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Petrobras na Bolívia: missão discutiu novos investimentos no país, afirma presidente da estatal

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, divulgou que uma equipe de funcionários da petroleira encerrou neste domingo, 22, uma visita à Bolívia em que foram discutidas questões sobre o suprimento de gás natural para o Brasil e novos investimentos em exploração e produção de petróleo e gás no país vizinho. Prates acrescentou que os técnicos da Petrobras reuniram-se ainda com integrantes do Ministério de Hidrocarbonetos e Energias, para conversas sobre energia renovável, fertilizantes e lítio. eldquo;Nosso time de técnicos finalizou hoje uma bem sucedida missão à Bolívia. Foram discutidas questões relativas ao suprimento de gás natural para o Brasil e, principalmente, condições para novos investimentos em exploração e produção de petróleo e gás no país vizinho com quem temos uma relação histórica e uma infraestrutura de conexão importante como o GASBOLerdquo;, postou Prates, no domingo, em uma rede social. Prates agradeceu à petroleira estatal boliviana YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos) pela recepção prestada à missão brasileira. eldquo;A meu pedido, a nossa equipe também se encontrou com membros do Ministerio de Hidrocarburos y Energias da Bolívia a respeito de energia renovável, fertilizantes e lítio. A equipe foi ontem conhecer a produção da YLB (Empresa Publica Nacional Estratégica de Yacimientos de Lítio Bolivianos S/A) em Potosierdquo;, acrescentou o executivo brasileiro. Segundo Prates, está em curso uma reaproximação gradual, que trará novidades no eldquo;curto prazoerdquo;. eldquo;A evolução destas tratativas iniciais de reaproximação entre os dois países (e suas respectivas estatais) tanto nos segmentos de gás natural e fertilizantes, quanto sobre energia renovável e minerais críticos como o lítio, vai ocorrer de forma mútua e gradualmente construtiva. Haverá novidades no curto prazo e certamente teremos foco e dedicação máxima na reconstrução das parcerias com nosso importante país vizinhoerdquo;, postou Prates em sua conta no X, o antigo Twitter.

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Norte e Sul devem sentir impactos mais positivos da Reforma Tributária no PIB

As regiões Norte e Sul devem ser as mais beneficiadas pelo impacto positivo da Reforma Tributária sobre o crescimento da economia do país, segundo estimativas da Tendências Consultoria. Entre os principais benefícios da reforma estão a desoneração de investimentos e exportações, a redução de custos com disputas judiciais e o pagamento de tributos, e a melhora nas perspectivas econômicas do país. Esses fatores devem gerar um crescimento adicional de aproximadamente 4% no período 2025-2033, de acordo com um cenário que a consultoria classifica como conservador. O governo brasileiro estima que a Reforma Tributária pode levar a um aumento de 12% nos próximos 15 anos. Setorialmente, os impactos serão mais positivos para a indústria, com crescimento adicional de quase um ponto percentual ao ano, seguida pela agropecuária (+0,6 ponto). Os serviços seriam o setor menos beneficiado (+0,1 ponto), apesar de também crescerem mais em função da reforma do que sem ela. Com pesos maiores da indústria e menores dos serviços na sua economia, Norte e Sul deverão observar impactos mais positivos no PIB. As duas regiões são as únicas em que indústria e agropecuária respondem juntas por mais de um terço da economia local. Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste terão crescimento adicional também, mas abaixo da média nacional, de 0,40 ponto percentual por ano nesse período. O resultado geral é puxado pelo Norte (0,47 ponto ao ano), seguido por Sul (0,41 p.p.), Nordeste (0,36 p.p.) e Centro-Oeste e Sudeste (ambos com 0,35 p.p.). A indústria é hoje o setor mais prejudicado pela cumulatividade dos tributos ao longo da cadeia produtiva, por isso, será o mais beneficiado pelas mudanças. Na agropecuária, o ganho virá da desoneração total de exportações e compra de equipamentos, além da vantagem da alíquota reduzida no setor, segundo a Tendências. Em relação ao terceiro grande setor econômico, o crescimento maior no cenário com reforma se explica pela desoneração para aqueles que prestam serviços a outras empresas, que é o caso da maioria dos prestadores. Também se espera que aumente demanda da indústria e da agropecuária por serviços. A elevação na renda da população também pode compensar altas de preços em algumas atividades. Alessandra Ribeiro, sócia e diretora da Tendências, afirma que o efeito nos setores que vão ser mais beneficiados se espalha para o resto da economia, gerando mais crescimento, melhora no mercado de trabalho e na renda, e mais investimento em capital e mão de obra. "Vai sobrar dinheiro na mão dos agentes econômicos, mais dinheiro na mão das empresas. Você pode investir, apropriar como lucro ou ser mais competitivo, passar essa economia para o preço final e uma parte para salário também", afirma Ribeiro. "O país vai ficar mais competitivo, vai vender mais." A reforma será implantada de 2026 a 2033, mas os resultados já devem estar presentes na economia a partir de 2025, por meio da melhora nas expectativas em relação ao crescimento futuro do país. A consultoria prevê, por exemplo, uma rodada de melhora na nota de crédito do Brasil assim que houver clareza em relação ao texto final da reforma. Na última semana, a agência Moodyersquo;s afirmou que a reforma tem implicações positivas para o perfil de crédito do Brasil e aumentará o PIB potencial do país no período 2026-2028. "O primeiro impacto é via mercado financeiro. O segundo é a atração de investimentos", afirma a sócia e diretora da Tendências.

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Relator diz que Senado já tem maioria para aprovar trava a aumento de carga tributária

Diante de uma plateia de líderes da indústria nacional, ontem, o relator da reforma tributária no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), deu sua palavra sobre a desoneração completa dos investimentos em bens de capital (máquinas e equipamentos) e informou que o Senado já formou maioria para incluir no texto uma trava ao aumento da carga tributária. As afirmações foram feitas durante debate organizado pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). Mas o relator não deu detalhes sobre como vai fazer para garantir esses dois compromissos no texto constitucional. Sobre a trava ao aumento da carga, Braga disse apenas que o texto já está escrito e que foi encaminhado ao Ministério da Fazenda. A preocupação com o impacto da tributação sobre os investimentos tem sido ressaltada por tributaristas, que reclamam que a proposta até agora deixa pontos relevantes nessa área para serem definidos posteriormente por lei complementar endash; o que aumenta a insegurança jurídica para quem quer investir neste momento no Brasil. Um dos problemas é que há casos em que a exigência de recolhimento imediato dos tributos poderá inviabilizar o investimento de uma empresa, especialmente em fase pré-operacional. SABATINA. O encontro, a poucos dias da apresentação do relatório na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, acabou se tornando uma eldquo;sabatinaerdquo; dos empresários ao relator, com cobranças para que os seus pleitos sejam atendidos. Muitos levaram propostas individuais e cobraram mudanças no texto, enquanto outros defenderam a manutenção dos benefícios já conquistados na votação da Câmara, como os bancos e a indústria da construção civil. Como antecipou o Estadão, Braga confirmou que existe a intenção de se incorporar uma quarta alíquota à proposta para acomodar as pressões de setores que querem ser beneficiados por uma tributação menor do Imposto sobre Valor Agregado (IVA). eldquo;Acho que vamos ter de estabelecer uma questão intermediária nessa situaçãoerdquo;, disse. Com relação ao Imposto Seletivo, que incidirá sobre produtos nocivos à saúde e ao meio ambiente, Braga confirmou que estuda uma forma de restringir a sua aplicação pelo governo federal.

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'Tem de olhar a transição energética com equilíbrio'

Okuwaitiano Haitham Al Ghais é o primeiro secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) a visitar o Brasil. Ele esteve esta semana no País a convite do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre outros. Em entrevista ao Estadão, Al Ghais diz não ver problemas no fornecimento de petróleo depois do início de nova guerra no Oriente Médio, rechaça a pecha de cartel dada à Opep e afirma que, a despeito da busca por alternativas energéticas, o mundo vai continuar precisando de petróleo. A seguir, os principais trechos da entrevista: A Opep promoveu um corte de oferta em outubro de 2022 e outro depois, em abril, que foi estendido até 2024. A situação do Oriente Médio pode encerrar esses cortes antes desse prazo? Há problema no fornecimento de petróleo até agora? Essa é a pergunta. Não vemos problemas até agora. Vemos, ao contrário, desafios econômicos. Por exemplo, a volta da economia chinesa não foi tão rápida como todos esperavam. E há outros desafios, como inflação na Europa e nos Estados Unidos. Por isso, esses cortes foram feitos. Foram cortes preventivos e proativos, para estabilizar o mercado. Qual é a estratégia da Opep para dar segurança ao mercado de petróleo ante a guerra Israel versus Hamas? Nosso papel é sempre manter capacidade adicional para estabilizar o mercado, para ver se tem demanda, problemas, crises. Esperamos que a situação se acalme, porque ninguém ganha nessas situações. Mas os fundamentos do mercado, de demanda e oferta ainda estão equilibrados. Não é preciso fazer nada por enquanto. Qual volume adicional a Opep teria para colocar no mercado? Não divulgamos esse número. Cada país tem a sua própria capacidade extra. Mas agora o que sabemos é que o mercado tem bastante fornecimento para fazer frente à atual demanda. O Brasil já foi sondado para entrar na Opep no passado. O sr. esteve com o presidente Lula. Qual foi o objetivo da visita? Foram conversas muito boas com o presidente Lula, com o vice-presidente (Geraldo Alckmin) e ministros. Todos reconhecem o valor e a importância da Opep e o que ela faz pela economia mundial, para estabilizar o mercado de petróleo. Não tem nada de concreto, mas vamos continuar em diálogo com o Brasil. O Brasil já exporta 45% do que produz, e esse porcentual pode superar 60% nos próximos anos. A Opep quer ter um país como esse? Nossa porta está aberta para todo mundo, inclusive para o Brasil. Temos uma política de portas abertas. O Brasil é um grande país produtor e exportador de petróleo. Mas entrar na Opep ou não é uma questão para o governo brasileiro decidir. Analistas dizem que a Opep trabalha para manter um preço de barril razoável para seus membrosehellip; É bom deixar claro que a Opep não tem objetivo de preço. Nenhum dos nossos países-membros tem um número, um preço. Não sei de onde vêm esses números. O preço do petróleo é feito no mercado. Infelizmente, essa é a imagem que muita gente tem da Opep. Sim, muitas vezes são acusados de cartel. Como mudar isso? Somos uma organização intergovernamental de 13 países soberanos membros da ONU. Nossa organização é registrada na ONU desde 1961. Essa definição de cartel não se aplica à Opep. É uma imagem que foi criada muitos anos atrás, e essa palavra continua sendo usada na imprensa internacional, quando o que fazemos é defender a segurança da energia global. Hoje, o petróleo responde por 30% da matriz energética mundial. É importante que tenhamos capacidade adicional e façamos investimentos, porque a demanda por petróleo vai continuar a subir e chegar à média de 116 milhões de barris por dia até 2045, como mostra nosso relatório anual. Petroleiras do mundo inteiro anunciaram movimentos de transição energética e recuaram na sua intensidade. Como vê isso? Há transição energética nos países da Opep? Especialmente na União Europeia, muitos países que tinham metas de transição para 2030 as postergaram para 2035. E alguns países já disseram que nem as metas para 2045 serão possíveis. Isso porque todo mundo tem de olhar essa transição energética com equilíbrio. Nós, na Opep, sempre dizemos que uma única forma de energia não vai sustentar o desenvolvimento econômico. O mundo vai precisar de 23% a mais de energia daqui até 2045. De todas as formas de energia, não renováveis, não só petróleo, não só gás. Porque a população mundial vai crescer. Agora, somos 8 bilhões de pessoas no mundo e devemos chegar a 9,5 bilhões em 2045. A economia mundial vai dobrar de tamanho daqui até 2045. Daqui até 2030, 500 milhões de habitantes no mundo vão se mudar de áreas rurais para a cidade. São quase 50 cidades do Rio de Janeiro novas no mundo. Sobre transição, como a Opep avalia a corrida pela energia renovável? Quando a Agência Internacional de Energia traça cenários, às vezes passa a mensagem de que o mundo vai parar de investir em óleo e gás. Isso é muito perigoso, porque, se o mundo não tiver bastante investimento, vai ter problema com o fornecimento no futuro, enquanto a demanda vai continuar subindo. A Opep sempre diz que essas mensagens são muito perigosas e que temos de continuar a investir. Nosso relatório diz que, até o ano 2045, a indústria de petróleo vai precisar de US$ 14 trilhões, então, são US$ 610 bilhões por ano em produção, refino, petroquímica, logística, tudo. ebull;

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Biocombustíveis ganham protagonismo com agenda verde e transição energética

Descarbonizar a matriz energética é um dos principais desafios mundiais no enfrentamento das mudanças climáticas em meio à necessidade da redução nas emissões de gases ligados ao efeito estufa (GEEs). As fontes de energia limpa, as renováveis, devem substituir parcela das fontes fósseis até 2030, conforme previsto no Acordo de Paris, no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC). No Brasil, essa tarefa tem nos biocombustíveis o seu principal aliado. O País, potência agrícola reconhecida mundialmente e um dos pioneiros no tema, com a Política Nacional dos Biocombustíveis (RenovaBio, criado em 2003), vem conquistando cada vez mais espaço na temática a partir da energia produzida no campo (biomassa) com menor pegada de carbono. É o caso do etanol à base de cana-de-açúcar, do etanol de milho, do biodiesel feito a partir de óleo de soja e do óleo de palma. No Brasil, a agenda verde capitaneada por governo e Congresso traz a transição energética como uma das principais prioridades. Estudos apontam que, com as fontes renováveis, será possível suprir a demanda energética da população mundial com menor impacto ao meio ambiente. As fontes renováveis representaram 47,4% da energia ofertada no País no ano passado, segundo o balanço energético da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Desta fatia, a biomassa da cana abarcou 15,4% em 2022, enquanto o biodiesel representou 5,3%, outras biomassas (casca de arroz, capim-elefante e óleos vegetais) totalizaram 4% da energia ofertada no País e o biogás, 0,4%. Outros 52,6% da energia ofertada no Brasil ainda é proveniente de fontes não renováveis. O Brasil produz 7,2% de toda a energia renovável mundial e tem uma matriz energética mais limpa, renovável e diversa quando comparada à média mundial, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Neste sentido, avança a passos largos a transição energética da matriz de transportes brasileira. O Brasil tem um grande potencial para a produção dos conhecidos eldquo;combustíveis verdeserdquo; a fim de avançar na descarbonização da mobilidade. O País já substituiu 27,5% da gasolina por etanol e 12% do diesel de petróleo por biodiesel. Além disso, desenvolve a utilização do biogás e do biometano (produzidos por meio da biodigestão de resíduos vegetais e animais) para produção de energia elétrica e para uso em automóveis e do combustível sustentável de aviação (SAF) a partir de biomassa. eldquo;O Brasil deverá liderar as matrizes de biocombustíveis no mundo e nossa vocação são os biocombustíveis, os etanóis e o biodiesel. Não vamos abrir mão da vocação e os biocombustíveis farão parte da matriz de limpar o meio ambiente. O biocombustível é o combustível do futuroerdquo;, disse o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em evento recente. Atualmente, segundo o Ministério de Minas e Energia, 20% do consumo do setor de transporte é de combustíveis renováveis e o Brasil tem caminhado para ampliar o consumo, com o apoio da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). De acordo com o MME, o Brasil possui uma das maiores indústrias de biocombustíveis do mundo, com produção consolidada de etanol derivado da cana-de-açúcar e de biodiesel a partir de óleo de soja e gorduras animais. As metas de descarbonização estabelecidas pelo RenovaBio preveem a redução da intensidade de carbono na matriz de transporte brasileira em 10% até 2030, evitando a emissão de 620 milhões de toneladas de carbono na atmosfera. De 2020 a 2023, o RenovaBio evitou a emissão de 102,8 milhões de toneladas de CO² equivalente. O Plano Decenal de Expansão de Energia 2032 estabelece metas para uma mobilidade sustentável de baixo carbono. Dentre o plano, o governo apresentou ao Congresso o Projeto de Lei do Combustível do Futuro, que tramita na Câmara dos Deputados e prevê uma integração entre a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), o Rota 2030 (programa de incentivos fiscais ao setor automobilístico) e o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular. O objetivo é adotar metas de emissão de gases do efeito estufa eldquo;do poço à rodaerdquo;, ou seja, pegando toda a cadeia e reduzir as emissões pelo setor de transporte, que é responsável por um quarto das emissões globais. O texto foca em três áreas principais: automóveis individuais, transporte de carga e aviação. Segundo o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME, Pietro Mendes, a iniciativa é essencial para a descarbonização da matriz de transporte, ao integrar políticas públicas, tecnologia veicular nacional, eficiência e transição energética. eldquo;Não existe uma política pública única que vá fazer frente a todo o esforço que precisa ser feito para atração de novos investimentos. Precisamos aumentar a oferta de energia renovável, de biocombustível e dar competitividade em relação aos combustíveis fósseiserdquo;, disse Mendes na apresentação do projeto em Recife (PE). O projeto prevê a redução de 130 toneladas de CO² equivalente por quilômetro do poço à roda de 2018 para 40 toneladas de CO² equivalente em 2032. Entre as fontes, a pasta vê 90% de redução de emissões de gases do efeito estufa com o uso de biometano em veículos pesados. eldquo;O Brasil possui condições favoráveis para a produção de bioenergia devido à disponibilidade de terras agriculturáveis, clima propício para o cultivo de matérias-primas como a cana-de-açúcar, óleo de palma e soja, que consolidaram a nossa expertise no setor de biocombustíveiserdquo;, afirmou Mendes em evento recente. Os biocombustíveis são centrais no projeto. O PL aumenta os limites para a proporção de etanol na gasolina - uma demanda do setor sucroenergético. Hoje, a mistura tem um piso de 17% e um teto de 27,5%. O PL aumenta para 22% e 30%, respectivamente. eldquo;O governo internaliza o papel dos biocombustíveis na transição energética e mostra com ações concretas que o tema é relevante para o mundo e para o Brasilerdquo;, avalia o presidente e CEO da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), Evandro Gussi. Segundo Gussi, a adição de maior teor de etanol gera uma gasolina com melhor performance e mais sustentável. eldquo;Aumentar etanol aumenta a octanagem na gasolina e diminui as emissões de CO² na gasolina. O setor tem mostrado historicamente o compromisso com abastecimento na mistura e tem capacidade de incrementar essa mistura do etanol na gasolinaerdquo;, observou o presidente da Única. Em paralelo, o País busca aumentar a participação do biodiesel no diesel. Hoje, a mistura mínima obrigatória é de 12% e deve alcançar 15% gradualmente em março de 2026. eldquo;O biodiesel é a essência do combustível do futuro. Ele representa imediatamente e para um futuro próximo a substituição do combustível de petróleo, o diesel, por um combustível renovávelerdquo;, observou o diretor superintendente da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Donizete Tokarski. Para a Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio), o PL do Combustível do Futuro servirá como um guarda-chuva para a matriz energética renovável. eldquo;O projeto mantém as políticas públicas vigentes de biocombustíveis e cria oportunidade de introduzirmos na matriz energética novos biocombustíveis, como o SAF, e captura de carbono, o que efetivamente vai transformar o Brasil em uma potência de produção de bioenergiaerdquo;, disse o diretor do Conselho de Administração da Aprobio, Erasmo Carlos Battistella. Na pauta do setor privado, para atender à demanda de descarbonização da mobilidade, há o desafio do aumento da oferta dos biocombustíveis. Na avaliação de Battistella, que também é CEO da Be8, a lei do combustível do futuro contribuirá para a atração de investimentos e, consequentemente, para expansão do parque fabril brasileiro de energia renovável. No caso do etanol, de acordo com Gussi, a indústria possui capacidade para responder ao aumento do etanol anidro na gasolina por meio da alteração no mix entre anidro e álcool hidratado. eldquo;Com toda essa visão e demanda por descarbonização, o Brasil tendo um arcabouço regulatório, que entende o papel dos biocombustíveis e valoriza esse papel, há possibilidade de responder o incremento de oferta com investimentos e entrega de descarbonizaçãoerdquo;, completou Gussi. O Brasil produziu 6,3 bilhões de litros de biodiesel em 2022, 28,91 bilhões de litros de etanol de cana-de-açúcar e 4,43 bilhões de litros de etanol de milho na última safra, sendo o segundo maior produtor de etanol do mundo. A Ubrabio estima que a indústria de biodiesel tenha capacidade para atender a um porcentual mínimo obrigatório de até 19% do óleo vegetal no diesel. Com o aumento gradual da mistura, a expectativa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) é a de que a produção nacional de biodiesel supere os 10 bilhões de litros atuais entre 2023 e 2026 A União Nacional do Etanol de Milho (Unem) estima que o Brasil vai produzir 10 bilhões de litros de etanol do cereal em 2030. Entretanto, a produção ainda é limitada para atender ao acordo global de redução das emissões de carbono. O Brasil se comprometeu na COP-26, realizada em 2021, em mitigar 50% de suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) e de alcançar 45% de participação de energias renováveis até 2030 na matriz energética do País. Um estudo da Embrapa Territorial, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, revela que o País precisaria praticamente dobrar a fabricação de etanol até 2030 para dar conta da demanda prevista, já que as usinas operam próximas à capacidade total de fabricação. O estudo prevê que, para cumprir as metas estabelecidas, o Brasil precisaria aumentar em cerca de 20 bilhões de litros a produção de etanol hidratado e anidro nos próximos sete anos. Em 2022, o Brasil produziu em torno de 29 bilhões de litros desses biocombustíveis. A análise estima que, no cenário de crescimento baixo, a oferta do biocombustível estaria em 36 bilhões de litros em 2030 e a necessidade para descarbonização seria superior a 50 bilhões de litros. Summit Agro 2023 O avanço dos biocombustíveis e da bioenergia no País e no mundo será discutido no Summit Agro 2023, organizado pelo Estadão e que terá como tema eldquo;A nova revolução verde - do alimento à energia, o potencial do Brasil para ser superpotênciaerdquo;. O evento ocorre no dia 8 de novembro, no Auditório do Masp, em São Paulo, e contará com a participação de renomados nomes do agronegócio. As palestras também poderão ser acompanhadas pelas redes do Estadão e pela página oficial. Veja como se inscrever: https://summitagro.estadao.com.br/sobre-o-evento/.

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Reforma tributária: relator confirma que estuda criação de quarta alíquota do novo imposto

O relator da reforma tributária no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), confirmou que existe a intenção de se incorporar uma quarta alíquota à proposta para acomodar as pressões de setores que querem ser beneficiados por uma tributação menor do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), como já havia mostrado o Estadão. Braga, no entanto, disse que ainda não foi possível definir o porcentual dessa alíquota, que poderia ficar em 70% do valor da cheia. eldquo;A discussão não está fechada, envolve muitos setoreserdquo;, afirmou. eldquo;Acho que vamos ter que estabelecer uma questão intermediária nessa situaçãoerdquo;, disse a jornalistas após evento da Fiesp. O senador esclareceu que essa nova alíquota eldquo;vai ter que encaixar todo mundoerdquo;. Mineração e Extração de Petróleo O relator também defendeu a taxação em setores como a mineração e na extração de petróleo. eldquo;Se nós não tivermos uma taxação sobre a exploração, sobre a extração, o povo brasileiro não terá nenhuma compensaçãoerdquo;, disse. Mas, segundo ele, o tema ainda está sendo discutido com as bancadas e com o Ministério da Fazenda. Fundo de Desenvolvimento Regional Sobre o Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR), Braga espera poder definir até quarta-feira o critério das compensações para os Estados. eldquo;Estamos próximos de definir esse númeroerdquo;, afirmou sobre o montante que seria aplicado neste fundo. A União propõe R$ 40 bilhões, enquanto Estados pleiteiam R$ 75 bilhões, como mostrou o Estadão.

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