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Transformar óleo e gás em vilões não resolve problema das emissões, diz CEO da Exxon

O CEO da ExxonMobil, Darren Woods, afirmou nesta quarta-feira (16/11) que as empresas de petróleo e gás devem ter um papel central na transição energética para uma economia de baixo carbono e que considerar o setor como eldquo;vilãoerdquo; não contribui para a redução das emissões globais. eldquo;Empresas de petróleo e gás fornecem de forma confiável produtos acessíveis essenciais à vida moderna. Torná-las vilãs é fácil. Mas isso não faz nada endash; absolutamente nada endash; para alcançar o objetivo de reduzir emissões. Na verdade, isso coloca em risco o fornecimento confiável de energiaehellip; desestabilizando economias globais, degradando o padrão de vida das pessoas e, como vimos na Europa, na verdade aumentando as emissõeserdquo;, disse o executivo durante o evento APEC CEO Summit, em São Francisco, Califórnia (EUA). Woods afirmou que políticas baseadas em subsídios e na redução da produção de energias fósseis não são eficientes e defendeu o foco na redução de emissões e em mecanismos de mercado. O executivo defendeu que a indústria deve apostar em soluções além de eólica, solar e veículos elétricos e ressaltou o investimento de US$ 17 bilhões da Exxon em captura de carbono, hidrogênio, biocombustível e lítio. Recentemente, a companhia começou a explorar lítio e anunciou planos de se tornar uma das líderes de mercado. Este ano, comprou a empresa de captura de carbono Danbury e anunciou acordos com três clientes para transportar e armazenar cinco milhões de toneladas de CO2 por ano endash; o equivalente a substituir aproximadamente 2 milhões de carros movidos a gasolina por veículos elétricos. eldquo;Não podemos substituir da noite para o dia um sistema energético que levou 150 anos para ser construído. O tamanho e a complexidade são simplesmente muito vastos. Aqueles que querem desmantelar o sistema energético existente estão com a definição errada do problema. O problema não é o petróleo e o gás. São as emissões.erdquo;

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Por que usinas manterão aposta no açúcar, mesmo com o consumo de etanol em alta

Nos últimos meses, o consumo de etanol no mercado interno mostrou reação. Ainda assim, o aumento da demanda não deve ser suficiente para mudar o foco das usinas, que apostaram em um mix mais açucareiro nesta safra devido aos preços favoráveis e devem manter a estratégia na próxima temporada. As vendas de etanol hidratado totalizaram 1,7 bilhão de litros em outubro, volume 29% maior que o de outubro de 2022, conforme dados da União da Indústria de Cana-de-açúcar e Bioenergia (Unica) divulgados na última semana. Segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na semana que se encerrou em 4/11, o etanol hidratado foi mais atrativo ao consumidor do que a gasolina em cidades que respondem por 63% do consumo nacional de combustíveis. A demanda permaneceu baixa durante todo o primeiro semestre. Já se esperava recuperação desde a metade do ano, quando o governo federal retomou a cobrança de PIS e Cofins sobre a gasolina e o etanol, uma decisão que elevou a competitividade do biocombustível. Recuperação do consumo de etanol eldquo;A gente vê, sim, uma recuperação do consumo, e ela está atrelada à retomada da tributação, que fez com que a paridade ficasse abaixo de 70%erdquo;, disse Filipi Cardoso, especialista de inteligência de mercado na área de açúcar e etanol da StoneX. Mas, os preços do biocombustível não tiveram espaço para novos aumentos pois a grande oferta segue pressionando as cotações. Segundo Cardoso, o volume de cana da safra 2023/24 é maior que o da anterior, e os níveis de produtividade do atua ciclo são muito elevados. eldquo;Então, mesmo com as usinas aumentando o mix para o açúcar, a oferta de etanol está altaerdquo;, disse. A ascensão do etanol de milho é outro fator que tem elevado os estoques. Açúcar mais vantajoso No acumulado do ciclo agrícola até 1º de novembro, a fabricação do biocombustível no Centro-Sul cresceu 10%, para 26,98 bilhões de litros, segundo a Unica. Nesse cenário, o açúcar tem oferecido rendimento maior às usinas, o que explica por que o mix deve continuar açucareiro na próxima safra. eldquo;Para o etanol ficar mais competitivo, seria preciso haver espaço para os preços para as distribuidoras subirem muito. Para isso, o preço da gasolina teria que avançar muito, o que também não é um cenário provável neste momentoerdquo;, disse. Para Arnaldo Luiz Correa, diretor da Archer Consulting, eldquo;a prioridade das usinas é açúcar até o limite da armazenagemerdquo;. Na entressafra, o mix pode pender um pouco mais para o etanol, já que as usinas têm que cumprir obrigações legais de manter estoques do produto nesse período. eldquo;A moagem deverá retornar com força total em março, e voltada para o açúcar", estimou Cardoso, da StoneX. Na avaliação do Rabobank, os preços internacionais do açúcar continuarão positivos em 2024 e até em 2025. eldquo;Enquanto o Centro-Sul enfrenta uma safra enorme, a Índia e a Tailândia, que são exportadores relevantes, têm sofrido impactos negativos do clima com a volta do El Niño. As projeções de queda da produção na Índia e na Tailândia contribuíram para o déficit de 1,9 milhão de toneladas no balanço global previsto pelo Rabobank para 2023/24 (outubro/setembro)erdquo;, escreveu em relatório. Moagem em 2024/25 A moagem de cana da próxima temporada no Centro-Sul, que começa oficialmente em abril de 2024, pode diminuir, mas o volume ainda deverá ser robusto. O Rabobank estima processamento de 610 milhões de toneladas na safra 2024/25. No ciclo atual, a moagem deverá ficar entre 620 milhões e 635 milhões de toneladas. Mesmo com um processamento menor, as usinas do Centro-Sul, pensando no cenário favorável ao açúcar, investem na ampliação da capacidade. O resultado deve ser uma produção de 40,9 milhões de toneladas na próxima safra, projetou o banco emdash; para a safra atual, a estimativa é de 40,4 milhões. Para o etanol, a projeção inicial é de 31,7 bilhões de litros em 2024/25, abaixo dos 32,4 bilhões previstos para a safra atual.

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'Brasil deixou de ser queridinho de exploração de petróleo', diz IBP

Ainda que a geologia brasileira tenha sido beneficiada por grandes campos produtores de petróleo, o país precisa oferecer bons fundamentos e segurança jurídica para garantir a sustentabilidade dos investimentos. É o que diz Julio Moreira, diretor de exploração e produção do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP).eldquo;O Brasil deixou de ser o queridinho no mundo da exploração de petróleoerdquo;, diz o especialista. eldquo;O aumento das atividades em países vizinhos, como Guiana e Suriname, além de outros com formações geológicas semelhantes às do Brasil, como os do continente africano, passaram a representar uma maior competição.erdquo; Segundo o especialista, o modelo regulatório do Brasil é transparente e conhecido, e a qualidade dos ativos também contribui para a busca por investidores. eldquo;Mas ainda assim existe preocupação de alertar o governo sobre possíveis situações que causem estresse, como o que ocorreu quando instituíram o imposto sobre exportação, em março.erdquo; Para ler esta notícia, clique aqui.

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Produção de biogás reduz emissões de efeito estufa e pode gerar quase 800 mil empregos no Brasil

Atualmente, a produção de biogás no Brasil pode ser qualificada como marginal. O país gera 4,4% de sua capacidade. São 934 usinas produzindo anualmente 3,5 bilhões m3 (metros cúbicos). Se estivesse utilizando a sua real capacidade, que chega a 78 bilhões de m3, seria possível gerar 798 mil empregos e retirar da atmosfera 642 milhões de toneladas de gases de efeito estufa. O balanço do potencial do setor consta da primeira pesquisa que busca correlacionar redução de emissões e criação de postos de trabalho nessa cadeia de produção, que foi divulgada nesta terça-feira (14) durante o 10º Fórum do Biogás, na capital paulista. O levantamento mostra que setor de biogás pode avançar em todas as regiões do Brasil, com destaque para Sudeste e Sul, onde se concentram segmentos do agronegócio que geram insumos para o biogás emdash;respectivamente, cana-de-açúcar, suinocultura e avicultura. Entre os estados que se destacam estão São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. O levantamento faz parte das ações do projeto GEF Biogás Brasil, iniciativa que fomenta a produção de biogás na agroindústria brasileira, associada à criação de animais e culturas como mandioca e cana, bem como no manejo de resíduos sólidos, com destaque para lixões. O GEF Biogás Brasil é fruto de uma grande parceria. É liderado MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), implementado pela Unido (Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial), financiado pelo GEF (Fundo Global para o Meio Ambiente) e conta com o CIBiogás como principal entidade executora. O ponto de partida da produção de biogás é dar uma destinação para restos orgânicos que elevam a contaminação ambiental quando não têm um tratamento adequado. Ao mesmo tempo, busca contribuir com a geração de energia alternativa a fontes fósseis. Ao ser purificado, o biogás se transforma em biometano, que tem as mesmas características do gás natural extraído pela indústria do petróleo. Pode ser utilizado como substituto para abastecimento de veículos, residências e geração de energia elétrica a partir de térmicas. Os dois são quimicamente idênticos e podem inclusive ser misturados nos gasodutos, mas têm uma grande diferença no que se refere a emissões. Considerando toda a cadeia de produção, o mesmo volume de biogás emite 90% menos que o gás natural. "A proposta do estudo é auxiliar os gestores públicos na tomada de decisão nessa área, tão sensível no atual ambiente de mudanças climáticas", diz Tiago Quintela Giuliani, especialistas em políticas nacionais do projeto GEF e consultor da Unido, que conduziu a pesquisa. Giuliani explica que o cálculo de redução de emissões levou em consideração o efeito em caso de substituição do diesel de caminhões e ônibus pelo biogás. Já existem várias experiências do gênero. Entre as empresas que atuam nessa troca está a fabricante de veículos Scania. O pesquisador conta ainda que o ponto de partida do levantamento foi o trabalho de incentivo ao biogás no Sul do Brasil. A partir do acompanhamento das unidades produtoras daquela região, foi identificado que cada milhão de metro cúbico de capacidade instalada de biogás gera 11,5 postos de trabalho. Numa comparação por outra métrica, joules, foi possível identificar que o biogás está entre os segmentos do setor de energia que mais gera empregos. Cada 20 joules de capacidade instalada levam à criação de 2 vagas no setor de petróleo, 4 nas eólicas, 24 nas hidrelétricas e 35 na produção solar. Na média, na região Sul, a pesquisa identificou que foram geradas 29,6 vagas nas usinas de biogás. Foram 44,2 em Santa Catarina, 43,8 no Paraná e 21,8 no Rio Grande do Sul emdash;o que puxou a média para baixo e mostrou como o potencial varia de acordo com a realidade de cada produtor.

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Governo revoga portaria sobre trabalho em feriados no comércio

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, assinou na segunda-feira para publicação no Diário Oficial da União, uma portaria revogando decisão de 2021, do governo de Jair Bolsonaro, que dava uma autorização permanente aos trabalhos no comércio durante feriados. A regra anterior permitia as jornadas de trabalho desde que houvesse um acordo entre patrões e empregados registrado em cláusula no contrato de trabalho. A mudança volta ao entendimento anterior, considerando o disposto no artigo 6-A, da Lei 10.101 de 19 de dezembro de 2000, que estabelece que eldquo;é permitido o trabalho em feriados nas atividades do comércio em geral, desde que autorizado em convenção coletiva de trabalho e observada a legislação municipal, nos termos do art. 30, inciso I, da Constituiçãoerdquo;. Dessa forma, os sindicatos de trabalhadores ganham mais poder nas negociações. A decisão vale de forma imediata e já teve crítica de empregadores. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) afirmou que a revogação da portaria é um retrocesso e tem como eldquo;único resultado prático a perda de produtividadeerdquo;. eldquo;Além de interferir na livre negociação entre empreendedores e trabalhadores, a decisão traz mais burocracia e pode criar insegurança jurídica. O Brasil precisa avançar simplificando o empreender. A medida vai na direção contrária, resgatando entraves inúteis que não ajudam nem empresas nem trabalhadoreserdquo;, afirmou, em nota. A associação disse ainda que os bares e restaurantes não foram diretamente afetados pela medida, mas que eldquo;se coloca ao lado do comércioerdquo;. O presidente da associação, Paulo Solmucci, já acionou a Frente Parlamentar do Comércio, Serviços e Empreendedorismo a respeito, e disse que o Legislativo deve agir para derrubar a nova portaria. ebull;

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Agências alertam para troca na meta

Uma eventual mudança da meta fiscal para 2024, ainda que não leve a um rebaixamento das notas de crédito do Brasil, traz incerteza sobre o arcabouço fiscal e compromete a credibilidade em torno das novas regras, de acordo com duas das maiores agências de risco do mundo. Conforme as instituições, a alteração do alvo também atrapalha os esforços para recuperação do grau de investimento, pois a redução da dívida pública é um dos pontos-chave para obter a classificação. Investidores e organismos multilaterais já demonstravam ceticismo quanto à promessa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de zerar o déficit primário em 2024. O temor aumentou após o presidente Lula criticar a meta fiscal do próximo ano, com a ala política do governo defendendo um déficit de até 0,5% no próximo ano. Mais do que o número em si, pesam os sinais passados pela gestão petista. eldquo;O ruído que emergiu da meta fiscal para 2024, incluindo a possibilidade de alterá-la, é um começo desfavorável para o novo arcabouço fiscal do Brasilerdquo;, disse o codiretor de ratings soberanos para as Américas da Fitch Ratings, Todd Martinez, em entrevista ao Estadão/Broadcast. Segundo a vice-presidente da Moodyersquo;s para risco soberano, Samar Maziad, a agência já previa um déficit primário de 0,5% no próximo ano. No entanto, o número é menos importante do que a necessidade de se construir a credibilidade do novo arcabouço fiscal. eldquo;É relativamente cedo e já estamos discutindo a revisão das metas. De certa forma, reforça a importância de mostrar compromisso com a trajetória fiscal e com a meta, mesmo que possa haver mudanças mais tardeerdquo;, disse Maziad, ao Estadão/Broadcast. NOTA. Uma mudança na meta fiscal não tende a causar um rebaixamento do rating do Brasil. Para que isso acontecesse, a alteração teria de ser drástica, segundo afirmam os porta-vozes de Fitch e Moodyersquo;s. Mas, por outro lado, não contribui para a recuperação do grau de investimento, o que ajudaria a atrair um enorme volume de recursos estrangeiros para o País. eldquo;Gostaríamos de ver a relação dívida/PIB estabilizando e eventualmente caindo para pensar em novas melhorias para o rating do Brasilerdquo;, disse Martinez. Em julho, a agência elevou o rating do País, de elsquo;BB-ersquo; para elsquo;BBersquo;, com perspectiva estável. O movimento permitiu ao Brasil subir um degrau na escala da instituição. No entanto, continua dois níveis distante do grau de investimento, de ao menos elsquo;BBB-ersquo;. Para Maziad, o que mais preocupa é o fato de o ministro Haddad ter indicado que as receitas previstas para 2024 podem não ocorrer como o previsto. eldquo;A fraqueza do arcabouço é a dependência de receitaserdquo;, afirmou. eldquo;A necessidade subjacente de ajuste (nas contas) ainda existe.erdquo; ebull;

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