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Vendas de combustíveis crescem 4,1% no 1º bi com impulso da gasolina, diz ANP

As vendas de combustíveis por distribuidoras no Brasil cresceram 4,1% no primeiro bimestre ante o mesmo período do ano passado, com impulso da demanda por gasolina, enquanto as vendas de diesel recuaram, apontaram dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta quarta-feira (5). No acumulado dos primeiros dois meses do ano, as vendas de combustíveis somaram 22,5 bilhões de litros, contra 21,6 bilhões um ano antes. Em fevereiro, as vendas cresceram 2,9% ante um ano antes e avançaram 1,45% em relação a janeiro, para 11,3 bilhões de litros, mostraram os dados. A comercialização de gasolina pelas distribuidoras cresceu 14,4% no bimestre ante o mesmo período do ano passado, para 7,5 bilhões de litros. Em fevereiro, as vendas do combustível somaram 3,8 bilhões de litros, alta de 14% ante um ano antes e avanço de 0,9% em relação a janeiro. Já as vendas de etanol hidratado, concorrente direto da gasolina nas bombas, caiu 0,8% no primeiro bimestre, ante o mesmo período de 2022, para 2,2 bilhões de litros. As vendas de diesel, combustível mais comercializado do país, caíram 2,3% em janeiro e fevereiro versus um ano antes, para 9,3 bilhões de litros.

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Petróleo fecha estável com foco em temores econômicos e cortes da Opep+

Os preços do petróleo permaneceram praticamente estáveis nesta quarta-feira, apesar de queda maior do que esperada nos estoques de petróleo e combustível dos Estados Unidos. O mercado contrapôs temores de uma piora das perspectivas econômicas a expectativas de declínio nos estoques de petróleo dos EUA e planos dos produtores da Opep+ de reduzir a produção, segundo analistas. O petróleo Brent fechou em alta de 0,05 dólar, ou 0,1%, a 84,99 dólares o barril, enquanto o petróleo nos EUA (WTI) caiu 0,10 dólar, ou 0,1%, a 80,61 dólares o barril. Os estoques de petróleo dos EUA caíram 3,7 milhões de barris na semana passada, cerca de 1,5 milhão de barris a mais do que o esperado, mostraram dados do governo. Os estoques de gasolina e destilados também recuaram mais do que o estimado, diminuindo em 4,1 milhões de barris e 3,6 milhões de barris, respectivamente. [EIA/S] Os preços subiram mais de 6% na segunda-feira, depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, incluindo a Rússia, conhecida coletivamente como Opep+, prometeu cortes voluntários na produção. (Reuters)

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Revendedores querem mais carros populares, mas não apoiam modelo 100% a etanol

O crescimento de 16,3% nas vendas de veículos leves e pesados no primeiro trimestre não impressionou a Fenabrave (associação dos revendedores). A entidade está na linha de frente das negociações pela volta dos carros populares. Ao apresentar os números de mercado nesta terça (4), José Mauricio Andreta Jr., presidente da entidade, ressaltou que a alta acumulada se deve mais aos resultados ruins registrados entre janeiro e março de 2022. Aqueles meses foram impactados pela falta de componentes e por um aumento nos casos de Covid-19 devido à variante ômicron. Foram emplacadas 471,6 mil unidades no primeiro trimestre endash;com destaque para o mês de março, que terminou com 198,9 mil licenciamentos. "A alta global foi potencializada pela diferença de dias úteis do último mês [23 dias] ante fevereiro [18 dias]", disse Andreta Jr. Com o resultado, a Fenabrave manteve as previsões sobre vendas de veículos de passeio. A associação acredita que, neste ano, não haverá crescimento na comercialização em relação a 2022. Há, contudo, esperança de que o cenário mude a médio prazo com a volta dos carros populares. "Estamos acompanhando o movimento e disponibilizamos dados para o governo. Para nós, o crescimento tem que vir de baixo para cima", afirmou Andreta Jr. "Precisamos de escala de produção." Na visão da Fenabrave, o retorno de carros com preços entre R$ 50 mil e R$ 60 mil ao mercado vai movimentar as lojas e as oficinas. A associação, contudo, não apoia um dos pontos em pauta: o retorno de carros movidos somente a etanol. "Não há pressão [nas negociações] para que os carros sejam 100% a álcool, mas queremos que o uso dessa opção seja incentivado", disse o presidente da entidade. A ideia de lançar modelos populares movidos somente a etanol está relacionada a metas de descarbonização. Nesse caso, a tendência é que os veículos sejam mais eficientes: ao ajustar o motor para um único combustível, é possível obter resultados melhores em consumo e emissões. Andreta Jr. disse que a evolução dos métodos de produção, com soluções que vão além do ciclo tradicional da cana-de-açúcar, afasta possíveis problemas de abastecimento e variação de preços. "Já existe o milho híbrido que só serve para fazer etanol, e dá para tirar mais álcool do bagaço da cana. Sem desmatar, é possível aumentar a produtividade em 30%", disse o executivo, citando estudos da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). "Ao se considerar toda a cadeia, o que polui menos é o etanol puro. O carro elétrico tem mercado, mas vai continuar existindo em gamas mais altas", disse o presidente da Fenabrave. A associação dos revendedores, entretanto, ainda não tem uma resposta sobre como seria possível incentivar o uso do etanol em carros flex. Devido ao preço nas bombas e ao rendimento no tanque, sai mais em conta usar gasolina na maior parte dos estados. As propostas em discussão incluem desde redução de tarifas até a concessão de créditos ou redução de impostos a quem deixar o combustível fóssil de lado. Segundo Andreta Jr., essas conversas ainda estão no início. João Irineu, vice-presidente de assuntos regulatórios do grupo Stellantis, vê a combinação de etanol com tecnologias de eletrificação como solução para o mercado brasileiro, que possui fontes de energia mais limpas do que as disponíveis na Europa. "O etanol deve ser combinado com diferentes níveis de eletrificação em um processo que permita distintas configurações de propulsão híbrida, que podem ser distribuídas ao longo do nosso portfólio de forma economicamente viável, ambientalmente correta e socialmente equilibrada", disse o executivo. "Queremos promover uma descarbonização acessível em todos os níveis." Caso surja uma nova linha de tributação que estimule o retorno de carros 100% a etanol emdash;sejam populares ou mais carosemdash;, o grupo Stellantis já tem uma solução pronta. Em 2019, a Fiat revelou o desenvolvimento de um motor turbo de alta eficiência energética que só consome álcool hidratado. Seja mono ou bicombustível, o sucesso dos carros populares desejados por montadoras e revendedores está ligado também a um programa de renovação de frota. Andreta Jr., porém, afirmou que o plano mencionado nesta segunda (3) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ainda não entrou nas discussões. "A ideia de renovar a frota depende de retirar o carro mais antigo das ruas, e isso tem que passar por um processo de o governo comprar", disse o presidente da Fenabrave, mencionando o uso de opções como os créditos de carbono para fazer esse movimento.

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Setor quer etanol na eletrificação de carros

Montadoras avançam em projetos para que o Brasil seja protagonista na eletrificação de veículos tendo o etanol como vetor da tecnologia de carros híbridos flex (com um motor a combustão e outro elétrico) e, futuramente, com carros a célula de combustível. Para o presidente da Stellantis, Antonio Filosa, o uso do etanol em carros eletrificados se apresentaria como a solução mais viável, menos custosa e mais eficiente para a descarbonização no País. Ele disse que o próximo ciclo de investimentos do grupo, a partir de 2025, eldquo;será maior do que a soma de todos os concorrenteserdquo; para produzir carros híbridos flex que poderão usar etanol. Testes realizados pela empresa mostraram que um carro flex abastecido só com etanol e outro 100% elétrico, com a energia renovável do Brasil, emitiram de 15,2% a 64,6% menos CO do que versões 2 a gasolina e com tecnologia 100% elétrica, mas com energia da Europa, de fontes não renováveis. PESQUISA EM CONJUNTO. Já a Toyota anunciou parceria com Shell, Raízen, Hytron, Universidade de São Paulo (USP), Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa e Senai Cetiqt em um projeto de pesquisa e desenvolvimento da produção local de hidrogênio renovável a partir do etanol. A empresa planeja oferecer unidades do Mirai, primeiro carro de série movido a célula de combustível no mundo, para testes de performance com o hidrogênio de etanol.

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Com mercado parado, montadoras falam em volta do carro popular

O retorno da produção de carros populares endash; ou de entrada, como são chamados hoje endash; é um dos temas que o setor automotivo está levando ao governo Lula. Grupo liderado por montadoras, empresas de autopeças e concessionárias já manteve conversas com representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), comandado por Geraldo Alckmin. A justificativa atual é a redução das vendas de carros novos como consequência da queda do poder aquisitivo dos consumidores, dos juros elevados e crédito restrito e do alto custo dos modelos com maior índice de tecnologia e segurança endash; que têm seu público, mas em menor número entre os consumidores. O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), José Andreta Júnior, afirmou que o setor precisa de escala; do contrário, não consegue gerar rentabilidade, o que poderia abrir as portas para demissões no setor. Estudo da consultoria SeP Global mostra que as montadoras operam com quase 40% de ociosidade. Ao divulgar ontem o balanço de vendas do trimestre, Andreta disse que eldquo;o crescimento do setor tem de vir de baixo para cima e atingir o consumidor que, hoje, não consegue mais comprar carro zeroerdquo;. A Fenabrave tem um banco de dados que será colocado à disposição do governo para eldquo;ativar a produção (de carros mais baratos) no Brasilerdquo;, afirmou ele. Atualmente, apenas dois carros à venda são considerados de entrada: o Renault Kwid, que custa R$ 68,2 mil, e o Fiat Mobi, a R$ 69 mil. CONCEITO. Na semana passada, Antonio Filosa, presidente na América do Sul da Stellantis endash; dona da Fiat, da Jeep, da Peugeot e da Citroën endash;, também se mostrou empenhado na volta dos chamados carros populares. Em sua visão, é necessário, primeiro, definir o conceito de carro popular que, para ele, é pequeno, mais simples, com menos equipamentos, mas seguro. Para baratear o preço, defendeu a redução de impostos, definir os itens de segurança essenciais e baratear o crédito. O conceito de carro popular, criado em 1993, estabeleceu alíquota menor de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros com motor 1.0. eldquo;Mas, hoje, até carro com motor turbo ou aspirado tem motor 1.0erdquo;, ressaltou o executivo, referindo-se a produtos mais sofisticados. Segundo Andreta, a ideia é que cada segmento dê sua contribuição, como ocorreu com o acordo automotivo feito nos anos 90, mas, acrescentou, ainda não há propostas na mesa. A discussão sobre a retomada do carro popular ocorre num momento em que montadoras começam a suspender a produção e a dar férias coletivas aos trabalhadores por falta de demanda. Hoje, há estoques para 40 dias de vendas. O setor apostava na demanda reprimida nos últimos dois anos para resultados melhores em 2023, mas o juro alto, a inadimplência e a restrição de crédito travaram o mercado. Embora a venda de automóveis e comerciais leves tenha registrado em março alta de 56%, ante fevereiro (que teve menos dias úteis), e de 16,6% no trimestre, com 436,8 mil unidades, Andreta disse que os números eldquo;não refletem a realidade, pois estão mascarados pelo fraco desempenho de 2022erdquo;.

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'Arcabouço fiscal não é licença para gastar'

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, classifica como eldquo;mentirosaerdquo; e eldquo;uma injustiçaerdquo; a avaliação de que o novo arcabouço fiscal apresentado pelo Ministério da Fazenda é uma eldquo;licença para gastarerdquo; endash; já que o crescimento da despesa será sempre menor do que o da receita e estará sujeito a um teto (2,5% ao ano acima da inflação). Em entrevista ao Estadão, Ceron afirma que o desenho da regra proporciona um ajuste nas contas públicas mesmo que o governo não atinja o aumento de arrecadação almejado, de R$ 150 bilhões. Ele antecipou que as medidas tributárias devem render aos cofres públicos pelo menos R$ 50 bilhões ainda neste ano. A seguir, os principais trechos da entrevista: Como o sr. avalia a recepção ao arcabouço? Estou convicto de que a recepção foi positiva. Não ouvi nenhuma manifestação de que a direção do movimento não está correta. Ou seja: é uma regra que garante a melhora do fiscal ao longo do tempo. O que tem de discussão é a intensidade (do ajuste), se vamos cumprir ou não o resultado primário sinalizado. Há também uma discussão qualitativa de que, se o ajuste vier por uma recomposição de receita, significa que não vai ter uma redução do tamanho do Estado. Aí, é uma visão de alguns que acham que o Estado deveria ser menor do que é em relação à economia. O que mudou com o anúncio do arcabouço? A discussão sobre descontrole de gastos e uma trajetória explosiva da dívida pública saiu do debate. Há dois meses, estávamos discutindo com vários analistas se havia risco de descontrole completo de gastos no novo governo, inclusive se haveria a regra de gastos. Tinha a preocupação de (o gasto) crescer 6%, 7% reais ao ano. Essa preocupação foi eliminada. O limite do gasto continua existindo. É natural e, não vejo problema, emitirem opiniões sobre a intensidade do movimento de ajuste, se ela deveria ser diferente. Despesas para capitalizar estatais, fora do teto atual, ficarão de fora do novo? Essa era uma grande preocupação. Ficará dentro do limite de gastos. Os gastos da Justiça eleitoral também. As grandes contas, como investimentos, estarão dentro do limite de gastos para poder ser uma regra crível. Por que há um piso para investimentos? O que está se garantindo é o patamar atual corrigido pela inflação. A tendência é de que, ao longo dos próximos anos, o investimento até cresça do ponto de vista real. Mas, suponha que venha uma recessão e você tenha uma necessidade de ajuste. O que é o tradicional, o mais fácil de fazer? Corta investimento. Eles geram um ajuste fiscal imediato, só que ele é o mais nocivo para a economia. Quando você coloca um piso, força um pouco mais o ajuste para o lado da despesa corrente. O investimento deixa de ser a variável de ajuste de sempre, a primeira vítima. Como o governo chegou ao valor de 2,5% para o limite de aumento das despesas? É a média do crescimento econômico dos últimos 30 anos. Tudo mais constante, significa que, se o gasto crescer sempre 2,5% (acima da inflação) em condições normais, o Estado vai ficar do mesmo tamanho. Mas só vai poder acontecer isso se tiver receita para suportar (o aumento de despesas). Os críticos dizem que pode haver estímulo ao aumento brutal da carga tributária. Não é verdade. Talvez tenha sido compreendido equivocadamente. Tem um monte de fake news. Na semana passada, só com o anúncio do arcabouço, começaram a sair coisas absurdas, de que vai ter tributação sobre Pix, sobre igreja, que é imune na Constituição. Mas as pessoas querem tumultuar. O que temos sinalização é: elsquo;Você, cidadão comum, não vai ter um tributo novoersquo;. O que o governo vai fazer é buscar os grandes grupos e a altíssima renda, que buscam mecanismos para não serem tributados. A gente tem de combater privilégio para acelerar a intensidade do ajuste fiscal. Isso não é o ajuste em si. Se não tiver isso, não vai ter ajuste? Vai, num horizonte temporal mais longo. Qual é o aumento de receita previsto para este ano com medidas tributárias? Pelo menos R$ 50 bilhões. O ministro Haddad vai enfrentar a mudança na tributação dos fundos exclusivos, já tentada outras vezes? O compromisso do ministro de olhar essas distorções está sendo feito, mas todos têm o seu momento. Para as questões relacionadas à tributação sobre a renda, tem uma sinalização de que vai num pacote no segundo semestre. Está sendo olhado tudo, inclusive esses fundos. O que o sr. acha da avaliação de que o arcabouço é uma elsquo;licença para gastarersquo;? Não é só uma injustiça, ela é mentirosa. Se não houvesse um limite para o gasto, se fosse, por exemplo, só um retorno para o superávit primário, aí poderíamos discutir. Eu poderia crescer, em tese, 6%, 7% a despesa. Não é essa a regra. Tem um regramento muito claro de que você pode crescer até 2,5% com condições endash; se a sua receita performar num patamar que permita esse porcentual. Então, não adianta a receita crescer 10%, que a despesa vai crescer só 2,5%. E lembro que 2,5% é a média do País. Ou seja: se eu crescer 2,5%, o Estado fica mais ou menos do tamanho do que existe hoje. Então, nem do ponto de vista bruto quanto relativo é uma licença para gastar. ebull; O estudo prevê esforço fiscal adicional de cerca de R$ 105 bilhões para zerar o rombo das contas em 2024 Se o novo arcabouço fiscal já estivesse em vigor desde 2011, o governo federal teria tido uma economia de R$ 775,3 bilhões no período endash; ou de R$ 64,6 bilhões ao ano. Os cálculos foram feitos pelos economistas Felipe Salto e Josué Pellegrini, da corretora Warren Rena. As simulações indicam que, na prática, os gastos médios anuais teriam sido menores do que os efetivamente observados, a preços de 2022. Ao Estadão, Salto disse que a simulação ajuda a mostrar o potencial da nova regra de gastos anunciada pela equipe econômica para tentar ajustar a trajetória das contas públicas. eldquo;O efeito de quase R$ 65 bilhões ao ano entre 2011 e 2022 é muito relevante. A regra, se observada, será boa para o equilíbrio fiscalerdquo;, diz Salto, economista-chefe da Warren. O ano de 2011 foi considerado como referência para ter um período mais longo de comparação e escapar de efeitos da crise financeira de 2008. O estudo destaca que a simulação é uma forma de avaliar a regra de gastos contida no novo arcabouço fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para substituir o atual teto de gastos endash; que desde 2017 atrela o crescimento das despesas à inflação. No período de 2011 a 2022, as despesas cresceram a uma média anual de 2,5% em termos reais (acima da inflação). A nova regra prevê que a despesa primária só poderá aumentar 70% da taxa de crescimento real da receita líquida passada, mas com um piso de 0,6% e um teto de 2,5%, em termos reais. Nesse período de 2011 a 2022, a receita líquida (sem as transferências a Estados e municípios) cresceu a uma média anual de 1,4%. Pelos dados coletados para as simulações, de 1998 a 2008 o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,2% em média ao ano, em termos reais, e a receita líquida aumentou 7,3%. De 2009 a 2019, enquanto o PIB cresceu a uma média anual de 1,9%, a receita líquida avançou 2,1% ao ano. Para os dois economistas, a definição de uma banda entre 0,6% e 2,5% reduz os efeitos da vinculação da regra de gastos às receitas líquidas. ARRECADAÇÃO. A crítica que analistas têm feito é de que o novo arcabouço fiscal dependeria de um forte aumento da carga tributária, também por estar baseado em regra de gasto dependente da dinâmica da receita e em melhora do resultado primário, que pode não ser acompanhado por corte de gastos. Salto e Pellegrini destacam que as metas de resultado primário (receita menos as despesas sem levar em conta os juros da dívida) das contas do governo previstas no arcabouço são ambiciosas e precisarão ser cumpridas. Um desafio maior, sobretudo, nos dois primeiros anos. A eliminação do déficit primário no ano que vem, pelos cálculos da Warren Rena, dependeria de um esforço fiscal adicional de cerca de R$ 105 bilhões. Haddad disse trabalhar com o reforço da arrecadação entre R$ 110 bilhões e R$ 150 bilhões. No estudo, os dois economistas avaliam que a melhora das condições fiscais não depende de zerar o déficit primário das contas públicas no ano que vem. eldquo;A regra de gastos, per se, produziria efeitos importantes sobre a dinâmica da dívida ao melhorar os esforços fiscais primárioserdquo;, afirma o estudo. A previsão para 2023 é de que as despesas crescerão cerca de 6,7% em termos reais endash; uma taxa bastante elevada, resultado da contratação de gastos adicionais, desde o ano passado, na esteira das eleições e, depois, com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que elevou o teto de gastos em R$ 145 bilhões e autorizou mais R$ 24 bilhões fora do limite de despesas. A conclusão do estudo é de que qualquer taxa de crescimento para 2024 incidirá sobre uma base elevada e, mais do que isso, a maior parte das pressões pós-eleições já terá sido contemplada, como reajustes salariais, novo salário mínimo e novo piso da enfermagem, entre outros. Sem novas medidas com efeito fiscal relevante, seria possível comportar, no primeiro ano de vigência da regra, um crescimento modesto para a despesa primária. O recálculo das séries fiscais para o período levou à conclusão de que os resultados primários teriam sido melhores em praticamente todos os anos. A avaliação é de que isso não garante que a aplicação da regra, a partir de 2024, produzirá resultados correlatos, mas ajuda a mostrar que a limitação de gastos proposta eldquo;não é uma regra fracaerdquo;. ebull;

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