Ano:
Mês:
article

Como funciona o rotativo do cartão em outros países; Brasil cria teto para esse tipo de crédito

Assim como no Brasil, em muitos outros países, quando um titular de cartão de crédito não paga a totalidade do valor da fatura no vencimento, tem o saldo remanescente levado para o mês seguinte, com a incidência de juros mais altos do que outras modalidades de crédito pessoal. A diferença é que mesmo com a fixação de um teto no Brasil - projeto aprovado pela Câmara dos Deputados nesta terça-feira limita a dívida ao dobro do montante inicial, ou seja, 100% - o Brasil continuará cobrando a maior taxa do rotativo do mundo, segundo especialistas. No Reino Unido, por exemplo, a taxa média de juros do cartão de crédito é de 22,2% ao ano, mas ela varia de acordo com o tipo de cartão e segundo pontuações de crédito boas e ruins. Por lá, foi criado o conceito do persistent debt que é quando, ao longo de um período de 18 meses, o consumidor está pagando mais juros do que propriamente o valor da dívida. Isso acontece quando o cliente faz apenas o pagamento mínimo da fatura seguidamente. Nesse caso, o banco emissor do cartão precisa entrar em contato com o cliente e oferecer outras opções de crédito, com juros menores. Isso tem reduzido a quantidade de pessoas em situação de dívida e também a inadimplência. Em setembro de 2018, a Financial Conduct Authority (FCA, na tradução Autoridade de Conduta Financeira) inglesa estabeleceu que os credores devem entrar em contato com clientes nessa situação. As regras se aplicavam apenas a cartões de crédito, mas foram estendidas também para cartões de lojas. emdash; Isso mostra que educação financeira para que o consumidor possa escolher melhor suas opções é algo fundamental quando discutimos o mercado de crédito emdash; diz Evelyn Bueno, diretora jurídica da SumUp para a América Latina. Em artigo, o professor Fernando Nogueira da Costa, do Instituto de Economia da Unicamp, lembra que os americanos escolhem um cartão de crédito por conta dos benefícios oferecidos, pela anuidade cobrada e, também, pela taxa de juros. Nos Estados Unidos, escreveu Nogueira da Costa, o crédito se inicia a partir da data da compra, o que significa que já há incidência de juros. No Brasil, os portadores do cartão têm, no limite, até um mês e uma semana para efetuar o pagamento da fatura, na eldquo;data do aniversárioerdquo;, sem nenhuma cobrança de juros. Nos Estados Unidos, a taxa média de juros anual do cartão de crédito é de 24,37% emdash; a mais alta desde 2019. As taxas máximas cobradas chegam a 27% e o teto estabelecido é de 29,99%. É o mesmo teto estabelecido pela Venezuela, onde a taxa máxima do rotativo é de 29%. Os consumidores americanos usam mais os cartões com programas específicos de bonificação emitidos na maioria das lojas do país. Já, entre os brasileiros, o relacionamento se dá mais com cartões emitidos por bancos. Dessa forma, os americanos usufruem de um aumento do poder de compra, baseado no crédito ao consumidor e com juros mais baixos. Nos EUA, não existe dividir em diversas vezes sem juros. O custo desta operação sempre estará embutido no preço do produto, observa Nogueira em seu artigo. Em países como Austrália e Peru não existe o parcelamento oferecido pelo lojista, como no Brasil. Na Espanha, os juros do rotativo do cartão de crédito variam entre 20% e 30% e não há um teto para a taxa. Há alguns anos, o Supremo Tribunal espanhol declarou que essas taxas eram excessivas, o que gerou ações na Justiça por consumidores pedindo ressarcimento de parte dos valores pagos. Comparar produtos globais de crédito com o Brasil é sempre complicado por conta da taxa de juros elevada no Brasil, diz José Roberto Kracochansky, CEO da Jazz Tech, empresa que oferece soluções de meios de pagamento. Entre as e#39;jabuticabase#39; brasileiras, por exemplo, estão o parcelamento oferecido pelo lojista, diz ele. emdash; É um tipo de oferta que só existe no mercado nacional, e cria uma distorção na cadeia toda de cartão de crédito. Em função disso, os adquirentes (maquininhas) ganham muito dinheiro no Brasil. Quando você transfere o parcelamento que deveria ser feito pelo banco ao lojista, há um desbalanceamento do mercado emdash; diz Kracochansky. O CEO diz ainda que acredita que trazer modelos internacionais para esse segmento não seja factível diante dessas distorções e que seria mais positivo transformar o parcelamento sem juros em parcelamento com taxas mais baixas que as oferecidas pelo cartão de crédito.

article

Fábrica brasileira da Gilbarco Veeder-Root é elevada à categoria de fabricante global da marca

A nova posição é o reconhecimento aos padrões de excelência dos processos da fábrica localizada na cidade de Barueri endash; SP. Na prática, significa que além de seguir abastecendo o país e região, a planta da Gilbarco Veeder-Root Brasil, também exportará produtos para outros países, iniciando pelos Estados Unidos, Canadá e Porto Rico. O anúncio oficial foi feito durante encontro entre Dave Coombe, Presidente Global de Fueling Solutions para Gilbarco Veeder-Root e Bruno Rosas, Presidente da marca para a América Latina. A iniciativa é parte da política de ESG - em português, Ambiental, Social e Governança - da Vontier endash; organização a qual a Gilbarco Veeder-Root pertence, particularmente no que diz respeito às metas mundiais de descarbonização com as quais está comprometida: maior eficiência de produção com padrões sustentáveis, em pontos estratégicos do planeta. Considerando estes parâmetros, a fábrica brasileira endash; premiada como a melhor do mundo, dentro do grupo Vontier em 2022 endash; é uma escolha natural. Não só pela sua proximidade com a Europa e com os Estados Unidos, mas principalmente pelas suas altas pontuações em métricas que aferem aspectos cruciais da gestão industrial com destaque para qualidade, segurança, gestão do estoque e pontualidade na entrega, quesitos que lhe valeram o prêmio. Para cumprir a nova missão de tornar-se uma fábrica com produtos e soluções para o mundo, mantendo o foco nas necessidades do mercado local, serão realizados investimentos prioritários em maquinário, logística, automação e gestão de pessoas. eldquo;A gestão de pessoas, ou seja, a nossa capacidade em selecionar e promover a interação de um time local, multidisciplinar focado em desenvolver, produzir e entregar multiprodutos com eficiência e qualidade e dentro dos padrões de cada país importador, será sem dúvida um dos nossos mais interessantes desafios, de cujo aprendizado todos os mercados se beneficiarão, inclusive o brasileiroerdquo;, avalia Rosas. As mudanças e adaptações não afetam a produção para o mercado local. Ao contrário, devem trazer ainda maiores ganhos em eficiência, tecnologia e oferta de produtos. Já estão programados, ainda para este ano, novos lançamentos que incluem bombas aperfeiçoadas e certificadas com o novo RTM - Regulamento Técnico Metrológico do Inmetro endash; e de sistemas e soluções que garantem a confiabilidade da qualidade dos combustíveis adquiridos nos postos, oferecendo segurança ao cliente e agregando valor à reputação do estabelecimento. O Presidente Global reforça o apoio do Grupo Vontier à região: eldquo;Estamos entusiasmados com as oportunidades que a América Latina oferece e comprometidos em seguir colaborando com nossos parceiros locais para impulsionar o desenvolvimento e crescimento sustentável da regiãoerdquo;, afirma Dave Coombe. Bruno Rosas destaca ainda outros ganhos que a fábrica mundial proporcionará ao mercado local, eldquo;Há uma tendência em considerar o Brasil tecnologicamente atrasado em relação ao exterior. Isso ocorre principalmente porque em outros países, o modelo de negócio onde o consumidor final interage com o equipamento, fez com que tecnologias fossem disponibilizadas e implementadas em larga escala. Com a nossa fábrica produzindo internacionalmente, mudaremos esta visão porque traremos essas tecnologias e ajustaremos as condições ao mercado brasileiro, a custos acessíveis, uma vez que os laboratórios de desenvolvimento estarão fisicamente no Brasil, mas atuando de forma globalerdquo;. As primeiras bombas brasileiras já se encontram em teste na fábrica da Gilbarco Veeder-Root nos Estados Unidos, e o primeiro lote deverá ser exportado no ano que vem.

article

Petróleo atinge maior valor em 10 meses com sauditas e russos estendendo cortes

Os preços do petróleo encerraram a terça-feira com alta de US$ 1 por barril, no maior valor desde novembro, depois que a Arábia Saudita e a Rússia anunciaram uma nova extensão de seus cortes voluntários de oferta até o fim do ano, preocupando investidores com potencial escassez durante o pico de demanda no inverno. Os futuros do petróleo Brent subiram US$ 1,04, ou 1,2%, a US$ 90,04 o barril, fechando acima da marca de US$ 90 pela primeira vez desde 16 de novembro de 2022. Os futuros do petróleo nos EUA (WTI) subiram US$ 1,14, ou 1,3%, para fechar a US$ 86,69 por barril, também uma máxima em 10 meses. Os investidores esperavam que a Arábia Saudita e a Rússia estendessem os cortes voluntários até outubro, mas a prorrogação de três meses foi inesperada. eldquo;Certamente o mercado foi pego de surpresa pela agressividade da postura deleserdquo;, disse John Kilduff, sócio da Again Capital LLC em Nova York. Tanto a Arábia Saudita quanto a Rússia afirmaram que vão revisar mensalmente os cortes de fornecimento e poderão modificá-los dependendo das condições de mercado. eldquo;Com a extensão dos cortes de produção, antecipamos um déficit de mercado de mais de 1,5 milhão de barris por dia no quarto trimestre de 2023erdquo;, escreveu o analista da UBS, Giovanni Staunovo, em uma nota a clientes. A UBS agora espera que o petróleo Brent atinja US$ 95 por barril até o final do ano. Refletindo preocupações sobre a oferta de curto prazo no mercado, os contratos do Brent e do WTI para o mês à frente também estavam sendo negociados com o maior prêmio em relação aos contratos para datas posteriores desde novembro. Essa estrutura, chamada de eldquo;backwardationerdquo;, indica um aperto no fornecimento para entregas imediatas. Também dando suporte aos preços do petróleo na terça-feira (5), o Goldman Sachs afirmou que agora vê a probabilidade de uma recessão nos Estados Unidos começar nos próximos 12 meses em 15%, abaixo da previsão anterior de 20%. Juntamente com os cortes de fornecimento da Arábia Saudita, que começaram em julho, as perspectivas de a economia dos EUA evitar uma recessão severa ajudaram a impulsionar a demanda e os preços do petróleo nos últimos meses. Tanto os futuros do Brent quanto do WTI subiram mais de 20% desde o final de junho. (Reuters)

article

Petrobras firma novos contratos de gás natural com Compagas de R$ 6,4 bi

A Petrobras fechou contratos de suprimento de gás natural com a paranaense Compagas de aproximadamente R$ 6,4 bilhões, adiantou a distribuidora do insumo à Reuters. Controlada pela Copel (Companhia Paranaense de Energia), a Compagas adicionou que os contratos foram resultados de uma chamada pública realizada por ela no primeiro trimestre e têm vigência de 2024 até 2034. O CEO da Compagas, Rafael Lamastra Jr, destacou que os novos contratos preveem uma redução de cerca de 10% no valor da molécula já a partir de janeiro do próximo ano em relação aos contratos atuais da companhia. "Com essa redução sendo transferida para a tarifa, daremos maior competitividade ao gás natural para nossos usuários, em especial para a indústria", disse Lamastra Jr em nota. Além do maior prazo e do menor preço do gás, também foram negociadas condições que deixam os contratos com maior diversificação de indexadores, afirmou a distribuidora. Com os novos acertos, cerca de 20% da carteira de suprimento da Compagas passa ser indexada ao Henry Hub, utilizado como referência no mercado de gás nos Estados Unidos. "Mesmo em caráter inovador, essa foi uma oportunidade que vislumbramos de reduzir a volatilidade dos contratos frente às variações impostas pelas condições macroeconômicas e políticas", disse Lamastra. A parcela restante da carteira segue com a indexação pelo petróleo tipo Brent e pelo dólar, informou a empresa. Procurada, a Petrobras não retornou imediatamente ao pedido de comentário. (Reuters)

article

Demanda e confiança melhoram em agosto e expansão de serviços do Brasil acelera, mostra PMI

O crescimento do setor de serviços do Brasil ganhou leve força em agosto diante do aumento dos novos negócios, com a confiança atingindo máxima de 10 meses, de acordo com pesquisa PMI (Índice de Gerentes de Compras, na sigla em inglês) divulgada nesta terça-feira (5). Em agosto, o PMI compilado pela Seamp;P Global subiu a 50,6, de 50,2 em julho, marcando o sexto aumento consecutivo na atividade de serviços endash;a marca de 50 separa crescimento de contração. Segundo a pesquisa, as empresas que relataram crescimento mencionaram conquista de novos negócios, que chegaram a seis meses seguidos de expansão. Foram relatadas recuperação da demanda e captação de novos clientes. O levantamento mostrou ainda que o impacto combinado da redução da taxa de juros, novos negócios pendentes de aprovação e previsões de melhoria das vendas ajudou a aumentar o otimismo em agosto. O nível de confiança das empresas em relação às perspectivas para a atividade de serviços ao longo do próximo ano foi o mais alto registrado desde outubro de 2022, depois de o sentimento ter caído em julho para uma mínima em 26 meses. "Os resultados do PMI de serviços do Brasil mostraram resiliência diante dos desafios. O aumento contínuo da demanda manteve a atividade de serviços dentro da zona de crescimento, enquanto as decisões do Banco Central de começar a cortar taxas estimularam a confiança nos negócios", destacou em nota a diretora associada de economia da Seamp;P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima. Esse cenário ainda impulsionou a criação de empregos no setor de serviços em agosto pelo sexto mês seguido, a um ritmo mais acelerado do que em julho. Já o cenário para os preços foi misto. Os custos de insumos aumentaram a uma taxa mais forte do que em julho, com os participantes da pesquisa destacando custos salariais, flutuações cambiais e preços mais altos de energia, combustíveis, seguros e água. Mas apesar disso, os preços cobrados pelos fornecedores de serviços aumentaram pela taxa mais fraca desde novembro de 2020. "Essa discrepância poderia ser parcialmente atribuída a pressões competitivas, com as empresas optando por absorver parte dos seus encargos adicionais em meio a estratégias para manter participações no mercado e viabilidade para os consumidores", explicou De Lima. A atividade da indústria brasileira mostrou sinais de recuperação em agosto o que, somado ao desempenho do setor de serviços, levou a atividade empresarial do Brasil de volta ao território de crescimento. O PMI Composto subiu a 50,6, de 49,6 em julho, quando registrou contração pela primeira vez em cinco meses. (Reuters)

article

Álcool na gasolina: Entenda como projeto do governo impacta o tanque e o bolso

O debate sobre aumento do porcentual de álcool na gasolina voltou ao radar do mercado após o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, dizer que a eldquo;pauta verdeerdquo; é uma das prioridades dos parlamentares nos próximos meses. eldquo;Enquanto corremos na transição energética do setor de transportes, é importante discutir o percentual de participação de biocombustíveis na mistura com combustíveis fósseiserdquo;, disse Lira durante um fórum na segunda-feira (4). Os ministros Geraldo Alckmin (Indústria) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) já tinham adiantado o plano do governo de aumentar a mistura de etanol na gasolina dos atuais 27,5% para 30%. O projeto de lei apelidado eldquo;combustível do futuroerdquo; de deve ser entregue ao Congresso já nos próximos dias. O texto também propõe o aumento de 12% para 15% de biodiesel no diesel. A estimativa é de que a mudança ajudará a reduzir o consumo de gasolina A (pura) em aproximadamente 107,6 milhões de litros por mês. Como a mistura da gasolina afeta o consumidor? Um dos pontos que a favor do aumento da porcentagem de etanol é que isso reduz a dependência externa do Brasil de combustíveis fósseis, diminuindo também possibilidades de repasse de oscilações dos preços no mercado internacional. A medida também é vista como uma solução para reduzir as emissões de carbono da frota de veículos nacional. Além disso, ela também pode ser uma forma de o governo conseguir reduzir os preços da gasolina. Por outro lado, o governo precisa confirmar com a indústria automotiva se os motores dos carros são compatíveis com uma proporção maior de etanol. Ainda é preciso lembrar que etanol é derivado da cana-de-açúcar e está sujeito a sazonalidade como toda commodity agrícola endash; significa que fixar a mistura em 30% pode ser um problema em períodos de entressafra ou problemas das lavouras, sendo que o ideal fosse uma flexibilização.

Como posso te ajudar?