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'Em nenhum momento me senti ameaçado', diz presidente da Petrobras sobre pressões

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nesta sexta-feira (24) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não determinou alterações no plano de investimento da companhia e jamais pediu qualquer reajuste em preços dos combustíveis. Prates passou os últimos dias sob pressão, principalmente do MME (Ministério de Minas e Energia), enquanto negociava o primeiro plano estratégico da empresa sob Lula, que foi divulgado na noite desta quinta (23). O plano de R$ 500 bilhões representa um aumento de 30% em relação ao último orçamento de cinco anos aprovado no governo Jair Bolsonaro (PL). Como prometido por Lula, leva a estatal de volta a setores abandonados por gestões anteriores, como refino, petroquímica e energias renováveis. Versões iniciais foram questionadas por representantes do ministério no conselho e, na última sexta (17), o ministro da pasta, Alexandre Silveira, criticou a Petrobras por não reduzir os preços da gasolina. Durante a semana, Prates se reuniu duas vezes com Lula e Silveira. O presidente da Petrobras diz que, nos encontros, debateu direcionamentos estratégicos do plano com Lula, sem entrar em detalhe nos projetos. "O que a gente levou lá foram conceitos e ministros e o presidente reforçaram esses conceitos. Não houve guinada nenhuma nessa última reta", afirmou. Sobre combustíveis, diz que Lula costuma telefonar para perguntar dos cenários, mas que a conversa não inclui determinações sobre os preços de refinaria da Petrobras. "O presidente jamais, nunca me pediu para baixar ou aumentar preço de combustível. Jamais existiu qualquer ordem direta nesse sentido." Questionado sobre as pressões por sua saída da empresa, respondeu que o cargo de presidente da Petrobras está sempre sujeito a críticas e que "é preciso ter carapaça". "Em nenhum momento me senti ameaçado", afirmou. O plano foi recebido de forma neutra pelo mercado financeiro, que não gosta da redução da projeção de dividendos em relação ao programa anterior: o teto da projeção de dividendos extraordinários, por exemplo, caiu de US$ 15 bilhões (R$ 75 bilhões) para US$ 10 bilhões (R$ 50 bilhões). Por outro lado, a manutenção do teto da dívida bruta em US$ 65 bilhões (R$ 325 bilhões) foi celebrada, assim como a separação do orçamento entre projetos já aprovados e projetos em estudo, o que dá mais previsibilidade ao mercado. A aprivação do plano como uma vitória de Prates no embate, já que mantém o volume de investimentos proposto inicialmente pela estatal e o crescimento dos aportes em energias renováveis, apesar do foco principal ainda na exploração e produção de petróleo. A reestreia em renováveis se dará inicialmente por meio de aquisições, disse a empresa, que separou cerca de R$ 55 bilhões para compras e desenvolvimento de novos projetos. E será feito por meio de parques solares em terra, enquanto não há regulamentação para eólicas no mar. Esse orçamento para aquisições já inclui também eventual compra de participação na Braskem, caso evolua a venda da fatia de sua sócia, a Novonor (ex-Odebrecht). A Petrobras tem direito de preferência no negócio, mas a decisão final ainda depende de proposta firme pelas ações. Entre os novos investimentos está também o retorno à petroquímica. Prates explicou nesta sexta que vem debatendo com possíveis parceiros a retomada da fábrica de fertilizantes de Três Lagoas, iniciada no governo Dilma Rousseff e paralisada em 2015, com quase 90% das obras concluídas. A empresa quer voltar também a produzir em duas fábricas de fertilizantes na Bahia e no Ceará, hoje arrendadas à Unigel. Para isso, negocia com a empresa arrendatária um contrato de prestação de serviços. A área de fertilizantes, disse Prates, é um caminho futuro para a indústria do petróleo, pela possibilidade de produção de insumos com matéria-prima orgânica. O presidente da Petrobras afirmou que a estatal não vai parar nos quatro navios petroleiros anunciados nesse plano estratégico, número bem abaixo dos 25 previstos pelo Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Mas pretende antes realizar estudos sobre a capacidade dos estaleiros nacionais para atender a demanda. Uma avaliação deve ser divulgada ainda este ano. Prates afirmou também que a prometida retomada da indústria naval depende de políticas públicas. "Precisa parear as ações com políticas públicas. Não adianta a Petrobras tomar decisão isolada", afirmou. "Três estaleiros que estão com contratos com Petrobras estão lotados. Tem que fazer uma política de revitalização, reconstrução da massa crítica de indústria naval."

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"A Petrobrás tem que voltar à distribuição de combustíveis", diz Guilherme Estrella

Em uma entrevista ao programa Forças do Brasil, conduzido pelo jornalista Mario Vitor Santos, da TV 247, o geólogo Guilherme Estrella, ex-diretor de exploração da Petrobras, que é considerado o pai do pré-sal, defendeu veementemente o retorno da Petrobras à distribuição de combustíveis e a adoção de preços mais acessíveis para os derivados de petróleo no Brasil. "A Petrobras tem que voltar à distribuição de combustíveis", disse ele. Tal iniciativa vem sendo, inclusive, cogitada pela empresa. A conversa teve início com Estrella destacando a importância da empresa se adaptar às diretrizes governamentais, ressaltando o compromisso de investir os significativos 100 bilhões de dólares no país entre 2024 e 2028. Ele alertou para a necessidade de priorizar empresas brasileiras, impulsionando o desenvolvimento científico e tecnológico interno, em detrimento de investimentos no exterior. O geólogo expressou sua inquietação com a prática atual de postos de combustíveis que ostentam o nome Petrobras, mas não pertencem à estatal. Ele argumentou que a Petrobras deveria retomar o controle da distribuição, destacando que essa é uma peça-chave para a regulação dos preços internos. Guilherme Estrella também abordou a questão das refinarias, defendendo a distribuição regional para atender às demandas específicas de cada região. Ele ressaltou o papel essencial da Petrobras em servir ao povo brasileiro, especialmente na Amazônia. Ao discutir a transição energética, Estrella enfatizou a vantagem competitiva do Brasil devido à descoberta de petróleo em território nacional. Ele destacou a importância estratégica da Margem Equatorial e apontou para a necessidade de mobilizar a sociedade e entidades representativas em defesa dos interesses nacionais. Guilherme Estrella ressaltou a importância de cláusulas de proteção da empresa e defendeu a valorização da "brasilidade" e do nacionalismo na condução dos negócios da Petrobras, visando o bem-estar da população brasileira. Assista aqui

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Petróleo fecha em baixa e cai na semana, marcada por adiamento da reunião da Opep

O petróleo fechou em baixa, depois de uma sessão volátil, mais curta e com menor liquidez, na esteira do feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos. A commodity também caiu no acumulado da semana, pressionada nos últimos dias pelo adiamento da reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). O petróleo WTI para janeiro de 2024 fechou em baixa de 2,02% (US$ 1,56), a US$ 75,54 o barril. O Brent para fevereiro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em queda de 0,94% (US$ 0,77), a US$ 80,48 o barril. Em relação à sexta-feira passada, 17, o contrato mais líquido do WTI cedeu 0,16% e o do Brent, 0,68%. A Opep se reuniria neste domingo, 26, mas a data do encontro do cartel foi movida para o próximo dia 30. A remarcação levantou preocupações sobre se a aguardada extensão nos cortes de oferta da Arábia Saudita seria mesmo levada a cabo, contribuindo para a queda nos preços. Mas fontes da Dow Jones Newswire falaram que o motivo do adiamento estava relacionado a um desentendimento envolvendo Angola e Nigéria, que discordam sobre as estimativas de produção previstas para elas. Essa notícia acalmou os temores sobre a oferta saudita, segundo análise do Commerzbank, e conteve uma desvalorização maior. A Capital Economics, por exemplo, considera que a extensão dos cortes voluntários de produção da Arábia Saudita e da Rússia é o resultado mais provável da reunião. Caso essa previsão se concretize, diz a consultoria, o preço do petróleo deverá se manter no nível atual, sendo improvável que avance muito mais. O analista Bruno Cordeiro, da StoneX, citou ainda o ambiente macroeconômico e a perspectiva de balanço do mercado de petróleo menos apertado nos EUA endash; depois que dados mostraram alta nos estoques endash; como outros fatores que pressionaram o petróleo. A soltura de 12 reféns israelenses pelo Hamas foi outro driver de fundamento baixista hoje. A amenização das tensões geopolíticas no Oriente Médio tende a favorecer uma queda no petróleo, à medida que dissolve preocupações de interrupções na oferta. (Estadão Conteúdo)

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ANP regulamenta a importação de biodiesel

A Diretoria da ANP aprovou ontem (23/11) resolução que regulamenta a importação de biodiesel para uso na mistura obrigatória ao óleo diesel de origem fóssil, alterando as Resoluções ANP nº 777/2019 e nº 857/2021. A liberalização das importações de biodiesel pelo Brasil poderá dar acesso ao produto no mercado internacional, com diferentes origens alternativas, trazendo potenciais benefícios aos consumidores brasileiros. No Brasil, o biodiesel é utilizado para a mistura obrigatória ao óleo diesel, em proporção, atualmente, de 12%, além de outros usos experimentais e de consumo próprio (para os dois últimos, já era permitida a importação). Segundo a resolução aprovada, o volume importado de biodiesel, por cada distribuidor de combustíveis, estará limitado a 20% do volume total para a mistura obrigatória. Isso porque a Resolução ANP nº 857/2021 determina que os distribuidores deverão comprovar mensalmente aquisição de biodiesel oriunda de produtor detentor do Selo Biocombustível Social, em parcela mínima de 80%. A medida da ANP segue diretriz do Conselho Nacional de Polícia Energética (CNPE), que determinou, na Resolução CNPE nº 14/2020, que a ANP regulamentasse a importação desse produto. A mesma resolução do CNPE estabeleceu que todo o biodiesel necessário para atendimento ao percentual obrigatório de mistura ao óleo diesel deve ser contratado mediante modelo de comercialização regulado pela ANP, estabelecido na Resolução nº 857/2021 da Agência. A resolução aprovada hoje irá alterar pontualmente a Resolução ANP nº 777/2019, que, em seu art. 15, § 2º, limitava a comercialização do biodiesel importado apenas para fins de consumo próprio do adquirente ou para uso experimental autorizado pela Agência; e a Resolução ANP nº 857/2021, para inserir o agente de comércio exterior na prática de comercialização do biodiesel por spot market, e retirar a limitação da comercialização do biodiesel importado com a exclusão do §3º do art. 1º.

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Produtores de petróleo estão diante de "momento da verdade" do investimento verde, diz AIE

Os gastos dos produtores de petróleo e gás em projetos de energia limpa deveriam representar metade do investimento total anual do setor em 2030 para que estejam alinhados às metas climáticas mundiais, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE). O órgão, que atua como supervisor mundial na área energética, também advertiu as empresas de petróleo e gás que investem em novos projetos de captura de carbono que essa tecnologia não deve ser vista como um substituto para a redução de emissões e que ela "não pode ser usada para manter o status quo". Os produtores de petróleo e gás representam apenas 1% do investimento mundial em energia verde e em 2023 destinaram a essa área US$ 20 bilhões, o equivalente a 2,5% de seu capital, segundo a AIE, de forma que precisariam realizar uma enorme reorientação estratégica de investimentos até 2030 para atingir as metas ambientais. Clique aqui para ler a matéria completa.

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Petróleo fecha em queda de quase 1% por 'efeito agenda'; entenda

Os preços do petróleo fecharam em queda de cerca de 1% nesta quinta-feira dando continuidade ao enfraquecimento do mercado registrado depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) anunciaram que adiaram a reunião do dia 26 em Viena para o dia 30. Hoje, a organização informou que a reunião será apenas on-line. O adiamento teria sido provocado por divergência entre os membros sobre os níveis de produção de 2024, o tema principal da reunião. Vários países da África estariam insatisfeitos com sua meta de produção, principalmente Angola, Congo e Nigéria. Esses países tiveram suas metas cortadas em junho porque estavam enfrentando dificuldades para atingir as metas de 2023. O fechamento dos mercados americanos em respeito ao feriado do dia de Ação de Graças também contribuiu para a queda. Com o "descasamento de agendas", no fechamento de hoje, o contrato para janeiro do petróleo Brent endash; referência internacional endash; caia 0,66% para US$ 81,42 e contrato para o mesmo mês do WTI - referência americana endash; recuava 0,90% a US$ 76,40. eldquo;Os produtores de petróleo adiaram a tão esperada reunião, fazendo o drama habitual em tais ocasiões e lembrando ao mercado os diferentes interesses dos membros do grupo. Esses países são formadores de preços no curto prazo, mas tomadoras de preços no longo prazoerdquo;, lembra o economista do banco suíço Julius Baer, Norbert Rücker Segundo ele, o ajustamento às realidades econômicas de preços mais baixos pode ser adiado, mas não cancelado. eldquo;Vemos os preços caindo nos próximos meses, uma vez que os obstáculos fundamentais deverão persistirerdquo;, disse.

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