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Recuo no preço do petróleo eleva pressão sobre Prates para fazer reajuste nos combustíveis

Há um ambiente criado para possível redução nos preços dos combustíveis da Petrobras, e o mercado já dá como certo que a questão deve avançar com o retorno ao Brasil do presidente da estatal, Jean Paul Prates, especialmente por causa da diferença entre os preços internacionais e locais.Hoje, os combustíveis da Petrobras estão mais caros em relação à paridade de importação (PPI). Com o recuo do petróleo nos últimos dias, a diferença entre o que é cobrado pela companhia em relação ao PPI tem aumentado, o que abre terreno para reduções. Ontem (5), o Brent fechou em queda de 1,06%, aos US$ 77,20. No acumulado de dezembro, o recuo é de 6,80%, enquanto no mês passado a commodity caiu 5,24%. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Acordo com Sete Brasil gera impasse de R$ 30 bi na Petrobras

Um impasse no conselho de administração da Petrobras deve fazer com que a estatal perca um acordo para pagar R$ 912 milhões e, em troca, seja acionada na Justiça por dívidas de, ao menos, R$ 30 bilhões. Este é o valor da dívida resultante do projeto fracassado da Sete Brasil, empresa de sondas da petroleira que está em recuperação judicial. Pactuada há cerca de dois anos, a proposta de acordo teve aval dos principais credores, da área técnica da Petrobras e da Sete. Porém, encontra resistência entre os conselheiros independentes da petroleira. Os representantes do governo são favoráveis. No entanto, o estatuto da Petrobras determina que, para a aprovação, é necessário aprovação de dois terços do conselho. Ou seja: nada acontece sem o voto dos independentes. O juiz responsável pela recuperação já se manifestou sobre a demora nessa decisão e ameaça decretar a falência da Sete. Se isso se confirmar, advogados de credores afirmam reservadamente que a Petrobras passaria a ser alvo de ações indenizatórias por ter sido a "avalista" do projeto Sete Brasil. Os credores (bancos, fundamentalmente) pedirão a execução do crédito original com juros e correção. A causa seria de ao menos R$ 30 bilhões. Os bancos colocaram, à época, cerca de R$ 8 bilhões. As instituições concordaram em injetar dinheiro na empresa sob a promessa de que a estatal seria acionista e contratante das sondas a serem construídas pelos diversos estaleiros. Os empréstimos eram uma espécie de ponte até que a Sete tomasse crédito de longo prazo junto ao BNDES. Criada em 2010, no fim do segundo mandato de Lula, a Sete iria contratar, inicialmente, a construção e operação de 28 sondas para exploração de petróleo para a Petrobras. Entre seus sócios tinha a própria Petrobras e o fundo de investimentos FIP Sondas, que reunia investidores como os bancos BTG Pactual e Santander, o fundo FI-FGTS e fundos de pensão da Petrobras, Caixa, Banco do Brasil e Vale. A derrocada começou no início da operação Lava Jato, no fim de 2015. As primeiras denúncias de corrupção nos contratos levou o BNDES a vetar o empréstimo. Ao mesmo tempo, houve uma mudança radical no cenário internacional. As sondas da Sete foram contratadas quando o petróleo estava cotado a US$ 110 o barril. Quando pediu recuperação judicial, em 2016, o barril estava em US$ 30.

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Economia brasileira desacelera e PIB sobe 0,1% no terceiro trimestre

Sem a força da agropecuária e prejudicada pelos juros altos, a economia brasileira confirmou a perda de fôlego esperada para o terceiro trimestre. O Produto Interno Bruto (PIB) subiu 0,1% na comparação com os três meses anteriores. O dado foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ontem. O resultado do PIB ficou dentro do esperado pelos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, cujo intervalo variava de queda de 0,6% a alta de 0,9%. Mas veio acima da mediana das previsões, que era de recuo de 0,2%. Na comparação com o mesmo trimestre de 2022, o PIB avançou 2%. No acumulado dos últimos quatro trimestres, a alta é de 3,1%. A desaceleração no período de julho a setembro já era esperada, depois de um primeiro semestre de força surpreendente da economia brasileira. Ontem, o IBGE revisou o crescimento do segundo trimestre de 0,9% para 1%. Nos primeiros três meses do ano, a alta passou de 1,8% para 1,4% endash; o desempenho de janeiro a março foi influenciado por um resultado extremamente positivo do agronegócio. eldquo;É um cenário de PIB (do terceiro trimestre) que mostra algumas fraquezas. Os serviços, por exemplo, começam a dar sinais de desaceleração mais forte em alguns segmentos. E, do lado da demanda, o investimento caiu com forçaerdquo;, afirma Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados. SETORES. Do lado da oferta, houve uma desaceleração generalizada no terceiro trimestre. Serviços e indústria cresceram 0,6% no período, mas tiveram um desempenho pior do que o observado no segundo trimestre. E a agropecuária recuou 3,3%. eldquo;A soja tem um peso muito importante no primeiro semestre e, no segundo, praticamente não tem maiserdquo;, diz Natália Cotarelli, economista do Itaú. Neste ano, o Brasil foi beneficiado por uma safra recorde e por elevados preços das commodities no cenário internacional, o que deve trazer um resultado recorde para a balança comercial. Do lado da demanda, com um mercado de trabalho robusto, o consumo das famílias ainda mostrou força e cresceu 1,1%, acima do observado no trimestre anterior (0,9%). Por outro lado, a formação bruta de capital fixo (os investimentos) recuou 2,5%. Foi a quarta queda seguida. A taxa de investimento foi de 16,6% do PIB, um desempenho pior em relação ao observado no mesmo período de 2022 (18,3%). eldquo;Estamos com um mercado de trabalho forte e salários subindo na margem, faz sentido que com esse nível de renda tenhamos um consumo mais resilienteerdquo;, afirma Natália. O consumo do governo teve alta de 0,5%, enquanto as exportações subiram 3%, e as importações recuaram 2,1%. eldquo;São alguns fatores por trás desse movimento (de desaceleração do PIB). Tem os efeitos defasados da política monetária e a própria questão da sazonalidade muito forte de agropecuáriaerdquo;, diz Alessandra Ribeiro, economista e sócia da consultoria Tendências. DESACELERAÇÃO A análise dos economistas é a de que a fraqueza da economia brasileira deve prosseguir no quarto trimestre. eldquo;É uma economia que está desacelerando e que vai ter um crescimento mais fraco em 2024erdquo;, afirma Vale. O resultado do terceiro trimestre também reforça uma previsão de crescimento na faixa de 3% para este ano e de 1,5% a 2% para 2024. eldquo;Depois de um período bastante expressivo de crescimento, de meados de 2020 até o primeiro semestre de 2023, agora estamos vendo um freio de arrumação da economiaerdquo;, diz Caio Megale, economista-chefe da XP Investimentos. Ele manteve as projeções de crescimento de 2,8% para a economia em 2023 e de 1,5% em 2024. ebull;

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Desaceleração do PIB elevará pressão de Lula por gasto maior em 2024

No 3.º trimestre do ano, PIB teve alta de 0,1% e previsões são ruins. Em 2024, o presidente deverá cobrar de ministros políticas de estímulo, em especial no crédito, e obras. 2,2% É a projeção do governo para o crescimento do PIB em 2024. Haddad fala em 2,5% Adesaceleração do crescimento da economia brasileira, confirmada pelo IBGE com o anúncio do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre de 2023, que registrou alta de 0,1% no período, já era esperada e está por trás da nova nuvem de pressão por mais gastos em 2024. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é quem mais cobra do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, um PIB maior, e não está nada satisfeito com a projeção do governo de crescimento de 2,2% no ano que vem endash; ontem, em Berlim, Haddad falou em alta de 2,5% (mais informações na pág. B2). A cobrança do presidente sobre a equipe econômica vem desde o início do governo e a pressão na Esplanada dos Ministérios tende a esquentar por novas políticas de estímulo fiscal, sobretudo de crédito. Lula quer ver a todo vapor o motor do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e pode renovar também a pressão para o Banco Central (BC) acelerar a queda da taxa básica de juros, como já fez ontem Haddad na Alemanha. Se em 2023 o crescimento do PIB deve ficar próximo de 3%, para 2024 a pesquisa Focus, coletada pelo Banco Central com base em projeções de analistas econômicos de fora do governo, aponta uma alta de 1,5%. O PIB mais baixo traz menor arrecadação. BOAS NOTÍCIAS x DESPESAS. Na reta final do ano, o governo vai surfar nos resultados gerais positivos de 2023. O Brasil fechará o ano, sob o ponto de vista econômico, muito melhor do que se esperava no início do governo Lula. Juros e inflação em queda; saldo da balança comercial muito mais alto e sob novo patamar com o aumento da produção de petróleo; investimentos estrangeiros diretos no País em torno de R$ 63 bilhões e a menor taxa de desemprego desde 2014. Quando todos esses resultados favoráveis se somarem à aprovação das medidas econômicas, mesmo que desidratadas, Haddad e equipe vão comemorar. O problema vem depois, em 2024, em um cenário de desaceleração da economia combinado com ano de eleições. Os sinais ruins de pressão expansionista começaram com as tentativas recentes de fazer mudanças nas regras fiscais. No governo, dizem que a culpa é da imprensa, que não está querendo ver que as regras do novo arcabouço fiscal seguem todas intocadas. Mas, como a roda da economia gira e o Brasil segue muito dependente do que acontece no cenário externo, se degringolar lá fora, a deterioração aqui dentro será rápida se a credibilidade fiscal estiver em baixa. Aí, os amigos do governo que vão comemorar os resultados de 2023 vão sumir. É preciso muita calma nessa hora. ebull;

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Eliminação gradual de combustíveis fósseis está entre opções em negociação climática da COP28

Os países que participam da conferência climática COP28 estão considerando a possibilidade de solicitar uma eliminação formal dos combustíveis fósseis como parte do acordo final da cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) para combater o aquecimento global, de acordo com um texto preliminar de negociação visto nesta terça-feira. Pesquisas publicadas nesta terça-feira mostraram que as emissões globais de dióxido de carbono provenientes da queima de combustíveis fósseis devem atingir uma alta recorde este ano, agravando a mudança climática e alimentando condições climáticas extremas mais destrutivas. O rascunho do que poderia ser o acordo final da COP28, publicado pelo órgão climático da ONU, dá início às negociações em torno do que é considerada a questão definidora da cúpula: se os países concordarão em acabar com o uso de combustíveis fósseis ou se lutarão para preservar um papel para eles. No palco principal da COP28, executivos de várias grandes empresas de energia argumentaram a favor do petróleo e do gás e procuraram destacar suas credenciais favoráveis ao clima, como a redução do gás de efeito estufa metano. "Somos grandes e podemos fazer grandes coisas. Podemos apresentar resultados e teremos que relatá-los muito em breve", disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, falando em inglês na conferência da ONU. "A transição energética só será válida se for uma transição justa", acrescentou. O presidente-executivo da TotalEnergies, Patrick Pouyanne, afirmou que uma transição para se afastar do petróleo e do gás levaria muito tempo "portanto, precisamos absolutamente produzir petróleo e gás de uma maneira diferente, reduzindo as emissões. E nós podemos fazer isso, temos a tecnologia". "É claro que isso tem um custo", disse ele, "mas faz parte de nossa licença para operar, eu diria, para o futuro". Pelo menos 2.400 lobistas de combustíveis fósseis se registraram para a cúpula deste ano, de acordo com uma análise dos dados de registro da ONU publicada pela Kick Big Polluters Out, uma coalizão internacional de grupos de ativistas climáticos. Os lobistas superaram em número os 1.609 delegados dos 10 países mais vulneráveis ao clima juntos, disse o grupo. TEXTO DA NEGOCIAÇÃO O texto preliminar para um acordo final da COP28 incluía três opções, que os delegados de quase 200 países irão considerar agora. A primeira opção está listada como "uma eliminação gradual ordenada e justa dos combustíveis fósseis". No jargão da ONU, a palavra "justa" sugere que as nações ricas com um longo histórico de queima de combustíveis fósseis fariam a eliminação mais rapidamente do que os países mais pobres que estão desenvolvendo seus recursos agora. A segunda opção pede "aceleração dos esforços para a eliminação gradual dos combustíveis fósseis sem interrupção". Uma terceira opção seria evitar mencionar a eliminação gradual dos combustíveis fósseis. Estados Unidos, os 27 países da União Europeia e os pequenos Estados insulares vulneráveis ao clima estão pressionando para que a eliminação gradual dos combustíveis fósseis impulsione as profundas reduções de emissões de CO2 que, segundo os cientistas, são necessárias nesta década para evitar mudanças climáticas desastrosas. Mesmo assim, nenhum dos principais países produtores de petróleo e gás do mundo tem planos de parar de perfurar para obter esses combustíveis, de acordo com o Net Zero Tracker, um consórcio de dados independente que inclui a Universidade de Oxford. "Não estamos falando de fechar a torneira da noite para o dia", disse a enviada climática alemã Jennifer Morgan. "O que estamos vendo aqui é uma verdadeira batalha sobre o sistema de energia do futuro que vamos construir juntos." Importantes produtores de petróleo e gás, incluindo a Arábia Saudita e a Rússia, resistiram a propostas anteriores de eliminação gradual. O ministro da Energia da Arábia Saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman, disse à Bloomberg TV que seu país "absolutamente não" concordaria com um pacto que exigisse uma redução gradual dos combustíveis fósseis. David Waskow, diretor da iniciativa climática internacional do World Resources Institute, disse que não acredita que um resultado da COP28 seja possível sem um mandato claro para abandonar a dependência global de petróleo, gás e carvão. "Não acho que sairemos de Dubai sem uma linguagem clara e uma direção clara para nos afastarmos dos combustíveis fósseis", acrescentou. (Reuters)

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Emissões globais por combustíveis fósseis serão recorde em 2023, projeta relatório

Cientistas afirmaram que as emissões globais de dióxido de carbono provenientes da queima de combustíveis fósseis estão prestes a atingir um recorde este ano, exacerbando as mudanças climáticas e alimentando fenômenos climáticos extremos mais destrutivos. O relatório sobre o Orçamento Global de Carbono, publicado na madrugada de terça-feira (5) de Dubai (noite de segunda, no Brasil), durante a COP28, mostrou que as emissões totais de CO2, que atingiram um recorde no ano passado, devem se estabilizar em 2023 devido a uma leve redução nas emissões associadas a uso da terra, como desmatamento. Espera-se que os países emitam um total de 36,8 bilhões de toneladas métricas de CO2 provenientes de combustíveis fósseis em 2023, um aumento de 1,1% em relação ao ano passado, concluiu o relatório com participação de cientistas de mais de 90 instituições, incluindo a Universidade de Exeter. Quando as emissões provenientes do uso da terra são incluídas, as emissões globais de CO2 devem totalizar 40,9 bilhões de toneladas este ano. Apesar de projetar redução nas emissões derivadas de uso da terra, o relatório aponta que, devido a grande grau de incerteza, a tendência de queda ainda precisa ser confirmada. As emissões provenientes do carvão, petróleo e gás aumentaram, impulsionadas pela Índia e pela China. O aumento chinês foi causado pela reabertura de sua economia após os bloqueios relacionados à Covid-19, enquanto o aumento da Índia foi resultado do crescimento da demanda de energia mais rápido do que a capacidade de energia renovável do país, deixando os combustíveis fósseis para suprir a lacuna. A trajetória das emissões deste ano afasta ainda mais o mundo de evitar que o aquecimento global ultrapasse 1,5°C acima da temperatura média dos tempos pré-industriais. "Agora parece inevitável que ultrapassaremos a meta de 1,5°C do Acordo de Paris", disse o professor Pierre Friedlingstein, de Exeter, que liderou a pesquisa. Os países concordaram no Acordo de Paris de 2015 em manter o aquecimento bem abaixo de 2°C e visar 1,5°C. Os cientistas afirmaram que mais de 1,5°C desencadeará impactos mais graves e irreversíveis, incluindo calor fatal, inundações catastróficas e a morte de recifes de coral. "Os líderes que se reunirão na COP28 terão que concordar com cortes rápidos nas emissões de combustíveis fósseis, mesmo para manter viva a meta de 2°C", disse Friedlingstein. O IPCC (sigla em inglês para Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) afirmou que as emissões mundiais devem diminuir 43% até 2030, para cumprir o limite de 1,5°C. Em vez disso, as emissões aumentaram nos últimos anos. A pandemia de Covid-19 causou uma breve interrupção nessa tendência, mas as emissões agora estão 1,4% acima dos níveis pré-Covid. Pesquisadores do Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo (CREA), sediado em Helsinque, afirmaram no mês passado que as emissões de gases de efeito estufa da China poderiam começar a entrar em "declínio estrutural" já no próximo ano, devido às instalações recordes de energia renovável. A China é responsável por 31% das emissões globais de CO2 provenientes de combustíveis fósseis. O novo relatório citou alguns pontos positivos, com as emissões nos Estados Unidos e na União Europeia diminuindo, impulsionadas em parte pela aposentadoria de usinas de carvão. No geral, 26 países que representam 28% das emissões mundiais estão agora em uma tendência de queda. A maioria está na Europa, disseram os pesquisadores. (Reuters)

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