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Participação da Petrobras em contratos com distribuidoras de gás caiu para 69%, diz estudo

A participação da Petrobras nos contratos de longo prazo com distribuidoras de gás natural caiu de 100% para 69% no intervalo de 2021 até o fim de 2024, o que representa uma abertura gradual do setor. O levantamento, divulgado nesta segunda-feira (25/8), é do Observatório do Gás Natural, plataforma do Movimento Brasil Competitivo (MBC) e Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), com apoio do Ministério de Minas e Energia (MME) e Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura da Fundação Getulio Vargas (FGV Ceri). O estudo identificou que, apesar do crescimento no número de agentes autorizados e consumidores livres, a competição eldquo;ainda não alcançou de fato o consumidor final, e os preços do gás continuam elevados, limitando os ganhos econômicos para o paíserdquo;. O Observatório mostrou ainda que o número de empresas autorizadas a comercializar gás natural cresceu em média 15% ao ano, chegando a 226 em agosto de 2025. Em outra frente, os agentes autorizados ao carregamento na malha de transporte aumentaram 19% ao ano, totalizando 149 em agosto. Já no mercado livre, o número de grandes empresas que compram gás diretamente emdash; sem intermediários emdash; está crescendo em média 70% ao ano. eldquo;Apesar desses avanços, grande parte das empresas autorizadas ainda não atua efetivamente devido a limitações operacionais, falta de escala e entraves regulatórios, principalmente em nível estadual. O mercado permanece concentrado e restrito a grandes consumidores industriais, que detêm maior capacidade de negociação e infraestrutura própriaerdquo;, afirma o comunicado. Na análise por região, é identificada uma disparidade de preço. No Nordeste, o preço do gás é cerca de 20% menor que no Sudeste emdash; em função de regras mais flexíveis que ampliam o acesso e estimulam a concorrência. Estados que permitem a migração para o mercado livre com volumes a partir de 10 mil metros cúbicos (m3) por dia, por exemplo, favorecem pequenas e médias empresas, enquanto outros com consumo mínimo elevado restringem o mercado. eldquo;Sem concorrência efetiva, a indústria brasileira paga em média R$ 43,65 a mais por milhão de BTUs, medida internacional, do que nos Estados Unidos. Em 2021, essa diferença gerou um impacto de R$ 2,48 bilhões no Custo Brasilerdquo;, diz o comunicado, apontando que a abertura plena do mercado pode gerar uma economia anual de até R$ 21 bilhões. eldquo;Para destravar esse potencial, é essencial avançar na implementação da nova legislação, com regras claras e harmonizadas, ampliar a rede de gasodutos, investir em terminais de regaseificação e garantir acesso igualitário à infraestrutura disponívelerdquo;, avalia Rogério Caiuby, conselheiro executivo do Movimento Brasil Competitivo (MBC). (Estadão Conteúdo)

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Investimentos em etanol de milho chegam a R$ 23 bi, aponta novo mapeamento do Itaú BBA

Após um período de retração, a indústria de etanol de cereais no Brasil voltou a ganhar ritmo. Novos investimentos anunciados em julho devem impulsionar um crescimento de mais de 50% na produção até a safra 2026/27. De acordo com levantamento do Itaú BBA, a oferta passará dos atuais 8,2 bilhões de litros (safra 2024/25) para mais de 12,1 bilhões de litros em dois anos. A nova atualização do mapeamento de investimentos do banco mostra que, dos 22 projetos identificados no estudo de 2024 emdash; entre novas plantas e ampliações emdash;, três já foram concluídos, 13 seguem em construção ou no pipeline, e seis foram postergados. Chama a atenção o fato de que todos os projetos adiados pertencem a grupos que estreariam no setor, o que evidencia os desafios do segmento, especialmente diante do alto custo de capital no Brasil. O mapeamento atual contempla 21 projetos ativos, que juntos devem demandar 14 milhões de toneladas adicionais de cereais por ano para a produção de 6,1 bilhões de litros de etanol. O volume total de investimentos estimado gira em torno de R$ 23 bilhões, além de cerca de R$ 5 bilhões em capital de giro. No cronograma de investimentos, R$ 15 bilhões seriam desembolsados entre 2025 e 2027. Entre os projetos ativos, 12 já estão em fase de construção, com capacidade somada de 3,1 bilhões de litros por ano. Os outros nove estão em planejamento e, se viabilizados, devem adicionar mais 3,0 bilhões de litros de capacidade. Para o Itaú BBA, a expansão deve ter um impacto significativo na região do MATOPIBA, tradicionalmente carente de oferta de biocombustível, mas que pode sentir maior pressão sobre a oferta de grãos. Outro ponto de atenção é a dispersão geográfica das novas usinas, muitas delas em áreas onde o consumo de etanol hidratado ainda é baixo. No entanto, essa descentralização pode contribuir para ampliar o uso do biocombustível nas regiões Norte e Nordeste, além de fomentar o cultivo de milho nessas localidades. (Itaú BBA)

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Petróleo sobe enquanto guerra entre Rússia e Ucrânia ameaça oferta

Os preços do petróleo subiram cerca de 2% nesta segunda-feira, dando continuidade aos ganhos da semana passada, já que os investidores previram mais sanções dos Estados Unidos contra o petróleo russo e ataques ucranianos à infraestrutura de energia russa que poderiam interromper o fornecimento. Os contratos futuros do petróleo Brent subiram US$1,07, ou 1,58%, para fechar a US$68,80, enquanto os contratos futuros do petróleo West Texas Intermediate (WTI) dos EUA ganharam US$1,14, ou 1,79%, para fechar a US$64,80. Os EUA estão tentando intermediar um acordo de paz entre a Ucrânia e a Rússia para pôr fim à guerra que já dura 3 anos e meio. "Parece haver uma sensação de que as negociações de paz estão se arrastando", disse Phil Flynn, analista sênior do Price Futures Group. "Poderá haver sanções contra a Rússia se essas negociações não forem bem-sucedidas." O presidente dos EUA, Donald Trump, disse novamente na sexta-feira que imporia sanções à Rússia se não houvesse progresso em direção a um acordo pacífico na Ucrânia em duas semanas. Ele também disse que pode atingir a Índia com tarifas severas sobre suas compras de petróleo russo. No fim de semana, o vice-presidente dos EUA, JD Vance, disse que a Rússia havia feito "concessões significativas" em direção a um acordo negociado na guerra. (Reuters)

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Produção de etanol no Maranhão deve crescer 250% com nova usina em Balsas

A produção de etanol no Maranhão deve registrar um salto histórico ainda em 2025, com a entrada em operação da usina Inpasa, localizada no município de Balsas, no Sul do estado. A unidade terá capacidade para processar 1 milhão de toneladas de milho por ano, o que pode elevar a produção estadual de 168 milhões para mais de 600 milhões de litros de etanol, representando um crescimento de 250%. A expansão da cadeia produtiva é impulsionada por políticas públicas estaduais, como a regulamentação da venda direta de etanol hidratado das usinas aos postos de combustíveis, aprovada este ano. A medida visa reduzir custos e tornar o biocombustível mais acessível ao consumidor final. Além dos benefícios econômicos e energéticos, a produção de biocombustíveis está diretamente ligada à geração de créditos de carbono (CBIOs), que são comercializados na Bolsa de Valores. Esses títulos comprovam a redução de emissões de gases de efeito estufa e contribuem para a descarbonização da economia. RenovaBio e certificações no Maranhão De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), o Brasil conta atualmente com 334 unidades certificadas no programa RenovaBio, sendo 292 produtoras de etanol. No Maranhão, duas usinas já possuem certificação: a Agro Serra, em São Raimundo das Mangabeiras, e a TG Agro Industrial, em Aldeias Altas. Entre 2020 e 2025, o volume comercializado de etanol anidro e hidratado no país somou 159,6 milhões de metros cúbicos, dos quais cerca de 985,8 mil m³ foram produzidos no Maranhão. Em nível nacional, mais de 90% da produção é certificada, enquanto no estado esse percentual gira em torno de 70%. A meta brasileira para 2025 é a emissão de 40,39 milhões de CBIOs, com metas compulsórias aplicáveis às distribuidoras de combustíveis. A Agro Serra já escriturou 527.783 CBIOs desde sua certificação. Para Cíntia Ticianeli, sócia-administradora e diretora Comercial e Financeira da empresa, o RenovaBio é um marco na descarbonização da matriz energética brasileira. eldquo;Essa iniciativa não apenas contribui para a redução das emissões de poluentes e melhora a qualidade do ar, mas também gera empregos e fortalece a balança comercial ao diminuir a dependência de combustíveis fósseiserdquo;, afirmou. Inpasa Brasil: liderança em etanol de milho A Inpasa Brasil, maior produtora de etanol de grãos da América Latina, também se destaca no cenário do RenovaBio. Fundada em 2006 e consolidada no Brasil desde 2019, a empresa opera como uma biorrefinaria integrada, produzindo etanol, DDGS (grãos secos de destilaria para nutrição animal), óleo vegetal, energia elétrica renovável e biogás. Sua capacidade instalada ultrapassa 5,8 bilhões de litros por ano. Certificada no RenovaBio desde 2021, a Inpasa emitiu cerca de 1,3 milhão de CBIOs em 2024. O diretor de sustentabilidade da empresa, Christopher Davies Junior, destacou que a adesão ao programa valoriza a produção sustentável e aprimora processos industriais e agrícolas. eldquo;Cada litro de etanol com menor intensidade de carbono representa uma escolha consciente pelo futuro. O RenovaBio fortalece a cadeia de bioenergia, estimula a inovação e cria um círculo virtuoso entre produção, consumo e meio ambienteerdquo;, avaliou. Segundo Davies, a empresa investe continuamente em automação, otimização dos processos industriais e uso inteligente de recursos energéticos. Também há um esforço para incluir dados primários dos produtores rurais, integrando práticas sustentáveis no campo ao modelo industrial. Essas ações impactam diretamente na nota de eficiência energética da empresa, principal critério para emissão de CBIOs. Impacto social e ambiental no Maranhão Cíntia Ticianeli também ressaltou que a população ganha em qualidade de vida com uma produção de baixa pegada de carbono. No entanto, ela alertou para a importância de escolhas conscientes de consumo. eldquo;Nada adianta você ter um carro elétrico se esse veículo é plugado em uma energia que não é renovável e que utiliza baterias produzidas com metais importados. Além disso, não podemos esquecer que a produção de energia limpa gera postos de trabalho ao longo da cadeia produtiva, o que é muito relevante para estados como o Maranhão, com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixoerdquo;, destacou. Além da Inpasa, Agro Serra e TG Agro, o Maranhão conta com outras usinas como a Alternativa, em Tuntum, e a Maity Bioenergia, em Campestre do Maranhão. Exceto pela unidade de Balsas, que utiliza milho como matéria-prima, todas as demais produzem etanol a partir da cana-de-açúcar. Mudanças recentes, como o aumento da mistura de etanol na gasolina emdash; que passou de 27% para 30% emdash; e a aprovação da venda direta das biorrefinarias para os postos, devem estimular ainda mais o consumo do biocombustível. Para Milton Campelo, presidente do Sindicato das Indústrias de Cana, Açúcar e Álcool do Maranhão e Pará (Sindicanálcool), outras indústrias locais também têm potencial para ingressar no mercado de crédito de carbono. (g1 MA)

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IBP deve apresentar ao governo diretrizes para regulamentação de mercado de carbono até outubro

O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) vai apresentar ao governo até meados de outubro proposta de diretrizes para o mercado de carbono no Brasil. A contribuição servirá para auxiliar o governo na regulamentação da lei, informou o presidente do IBP, Roberto Ardenghy. A intenção é que a proposta seja enviada a tempo de ser discutida no âmbito da COP30, 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, prevista para novembro em Belém (PA). Ardenghy destacou que a lei que estabelece o mercado de carbono no Brasil foi aprovada no ano passado, e que a regulamentação desta lei pelo governo está prevista para meados do próximo ano. Após a aprovação da lei, lembrou o executivo, o IBP montou um grupo de trabalho, composto por 28 empresas, algumas multinacionais, para agregar experiência internacional sobre o assunto. Com o auxílio dos integrantes desse grupo de trabalho, continuou ele, foi possível formar um conjunto de diretrizes práticas, que poderão ajudar ao governo na parte de regulamentação do mercado. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Petrobras ultrapassa marca de 50 milhões de m³/dia de gás natural processado

A Petrobras ultrapassou no sábado (23) a marca de 50 milhões de metros cúbicos por dia (m³/dia) de processamento de gás natural. Em postagem na rede social Linkedin, a presidente da estatal, Magda Chambriard, afirmou que o esforço de disponibilizar cada vez mais gás ao mercado permite a redução gradual dos preços oferecidos pela companhia. Segundo a executiva, a depender das condições de demanda, o gás da Petrobras está chegando no mercado livre com contratos eldquo;mais flexíveiserdquo;, em uma faixa de preços entre US$ 6 e US$ 7 por milhão de BTUs (unidade de medida de volume de gás). eldquo;Nosso esforço para aumentar o aproveitamento do gás produzido no pré-sal, trazendo mais gás para a costa e tratando esse gás para viabilizar seu transporte e distribuição, está se tornando mais claro a cada diaerdquo;, disse Chambriard. Em maio, a Petrobras iniciou operação comercial da unidade de processamento de gás natural (UPGN) do Complexo de Energias Boaventura (antigo Comperj), que integra o projeto Rota 3, de escoamento de gás dos campos do pré-sal. Para ler esta notícia, clique aqui.

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