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Acordo que propõe fusão entre Azul e Gol deve criar gigante da aviação

A Azul e a Gol anunciaram ontem que assinaram um memorando de entendimentos (MoU) com o objetivo de avançar nas negociações para uma eventual combinação de negócios das duas companhias aéreas no Brasil. A informação foi comunicada ao mercado por meio de fato relevante. De acordo com o CEO da Azul, John Rodgerson, há chance de a fusão das duas companhias ser concluída até o final deste ano ainda. eldquo;Uma empresa forte como a resultante dessa fusão, acho que qualquer governo deve ter orgulho de uma empresa assimerdquo;, disse o executivo ao Estadão/Broadcast. O entendimento assinado ontem, segundo a Abra, holding que controla a Gol e a Avianca, não tem impacto na estratégia, na condução dos negócios ou nas operações da Gol. E que a companhia continua focada em concluir as etapas restantes do Chapter 11 (equivalente à recuperação judicial nos Estados Unidos), com o objetivo de sair do processo de reestruturação como uma companhia independente e capitalizada. Conforme ficou estabelecido no memorando, a fusão das companhias depende da conclusão do plano de reorganização da Gol, além de outras condições e aprovações. Caso a fusão seja consumada, é esperado que as duas companhias mantenham suas marcas e seus certificados operacionais de forma independente. eldquo;São marcas muito forteserdquo;, disse Rodgerson, da Azul, informando que nova companhia vai seguir na Bolsa, será listada no Novo Mercado e na Bolsa de Nova York. O fechamento da operação está sujeito também à concordância entre a Abra e a Azul quanto aos termos econômicos da operação, à conclusão satisfatória da due diligence (auditoria prévia), à celebração de acordos definitivos, à obtenção de aprovações corporativas e regulatórias (inclusive do Conselho Administrativo de Defesa Econômica endash; Cade). eldquo;Vamos seguir o calendário do Cadeerdquo;, disse Rodgerson. De acordo com comunicado da Azul, o memorando descreve os entendimentos das partes sobre a governança da empresa resultante da operação, que seria uma corporation (sem controlador definido), e reforça o interesse em continuar as negociações sobre a proposta de troca de ações e outras condições. Se a transação for efetivada, a Azul e a Gol manterão seus certificados operacionais, embora sob uma única companhia listada na Bolsa. A ideia é que áreas sejam combinadas para oferecer mais oportunidades e produtos aos clientes e obter ganhos de eficiência. NEGOCIAÇÃO. A Gol negocia com credores um financiamento de US$ 1,87 bilhão (R$ 11,3 bilhões, ao câmbio atual), que pode ser levantado com ações e dívida, para facilitar a saída do Chapter 11. A expectativa da companhia aérea é de sair em maio do processo. A Gol tem audiência em 13 de fevereiro, em Nova York, para avaliar seu plano de reestruturação. No dia 15 de abril haverá nova audiência para confirmar o plano. Entre maio e junho, a Gol vai lançar a oferta para os atuais acionistas exercerem, ou não, seu direito de preferência. A companhia busca recursos para pagar cerca de US$ 1,32 bilhão que a empresa tomou em financiamento DIP (protegido de credores) logo após entrar no Chapter 11, em janeiro de 2024. Este tipo de empréstimo é específico para empresas em processo de recuperação judicial. Os US$ 500 milhões restantes vão dar liquidez ao balanço da companhia. ebull;

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Pix: com revogação de norma da Receita, entenda quais regras seguem em vigor

Com a revogação da nova norma da Receita Federal sobre monitoramento de transações financeiras após forte repercussão negativa entre a população brasileira e a onda de fake news, voltam a valer as regras vigentes até o final de 2025, inclusive com o acompanhamento das movimentações do Pix. Desde 2001, com base em uma lei aprovada no Congresso, os bancos já são obrigados a enviar para a Receita as entradas e saídas de recursos das contas de seus clientes que superam determinado valor. O montante considerado até dezembro era de R$ 2 mil para pessoas físicas, considerando todos os tipos de operações financeiras, como Pix, TED, gastos no débito, pagamentos e investimentos. A Instrução Normativa atualizava esse valor para R$ 5 mil e obrigava também as instituições de pagamento, além dos bancos tradicionais, a enviar as informações. Para empresas, o montante passava de R$ 6 mil para R$ 15 mil. Com a revogação, continuam valendo, portanto, os valores anteriores e só os bancos continuam obrigados a repassar os dados. Isso não quer dizer que as fintechs não podem enviar as informações voluntariamente. Para o cálculo do montante de entrada ou saída da conta, continuarão a ser consideradas movimentações com Pix, TED, gastos no débito, investimentos, entre outros. A Receita destaca, porém, que só tem acesso ao montante total movimentado no mês, sem discriminação da modalidade utilizada, dos destinatários ou remetentes ou da finalidade da operação. Segundo o fisco, essas informações servem para evitar fraudes, crimes, ou sonegação de impostos. A nova norma foi revogada nesta quarta-feira. Além disso, o governo vai editar uma medida provisória reforçando a gratuidade e o sigilo bancário do Pix.

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Preço do etanol deverá seguir competitivo, mesmo com possível alta

O mercado de combustíveis enfrenta hoje pressões de alta no país, o que pode encarecer o etanol hidratado. Ainda assim, o cenário de oferta do biocombustível deve garantir que os preços do renovável fiquem mais competitivos do que a gasolina até o fim da entressafra de cana-de-açúcar na região Centro-Sul. A primeira fonte de pressão vem do lado tributário. A partir de 1 de fevereiro, o ICMS sobre a gasolina subirá R$ 0,10 o litro, a R$ 1,47 o litro. Esse ajuste já dá ao preço do etanol mais margem de correção sem que ele tenha perda de competitividade, avalia Tarcilo Rodrigues, diretor da comercializadora de etanol Bioagência. Além disso, o petróleo disparou após os Estados Unidos anunciarem novas sanções às empresas de petróleo da Rússia, os principais fornecedores externos do Brasil. Em uma semana, os contratos do Brent para março subiram 8,3%, aumentando a defasagem dos preços de derivados da Petrobras em relação ao mercado internacional. Ontem, a diferença estava em R$ 0,42 o litro na gasolina, segundo a agência de preços Argus. Se a Petrobras repassar algo ao mercado interno, haverá mais espaço para o preço do etanol subir sem que o biocombustível perca mercado, segundo Amance Boutin, especialista da Argus. O biocombustível já se manteve competitivo em toda a safra 2024/25, quando a equivalência em relação à gasolina oscilou na faixa entre 61% e 67% em São Paulo emdash; abaixo, portanto, do patamar de 70% em que ambos se equivalem em rendimento, para a média da frota flex brasileira. Apesar da quebra da safra de cana, a produção do etanol ficou estável por causa do aumento da produção das indústrias que processam milho, que não têm entressafra. Desde a última semana de outubro, quando as indústrias de cana do Centro-Sul começaram a parar, os preços do etanol subiram 5,2% nas usinas paulistas, segundo dados do Cepea/Esalq. Os preços do etanol hidratado pagos pelos motoristas dos carros flex oscilaram menos: do início de novembro até a semana passada (até 11 de janeiro), o valor do litro nos postos de São Paulo subiu 2,3%, para R$ 3,96, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás natural e Biocombustíveis (ANP). Nesse preço, o biocombustível correspondeu a 67% do valor da gasolina. Segundo Rodrigues, da Bioagência, o mercado de etanol está equilibrado. Em 31 de dezembro, as usinas do Centro-Sul tinham 5,2 bilhões de litros de etanol hidratado em seus estoques, segundo dados do Ministério da Agricultura, o que daria para atender um consumo mensal médio de 1,73 bilhão de litros até março. Em dezembro, as usinas do Centro-Sul venderam 1,77 bilhão de litros de hidratado. No entanto, o número real do consumo nos postos pode ser até um pouco maior, já que as distribuidoras também tinham estoques próprios que foram colocados à venda, segundo Rodrigues. O analista estima que a correlação entre o preço do etanol e o da gasolina pode se estreitar, mas não muito, alcançando 68,5% ou 69% até o fim da entressafra. eldquo;Só vai romper a paridade de 70% se houver um atraso muito grande na [próxima] safraerdquo;, disse. Para ele, um aumento forte dos preços do etanol antes faria o consumidor migrar para a gasolina. eldquo;Depois para voltar [ao etanol] é complexoerdquo;, afirmou.

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Petrobras precisa acabar com a defasagem de preços de combustíveis

Quando Magda Chambriard substituiu Jean Paul Prates no comando da Petrobras no ano passado, temia-se que a intervenção do governo na empresa aberta de capital misto seria pesada. A suspeita era que práticas do tempo de Dilma Rousseff na Presidência da República fossem retomadas. Infelizmente, os preços baixos dos combustíveis nos postos de gasolina são mais uma confirmação dos piores temores. O real vem perdendo valor ante o dólar, e o barril de petróleo ficando cada vez mais caro. Com esse quadro, uma gestão responsável levaria à elevação dos valores cobrados nas bombas. Não na Petrobras do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O último reajuste da gasolina ocorreu no distante mês de julho. O do diesel aconteceu há mais de um ano, em dezembro de 2023. Nesta semana, a defasagem dos preços internos em relação aos externos na gasolina chegou a 14%. No diesel, derivado que o país mais importa, atingiu 23%. À primeira vista, a estratégia de segurar os preços dos combustíveis pode parecer atraente. O transporte de cargas por todo o país emdash; do preponderante rodoviário ao ferroviário emdash; é movido a diesel. Portanto qualquer alteração nas refinarias resulta em aumento de custos aos transportadores. Num efeito cascata, as altas são repassadas para os varejistas e logo chegam aos bolsos dos consumidores. Em pouco tempo, as alterações são sentidas nos índices que medem a inflação de diferentes tipos de alimentos em supermercados e produtos industrializados nas lojas. Essa costuma ser a preocupação de quem ocupa o Palácio do Planalto, um dos raros pontos de concordância do atual governo com o de Jair Bolsonaro. O problema é que a defasagem praticada pela Petrobras, a maior empresa do mercado local, traz efeitos indesejados. No caso de companhias menores e bem geridas, inibe as importações, podendo causar até desabastecimento. Na Petrobras, a diferença de preço significa prejuízo ou endividamento. Quando Pedro Parente assumiu a empresa em 2016 com a missão de saná-la, a dívida beirava os R$ 690 bilhões em valores de hoje. Era, na época, o maior endividamento entre as petroleiras. A conta deixada por Dilma pela política de represar os preços dos combustíveis era estimada em mais de R$ 90 bilhões. Felizmente, a situação atual é bastante distinta. A petroleira tem obtido receitas elevadas com as vendas externas de petróleo e seu endividamento está sob controle. Mas é uma irresponsabilidade voltar a trilhar o caminho da má gestão. Em 2023, o presidente Lula decidiu eldquo;abrasileirarerdquo; a metodologia usada para determinar os preços. O dólar, moeda em que o valor do barril é cotado, deixou de ser a única referência. Entraram no cálculo itens como volume de produção e custos de transportes. Tudo em nome de reduzir a volatilidade. Mesmo com todas as modificações, o problema acabou chegando. A questão da defasagem está à espera de solução. Em fevereiro, os preços subirão, mas a causa é o aumento da alíquota de ICMS.

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Fiscalização de combustíveis: ANP participa de força-tarefa no Rio de Janeiro

A ANP participou, em 14 e 15/1, da operação Anoxia, com outros órgãos públicos e apoio de empresas concessionárias de serviços públicos. O objetivo foi a fiscalização de postos de combustíveis, na cidade do Rio de Janeiro, com indícios de irregularidades detectados pelas áreas de inteligência desses órgãos. No total, foram fiscalizados nove postos, nas Zonas Norte e Oeste da capital fluminense. Em seis deles, foram encontradas irregularidades por ao menos um dos órgãos participantes. Os fiscais da ANP encontraram inconformidades em quatro postos. No Andaraí, um posto foi autuado e sofreu interdições em bicos abastecedores por fornecer etanol em volume diferente do indicado na bomba, além de estar com uma das bombas sem registrar o valor e o volume abastecidos. Em Bento Ribeiro, outro posto sofreu autuação e interdições por fornecer gasolina aditivada em quantidade diferente da marcada na bomba. Em Engenho da Rainha, um posto foi autuado por não possuir medida-padrão de 20 litros aferida e lacrada pelo Inmetro. Esse equipamento é utilizado para realizar a verificação do volume fornecido pelas bombas abastecedoras, teste que pode ser exigido pelo consumidor. Já em Sulacap, um posto recebeu medida reparadora de conduta (MRC) por não apresentar comprovação de drenagem do tanque de óleo diesel. A MRC é aplicada em casos de menor gravidade, dando um prazo para que o posto corrija a irregularidade endash; caso não o faça, é, então, autuado. Na operação, a ANP coletou ainda amostras de combustíveis para análises mais aprofundadas em laboratório credenciado pela Agência. Além da Agência, participaram da operação: Procon municipal; Instituto Estadual do Ambiente (INEA); Polícia Militar (PMERJ), por meio da Subsecretaria de Inteligência (SSI), do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (RECOM) e do Comando de Polícia Ambiental (CPAM); Polícia Civil, através da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD); Light; Águas do Rio; Naturgy; e Iguá Saneamento. Os estabelecimentos autuados pela ANP estão sujeitos a multas que podem variar de R$ 5 mil a R$ 5 milhões, além de penas de suspensão e revogação de sua autorização. As sanções são aplicadas somente após processo administrativo, durante o qual o agente econômico tem direito à ampla defesa e ao contraditório, conforme definido em lei. Denúncias sobre irregularidades no mercado de combustíveis podem ser enviadas à ANP por meio do Fale Conosco (https://www.gov.br/anp/pt-br/canais_atendimento/fale-conosco) ou do telefone 0800 970 0267 (ligação gratuita).

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IEA reduz projeção de demanda por petróleo em 2025, mas ainda espera crescimento forte no ano

A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) reduziu ligeiramente a perspectiva global de demanda por petróleo deste ano, mas disse que ainda espera que o crescimento acelere com preços mais baixos e uma perspectiva econômica melhor nos países desenvolvidos. A organização agora prevê que a demanda global cresça em 1,05 milhão de barris por dia em 2025, de 1,1 milhão de barris por dia anteriormente, atingindo um total de 104 milhões de barris por dia em média. A IEA estima que a demanda por petróleo aumentou no quarto trimestre de 2024, em 1,5 milhão de barris por dia endash; o avanço mais forte desde o quarto trimestre de 2023. O crescimento da demanda em 2024 foi avaliado em 940 mil barris por dia, maior do que a estimativa anterior da agência de 840 mil barris por dia. eldquo;Uma combinação de preços mais baixos de combustível, clima mais frio em regiões centrais do Hemisfério Norte e atividade petroquímica crescente nos EUA sustentaram essas entregas mais forteserdquo;, pontuou a instituição. As atuais sanções dos EUA à Rússia e ao Irã podem apertar a oferta de petróleo bruto e derivados, pois afetam entidades que operaram mais de um terço das exportações de petróleo bruto russo e iraniano no ano passado, de acordo com a IEA. A oferta global de petróleo aumentou em 20 mil barris por dia em dezembro, liderada pela Nigéria e Líbia, com adições da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) compensando declínios não-Opep+. Espera-se que a oferta aumente em 1,8 milhão de barris por dia em 2025, atingindo um total de 104,7 milhões de barris por dia em média, mesmo que a Opep+ não desfaça os cortes voluntários de produção, com crescimento liderado pelos EUA, Brasil, Guiana, Canadá e Argentina. Fonte: Dow Jones Newswires Oferta em alta fora da Opep+ A Opep manteve previsão para o aumento da oferta de petróleo entre os países fora da Opep+ em 2025, em 1,11 milhão de bpd, segundo relatório mensal publicado nesta quarta-feira (15/1). De acordo com o cartel, as maiores contribuições serão dos Estados Unidos, Brasil e Canadá. Com isso, a organização espera que a produção fora da Opep+ some 54,28 milhões de bpd neste ano, antes de avançar mais 1,1 milhão de bpd no próximo, a 55,38 milhões de bpd em 2026. Ainda no relatório, a Opep informa que a produção da Opep+ caiu 14 mil bpd em dezembro ante novembro, para uma média de 40,65 milhões de bpd, de acordo com fontes secundárias. A Opep+ engloba a Rússia e outros produtores de petróleo que não integram a Opep. Brent a US$ 74 em 2025 O DoE manteve sua previsão do preço médio do petróleo Brent em 2025 de US$ 74 o barril, no relatório mensal de Perspectivas de Energias no Curto Prazo (Steo, em inglês), divulgado nesta terça-feira (14/1). Para 2026, o departamento americano prevê o Brent caindo para US$ 66 o barril. A instituição também manteve previsões para o WTI, na média de US$ 70 o barril em 2025, e espera que os preços caíam para US$ 62 o barril em 2026. Conforme o relatório, a reversão dos cortes de produção da Opep+ e o forte crescimento da produção de petróleo fora da organização resultam no crescimento da produção global, com expectativa de 1,8 milhão de barris por dia (b/d) em 2025 e 1,5 milhão de b/d em 2026. eldquo;Esperamos que o grupo produza menos petróleo bruto do que o declarado em sua meta de produção mais recente, em um esforço para evitar o aumento significativo dos estoques. Essa previsão foi concluída antes de os EUA emitirem sanções adicionais contra o setor petrolífero da Rússia em 10 de janeiro, que têm o potencial de reduzir as exportações da commodity da Rússia para o mercado globalerdquo;, explica. (Estadão Conteúdo)

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