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Raízen corre risco de perder licença por entregar dados falsos de produção à ANP

Pela segunda vez, a ANP (Agência Nacional do Petróleo) advertiu a Raízen por inflar sua capacidade de produção de etanol, sem que a empresa apresentasse justificativas aceitáveis e, alertou que a empresa corre o risco de perder sua licença. Em fiscalização ocorrida em junho deste ano, os fiscais verificaram que a empresa, que pertence ao empresário Rubens Ometto, reportou números inverídicos, algo que pode levá-la à perda do registro de produção. Entre fevereiro e maio deste ano houve 59 registros que, conforme a fiscalização da ANP, apontam rendimentos "inconsistentes" e "inverídicos" na produção de etanol por unidades da companhia em São Paulo e Goiás. A Raízen informou à ANP ter produzido no período pouco mais de 439 milhões de litros de etanol, tendo utilizado, para isso, 808,8 mil toneladas de matéria-prima processada (cana de açúcar, melado, bagaço e palha), cerca de 2 kg, em média, para cada litro de etanol. No entanto, dados do setor citados pela própria Raízen em seu site mostram que a produção de um litro de etanol anidro demanda, em média, cerca de 12 kg de cana de açúcar. Ou seja, se a média do setor foi a vigente, a Raízen teria reportado números seis vezes maiores à ANP. Na sexta (1), a agência enviou documento à empresa informando que, no julgamento do caso, a Raízen corre o risco de ter seu registro de produtora de etanol suspenso por conta dessas falhas. O principal motivo, ainda segundo o comunicado, é a reincidência. Em 2020, a empresa foi responsabilizada pelo mesmo problema. O fornecimento mensal de dados sobre a produção é obrigatório por parte das produtoras de combustíveis. No decorrer do processo atual, a Raízen disse que tinha havido erro, mas a explicação não satisfez os fiscais. "Durante a reunião, a responsável pela movimentação (...) mencionou que havia ocorrido um erro na unidade de medida informada e solicitou o reprocessamento dos dados. No entanto, apesar de inúmeros reprocessamentos, os rendimentos apresentados continuaram inconsistentes e não houve justificativas claras", escreve o fiscal da ANP, em junho, após reunião com a companhia. Agora, a agência aguarda as alegações finais da Raízen antes de enviar o processo para julgamento. Procurada, a Raízen reiterou ter havido "um erro formal no envio de informações à ANP que foi prontamente corrigido". A empresa afirma que "tal equívoco foi pontual e não trouxe qualquer prejuízo à fiscalização da agência ou dano a seus clientes e ao abastecimento".

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Stellantis vê transição longa de carros à combustão para elétricos

A montadora Stellantis acredita que os carros à combustão continuarão rodando até 2050, tornando necessárias medidas para conter suas emissões de carbono até que sejam totalmente substituídos pelos veículos elétricos. Terceira maior montadora do mundo em vendas e proprietária de marcas como Fiat, Peugeot e Jeep, a empresa anunciou nesta semana que testes feitos com a gigante saudita do petróleo Aramco mostraram que 24 tipos de motores à combustão em veículos europeus produzidos desde 2014 podem usar ecombustíveis sem precisar de adaptações. A Stellantis reafirmou seu compromisso de que todas as suas vendas na Europa até 2030 serão de elétricos, embora a União Europeia tenha excluído carros que usam ecombustíveis de seu prazo final de 2035 para que os veículos emissores de dióxido de carbono sejam descontinuados. Mas muitos dos veículos à combustão fabricados até 2029 rodarão por pelo menos mais duas décadas, disse nesta quinta-feira Christian Mueller, vice-presidente sênior da Stellantis para Sistemas de Propulsão na região EMEA (Europa, Oriente Médio e África). "Precisamos realmente cuidar da nossa frota", afirmou. "Creio que 25% de nossos veículos ainda sejam utilizados depois de 20 anos. Assim, o tempo de exposição aos ecombustíveis é considerável, muito considerável." Céticos dizem que os ecombustíveis, contudo, não são uma opção viável no curto prazo, devido à baixa disponibilidade e aos altos custos. O CTO de Transportes da Aramco, Amer Amer, afirmou que a produção deve começar em 2025, nas duas usinas de demonstração da empresa, na Arábia Saudita e Espanha. Os executivos de Stellantis e Aramco esperam que a disponibilidade dos e-combustíveis aumente e o preço diminua, devido a incentivos fiscais na União Europeia. (Reuters)

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Anfavea acirra polêmica sobre entrada de carro chinês no Brasil

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, fez, nesta terça-feira (05), uma contundente queixa sobre a concorrência das marcas chinesas, com duras críticas à isenção do Imposto de Importação para carros 100% elétricos, em vigor no país desde 2015. Modelos elétricos têm marcado os lançamentos das marcas chinesas nos últimos meses. eldquo;Defendemos 35% (alíquota cheia) de Imposto de Importação, com cotas livres do tributo para veículos elétricoserdquo;, disse, durante a divulgação dos resultados do setor em agosto. O dirigente considera eldquo;uma invasãoerdquo; a entrada de marcas chinesas não só no mercado brasileiro, como em toda a região: eldquo;Temos uma e#39;invasãoe#39; de produtos asiáticos, principalmente chineses, na América Latina". Para ler esta notícia, clique aqui.

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Vibra não terá mais lojas de conveniência com a varejista

A Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (SG/Cade) aprovou o encerramento da parceria comercial entre a Vibra e a Americanas destinada à exploração de lojas de pequeno varejo em postos de gasolina e fora deles por meio da Vem Conveniência sob as marcas BR Mania e Local. A Vibra pagará à Americanas o valor de R$ 192 milhões. A Vibra informou ao Cade que decidiu desfazer a parceria, por determinação de seu conselho de administração, tendo em vista os recentes acontecimentos envolvendo a Americanas, em recuperação judicial. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Produção de veículos dispara em agosto, mas vendas caem ante julho

A indústria automotiva brasileira teve crescimento de 24% na produção em agosto ante julho, montando 227 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, mas as vendas na mesma comparação recuaram 7,9%, para 207,7 mil veículos, segundo dados divulgados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) nesta terça-feira (5). Em relação a agosto do ano passado, a produção caiu 4,6%, acumulando no ano 1,54 milhão de unidades, 0,4% menos que o volume montado no mesmo período de 2022. Já as vendas na comparação mensal recuaram 0,4%, e no ano o setor registra avanço de 9,4%, para 1,43 milhão de veículos. O presidente da Anfavea, Marcio Leite, afirmou a jornalistas que o mês para a produção de veículos foi "muito bom", com nenhuma montadora com fábrica parada, diferente de meses anteriores em que situações incluindo falta de peças e demanda fraca pressionaram as vendas e geraram aumento nos estoques. "Ficamos praticamente igual a maio (em vendas), que foi o mês que antecedeu o plano de incentivo do governo federal para veículos de até R$ 120 mil", acrescentou. As exportações de veículos montados em agosto ante o mesmo mês do ano passado caíram 26,2%, para 34,5 mil veículos, segundo os dados da Anfavea. No ano, o setor acumula vendas externas de 292,1 mil unidades, queda de 12,8% sobre o mesmo período de 2022. "O dado mais preocupante é como o Brasil está perdendo mercado em nosso quintal. O grosso de nossas exportações vai para a América Latina e o que estamos vendo é que estes países estão recebendo produtos asiáticos, principalmente chineses, em volume muito acima do que era o histórico", disse Leite. Segundo ele, a participação da China nas exportações de veículos para a América Latina é de 21,2%.

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Bancos se antecipam e já oferecem 'Pix Parcelado'

Em apenas três anos, o Pix caiu no gosto do brasileiro e já se tornou a forma de pagamento mais utilizada no país. A modalidade, que surgiu como uma alternativa ao TED e ao DOC por permitir pagamentos à vista em qualquer horário ou dia da semana, vem tendo as funcionalidades ampliadas, podendo, inclusive, se tornar um concorrente do cartão de crédito em breve. Faz parte dos planos do Banco Central lançar o Pix Parcelado, que também pode se chamar Garantido ou Crédito. Embora o nome não esteja definido, o produto consta na agenda evolutiva do Pix, ainda que sem data certa para lançamento. Com objetivo de acelerar a inclusão financeira, o presidente do BC, Roberto Campos Netto, já chegou a afirmar que espera que, no futuro, não será preciso ter cartão de crédito e eldquo;poderá fazer tudo no Pixerdquo;. Enquanto a solução ainda não é implementada, bancos e fintechs aproveitam a lacuna para oferecer mais um tipo de crédito aos consumidores. O modelo é semelhante a um parcelamento com juros no cartão de crédito. Em alguns casos é vinculado ao limite do próprio cartão e, em outros, relacionado a um tipo de empréstimo que o banco ofereça. Na prática, funciona assim: o lojista ou a pessoa física recebe o pagamento na hora, e é o correntista quem arca com os juros do parcelamento. Quanto mais parcelas, maiores costumam ser as taxas aplicadas. No Nubank, por exemplo, o cliente precisa acessar a eldquo;Área Pixerdquo; e simular uma transferência comum. Antes de finalizar, pode escolher usar o saldo em conta ou o cartão de crédito. Nesse último caso, é necessário ter limite disponível. O banco digital afirma que a taxa é definida a partir de uma política de crédito interna que varia de cliente para cliente. No entanto, uma simulação feita pela reportagem mostrou que um Pix de R$ 50 parcelado em 12 vezes chega a ter um acréscimo de 30%. Em apenas uma parcela, a taxa cobrada foi de 4,92%. Luigi Iervolino, sócio da consultoria Bip, explica que, nesse modelo, quem assume o risco de crédito é o banco, em vez do vendedor. Outra vantagem para o lojista, segundo ele, é receber na hora, ao passo que, no cartão de crédito, ele pode demorar até 30 dias para receber o valor. Enquanto a solução não é lançada pelo Banco Central, Iervolino opina que o consumidor não tem muitos benefícios, já que ele ainda depende da aprovação do crédito pela instituição e pode estar sujeito a taxas elevadas: emdash; Até existem algumas fintechs que parcelam em até 90 vezes sem juros, mas tudo depende da liberação de crédito para essa pessoa. Não muda muita coisa. O Itaú disponibiliza em seu aplicativo a opção de realizar uma transferência Pix e pagar depois. Para isso, é necessário escolher a opção e#39;Pague Parceladoe#39; e, depois, clicar em quantas vezes deseja parcelar. A oferta do parcelamento, segundo a instituição, depende de uma análise de crédito. O Bradesco informou que oferece uma operação de crédito para clientes que precisem fazer pagamentos ou transferências via Pix sem saldo em conta. eldquo;O banco avalia automaticamente a transação e disponibiliza um produto de crédito no valor adequado para a conclusão do Pix, podendo aumentar o limite de conta ou até mesmo permitir o parcelamento dos valores da operaçãoerdquo;. Esse crédito, no entanto, não é solicitado diretamente na aba do Pix do aplicativo, mas na seção eldquo;empréstimoserdquo; e eldquo;crédito parceladoerdquo;. Ivan Habe, sócio líder de pagamentos da EY, observa que os produtos de elsquo;Pix Parceladoersquo; existentes são, em geral, atrelados a um crédito pessoal, uma vez que os bancos conhecem o perfil do correntista e, dessa forma, podem fazem ofertas personalizadas, diminuindo o risco de inadimplência. No entanto, alerta que o uso não deve ser indiscriminado porque, além das taxas embutidas nas parcelas, o crédito pode ficar ainda mais caro se não for pago em dia: emdash; Esse tipo de serviço se assemelha com o empréstimo pessoal. Vale apenas reforçar que não são apenas os juros do parcelamento, mas também tem que considerar que há um valor a ser cobrado pela inadimplência e/ou não pagamento da parcela na data do vencimento. Com mais de 163 mil contratações desde dezembro do ano passado, o Banco do Brasil permite parcelamentos de Pix a partir de R$ 100. O cliente interessado deve acessar o BB Parcela Pix no próprio ambiente do Pix para saber as taxas de juros, de acordo com seu perfil. Já o Santander permite parcelar, mediante juros, o valor do Pix em até 24 vezes, com o pagamento da primeira parcela em até 59 dias. O valor mínimo de contratação é de R$ 100, e as parcelas precisam ser de pelo menos R$ 5. O pagamento parcelado via Pix também está disponível para clientes da conta digital do Banco Pan que possuem valores de empréstimos pré-aprovados. A contratação é válida para transações a partir de R$ 100, com possibilidade de pagamento em até 24 parcelas. eldquo;Para contratar o produto, basta acessar o aplicativo do Banco Pan, entrar na opção eldquo;Pixerdquo;, em seguida eldquo;Pagar parceladoerdquo;, ou iniciar uma transferência PIX por QR Code ou Copia e Cola. Após a confirmação, o cliente recebe, no próprio aplicativo, o comprovante de realização do Pix e da contratação do crédito. As parcelas serão debitadas da conta do Banco Pan, mensalmente, já com o valor da taxa de juros aplicadoerdquo;, orientou o banco. O educador financeiro Adenias Filho recomenda cautela ao usar a nova modalidade de crédito. Segundo ele, sem controle do próprio orçamento, as dívidas podem virar uma bola de neve. emdash; Qualquer nova modalidade que venha a ser implementada, se for para consumo, a pessoa tem que pensar se não valeria a pena poupar dinheiro para depois consumir e pagar mais barato emdash; aconselha. emdash; Tomar empréstimo pra consumo não é a melhor opção. É preciso ter cuidado com comprometimento da renda. E, hoje em dia, até os camelôs têm maquininha de cartão de crédito, que pode mais vantajoso a depender das taxas.

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