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Federação de petroleiros convoca greve de funcionários da Petrobras em defesa do home office

O conselho deliberativo da FUP (Federação Única dos Petroleiros) decidiu convocar trabalhadores da Petrobras para uma greve de advertência de 24 horas em 26 de março, em defesa do teletrabalho e de outras melhorias das condições de trabalho, segundo comunicado da FUP nesta quinta-feira (13). A paralisação será submetida à aprovação da categoria em assembleias até o dia 23, informou a FUP, que representa 12 sindicatos de petroleiros pelo Brasil. Procurada, a Petrobras não respondeu até a publicação desta reportagem. Normalmente, a Petrobras conta com equipes de contingência em movimentos grevistas, tornando-se muito difícil que haja impactos em suas operações, principalmente em paralisações de curto prazo. A pauta de reivindicações da FUP inclui a defesa do teletrabalho com regramento negociado coletivamente. Atualmente, o regime de trabalho para as áreas administrativas e escritórios da Petrobras prevê dois dias presenciais, sendo que a empresa pretende ampliar para três dias a partir de 7 de abril, sem ter acordo com os sindicatos, segundo a FUP. "Na terça-feira, 11, dirigentes da FUP e representantes da Petrobras estiveram reunidos na sede da empresa, no Rio, para tratar da negociação sobre o teletrabalho. As partes não chegaram a um acordo", disse a FUP. Além desse tema, a greve de um dia também fará oposição à redução da remuneração variável dos trabalhadores e defenderá a recomposição dos efetivos e a garantia de segurança em todo o Sistema Petrobras, nas prestadoras de serviço e durante o período de manutenção. A federação propôs ainda defender a entrada em operação da Fafen-PR (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná), o fim dos equacionamentos da Petros e a criação de um plano de cargos e salários "justo e isonômico".

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Especialistas criticam projeto de lei que libera venda de diesel sem biocombustível: 'Retrocesso'

A mistura do etanol na gasolina e do biodiesel no diesel entrou no centro de uma discussão envolvendo entidades do setor e o Congresso. O deputado federal Marcos Pollon (PL/MS) apresentou na Câmara dos Deputados um projeto de lei para permitir que postos comercializem produtos sem as misturas obrigatórias, o que é apontado como eldquo;um retrocessoerdquo; por especialistas e entidades e resultaria em aumento das emissões. Hoje, a gasolina vendida nos postos tem 27% de etanol anidro em sua composição final. No caso do diesel, há 14% de biodiesel na mistura. No mês passado, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) adiou o aumento para 15% do biodiesel no diesel como forma de conter a alta do combustível nas bombas. Para o deputado, seu projeto reflete liberdade de escolha e redução da intervenção do Estado na vida dos cidadãos: emdash; O diálogo é essencial para encontrar um equilíbrio que respeite a liberdade individual e as políticas públicas. Isso poderia estimular a concorrência, permitindo que os consumidores optem pelo que melhor atende às suas necessidades em termos de preço e eficiência energética. Segundo Claudio Pinho, professor da pós-graduação de Transição Energética Justa da Faculdade Mackenzie Rio, a aprovação do projeto representaria um retrocesso na agenda de descarbonização dos combustíveis: emdash; A mudança não reduzirá preços, apenas trará riscos à qualidade e à regulação. Enquanto estamos falando em etanol com pegada negativa de carbono e mesmo a discussão entre biodiesel e diesel refinado de óleo vegetal, que são rotas tecnológicas totalmente distintas, acatar a proposta do projeto de lei seria retornar para antes de 1985. O deputado federal Alceu Moreira (MDB/RS), presidente da Frente Parlamentar do Biodiesel (FPBio), considera a proposta um retrocesso sem precedentes para os setores de biocombustíveis e agropecuário: emdash; No fim do ano passado o Congresso aprovou, por unanimidade, a Lei do Combustível do Futuro que é exatamente o oposto disso. Para Edmar Almeida, professor do Instituto de Energia da PUC-RJ, é um passo para trás, já que a mistura obrigatória é o pilar do programa nacional de biocombustíveis. emdash; O custo é o aumento das emissões emdash; afirmou.

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AIE prevê excedente no mercado global de petróleo para 2025 com guerra comercial

A AIE (Agência Internacional de Energia) afirmou que a demanda mundial por petróleo está sob pressão devido à escalada da guerra comercial ao mesmo tempo em que a Opep+ está retomando a produção, ameaçando aprofundar um excedente de oferta. Um ritmo mais lento de entregas de petróleo nos últimos meses levou a AIE a reduzir as previsões para o crescimento do consumo deste ano, de acordo com seu último relatório de mercado. O mundo enfrenta um excedente de 600 mil barris por dia em 2025, e o anúncio surpresa da Opep+ na semana passada poderia adicionar mais 400 mil barris por dia, afirmou a AIE. A agência reduziu as projeções para o crescimento do consumo mundial de petróleo este ano em cerca de 100 mil barris por dia para cerca de 1 milhão por dia. A demanda global será em média de 103,9 milhões de barris por dia em 2025, e a Ásia será responsável por quase 60% do crescimento deste ano, projeta. A expansão da demanda será eclipsada por outro aumento de 1,5 milhão de barris por dia na oferta de petróleo, liderado pelos EUA, Brasil, Canadá e Guiana. Como resultado, os mercados mundiais estão caminhando para um excedente, mesmo que a Opep+ exerça sua opção de cancelar o restante dos aumentos de produção programados, disse a AIE. (Bloomberg)

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Brasil aposta no combustível sustentável de aviação, mas negligencia produtos que têm o mesmo valor

A frota global de aviões consome 100 bilhões de galões de combustível por ano, gerando 2%-3% das emissões globais e canalizando US$200 bilhões anuais para remunerar essa produção, desde o poço até a bomba. Enquanto carros, ônibus, trens e caminhões estão migrando para energia elétrica, os aviões vão continuar demandando combustíveis líquidos parecidos com os atuais. Como explicou um amigo que acompanhou o tema na Embraer, eldquo;tentativas de projetar aviões movidos a hidrogênio ou elétricos fracassaram, exceto para modelos muito pequenoserdquo;. Diante desse cenário, a solução é substituir os combustíveis fósseis por combustíveis sustentáveis para aviação (SAF). Num primeiro momento, o setor quer diminuir suas emissões em 5% até 2030. Apesar de modesta, essa mudança redireciona US$10-20 bilhões anuais da cadeia de petróleo para a produção de biocombustíveis. A chance de capturar parte dessa receita está levando governos a negociar com vigor os critérios que determinarão como as emissões dos diferentes SAFs serão contabilizadas. A arena principal dessas disputas são os comitês especializados do ICAO (International Civil Aviation Organization), entidade da ONU que ajuda a regular a aviação civil. Um dos embates coloca a União Europeia contra grandes produtores agrícolas como Brasil e os EUA. Os europeus defendem que um biocombustível só é sustentável se não prejudicar a produção de alimentos emdash; talvez imaginando aviões movidos a óleo de cozinha reciclado. Por sua vez, o Brasil e os EUA argumentam que têm terras e tecnologia para expandir sua produção de soja, milho, cana-de-açúcar, óleo de palma e espécies inovadoras, como a macaúba, sem comprometer a oferta de alimentos no mercado global. Outra disputa opõe o Brasil aos EUA. Um comitê da ICAO decidiu que territórios que produzem duas ou mais safras no mesmo ano ganham pontos na escala de sustentabilidade emdash; modelo comum no Brasil, graças às nossas tecnologias agrícolas e clima tropical. Os norte-americanos, que conseguem apenas uma safra anual, protestaram. Em comunicado recente, seus diplomatas não esconderam o jogo: eldquo;essa recomendação [...] penalizaria injustamente os agricultores americanos e beneficiaria significativamente o Brasil.erdquo; O desfecho desses confrontos ainda é incerto. É possível que os países ricos consigam, como de costume, criar normas que valorizam suas vantagens competitivas. Ainda assim, o Brasil está brigando para melhorar sua posição. Quem sabe, talvez saia dessas negociações como a eldquo;Arábia Saudita dos combustíveis renováveiserdquo;. Enquanto brigamos pelas regras do SAF, precisamos considerar o comércio internacional dos demais produtos compatíveis com a floresta. Esse comércio também movimenta bilhões. O mercado internacional de amêndoas de cacau, por exemplo, alcança US$10 bilhões anuais. O de café é bem maior, assim como o mercado do óleo de palma e seus derivados. Hoje, as regras que modulam o comércio internacional desses produtos são genéricas (definidas pela Organização Mundial do Comércio - OMC), voluntárias e negociadas por agentes privados (como a moratória da soja) ou impostas unilateralmente (como a EUDR europeia). Esses métodos de regulamentação ignoram as especificidades de cada país produtor, não promovem inovação tecnológica com eficiência, e não encorajam a inclusão de pequenos produtores nas cadeias globais. Apesar de inadequadas e talvez desfavoráveis ao meio ambiente e ao Brasil, essas regras não estão suscitando muitas discussões. Em parte, o silêncio é compreensível. No âmbito internacional, faltam arenas para essas negociações. Alguns produtos já tiveram órgãos multilaterais próprios relativamente fortes, como a Organização Internacional do Café, a Organização Mundial do Cacau e a Comunidade Internacional da Pimenta, mas muitos foram esvaziados com a ascensão da OMC, que priorizou o livre comércio sobre a regulação de volumes e preços. No âmbito doméstico, os produtores brasileiros preferem vender a maioria de seus produtos compatíveis com a floresta no mercado nacional, que é mais próximo, mais bem conhecido e muitas vezes paga melhor. E mesmo que alguns sonhem em exportar, a maioria dos setores da bioeconomia não tem uma associação forte o suficiente para dialogar com nossos diplomatas e apoiar sua atuação. Apesar desses gargalos, o Brasil teria muito a ganhar se convocasse os países produtores e consumidores para propor um novo regime de regras que diferencie a produção sustentável daquela que prejudica o meio ambiente. Nosso protagonismo na COP-30, G20 e outros fóruns nos coloca em posição privilegiada. E os obstáculos listados acima são desafiadores, mas podem ser superados. Seria fenomenal ver os líderes brasileiros anunciarem uma conquista como essa durante a COP-30 em Belém. (Opinião por Salo Coslovsky)

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Ano começa amargo para biodiesel e etanol

Depois de um 2024 marcado por vitórias no Congresso Nacional e no Executivo, produtores de biodiesel e etanol voltam do Carnaval para um 2025 que promete ser conturbado em meio à expectativa de avanços nas misturas com diesel e gasolina versus o desafio de combater fraudes no mercado doméstico e disputas tarifárias com os Estados Unidos de Donald Trump. Com veículos a gasolina e diesel emitindo cerca de 223,8 milhões de toneladas de CO2 emdash; 44% dos gases de efeito estufa emitidos em energia e processos industriais em 2023 endash;, retrocessos nas políticas de biocombustíveis também são uma ameaça à ambição climática nacional. Drama do biodiesel Começou em fevereiro, quando o governo decidiu adiar o cronograma de aumento da mistura de biodiesel, que deveria passar de 14% para 15% em 1º de março. Entre os motivos está a preocupação com a inflação dos óleos vegetais endash; matéria-prima para o biodiesel endash;, e do próprio diesel, além do aumento de fraudes na formulação da mistura pelos distribuidores. O crescimento de fraudes na mistura obrigatória de 14% de biodiesel ao diesel motivou o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) a pedir à ANP, na quarta (12/3), uma pausa de até 90 dias no mandato. A entidade alega irregularidades em 46% dos testes, com destaque para estados como SP, BA e MG, que são grandes consumidores. Também na quarta, o deputado federal Marcos Pollon (PL/MS) apresentou um projeto de lei para permitir que postos de combustíveis comercializem gasolina e diesel sem a adição de biocombustíveis. Em outra frente, associações do setor de importação e distribuição de combustíveis estão pressionando pela regulamentação da importação de biodiesel no Brasil, sob o argumento de ampliação da concorrência e redução dos preços do produto no mercado interno. Em nota, Abicom (importação), Brasilcom, Fecombustíveis, IBP e SindTRR pedem que o CNPE reavalie a decisão de prorrogar o grupo de trabalho sobre o tema. Embora as justificativas variem endash; combate às fraudes, maior liberdade de escolha e competitividade endash;, todas as medidas têm em comum o impacto na produção nacional do biocombustível. Dói no agro eldquo;Qualquer mobilização ardil e pouco transparente para eliminar as energias renováveis do país deve ser entendida como uma afronta ao Congresso Nacional, responsável aprovar de forma unânime a Lei do Combustível do Futuroerdquo;, diz uma nota assinada pelas Frentes Parlamentares do Biodiesel (FPBio) e da Agropecuária (FPA), em reação ao pedido do Sindicom. A FPA estima que 10 milhões de toneladas de soja deixarão de ser esmagadas com a suspensão do mandato, representando 8 milhões de toneladas a menos de farelo, base da alimentação de animais de corte. Ou seja, vai encarecer a carne. Procuradas pela agência eixos, associações dos produtores de biodiesel reencaminharam a nota assinada pelas frentes parlamentares. Além da discussão do aumento da mistura para 15%, o movimento das distribuidoras vem na esteira da regulamentação da lei 15.802/2024. O governo está finalizando um decreto que dará mais poder para a ANP fiscalizar o mercado. Distribuidoras que não cumprirem com obrigações regulatórias, como a adição de biodiesel, deverão ter as atividades suspensas. eldquo;Espera-se que o decreto regulamentador apresente soluções efetivas para os desafios atuais, visando reduzir os prejuízos na cadeia de combustíveis e, ao mesmo tempo, impulsionar o mercado de biocombustíveis de forma sustentável e reguladaerdquo;, comenta Julia Barbosa, advogada do escritório Gaia, Silva e Gaede. Efeito Trump no etanol Enquanto isso, no setor de etanol, usineiros aguardam a apresentação dos estudos para a elevação da mistura obrigatória de anidro na gasolina comum (marcada para 17/3, em Brasília) alertas aos possíveis impactos da disputa comercial entre Brasil e Estados Unidos em relação ao biocombustível. Enquanto os EUA reivindicam uma redução na tarifa de 18% imposta pelo Brasil ao etanol importado, o governo brasileiro sugere a negociação de tarifas sobre o açúcar como contrapartida. Os EUA protegem o mercado com uma taxa sobre o açúcar brasileiro na casa dos 80%. A reciprocidade é norma nas relações comerciais, mas Donald Trump não está nem aí para as normas. Para a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) é um retrocesso no combate às mudanças climáticas. eldquo;A medida pretende colocar no mesmo patamar o etanol produzido no Brasil e nos Estados Unidos, embora possuam atributos ambientais e potencial de descarbonização diferentes, e portanto não faz sentido falar em reciprocidadeerdquo;, disse a entidade em nota enviada à agência eixos. Mas tem uma questão econômica que fala alto também: a concorrência entre os produtos derivados do milho. Entenda a discussão na cobertura da Gabriel Chiappini

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Petrobras confirma indicações de minoritários para conselho de administração

Os acionistas minoritários da Petrobras indicaram José João Abdalla Filho, Aloisio Macário Ferreira de Souza e Thales Kroth de Souza para concorrer à eleição para o conselho de administração da estatal na assembleia geral ordinária e extraordinária (AGOE) marcada para 16 de abril. A estatal também confirmou as indicações da União, conforme antecipado pela agência eixos. Abdalla Filho é candidato à recondução, enquanto Ferreira de Souza concorre à vaga deixada por Marcelo Gasparino, que renunciou em fevereiro. Ambos foram indicados pelo Fundo de investimento em ações Dinâmica Energia (FIA Dinâmica), administrado pelo Banco Clássico. Já Kroth se autoindicou. Ele chegou a concorrer a uma vaga no ano passado, mas não foi eleito. Os nomes anunciados até o momento são candidatos à disputa de vagas por meio do sistema de voto múltiplo. Os acionistas minoritários têm ainda dois representantes escolhidos pelo sistema de eleição em separado da União, vagas que atualmente são ocupadas por Jerônimo Antunes, indicado pelos acionistas detentores de ações preferenciais, e Francisco Petros, representante dos detentores de ações ordinárias. A União indicou oito nomes para o conselho. A novidade foi o nome de José Fernando Coura, executivo do setor mineral brasileiro. Coura foi indicado para substituir Vitor Saback, secretário de Mineração do Ministério de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira (PSD). Além dele, o governo indicou para a recondução o atual presidente do conselho, Pietro Mendes, e a CEO da estatal, Magda Chambriard, assim como Renato Galuppo, Bruno Moretti e Rafael Dubeux. Completam a lista da União: Benjamin Alves Rabello Filho e Ivanyra Maura de Medeiros Correia, que também haviam sido indicados na última assembleia, mas ficaram de fora da composição final. Ao todo, o conselho de administração da Petrobras é composto por 11 membros. A atual composição inclui seis conselheiros indicados pela União, uma conselheira eleita pelos trabalhadores e quatro representantes dos acionistas minoritários. A assembleia de acionistas da Petrobras está marcada para 16 de abril. Até lá, os nomes ainda precisam passar pela análise do comitê de pessoas (Cope), governança interna da companhia que realiza avaliações prévias de integridade e conformidade.

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