há necessidade de estímulos à demanda, de modo que a indústria faça a mudança do uso do hidrogênio cinza endash; produzido com gás natural sem captura de carbono endash; para o hidrogênio produzido pelas energias renováveis. eldquo;São precisos esses estímulos (ehellip;) Temos aqui um mercado de hidrogênio, algumas atividades que já utilizam hidrogênio. É preciso estabelecer prazos para utilização de hidrogênio de baixo carbono. Assim, os consumidores atuais irão se adaptar, e o mais importante são os novos usos do hidrogênio substituindo os combustíveis fósseiserdquo;, avalia Picanço.

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Política para hidrogênio deve incentivar demanda, defende ABH2

Para Marina Domingues, diretora de mercado e regulação da Associação Brasileira do Hidrogênio (ABH2), políticas públicas para o hidrogênio no Brasil devem incentivar a demanda, olhando para a reindustrialização do país. Na avaliação dela, o Brasil já possui matriz energética limpa, e energia renovável barata, em comparação a países europeus e os Estados Unidos, por exemplo. Isso possibilitaria que os subsídios e incentivos no caso brasileiro pudessem ser mais direcionados para o consumo, do que necessariamente para a produção do hidrogênio. eldquo;Talvez no Brasil, mais relevante do que a descarbonização seja a reindustrialização. Esse vai ser o papel principal do hidrogênio. Conseguir reativar uma cadeia de valor, atrair oferta de trabalho com profissionais qualificadoserdquo;, disse em entrevista à agência epbr. Hidrogênio elsquo;limpoersquo; Na estratégia americana, por exemplo, o governo dos Estados Unidos prevê o aumento gradativo de crédito fiscal considerando a menor pegada de carbono na produção de hidrogénio, sendo o hidrogénio verde, produzido a partir de eletrólise com energia renovável, o que poderá receber subsídios até US$ 3 por quilograma. Os Estados Unidos adotaram a definição de eldquo;hidrogênio limpoerdquo;, abrangendo várias rotas de produção, incluindo eletrólise usando energia renovável, combustíveis fósseis com captura e armazenamento de carbono, biomassa e resíduos, e energia nuclear. Por aqui, o governo federal ainda formula propostas para o marco legal do hidrogênio, já discutido em uma comissão criada na Câmara dos Deputados. O assunto é tratado como prioridade na tentativa dos parlamentares de assumir o protagonismo de uma eldquo;agenda verdeerdquo; para o país. O governo federal, sob coordenação do Ministério de Minas e Energia, avalia questões como a taxonomia endash; definição de qual será o hidrogênio de baixo carbono no Brasil endash; e questões regulatória. Oferta x demanda Na Câmara, o debate inclui justamente se incentivos devem começar pela oferta, favorecendo os produtores, ou o consumo. No Plano Trienal do Programa Nacional do Hidrogênio, atualizado este ano, o governo apresentou a meta de incentivar a construção de projetos-piloto de produção de hidrogênio de baixo carbono, e a consolidação de hubs de produção e consumo pelo país. A ABH2 participa de todas as Câmaras Temáticas para o Programa Nacional do Hidrogênio. eldquo;A discussão de hidrogênio, a política pública foca muito em como produzir, etc. Mas talvez o foco da política pública não seja isso no Brasil. O Brasil tem um problema sério de demandaerdquo;, avalia Domingues. Ela explica que a ABH2 defende muito mais uma política de demanda e reindustrialização do que uma política de descarbonização do hidrogênio, considerando a cor, com foco em subsídios em rotas específicas. eldquo;O projeto do hidrogênio deve ser um projeto voltado para a indústria. elsquo;É muito mais incentivar o setor químico, o setor automotivo, os setores de produção de aço, para conseguirmos ter essa cadeia de valor instaladaerdquo;. eldquo;Não faz sentido exportar hidrogênio e importar fertilizantes. Essa matemática não faz sentido nenhumerdquo;, diz. Rotas de hidrogênio Outro ponto levantado por Domingues é a necessidade de uma visão agnóstica em relação às rotas de produção de hidrogênio nesse momento, também como uma maneira de garantir a segurança de suprimento ao consumidor final. eldquo;O fato de hoje, em 2023, concentrarmos a estratégia do desenvolvimento de um novo mercado somente em uma rota tecnológica é um risco muito grande para quem está principalmente demandando esse hidrogênioerdquo;, afirma a diretora. Segundo ela, o Brasil terá uma expansão tanto das energias renováveis, como também da oferta de gás natural, e precisa aproveitar todas as oportunidades. eldquo;O hidrogênio é quase que um offtaker desses dois mercados. Tanto para o gás, quanto para o de energia renovável. Na nossa visão, como defensores do hidrogênio, acreditamos que o hidrogênio deve, sim, utilizar todos os recursos que têmerdquo;. Contudo, Domingues ressalta que o foco dos incentivos deve ser sempre o hidrogênio de baixo carbono, independente da fonte. eldquo;Quando a gente fala em produção de hidrogênio a partir do gás, é sempre com captura. O hidrogênio como ele é, principalmente o uso cativo em refinarias e etc., isso não precisa ser incentivado, é um mercado já existenteerdquo;, avalia. eldquo;As políticas públicas hoje têm que ser no sentido de reduzir a intensidade de carbono na produção de hidrogênio, independentemente da fonte. Se for gás natural, produzir hidrogênio a partir do gás natural, mas com captura de carbonoerdquo;. A diretora destaca que no caso brasileiro, a produção de hidrogênio a partir de energia renovável já é mais competitiva. eldquo;Hoje, quando pensamos no custo de produzir hidrogênio no Brasil, a partir de fontes renováveis, a partir da eletrólise, ele já tem um preço mais competitivo do que, por exemplo, produzir o hidrogênio na Alemanha ou nos Estados Unidos. Conseguimos, talvez, ter um subsídio menor, porém muito mais efetivo do que, por exemplo, o crédito que é dado hoje nos Estados Unidoserdquo;.

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Volvo promete finalizar a produção de carros a diesel em 2024; veja detalhes

A Volvo tem o compromisso de, até 2030, produzir e comercializar apenas carros elétricos e, até 2040, ser uma empresa 100% neutra para o clima. Para se aproximar desses objetivos, a empresa anunciou, durante a Semana do Clima de Nova York, entre os dias 17 e 24 de setembro, que produzirá seu último carro a diesel no início de 2024. O anúncio segue a decisão do ano passado de finalizar o desenvolvimento de novos motores à combustão. eldquo;Motores elétricos são o futuro e são superiores a motores a combustão: eles geram menos barulho, menos vibração e menos custos de manutenção e zero emissõeserdquo;, afirmou Jim Rowan, CEO da Volvo Cars. Por que a Volvo decidiu parar de produzir carros a diesel? A decisão da Volvo em finalizar a produção de carros a diesel no início de 2024 faz parte da iniciativa da marca de se tornar parte da solução de um problema causado pela própria indústria automotiva: a poluição. Diante do alto nível de gases emitidos pelos motores à combustão, a marca decidiu focar em motores ecologicamente menos prejudiciais. A marca, que tinha o motor a diesel como seu produto mais popular na Europa, agora está focada na eletrificação. Além da busca pela preservação ambiental, o interesse da montadora é também comercial. Isso porque, a marca identificou uma nova tendência no mercado europeu, que, nos últimos anos, teve a maior parte das vendas direcionadas para carros híbridos ou elétricos. Portanto, menos carros a diesel nas ruas tem efeito positivo na qualidade do ar das cidades, já que reduzirá a emissão de óxidos de nitrogênio (NOx) e no bolso da Volvo, que estará cada vez mais adequada às tendências do mercado.

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