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Aposta é que PIB do 3º tri terá desaceleração moderada

A atividade brasileira deve ter desacelerado apenas moderadamente no terceiro trimestre do ano, segundo economistas. A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de julho a setembro é de alta de 0,8%, ante o segundo trimestre, quando subiu 1,4%. Essa é a mediana das projeções de 63 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor. O intervalo das estimativas varia de 0,5% a 1,9%. eldquo;Começamos prevendo terceiro trimestre ao redor de 0,5% e já éramos mais otimistas, porque o consenso estava perto de zero, com algumas previsões até negativas.E mesmo nós fomos surpreendidos e estamos, agora, vendo um crescimento que é o dobro do que esperávamos inicialmenteerdquo;, diz João Savignon, economista para Brasil da Kínitro Capital, que prevê alta de 1% do PIB no terceiro trimestre, ante o segundo. A atividade não desacelerou na intensidade esperadaerdquo;, diz Helcio Takeda, economista e sócio da Pezco, que também estima alta de 1% no mesmo período. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Carros elétricos crescem no Brasil, mas esbarram em falta de recarga

Cerca de 38% dos proprietários de veículos elétricos no Brasil dizem que consideram voltar para carros movidos a combustíveis fósseis, segundo uma pesquisa feita pela McKinsey. O descontentamento tem um motivo: os entrevistados disseram estar insatisfeitos com a infraestrutura de recarga no país, segundo a consultoria. Esta foi a primeira vez que a McKinsey fez esse questionamento na pesquisa, realizada a cada 18 meses. A consultoria ouviu mais de 3.000 pessoas no Brasil, representativas da população nacional em termos socioeconômicos, demográficos e geográficos, com perguntas sobre temas de mobilidade. Na Europa, o número de pessoas que consideram voltar para o carro a combustão chegou a 25% e nos EUA, 50%. Entre os americanos, porém, as reclamações estão mais direcionadas à experiência com os veículos. "Nos outros países também tem o problema de infraestrutura, mas tem outras questões, como o custo do veículo e a experiência de direção. Nos Estados Unidos, por exemplo, o consumidor médio gosta muito da experiência do carro a combustão: do motor, do barulho, etc. Esse fator no Brasil quase não surgiu na pesquisa", explica Daniele Nadalin, sócio da McKinsey. De acordo com a consultoria, atualmente há cerca de 40 veículos elétricos para cada ponto de recarga público no Brasil endash;na Europa, o número é de 15 carros por ponto. Segundo a McKinsey, o Brasil precisará elevar o número de carregadores, públicos e residenciais, para dar conta da demanda maior nos próximos anos. Não é uma tarefa impossível, segundo Nadalin. "Obviamente ninguém tem bola de cristal, mas tem muito interesse de players brasileiros e players de fora. Há gigantes do mundo de mobilidade, como Siemens, investindo nesse setor, oferecendo carregadores. Já é um sinal de que o mercado está se preparando e reagindo a essa falta." O empresário Rodrigo de Almeida, 52, proprietário de um carro elétrico, está com viagem marcada para o dia 20 de dezembro. Ele vai sair de Brasília com destino a Balneário Piçarras (SC), pernoitando em São Paulo. Dono de um Chevrolet Bolt, Almeida programou toda sua viagem: já sabe onde irá carregar o veículo e até qual será a outra alternativa se um eletroposto estiver indisponível. "Saio bem cedo para reduzir a chance de pegar alguma fila." Ele relata que tem presenciado mais filas nas cidades, por causa dos motoristas de aplicativo, do que em rodovias. "Na estrada, quando ocorre, a fila é pequena", diz. De acordo com Ricardo Bastos, presidente da ABVE, associação da qual fazem parte marcas como BYD, GWM e Volvo, o Brasil já registra hoje mais de 10 mil carregadores instalados. O problema, segundo ele, é que a maior parte dos equipamentos é lenta. Se um carregador rápido completa a carga de um veículo em um tempo que varia de 20 minutos a uma hora, um modelo lento pode levar até cinco horas. A expectativa da ABVE é de que o número de carregadores rápidos cresça nos próximos anos, o que absorveria melhor a demanda, segundo Bastos. A associação vem registrando bons resultados de vendas. Em outubro, foram pouco mais de 16 mil veículos leves eletrificados comercializados, aumento de 68% na comparação com outubro de 2023. No acumulado de janeiro a outubro, o número de vendas (cerca de 138,6 mil) mais que dobrou em relação ao mesmo período do ano passado. Os veículos 100% elétricos (BEV) e os híbridos plug-in (PHEV), lideram a participação de mercado dos eletrificados em 2024, com 71% das vendas (quase 98,4 mil). Segundo a pesquisa da McKinsey, 44% dos brasileiros afirmam que seu próximo carro será eletrificado (BEV ou PHEV), resultado que supera a média global, de 38%.

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Devedor contumaz: Confederações poderão vetar inclusão de empresas em lista, diz relator

O deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), relator na Comissão de Desenvolvimento Econômico (CDE) do projeto de lei que cria uma lista de nomes sujos para eldquo;devedores contumazeserdquo;, apresentou nesta segunda-feira, 2, detalhes do parecer da proposta, que segundo ele será concluído na manhã desta terça-feira, 3. Como mostrou o Estadão em agosto, o texto prevê que confederações nacionais terão poder de veto em relação à inclusão de empresas na lista. eldquo;Entidades nacionais setoriais vão poder ter veto na lista apresentada. Será um órgão consultivo. O Ministério da Fazenda vai fazer consulta e as instituições, representantes de cada setor, vão poder nomear ou excluirerdquo;, disse Forte a jornalistas em jantar realizado nesta noite de segunda-feira. Segundo ele, a ideia é votar o texto na comissão nesta quarta-feira, 4, e posteriormente aprovar um requerimento de urgência para que o projeto seja apreciado diretamente em plenário ainda este ano. O eldquo;devedor contumazerdquo; é o empresário que usa a inadimplência como estratégia de negócio, ou seja, age de má-fé. O texto define como eldquo;devedor contumazerdquo; empresas com dívidas tributárias acima de R$ 15 milhões, sem garantias e com o endividamento maior do que o patrimônio, ou que tenha dívida nesse mesmo valor por mais de um ano, ou ainda que tenha relação com outra que se encontre inativa nos últimos cinco anos, também com dívidas tributárias superiores a R$ 15 milhões. De acordo com a proposta apresentada, o tratamento aos devedores contumazes será baseado eldquo;em sanções rigorosas, que incluem restrições operacionais e reputacionaiserdquo;. Entre as penalidades, uma delas estabelece o registro do status de devedor contumaz no CNPJ da pessoa jurídica com divulgação pública no site da Receita Federal e da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Essa informação será acessível a órgãos de controle e a outras empresas. Além disso, os devedores poderão ter sua inscrição no CNPJ declarada inapta, o que impede a realização de transações comerciais e administrativas e inviabiliza a continuidade de suas operações legais. Eles ficarão impedidos ainda de participar de licitações públicas e de estabelecer vínculos contratuais ou administrativos com entes da administração pública em qualquer esfera. Também serão excluídos de programas de conformidade, perdendo acesso a benefícios como a redução de multas e parcelamentos especiais. Forte evitou definir uma estimativa de aumento na arrecadação com a proposta e disse que já ouviu números que giram entre R$ 22 bilhões a R$ 240 bilhões. Segundo ele, a inibição da atividade criminosa já estimula a competição saudável no mercado brasileiro. O deputado garantiu que a proposta apresentada não gera aumento de tributos. eldquo;O devedor contumaz atinge em cheio a capacidade de competitividade dos produtos brasileiros e desestimula pessoas de bem, empresários honestos, a fazer suas empresas saudáveis. E por outro lado também fortalece aquilo que há de pior na competição econômica que é exatamente o enriquecimento ilícitoerdquo;, avaliou. O deputado afirmou que a única pendência que permaneceu em seu relatório e que deverá ser decidida nesta terça, pela Fazenda, é qual será a instância que vai centralizar a negociação das dívidas das empresas, a Procuradoria da Fazenda Nacional ou a Receita. Ambos os órgãos disputam a função.

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Dólar fecha acima dos R$ 6, com mercado insatisfeito com pacote fiscal

O dólar fechou em alta de 1,13%, a R$ 6,0685, renovando a máxima histórica pelo quarto dia de negócios seguido. O mercado segue digerindo as medidas de ajuste fiscal divulgadas pela equipe econômica do governo federal na semana passada. Na visão de José Alfaix, economista da Rio Bravo Investimentos, o principal problema das medidas é que elas eldquo;não convencemerdquo;. De acordo com ele, boa parte do mercado não enxerga que os ajustes anunciados possam trazer a economia projetada pelo governo de R$ 70 bilhões. Além disso, o especialista aponta que há dúvidas se o pacote passará pelo Congresso sem nenhum tipo de desidratação. Na última sexta-feira, os presidentes do Senado e da Câmara, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Arthur Lira (PP-AL) ressaltaram o compromisso das Casas com o fiscal, mas não mencionaram se as medidas serão votadas ainda neste ano.

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BYD produzirá no Brasil seu primeiro motor a eletricidade, gasolina e etanol

A fabricante chinesa de veículos elétricos BYD anunciou nesta segunda-feira (2) a contratação de 10 mil trabalhadores para sua nova planta em Camaçari, na Bahia. A fábrica, que será a maior unidade de produção da montadora fora da China, foi adquirida da Ford em julho de 2023. As informações foram divulgadas pela CEO regional da BYD, Stella Li, durante encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. eldquo;Essa será a maior e mais avançada planta de produção de veículos elétricos do mundo fora da Chinaerdquo;, destacou Li. A produção está prevista para começar em março de 2025, com uma meta inicial de 150 mil veículos fabricados até o final do primeiro ano de operação. Até o fim de 2026, a expectativa é dobrar a capacidade, alcançando 300 mil unidades produzidas e expandindo o quadro de funcionários para 20 mil. Inovação tecnológica no Brasil Além da linha de montagem de veículos, a BYD confirmou um feito inédito: o desenvolvimento do primeiro motor triflex da empresa, capaz de operar com eletricidade, gasolina e etanol. O anúncio marca um passo significativo na integração de tecnologias sustentáveis e regionais. eldquo;Cumprimos nossa promessa ao presidente Lula de inovar e investir em tecnologia local. Esse projeto é fruto do trabalho de 110 engenheiros brasileiros e chineseserdquo;, afirmou Stella Li. O motor triflex destaca-se por adaptar-se às necessidades do mercado brasileiro, que historicamente lidera o uso de etanol como combustível sustentável desde o Programa Proálcool, na década de 1970. Para consolidar essa estratégia, a BYD está desenvolvendo um centro de tecnologia na Bahia, que será dedicado à pesquisa de novas soluções no setor automotivo. Impacto socioeconômico na Bahia Com a implantação da fábrica em Camaçari, a BYD não apenas reforça sua presença global, mas também consolida o Brasil como um dos principais polos de produção e inovação da empresa. A chegada da montadora promete reaquecer a economia local, impactada pelo fechamento da fábrica da Ford em 2021. O presidente Lula destacou a importância do investimento. eldquo;É um marco para o Brasil. A BYD traz empregos, tecnologia e sustentabilidade, demonstrando a força da nossa parceria com a Chinaerdquo;, afirmou o presidente em declarações ao fim do encontro. A combinação de inovação tecnológica, expansão industrial e compromisso com energias renováveis coloca o Brasil em destaque no cenário global da mobilidade sustentável,consolidando a transição para um futuro mais verde e economicamente integrado.

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Carros automáticos 'baratos' vão bem em provas de consumo, mas faltam itens de segurança

A comodidade do câmbio automático se popularizou no Brasil: desde 2020, a maior parte dos carros novos vendidos no país dispensa o pedal de embreagem, de acordo com dados da Fenabrave (associação dos distribuidores de veículos). O interesse do consumidor fez as montadoras lançarem veículos menores e mais simples equipados com esse tipo de caixa de marchas. Entretanto, são raras as opções cujo preço seja inferior a R$ 100 mil. A Folha pesquisou valores praticados no mercado de automóveis zero-quilômetro para encontrar as opções de menor preço no segmento. O modelo mais em conta neste momento é o Fiat Argo 1.3 CVT. Embora o preço sugerido para a versão automática comece em R$ 98.990, os anúncios da montadora indicam promoções a partir de R$ 92 mil, aproximadamente. A versão Trekking, que passou pelo teste Folha-Mauá, tem valor sugerido de R$ 102.990. Na prática, contudo, essa opção é comercializada por R$ 96 mil. A diferença para o modelo convencional está em adereços e pneus que remetem ao uso off-road. O câmbio CVT (sigla em inglês para transmissão continuamente variável) simula sete marchas e faz o que pode para extrair o máximo do motor 1.3 flex (101 cv). De acordo com as medições do IMT (Instituto Mauá de Tecnologia), foram necessários 13 segundos para partir do zero e atingir os 100 km/h. Está longe de ser um desempenho esportivo, mas supera com folga o tempo de 18,3 segundos registrado pelo Argo 1.0 flex manual (75 cv) na mesma prova. Para compensar o desempenho acanhado, a versão Trekking com câmbio automático foi bem nas medições de consumo. Abastecido com gasolina, atingiu a média rodoviária de 21 km/l, superando a opção 1.0 emdash;que, na mesma condição, chegou a 20,4 km/l. Mas se sobra autonomia, falta segurança. O Argo é equipado apenas com os dois airbags frontais exigidos por lei, e não há bolsas laterais nem como item opcional. Sistemas avançados de segurança, como frenagem automática de emergência, também estão fora da lista de equipamentos. Esse é o mesmo problema do hatch Citroën C3, segundo modelo mais em conta entre os automáticos. A versão You tem valor sugerido de R$ 96.990, que pode cair para R$ 95 mil nas lojas. Seu motor 1.0 turbo flex tem 130 cv de potência. Já o SUV compacto Basalt, que também é produzido pela Citroën, ao menos traz os airbags laterais entre os itens de série. O modelo segue em promoção de lançamento: a opção Feel com câmbio CVT é oferecida pelos mesmos R$ 96.990 do "irmão" menor, embora o preço de tabela esteja fixado em R$ 112.290. Todos os valores verificados se referem à compra por pessoa física, sem a aplicação de reduções tributárias legais disponíveis para pessoas com deficiência e taxistas. Não foi possível levar o C3 para a pista de testes, mas o Basalt teve o desempenho verificado em parceria com o IMT. Também equipado com motor 1.0 turbo flex, atingiu uma boa marca na prova de aceleração: de zero a 100 km/h em 10 segundos. Na medição de consumo, houve uma surpresa: a média rodoviária com gasolina ficou em 21,8 km/l, sendo ainda mais econômico que o Fiat Argo Trekking, que tem 21 quilos a menos. Ao comparar as fichas técnicas, o consumidor vê que ambos os carros utilizam o mesmo câmbio automático do tipo CVT. Há ainda outros pontos em comum, a exemplo do volume do tanque de combustível (47 litros). A explicação para essas coincidências vem da origem dos veículos: as marcas Fiat e Citroën pertencem ao grupo Stellantis, que reúne ainda Jeep, Peugeot e RAM. Outra semelhança é a falta de ajuste de profundidade da coluna de direção. O problema é mais sentido no Argo, que tem projeto menos ergonômico que o Basalt. O hatch foi mais cansativo no uso, embora tenha acabamento e bancos melhores que o SUV de origem francesa. Para quem precisa de espaço, não há nada tão grande quanto o Citroën em sua faixa de preço. Há boa acomodação para cinco adultos, além de um porta-malas com 490 litros de capacidade para bagagens. Entretanto, quem desejar compactos automáticos com mais itens de segurança terá de procurar em outras marcas. Modelos como Chevrolet Onix (a partir de R$ 105.795), Honda City (R$ 117,5 mil) e Toyota Yaris (R$ 104.190) já saem de fábrica com os airbags laterais e do tipo cortina, que protegem cabeça e tronco em caso de colisão lateral.

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