Ano:
Mês:
article

Brasil perde investimentos em petróleo e gás

Apesar dos bons resultados da indústria do petróleo no Brasil em 2023, quando a produção local chegou a bater 4,7 milhões de barris por dia, o País já não atrai mais os grandes investimentos em exploração no mundo. A afirmação é do diretor executivo de Exploração e Produção do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Julio Moreira. Como motivo para essa mudança de ares entre as multinacionais do petróleo, Moreira cita a sequência de novos impostos e taxas sobre a atividade local, que se somam ao aparecimento de descobertas relevantes em outros países. eldquo;O mundo vem apresentando algumas outras opções para os investidores, com alguns lugares entregando resultados expressivos. São os casos de Guiana, Suriname e Namíbiaerdquo;, diz Moreira. Segundo o executivo, hoje, o gestor de portfólio das grandes empresas, eldquo;que está sentado em Copenhague, Houston ou Londreserdquo;, abre o mapa do mundo e, antes de tomar a decisão de investimento, considera os seguintes aspectos: segurança jurídica, volume tributário, estabilidade de regras, segurança do trabalho e, cada vez mais, o nível de emissões das operações. Se o Brasil tem se destacado nos dois últimos critérios, tem pecado de forma crescente nos primeiros, afirma. eldquo;No início de 2023 teve o imposto de exportação, depois a reforma tributária sinalizou com a ameaça do imposto seletivo. E, no fim do ano, o governo do Rio de Janeiro voltou à tecla da taxa de fiscalização, sancionada em leierdquo;, diz Moreira. eldquo;Isso leva a um olhar atravessado dos investidores para o Brasil, favorecendo outros países. No curto prazo, essas medidas não parecem muito prejudiciais, mas a médio e longo prazos são mortais para o desenvolvimento do setorerdquo;, continua o diretor do IBP. Nesse contexto, a estratégia das empresas de diluir riscos em várias regiões tende a se intensificar, com interesse crescente pelas eldquo;bolas da vezerdquo;, os três países com descobertas mais recentes. eldquo;Guiana, mas sobretudo Suriname e Namíbia, ainda têm longo dever de casa na preparação da infraestrutura associada, praticamente inexistente. Esses países são como o Brasil nos anos 1970 e 1980erdquo;, diz. TAXA. A Taxa de Controle, Monitoramento e Fiscalização das Atividades de Exploração e Produção de Petróleo e Gás (TFPG) foi sancionada por meio de lei (10.254/2023) pelo governador do Rio, Claudio Castro (PL), em 20 de dezembro. A aplicação da taxa, prevista a partir de abril, vem após uma série de idas e vindas que começaram ainda em 2015, quando o então governo tentou instituí-la. O histórico conta com uma decisão contrária do Supremo Tribunal Federal (STF). Dessa vez, trata-se de cobrança mensal das empresas que operam no Rio no valor de 10 mil UFIRs, ou R$ 45 mil, por área de concessão. O objetivo é custear atividades estaduais de fiscalização de responsabilidade do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Fontes do setor argumentam que o instrumento tem claro objetivo arrecadatório e poderia se aproximar de um imposto, o que é proibido na Constituição. Essa é uma das abordagens jurídicas que podem ser levadas à frente por empresas e entidades para evitar, mais uma vez, as cobranças. eldquo;O mundo vem apresentando algumas outras opções para os investidores. São os casos de Guiana, Suriname e Namíbiaerdquo; Julio Moreira Diretor do IBP Sobre o imposto de exportação, Moreira reconhece que o mérito eldquo;caiuerdquo; com o fim do decreto em junho. O mesmo não se pode dizer sobre o imposto seletivo ou eldquo;imposto do pecadoerdquo;, criado no âmbito da Reforma Tributária com alíquota prevista de até 1%. eldquo;A cobrança ainda será regulamentada e vamos brigar para ser zero, o que é improvável.erdquo; ebull;

article

Os extremos climáticos e o papel do hidrogênio verde

David Wallace-Wells, em A Terra Inabitável, reflete que optamos por não discutir um mundo 2°C mais quente por questão de etiqueta, ou medo de apregoar o medo, ou uma fé tecnocrática, que é, na realidade, uma fé no mercado e no desenvolvimento tecnológico que resolverá o problema que foi criado. Ou pelo desinteresse pelos ecossistemas e populações remotos. Segundo o mesmo autor, há uma demora em captar a velocidade da mudança, para além do fato de que somos dotados de uma convicção quase conspiratória na responsabilidade das elites globais e suas instituições, ou de obediência a essas elites e instituições. Foram elas que moldaram nossos padrões de pensamento e forma de raciocínio. Descarbonização, mudanças climáticas, são problemas das elites e para o cidadão comum, tratam-se de questões muito distante do dia a dia: manter o emprego, pagar as contas, criar os filhos e sobreviver. Para além disso, o autor coloca que, em 2050, espera-se que a inclinação ocidental dos gostos e costumes aumente em 35% as emissões de gases de efeito estufa, pelo aumento do consumo de alimentos, eletricidade, automóveis, dietas ricas em proteína, hábitos que emergirão das classes consumidoras endash; o destino climático mundial será moldado, segundo alguns autores, pelos padrões de desenvolvimento da China e da Índia, cujo trágico fardo é integrar muitas centenas de milhões de pessoas à classe média global (David Wallace-Wells). Analogamente, Al Gore, ex-vice presidente dos Estados Unidos e ativista ambiental, chamou atenção em seu discurso de abertura na COP28 endash; Conferência das Partes sobre o Clima esse ano em Dubai endash; de que colocar a organização da conferência do clima nas mãos de um representante de uma empresa de petróleo, e em um país grande produtor desviaram o mundo das questões principais a serem discutidas, minaram a confiança e a integridade do sistema e do público em relação ao exercício endash; são os combustíveis fósseis os maiores emissores de gases de efeito estufa do planeta. Hoje, este setor é 60% da matriz energética mundial e responsável por 80% das emissões de gases de efeito estufa. Ou seja, faz todo sentido ter uma ação contundente, pragmática e rápida em cima das emissões provenientes do uso dos combustíveis fosseis para reprimir essas emissões, no intuito de conter o aquecimento global. É sabido que a complexidade da ordenança climática está longe de um consenso. Mas alguns caminhos já foram pavimentados e são amplamente conhecidos e reconhecidos, e por óbvio, a humanidade não pode andar para trás. Estes caminhos passam por redução do consumo de combustíveis, captura e sequestro de carbono, renovação da matriz energética com energia eólica e solar, descarbonização de processos produtivos com o uso do hidrogênio verde, fim do desmatamento, por exemplo, e eletrificar o que for eletrificável. Todavia, as mudanças climáticas não são o único enfrentamento que o planeta e a humanidade têm nas mãos no momento: um considerável número de conflitos irascíveis, desigualdades de todas as ordens e inúmeros outros problemas insolúveis são o palco onde se encontram os desafios climáticos. Ao mesmo tempo, há um contrassenso quando empresas de vários segmentos reduzem seus investimentos em descarbonização e o número de casos de greenwashing aumenta exponencialmente (epbr). Há uma deficiência em ações corporativas voluntárias, na medição das emissões de GEE, na redução da pegada de carbono e no compromisso real e transparente com a sociedade. Para mencionar apenas um segmento, o fosso entre as metas de descarbonização e a produção de hidrocarbonetos no mundo inteiro só aumenta. Segundo dados da ONU, as estimativas de produção de combustíveis fósseis dos governos de 20 grandes países produtores, incluindo os Estados Unidos, a Rússia, o México e os Emirados Árabes são de 2,5 vezes mais combustíveis fósseis em 2050 do que seria possível com um objetivo de dois graus Celsius. Trata-se de uma corrida para produzir enquanto a licença social permitir. Precisamos de mais regulação, coloca John Lang da Net Zero Tracker. Falta regulação e o normativo que imponha a redução das emissões de GEE pela força da Lei. Que induzam a demanda pelas energias renováveis como incentivo de mercado. Que incentivem o gerenciamento pelo lado da demanda. Falta tributar o carbono emitido e não compensado. Falta trazer a sociedade para o debate. E arcar com as consequências. Acordos históricos Ansgar Pinkowski discorre em suas palestras sobre como a humanidade lidou com o buraco na camada de ozônio e com as mudanças do clima. Os dois problemas foram descobertos pelos cientistas ao mesmo tempo, estando, certamente, interligados. Contudo, o buraco na camada de ozônio foi eldquo;resolvidoerdquo; com um acordo histórico, assinado em Montreal em 1987 para eliminar a emissão de aerossóis de clorofluorcarbono (CFC) por meio de leis impostas pelos governos. A dispersão dessas partículas industriais na atmosfera colocava em risco a fina camada, essencial para a preservação da vida terrestre. Ademais, o afinamento da camada aumentava a incidência de casos de câncer de pele e todos nós passamos a usar quantidades industriais de protetor solar, até na sombra. Apregoou-se o medo e a imposição da norma funcionou. Já se sabem os caminhos para a estabilidade da temperatura da terra, já se detêm as tecnologias, já se conhecem os problemas e os sofrimentos que causam, as soluções já foram endereçadas e já existem inúmeros acordos científicos e filosóficos. Falta governo e governança global. De uma forma ou de outra, a transição energética é uma oportunidade histórica para o Brasil e para o mundo e o hidrogênio verde tem a capacidade de ser um grande vetor desse salto econômico, social e ambiental. O H2V representa uma fonte de energia limpa e renovável, que pode impulsionar a diversificação da matriz energética, reduzir as emissões de gases de efeito estufa por meio da descarbonização de processos produtivos de vários setores econômicos nacionais como siderurgia, petróleo endash; estendendo a cauda de vida útil do petróleo no mercado desde que haja baixa emissão de carbono endash;, fertilizantes e setores de difícil abatimento. Transborda essa pauta o posicionamento do Brasil e seus dirigentes como protagonistas dessa mudança e da criação de uma nova indústria (e quiçá, a exportação de produtos de maior valor agregado) com uma tecnologia inovadora, sofisticada e sustentável. * Fernanda Delgado é Diretora Executiva da ABIHV (Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde), professora na FGV e co-criadora dos projetos eldquo;Sim, Elas Existem!erdquo; e eldquo;EmpodereCerdquo;.

article

Os extremos climáticos e o papel do hidrogênio verde

David Wallace-Wells, em A Terra Inabitável, reflete que optamos por não discutir um mundo 2°C mais quente por questão de etiqueta, ou medo de apregoar o medo, ou uma fé tecnocrática, que é, na realidade, uma fé no mercado e no desenvolvimento tecnológico que resolverá o problema que foi criado. Ou pelo desinteresse pelos ecossistemas e populações remotos. Segundo o mesmo autor, há uma demora em captar a velocidade da mudança, para além do fato de que somos dotados de uma convicção quase conspiratória na responsabilidade das elites globais e suas instituições, ou de obediência a essas elites e instituições. Foram elas que moldaram nossos padrões de pensamento e forma de raciocínio. Descarbonização, mudanças climáticas, são problemas das elites e para o cidadão comum, tratam-se de questões muito distante do dia a dia: manter o emprego, pagar as contas, criar os filhos e sobreviver. Para além disso, o autor coloca que, em 2050, espera-se que a inclinação ocidental dos gostos e costumes aumente em 35% as emissões de gases de efeito estufa, pelo aumento do consumo de alimentos, eletricidade, automóveis, dietas ricas em proteína, hábitos que emergirão das classes consumidoras endash; o destino climático mundial será moldado, segundo alguns autores, pelos padrões de desenvolvimento da China e da Índia, cujo trágico fardo é integrar muitas centenas de milhões de pessoas à classe média global (David Wallace-Wells). Analogamente, Al Gore, ex-vice presidente dos Estados Unidos e ativista ambiental, chamou atenção em seu discurso de abertura na COP28 endash; Conferência das Partes sobre o Clima esse ano em Dubai endash; de que colocar a organização da conferência do clima nas mãos de um representante de uma empresa de petróleo, e em um país grande produtor desviaram o mundo das questões principais a serem discutidas, minaram a confiança e a integridade do sistema e do público em relação ao exercício endash; são os combustíveis fósseis os maiores emissores de gases de efeito estufa do planeta. Hoje, este setor é 60% da matriz energética mundial e responsável por 80% das emissões de gases de efeito estufa. Ou seja, faz todo sentido ter uma ação contundente, pragmática e rápida em cima das emissões provenientes do uso dos combustíveis fosseis para reprimir essas emissões, no intuito de conter o aquecimento global. É sabido que a complexidade da ordenança climática está longe de um consenso. Mas alguns caminhos já foram pavimentados e são amplamente conhecidos e reconhecidos, e por óbvio, a humanidade não pode andar para trás. Estes caminhos passam por redução do consumo de combustíveis, captura e sequestro de carbono, renovação da matriz energética com energia eólica e solar, descarbonização de processos produtivos com o uso do hidrogênio verde, fim do desmatamento, por exemplo, e eletrificar o que for eletrificável. Todavia, as mudanças climáticas não são o único enfrentamento que o planeta e a humanidade têm nas mãos no momento: um considerável número de conflitos irascíveis, desigualdades de todas as ordens e inúmeros outros problemas insolúveis são o palco onde se encontram os desafios climáticos. Ao mesmo tempo, há um contrassenso quando empresas de vários segmentos reduzem seus investimentos em descarbonização e o número de casos de greenwashing aumenta exponencialmente (epbr). Há uma deficiência em ações corporativas voluntárias, na medição das emissões de GEE, na redução da pegada de carbono e no compromisso real e transparente com a sociedade. Para mencionar apenas um segmento, o fosso entre as metas de descarbonização e a produção de hidrocarbonetos no mundo inteiro só aumenta. Segundo dados da ONU, as estimativas de produção de combustíveis fósseis dos governos de 20 grandes países produtores, incluindo os Estados Unidos, a Rússia, o México e os Emirados Árabes são de 2,5 vezes mais combustíveis fósseis em 2050 do que seria possível com um objetivo de dois graus Celsius. Trata-se de uma corrida para produzir enquanto a licença social permitir. Precisamos de mais regulação, coloca John Lang da Net Zero Tracker. Falta regulação e o normativo que imponha a redução das emissões de GEE pela força da Lei. Que induzam a demanda pelas energias renováveis como incentivo de mercado. Que incentivem o gerenciamento pelo lado da demanda. Falta tributar o carbono emitido e não compensado. Falta trazer a sociedade para o debate. E arcar com as consequências. Acordos históricos Ansgar Pinkowski discorre em suas palestras sobre como a humanidade lidou com o buraco na camada de ozônio e com as mudanças do clima. Os dois problemas foram descobertos pelos cientistas ao mesmo tempo, estando, certamente, interligados. Contudo, o buraco na camada de ozônio foi eldquo;resolvidoerdquo; com um acordo histórico, assinado em Montreal em 1987 para eliminar a emissão de aerossóis de clorofluorcarbono (CFC) por meio de leis impostas pelos governos. A dispersão dessas partículas industriais na atmosfera colocava em risco a fina camada, essencial para a preservação da vida terrestre. Ademais, o afinamento da camada aumentava a incidência de casos de câncer de pele e todos nós passamos a usar quantidades industriais de protetor solar, até na sombra. Apregoou-se o medo e a imposição da norma funcionou. Já se sabem os caminhos para a estabilidade da temperatura da terra, já se detêm as tecnologias, já se conhecem os problemas e os sofrimentos que causam, as soluções já foram endereçadas e já existem inúmeros acordos científicos e filosóficos. Falta governo e governança global. De uma forma ou de outra, a transição energética é uma oportunidade histórica para o Brasil e para o mundo e o hidrogênio verde tem a capacidade de ser um grande vetor desse salto econômico, social e ambiental. O H2V representa uma fonte de energia limpa e renovável, que pode impulsionar a diversificação da matriz energética, reduzir as emissões de gases de efeito estufa por meio da descarbonização de processos produtivos de vários setores econômicos nacionais como siderurgia, petróleo endash; estendendo a cauda de vida útil do petróleo no mercado desde que haja baixa emissão de carbono endash;, fertilizantes e setores de difícil abatimento. Transborda essa pauta o posicionamento do Brasil e seus dirigentes como protagonistas dessa mudança e da criação de uma nova indústria (e quiçá, a exportação de produtos de maior valor agregado) com uma tecnologia inovadora, sofisticada e sustentável. * Fernanda Delgado é Diretora Executiva da ABIHV (Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde), professora na FGV e co-criadora dos projetos eldquo;Sim, Elas Existem!erdquo; e eldquo;EmpodereCerdquo;.

article

Petróleo fecha em alta, impulsionado por cautela no Oriente Médio

Os contratos futuros de petróleo avançaram nesta quinta-feira (25), estendendo ganhos da sessão anterior e atingindo máximas desde fins de novembro. Sinais da economia, como o Produto Interno Bruto (PIB) mais forte que o esperado nos Estados Unidos revelado nesta manhã, e também a cautela com o quadro geopolítico no Oriente Médio apoiaram a commodity. O WTI para março fechou em alta de 3,02% (US$ 2,27), a US$ 77,36 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para abril avançou 2,93% (US$ 2,33), a US$ 81,96 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Na agenda de indicadores, o PIB dos EUA cresceu 3,3% no quarto trimestre de 2023, na leitura anualizada, acima da mediana dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de 2,0%. O ING comentava que o dado eldquo;confundiaerdquo; as expectativas de contração econômica, enquanto o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), publicado junto com o PIB, tinha alta de 2% em seu núcleo, em linha com a meta do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Ao analisar os números do PIB, o CIBC destacou o fato de que as exportações de petróleo dos EUA cresceram no quarto trimestre, com o xisto americano compensando dificuldades na produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). A tensão geopolítica, porém, tem apoiado os contratos. A guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza e os ataques de rebeldes houthis, do Iêmen e com apoio iraniano, seguem como foco importante, por seus potenciais impactos no mercado do óleo. Hoje, foi reportado que a BHP desviava a rota de quase todos os seus carregamentos, inclusive de petróleo, da Ásia para a Europa, a fim de evitar o Mar Vermelho, após medidas semelhantes adotadas por Shell BP e Qatar Energy. O caminho mais longo, pelo sul da África, eleva custos e poderia afetar o fluxo do comércio global, inclusive no setor de energia.

article

Petróleo fecha em alta, impulsionado por cautela no Oriente Médio

Os contratos futuros de petróleo avançaram nesta quinta-feira (25), estendendo ganhos da sessão anterior e atingindo máximas desde fins de novembro. Sinais da economia, como o Produto Interno Bruto (PIB) mais forte que o esperado nos Estados Unidos revelado nesta manhã, e também a cautela com o quadro geopolítico no Oriente Médio apoiaram a commodity. O WTI para março fechou em alta de 3,02% (US$ 2,27), a US$ 77,36 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para abril avançou 2,93% (US$ 2,33), a US$ 81,96 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Na agenda de indicadores, o PIB dos EUA cresceu 3,3% no quarto trimestre de 2023, na leitura anualizada, acima da mediana dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de 2,0%. O ING comentava que o dado eldquo;confundiaerdquo; as expectativas de contração econômica, enquanto o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), publicado junto com o PIB, tinha alta de 2% em seu núcleo, em linha com a meta do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Ao analisar os números do PIB, o CIBC destacou o fato de que as exportações de petróleo dos EUA cresceram no quarto trimestre, com o xisto americano compensando dificuldades na produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). A tensão geopolítica, porém, tem apoiado os contratos. A guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza e os ataques de rebeldes houthis, do Iêmen e com apoio iraniano, seguem como foco importante, por seus potenciais impactos no mercado do óleo. Hoje, foi reportado que a BHP desviava a rota de quase todos os seus carregamentos, inclusive de petróleo, da Ásia para a Europa, a fim de evitar o Mar Vermelho, após medidas semelhantes adotadas por Shell BP e Qatar Energy. O caminho mais longo, pelo sul da África, eleva custos e poderia afetar o fluxo do comércio global, inclusive no setor de energia.

article

Segurança operacional: ANP divulga nota técnica relacionada a fatores humanos

A Diretoria da ANP aprovou hoje (25/1) a divulgação da Nota Técnica n° 10, relacionada à segurança operacional no setor de petróleo e gás natural, com foco em Engenharia de Fatores Humanos. O objetivo é reforçar junto às empresas que atuam em exploração e produção de petróleo e gás natural a importância de utilizarem as melhores práticas internacionais dessa indústria, em relação ao tema. Um exemplo são as normas de ergonomia que definem que as instalações reguladas devem estar adequadas às capacidades físicas e cognitivas dos trabalhadores que as operam. A adoção de normas como essas minimiza possíveis acidentes de processo que podem ser evitados pelo simples ajuste de itens de ergonomia, como, por exemplo, manter a altura de válvulas compatível com a dos trabalhadores. O escopo da nota técnica é baseado nas auditorias realizadas pela Agência, que indicaram a necessidade de reforçar a utilização dessas normas pela indústria nacional. O documento traz as principais referências nacionais e internacionais sobre o tema, apontando a correlação entre elas e os requisitos existentes no regulamento técnico Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional (SGSO), anexo à Resolução ANP nº 43/2007. Desde 2007, os operadores de contrato de exploração e produção de petróleo e gás precisam estar adequados a esse regulamento. Com foco no SGSO, as referências abrangem os pontos nos quais a ergonomia pode interferir na segurança do processo. Desta forma, a nota técnica apresenta, desde normas sobre interfaces humanas-máquinas (HMI) até referências ao cálculo de quantidade mínima de trabalhadores para a operação segura de uma instalação, passando pela metodologia mais adequada para análise de risco de tarefas.

Como posso te ajudar?