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Petróleo fecha em alta, mas amarga perdas com temor de recessão nos EUA

O petróleo fechou em alta nesta sexta-feira (10) recuperando parte dos preços após três sessões consecutivas de perdas. Investidores encontraram alívio modesto, com o enfraquecimento do dólar no exterior e dados dos EUA corroborando a possibilidade de ritmo pouco menos agressivo no aperto monetário do Federal Reserve (Fed). Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para abril fechou em alta de 1,27% (US$ 0,96), a US$ 76,68 o barril, enquanto o Brent para maio, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), subiu 1,46% (US$ 1,19), a US$ 82,78 o barril. Na semana, as perdas foram de 3,76% e 3,55%, respectivamente. O petróleo abriu a sessão de hoje ampliando perdas de ontem, mas inverteu sinal após a divulgação do payroll dos Estados Unidos. O dado demonstrou uma desaceleração no salário médio por hora e aumento na taxa de desemprego. Analista da Oanda, Edward Moya avalia que investidores perceberam o dado como confirmação de que o ciclo de aperto monetário do Fed está eldquo;quase concluídoerdquo;. Na semana, a perspectiva de que o Fed poderia acelerar o ritmo de altas dos juros e manter nível restritivo por mais tempo prejudicou os preços do petróleo, avalia a Capital Economics. O temor teria renovado preocupações sobre a demanda do óleo e derivados no país, considerando a possibilidade do aperto monetário gerar uma recessão. Além disso, a Capital Economics observa que a queda nas importações e aumento das exportações da commodity pela China levanta preocupações sobre a demanda doméstica. Contudo, a consultoria projeta que as importações devem subir novamente devido ao eldquo;ressurgimentoerdquo; das viagens domésticas no país. Já o Commerzbank destaca que sinais do término do eldquo;boomerdquo; de produção petrolífera nos Estados Unidos pode facilmente criar gargalos no eldquo;equilibrado mercado de energiaerdquo;, o que provavelmente pode ter um efeito de suporte para os preços no longo prazo. Nesta sexta-feira, a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, afirmou que sanções contra venda de petróleo do Irã para a China eldquo;provavelmente não foram inteiramente eficienteserdquo; e informou que o governo estaria estudando como eldquo;aplicar melhorerdquo; as restrições.

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Com novos carros elétricos e híbridos, Caoa confirma retomada de fábrica

Em um movimento para mostrar sua nova fase no mercado brasileiro, o Grupo Caoa, agora comandado por Carlos Alberto de Oliveira Andrade Filho, apresentou nesta semana três automóveis híbridos e elétricos da marca Hyundai que serão vendidos com exclusividade no País pela empresa brasileira a partir deste mês. Além de introduzir no País os primeiros veículos eletrificados da marca coreana, com a qual a Caoa tem parceria desde 1999, a ampliação da gama de modelos com essas tecnologias faz parte da guinada que Andrade Filho planeja para o grupo rumo à eletrificação. A Caoa já produz dois modelos híbridos flex da coligada Chery na fábrica de Anápolis (GO), o Tiggo 5 e o Tiggo 7, mas a intenção é ter uma gama completa de produtos menos poluentes do que os carros a combustão, parte deles importada e parte com produção local. eldquo;O Brasil caminha para a eletrificação, não necessariamente com modelos 100% elétricos, que também vão chegar, mas mais para frenteerdquo;, afirma Andrade Filho em seu primeiro encontro com jornalistas desde que assumiu o cargo de CEO do grupo, em outubro do ano passado. Carlos Alberto de Oliveira Andrade, seu pai, fundou em 1979 a Caoa (iniciais de seu nome), e esteve à frente dos negócios até falecer, em agosto de 2021. Foi ele quem trouxe para o Brasil a marca Hyundai, assim como a francesa Renault, anos antes. O grupo hoje, além da produção de modelos Hyundai e Chery, tem várias concessionárias, locadora, seguradora e consórcio próprios. LANÇAMENTOS. Ainda neste mês, a Caoa inicia as vendas do fastback (mistura de sedã e utilitário-esportivo) Ioniq híbrido. O modelo já rodava pelo País desde novembro, mas apenas por meio de locação feita pela empresa do ramo pertencente ao próprio grupo. Em julho, começam as vendas do SUV compacto Kona híbrido e, em agosto, da versão elétrica endash; que, segundo a empresa, tem 250 quilômetros de autonomia com a bateria totalmente carregada. Os preços dos três modelos importados da Coreia serão anunciados nos próximos dias. O objetivo do grupo é ampliar sua presença no segmento de veículos eletrificados. eldquo;Neste início de ano, mais de 50% das nossas vendas foram dos modelos híbridoserdquo;, informa Andrade Filho. FÁBRICA EM SÃO PAULO. Aos 23 anos e formado em administração e marketing pela Brown University, nos Estados Unidos, Andrade Filho informa que o plano de reabrir a fábrica de Jacareí, no interior de São Paulo, está mantido para 2025. A produção de modelos da Chery foi suspensa em maio do ano passado. Na ocasião, o grupo brasileiro, dono de 50% da companhia chinesa, informou que a planta seria remodelada para produzir veículos elétricos e híbridos. Com o anúncio, há duas semanas, de que a matriz da Chery vai construir uma fábrica para carros elétricos na Argentina, houve especulações no mercado de que a unidade do interior paulista não retomaria a produção de veículos. Hoje, as instalações são usadas para serviços de logística. eldquo;Não mudamos nada em nossos planos, e a fábrica de Jacareí voltará a funcionar em 2025erdquo;, afirma Andrade Filho. Segundo ele, apesar de a unidade de Goiás ter capacidade para ampliar sua produção, o grupo precisa da planta paulista para seus projetos futuros. VIAGEM À CHINA. Ontem, ele e o vice-presidente executivo da Caoa, Marcelo de Oliveira Elias, embarcaram para a China, onde vão participar de um evento e discutir com executivos da matriz da Chery futuros produtos que serão feitos no Brasil, parte deles em Goiás e parte em São Paulo. De acordo com Andrade Filho, uma eventual fábrica da Chery no país vizinho vai, inclusive, ajudar a ampliar exportações do Brasil, já que o acordo do Mercosul prevê, pelo menos até 2029, uma reciprocidade entre exportações e importações. Além dos três modelos eletrificados, a Caoa mostrou também versões atualizadas do SUV Tucson e do comercial leve HR endash; ambos são produzidos em Anápolis e passaram por pequenas reestilizações. A empresa iniciará em breve a pré-venda do Kona de forma online, assim como as encomendas do Tucson e do HR endash; que, segundo Andrade Filho, é líder em vendas no seu segmento. O veículo é utilizado principalmente por empresas de logística no transporte de cargas nas áreas urbanas das grandes cidades. ebull;

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Risco de crise de crédito faz mercado prever antecipação de corte da Selic

A expectativa de queda da taxa básica de juros (Selic) mais cedo do que o esperado já figura nos cenários de alguns economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast. Essa possibilidade decorre do risco de piora do mercado de crédito com a crise da Americanas, em meio à desaceleração já contratada para a atividade econômica. Segundo analistas, a ameaça ao crédito poderia ser o aceno eldquo;técnicoerdquo; do BC, e não político, ao governo de que o corte de juros não está tão distante. A possibilidade não é majoritária pela incerteza em torno da âncora fiscal, ainda mais em meio à chance de mudança das metas de inflação e à desancoragem das expectativas. Nos últimos dias, o Banco Alfa e o Banco Fibra anteciparam as expectativas de início do ciclo de cortes, citando o risco de piora do mercado de crédito. Saindo de um cenário de juros estáveis em 13,75% até dezembro, o Fibra diminuiu a sua projeção de Selic no fim de 2023 para 12,5%, incorporando à estimativa cinco cortes de 0,25 ponto porcentual a partir de junho. O economista-chefe do banco, Cristiano Oliveira, afirma que a mudança da projeção leva em conta o aperto das condições financeiras do País, que pode ser amplificado por problemas de crédito em eldquo;algumas empresas varejistaserdquo;. Isso significa um impulso negativo do crédito em um momento no qual a atividade já desacelera naturalmente, devido ao aperto monetário conduzido pelo BC. eldquo;(O contexto) justifica maior atenção do BC para a intensidade da desaceleração da atividade econômica que está sendo contratada neste momento e, certamente, irá desacelerar ainda mais a demanda e a inflação de preços livreserdquo;, afirma Oliveira, em relatório assinado também pela economista do Fibra Ágila Cunha. O cenário básico do banco indica desaceleração do crescimento do PIB a 1,0% neste ano, de 2,9% em 2022. Oliveira alerta, no entanto, que o mais provável é que a nova proposta de arcabouço fiscal seja menos dura do que o teto de gastos. Nesse caso, a tendência é de que o mercado precifique incerteza no cenário, de forma a manter a curva de juros futuros sob pressão. Ao mesmo tempo, a desancoragem das expectativas impedirá a convergência da inflação a 3% no médio prazo. eldquo;O mercado de juros deve continuar sendo o principal termômetro de risco macroeconômico, e o spread (a diferença em relação ao valor original) entre os vértices curtos e longos deve continuar elevado, limitando o efeito da queda da taxa básica de juroserdquo;, diz. Já o economista-chefe do Banco Alfa, Luís Otávio de Souza Leal, antecipou a projeção de início do ciclo de cortes de setembro para junho, devido à piora dos dados de crédito. Para o analista, esse quadro (combinado à reoneração de combustíveis e à apresentação de um arcabouço fiscal crível) pode levar o BC a sinalizar que a redução dos juros está próxima já na próxima reunião do Copom, no dia 22. eldquo;Parece que o caminho do impacto da política monetária sobre o mercado de crédito está bem encaminhado, seja pelo canal tradicional, seja por uma elsquo;ajudinha extraersquo; do caso Americanaserdquo;, diz Leal, no relatório semanal de macroeconomia do Alfa. O economista lembra que já se observa um aumento da inadimplência e do spread no crédito para pessoas físicas, e que a tendência é de piora também para as empresas. Mesmo antecipando um início mais rápido do ciclo de cortes, o economista nota que o ritmo da diminuição deve ser menor, de 0,25 ponto porcentual por reunião, ante o 0,5 ponto esperado anteriormente. Leal aumentou a projeção de Selic no fim de 2023 de 12,25% para 12,5%, mas nota que o novo cenário ainda implica juros médios menores no ano, de 13,10%, ante 13,50% na estimativa anterior. eldquo;Parece que o caminho do impacto da política monetária sobre o mercado de crédito está bem encaminhado, seja pelo canal tradicional, seja por uma elsquo;ajudinha extraersquo; do caso Americanaserdquo; Luís Otávio de Souza Leal Economista-chefe do Banco Alfa, que antecipou a projeção de início do ciclo de cortes de setembro para junho MACROPRUDENCIAL. Outros analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast consideram baixa a chance de antecipação dos cortes da Selic. eldquo;O evento Americanas potencializa marginalmente a desaceleração do ritmo de expansão de crédito, mas a gente não está vendo um evento de crédito que crie um problema sistêmico. Você não pode achar que, se não cortar os juros, a economia vai implodirerdquo;, diz o economista da BlueLine Asset Flávio Serrano. eldquo;Nesse ambiente, faria mais sentido adotar políticas macroprudenciais, que ataquem o problema microeconômico na margem.erdquo; ebull;

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Número de inadimplentes é recorde e chega a 70 milhões

Em cenário de juros altos e renda das famílias corroída pela inflação, o total de inadimplentes com bancos, empresas de cartão de crédito, financeiras, lojas e serviços de utilidades pública, como água e luz, chegou em janeiro deste ano a 70,1 milhões de pessoas. As dívidas em atraso somavam R$ 323,3 bilhões. Os dois números são recordes da série iniciada em março de 2016 pela Serasa. O crescimento da inadimplência tem levado os bancos a adotar critérios mais rígidos na concessão de empréstimos e as famílias a recorrer mais ao cheque especial e ao cartão de crédito, que cobram juros mais altos. Nunca o brasileiro deveu tanto endash; e não pagou. Em janeiro deste ano, 70,1 milhões de inadimplentes com bancos, empresas de cartão de crédito, financeiras, lojas e serviços de utilidades pública, como água e luz, acumulavam dívidas em atraso que totalizavam R$ 323,3 bilhões. Tanto o número de inadimplentes quanto o valor de débitos são recordes da série iniciada em março de 2016, apontam dados da Serasa. Entre janeiro de 2022 e janeiro de 2023, entraram na lista do calote 5,3 milhões de pessoas, o equivalente à população da Noruega. No período, a dívida total cresceu cerca de 24% (R$ 62,6 bilhões), enquanto o valor médio por inadimplente avançou de R$ 4.022 para R$ 4.612. Juros altos e renda corroída pela inflação elevada foram os gatilhos para o aumento do calote, adormecido no auge da pandemia por conta das postergações da quitação dos atrasos. O aumento no número de inadimplentes começou a partir de setembro de 2021, quando a inflação acumulada em 12 meses atingiu 10,23%. Até aquele mês, eles eram por volta de 62 milhões, uma marca já elevada, com total de dívida de R$ 245 bilhões. eldquo;A inflação fez um estrago gigantesco no orçamento das famílias, especialmente nas de baixa renda, o que gerou esse crescimento no número de brasileiros inadimplenteserdquo;, afirma o economista-chefe da Serasa, Luiz Rabi. Para esticar a renda e manter o padrão de consumo, as famílias buscaram o crédito mais fácil e mais caro, como cartão de crédito e cheque especial, mas a estratégia acabou não dando certo a médio prazo justamente porque a inflação não cedeu. O cenário se agravou por causa da fraqueza do mercado de trabalho. Embora a ocupação tenha aumentado, o salário não teve ganhos reais. ebull; A deterioração da situação financeira das famílias já traz uma preocupação para o sistema financeiro do País, que tem ficado mais rígido na concessão de novos créditos e levado os brasileiros a recorrer às chamadas linhas emergenciais, como cheque especial e rotativo do cartão de crédito endash; que têm os juros mais elevados. Em 12 meses até janeiro, por exemplo, a concessão de crédito dessas duas modalidades registrou alta de 22% e 47,5%, respectivamente, de acordo com dados do Banco Central (BC). eldquo;Todo esse cenário pressiona a situação financeira das famílias, diminuindo tanto a demanda quanto a oferta de créditoerdquo;, afirma Isabela Tavares, analista da Tendências. eldquo;Esse tipo de crédito revela uma necessidade das famílias em momentos de emergência, porque elas não têm acesso a outras modalidades.erdquo; Também foram as linhas de cheque especial e cartão de crédito que registraram os maiores índices de inadimplência. Em janeiro, o atraso apurado há pelo menos 90 dias respondia por 13,6% do saldo a receber, no cheque especial, e 8,6% no do cartão de crédito parcelado, aponta o BC. É uma marca bem superior à inadimplência média das pessoas físicas com recursos livres, que atingiu 6,1% no mesmo período, observa o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fabio Bentes. Ele destaca que essa taxa média de inadimplência da pessoa física com o sistema financeiro é a maior em seis anos e meio. eldquo;Só a recessão de 2015/16 produziu um cenário tão negativo quanto esse que temos hojeerdquo;, afirma o economista. SAÍDA. Num cenário macroeconômico de baixo crescimento, inflação pressionada e juros ainda elevados ao longo deste ano, economistas concordam que a saída para equacionar neste momento o problema da inadimplência é a microeconômica. Ou seja, a renegociação. No governo, a preocupação com uma ampla crise de crédito no País já é evidente. Nesta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que apresentou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o desenho do programa Desenrola, que a princípio deve prever a renegociação de dívidas de pessoas com renda de até dois salários mínimos. A Serasa iniciou na última terça-feira o Feirão Limpa Nome presencial em São Paulo, que vai até amanhã. Mas as negociações online duram até 31 de março. Pela primeira vez, o birô conseguiu reunir um número recorde de 425 empresas credoras, dispostas a oferecer descontos de até 99% sobre o valor das pendências. NOVA TENTATIVA. Há dois anos, Sebastião Gomes, de 57 anos, tentou renegociar as suas dívidas, mas não teve sucesso. Elas chegaram a somar R$ 20 mil. eldquo;Paguei algumas coisas, mas depois me enrolei de novoerdquo;, diz. eldquo;Quando eu fui ver no banco, já estava devendo e comecei a pagar juros. Agora, eu estou tentando voltar ao normal.erdquo; Gomes perdeu o controle do seu orçamento depois de abrir uma empresa de jardinagem. Não conseguiu manter as contas em dia. Agora, buscou uma negociação e conseguiu reduzir o montante que devia, sobretudo, para bancos, para R$ 2 mil. Enquanto não sai da lista de inadimplentes, não consegue crédito para a sua empresa. Por isso, vive de trabalhos menores. eldquo;Não posso fechar grandes serviços, só pequenos.erdquo; ebull;

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Ministros discutem critérios de qualidade para liberar aumento de biodiesel

Ministros envolvidos na disputa sobre a mistura obrigatória do biodiesel planejam se reunir na próxima semana para discutir a possibilidade de incluir condicionantes de qualidade para determinar o aumento do mandato, hoje em 10% (B10). O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) se reúne pela primeira vez nesse novo governo em 17 de março. Ainda não há acordo para uma proposta, que deve ser levada para sanar uma disputa criada por entidades representativas do setor de transportes e, do outro lado, por associações de biodiesel. Por enquanto, o aumento da mistura obrigatória com a volta do calendário do mandato é defendido pelas pastas ligadas ao setor produtivo, como o Ministério da Agricultura, de Carlos Fávaro (PSD), e o Ministério do Desenvolvimento Agrário, de Paulo Teixeira (PT). O ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB) defendeu diversas vezes o aumento da mistura. A expectativa dos produtores é que o CNPE restabeleça o B12 para os próximos meses. No fim do ano passado, o gabinete de transição e o governo Bolsonaro chegaram ao consenso para extensão do B10 até o fim de março. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) já flexibilizou os prazos para aquisição de biodiesel, em razão da imprevisibilidade da demanda. Os produtores têm capacidade ociosa para atender ao B12 no curto prazo. Qualidade é palco de disputa por mercado de diesel A ideia da condicionante de qualidade deve ser debatida após associações do setor de transporte alegarem que o aumento da porcentagem da parcela renovável no combustível pode ser responsável por deteriorar as condições do maquinário e equipamento de ônibus, caminhões e tratores que utilizam o biodiesel. A epbr apurou que a defesa encontrou apoio no Ministério dos Transportes, de Renan Filho (MDB) endash; pasta com assento no CNPE. Por isso, parte dos ministérios deve se reunir para tentar endereçar e viabilizar o aumento da mistura obrigatória. O Ministério de Minas e Energia (MME), de Alexandre Silveira (PSD), tem sido cobrado desde o início do ano pela Frente Parlamentar do Biodiesel e da Agricultura pela elevação da mistura para os próximos meses. No mês passado, Pedro Lupion (PP/PR) enviou comunicado ao MME e defendeu que eldquo;sem uma definição rápida, há o risco de elevar ainda mais o percentual da safra de soja a ser exportada in naturaerdquo;, o que poderia afetar o setor produtivo do biodiesel. Silveira defendeu em sua posse que o aumento do percentual de mistura do biodiesel só seria apoiado pela pasta após uma pesquisa com produtores e representantes da indústria do País endash; o que foi lido por parte do setor como uma posição de cautela nas promessas de aumento da mistura obrigatória. Entidades se acusam Nesta quinta (9/3), associações de produtores e de segmentos do mercado distribuidor e transportador voltaram a trocar farpas por meio de notas sobre a possibilidade de cumprir a mistura obrigatória de biodiesel com outros combustíveis. Para CNT (transportes), Anfavea e Abimaq (mercado automotivo), Fecombustíveis e Brasilcom (mercado de combustíveis), entre outras, o setor de biodiesel busca eldquo;garantir uma reserva de mercado contra a concorrência de biocombustíveis mais modernoserdquo;. O grupo é favorável à concorrência, dentro do mandato de biodiesel, do diesel verde e do diesel coprocessado com óleo de soja produzido pela Petrobras. Como ainda não há produção de diesel verde no país, essa abertura no mercado favorece o produto da Petrobras. O posicionamento diz que a indústria automotiva tem eldquo;sofrido consequências com as avaliações de padrão de qualidadeerdquo;, e cita perda da eficiência de motores, aumento do consumo de diesel e da poluição. eldquo;Donos de postos de combustíveis, além de problemas que enfrentam nas bombas, encaram a ira de motoristas que abastecem com a mistura de biodiesel e voltam para reclamar de pane em seus veículos, como se o combustível estivesse adulteradoerdquo;. Veja na íntegra (.pdf) Os produtores de biodiesel chamam as alegações de infundadas e dizem não ter restrições à adoção de diferentes rotas tecnológicas para biocombustíveis, desde que respeitem as definições da ANP. eldquo;Com essa postura, as entidades contrárias ao biodiesel nacional dão a entender que o Executivo federal está no caminho errado ao buscar a redução da emissão de poluentes e expandir a produção e o uso de biocombustíveis, de modo a combater as mudanças climáticas, sendo esta uma das principais bandeiras políticas do atual governoerdquo;, cobrou a Frente Parlamentar do Biodiesel (FPBio), em nota, nesta quinta (9/3). Quanto à qualidade, produtores questionam o diesel de petróleo, que responde pela maior parte da composição do combustível comercializado, e dizem que nenhum dano a máquinas e motores pela utilização do biodiesel foi comprovado. eldquo;O setor está aberto a novos entrantes e tecnologias para a produção de biodiesel (éster) e também apoia o fomento e a entrada de novas rotas tecnológicas de biocombustíveis e produtos que venham a deslocar o consumo de diesel fóssil por biocombustíveis com melhores características ambientais, como é o caso do diesel verde (HVO)erdquo;, diz a nota (.pdf) assinada por Abiove (óleos vegetais), Aprobio e Ubrabio (produtores de biodiesel). eldquo;Os ministros do Poder Executivo precisam se posicionar urgentemente sobre o conteúdo dessa nota, repleta de informações distorcidaserdquo;, afirma o presidente da FPBio, deputado Alceu Moreira (MDB/RS).

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Aziz diz que vai abrir investigação no Senado sobre venda de refinaria da Petrobras para Mubadala

O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor do Senado (CTFC), afirmou nesta quinta-feira (9) que vai abrir investigação sobre a venda da refinaria da Petrobras Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, para o fundo Mubadala Capital, dos Emirados Árabes Unidos. "Qualquer violação ao interesse da União, relação com a tentativa de descaminho de joias, ou qualquer ato que tenha gerado vantagens a autoridades nessa venda, será levado à Justiça para punição dos envolvidos", disse Aziz no Twitter. "O primeiro passo da comissão será pedir documentos da Petrobras sobre a avaliação de preço abaixo do valor de mercado do ativo brasileiro para os estrangeiros", acrescentou. Na véspera, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) disse que apresentou pedido ao Ministério Público Federal (MPF) para que investigue eventual relação entre joias supostamente enviadas pelo governo da Arábia Saudita à família Bolsonaro e a venda da refinaria na Bahia. O Mubadala Capital é o fundo soberano dos Emirados Árabes, e não da Arábia Saudita, mas a federação pontuou em nota que ambos os países são próximos geograficamente e que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria afirmado em entrevista recente que o presente fora acertado nos Emirados Árabes. A Rlam, rebatizada de Refinaria de Mataripe após a venda, foi vendida juntamente com seus ativos logísticos por US$ 1,8 bilhão. De acordo com a FUP, o Instituto de Estudos Estratégico de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) avaliou o seu valor entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões. A Polícia Federal abriu um inquérito nesta semana após a Receita Federal informar que o governo Bolsonaro não adotou os procedimentos necessários para a incorporação ao patrimônio público de joias presenteadas pelo governo saudita a uma comitiva brasileira que visitou o país em 2021. Parte das joias ficou retida na Receita Federal em Guarulhos emdash;um conjunto avaliado em 16,5 milhões de reaisemdash;, enquanto um outro pacote foi entregue à Presidência. Bolsonaro recebeu um pacote de presentes supostamente enviado pelo governo saudita e decidiu ficar com eles em seu acervo pessoal, numa ação que seu advogado, Frederick Wassef, disse ter sido legal por se tratar de bens de caráter "personalíssimo". (Reuters)

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