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Preços do diesel, gasolina e etanol ficam estáveis na semana, diz levantamento

Os preços médios de diesel, gasolina e etanol ficaram quase estáveis nesta semana nos postos do Brasil, mantendo pouca variação ao longo de janeiro até agora, apontaram nesta sexta-feira (26) dados da ValeCard, empresa especializada em soluções de mobilidade. O preço do diesel S-10, o mais consumido no Brasil, registrou uma leve queda de 0,39%, entre os dias 19 e 25 de janeiro ante a semana anterior (12 e 18 de janeiro), a R$ 6,158 por litro, mostrou o levantamento, com base em transações realizadas em mais de 25 mil estabelecimentos credenciados em todos os Estados do Brasil. O preço da gasolina nos postos recuou 0,14% no mesmo período, a R$ 5,783 por litro, enquanto o etanol hidratado, seu concorrente direto nas bombas, caiu 0,31%, a R$ 3,543 reais.

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Equilíbrio entre Lula e o mercado e abalos na governança: como foi o 1º ano de Prates na Petrobras

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, completa um ano à frente da estatal nesta sexta-feira, 26, com o valor de mercado da companhia em patamar recorde, acima dos R$ 536 bilhões. Apesar da gestão mais palatável ao mercado do que se projetava para a Petrobras no governo Lula 3, e da manutenção dos dividendos em bom nível (45% do fluxo de caixa livre), a condução da estatal por Prates não é unanimidade. Os críticos reclamam de abalos na governança, que se materializaram com a mudança do estatuto para reduzir as barreiras a indicações políticas. Em reunião do Conselho de Administração nesta sexta-feira, 26, por exemplo, o advogado Renato Galuppo, que não preenche o requisito básico da governança, o de possuir experiência prévia no setor, foi eleito para o colegiado. A estatal alega que apenas adaptou o documento à derrubada de trechos da Lei das Estatais decididas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Outra queixa comum diz respeito à estratégia futura, que passa pela expansão do parque de refino e planos em energias renováveis, como geração eólica offshore, com custos associados considerados altos. Em novembro do ano passado, a Petrobras também decidiu rescindir o contrato de venda de uma refinaria no Ceará, cuja entrega já havia sido adiada por duas vezes. O negócio havia sido fechado por US$ 34 milhões (R$ 167,3 milhões) em 2022 a um grupo especializado em asfaltos. A estatal anunciou a eldquo;reestatizaçãoerdquo; da Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor) alegando que algumas condições precedentes para transferência do ativo não foram concluídas. Algumas medidas no ano passado pareceram aproximar a estatal do modelo de gestão adotado nos governo petistas anteriores. Nos governos Lula 1 e 2 e Dilma Rousseff, a Petrobras sofreu com o aparelhamento político, se endividou para fazer investimentos do interesse do governo (como a construção de estaleiros e a compra de navios sonda) e teve prejuízo recorde entre 2014 e 2017 de R$ 71 bilhões, culminando numa dívida de cerca de R$ 350 bilhões. A empresa fez uma série de investimentos sob os governos do PT que não trouxeram os resultados previstos e acabaram tendo custos excessivos devido à busca por uma posição monopolista em diversas áreas. Foi o caso, por exemplo, da compra da Refinaria de Pasadena, que acabou custando à estatal, em 2008, US$ 1,2 bilhão, valor bastante superior aos US$ 42 milhões desembolsados pela empresa belga Astra Oil, em 2005. Neste terceiro mandato de Lula, Prates prometeu desde o início e vem cumprindo mudanças estruturais na Petrobras. São os casos da política de preços, que assistiu ao fim da política de paridade internacional (PPI), um tópico do programa de governo de Lula, e da estratégia de investimentos para os próximos cinco anos, cujo montante previsto saltou dos US$ 78 bilhões previstos na gestão anterior para US$ 102 bilhões. Equilíbrio Como ex-senador, Prates soube administrar as pressões políticas do PT e do Palácio do Planalto, entregando as mudanças pleiteadas pelo governo, mas com evidente contenção de danos na percepção dos investidores. Para o analista da Ativa Investimentos Ilan Arbetman, o primeiro ano da gestão foi marcado pelo tripé de mudanças nas políticas de derivados, dividendos e investimentos (Plano Estratégico 2024-2028) e deu o tom do que vai ser o futuro da administração. eldquo;A política de derivados é mais opaca do que a anterior, mas bem menos nociva do que mercado esperavaerdquo;, diz Arbetman. Ele faz referência ao fim do PPI, e entrada em vigor de uma banda de acompanhamento dos preços do diesel e da gasolina da Petrobras, em que a base é o preço de custo da companhia e o teto é o preço alternativo da concorrência. Embora o sistema não seja transparente e a Petrobras tenha promovido mais baixas de preço do que aumentos, na passagem de 2023 para 2024 os preços praticados nas refinarias da estatal estiveram acima da referência internacional. Em termos de resultado financeiro do braço de refino, embora os preços praticados tenham diminuído, a estatal ampliou severamente o fator de utilização (FUT) de suas refinarias, que saltou mais de 10 pontos porcentuais na comparação com 2022. Isso aumentou os volumes comercializados, o que permitiu equalizar a receita, compensando perdas causadas pela redução de preços. Sobre os dividendos, Arbetman afirma que a redução de 60% para 45% do fluxo de caixa livre foi mais branda do que a esperada pelo mercado, que chegou a prever o mínimo legal (25%). Paralelamente, ainda houve recompra de ações, o que protege o acionista. eldquo;No fim, a gestão Prates não desassociou a distribuição de proventos da geração de caixa da empresa. Havia esse temor, mas isso não foi feitoerdquo;, diz. Por fim, sobre o novo plano de investimentos, o analista afirma que as declarações dos executivos da empresa prepararam o terreno e a divulgação da estratégia até 2028 veio sem surpresas, com uma ênfase maior em refino e geração de energias renováveis. Críticas Em que pese essa previsibilidade e a prática por vezes afeita ao mercado, como na reversão da política de venda de ativos, que respeitou contratos assinados, a governança da gestão Prates na Petrobras ainda é vista com desconfiança. Ao Estadão/Broadcast, altos executivos da gestão anterior da Petrobras, de Caio Paes de Andrade, fizeram críticas a Prates, no que definiram como processo de eldquo;aparelhamento gradual da companhiaerdquo;, espécie de eldquo;volta ao passadoerdquo; marcada pela indicação de executivos ligados a escândalos e retomada de investimentos em obras de refinarias e construção naval. eldquo;E ainda tem esse processo de revisão dos investimentos, com planos de retomada da construção de refinarias e construção naval. Isso é um claro retrocesso, uma brincadeira. Dá vontade de passar em Angra (dos Reis) para ver as (sondas) semi submersíveis da Sete Brasilerdquo;, disse um ex-conselheiro que não quis se identificar. A Sete Brasil é uma empresa criada pela Petrobras, em sociedade com BTG Pactual, Bradesco, Santander e fundos de pensão para a construção de sondas de exploração de petróleo que entrou em recuperação em junho de 2016 com dívida superior a US$ 19 bilhões. Neste mês, Prates anunciou um investimento entre R$ 6 bilhões e R$ 8 bilhões no projeto de ampliação da refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco. O objetivo é elevar gradualmente o processamento de petróleo cru de 100 mil barris por dia para 260 mil barris por dia até 2028. A unidade, cuja construção foi inaugurada há 18 anos com a presença dos então presidentes Lula e Hugo Chávez (Venezuela), tornou-se um dos símbolos das investigações da Operação Lava Jato no escândalo do eldquo;petrolãoerdquo;, esquema de desvio de recursos da estatal durante as gestões petistas. O projeto foi pensado em parceria com a estatal venezuelana PDVSA. Sua construção se arrastou de 2005 a 2014, com um atraso de três anos para o início da operação parcial, antes previsto para 2011. Com um custo inicial de R$ 7,5 bilhões, as obras do empreendimento, que deveria ser o início da independência para o refino de petróleo brasileiro, consumiram quase R$ 60 bilhões. Outro executivo da gestão passada aponta as mudanças no estatuto da companhia, que afrouxou as barreiras a indicações políticas, e afirma que, nos bastidores, aumenta a sanha política pela diretoria que eldquo;fura poçoerdquo; (Exploração e Produção), hoje ocupada por Joelson Mendes. Ele acrescenta que o resultado financeiro encolheu em 2023 ante 2022 e diz que a única coisa que se manteve foi a perseguição à lógica de pagamento de dividendos por parte dos governos (Lula e Bolsonaro). Sobre a mudança no estatuto, a Petrobras argumenta que só adaptou o documento a uma decisão do ex-ministro do STF e atual ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que derrubou trechos da Lei das Estatais no ano passado. O mercado, porém, não recebeu bem as mudanças nas regras internas de admissão. À frente, o desafio será conter o apetite de políticos por cargos na empresa. O principal teste já está no horizonte: a assembleia de acionistas da companhia, que renovará, em abril, os membros do Conselho de Administração. Dois analistas que não quiseram se identificar minimizaram a questão das indicações polêmicas, afirmando que o comando da companhia, ou seja, a diretoria executiva, é eldquo;predominantemente técnicoerdquo;. Com relação ao avanço de políticos sobre cargos na Petrobras, Prates tem a seu favor resultados operacionais robustos e o histórico de equilibrar pratos, atendendo, ao mesmo tempo, o governo federal e o mercado financeiro, uma qualidade rara para o ocupante de sua cadeira nos últimos anos. eldquo;A média de permanência de presidentes da Petrobras no cargo tem sido de dois anos. Todos aguardam para ver se Prates vai conseguir ficar mais tempoerdquo;, diz Arbetman, da Ativa Investimentos, lembrando que, apesar da aparente confiança de Lula, Prates já teve polêmicas públicos com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), e com alas do PT nos bastidores. Posição da Petrobras Em nota, a Petrobras diz que a governança da companhia vem sendo fortalecida na gestão Prates e que a robustez da performance vem sendo confirmada a cada resultado eldquo;com produção crescente, diversos recordes operacionais e resultados financeiros positivoserdquo;. Especificamente sobre a alteração do estatuto, a Petrobras repetiu que o objetivo foi alinhar o documento à Lei das Estatais eldquo;quaisquer que venham a ser as decisões judiciais a respeito do temaerdquo;. Segundo a empresa, o estatuto continua a fixar o cumprimento total da Lei das Estatais. Na prática, segundo a Petrobras, ao eliminar as especificações do antigo artigo 21 da lei, a estatal se adianta a qualquer decisão judicial sobre o texto legal. O veto ao trecho da lei por Lewandowski chegou a ter o julgamento no STF em plenário iniciado, mas o ministro Nunes Marques pediu vista. Sobre nomeações, a estatal nega a versão de aparelhamento levantada por integrantes da gestão anterior. Segundo a Petrobras, o corpo de funcionários é técnico e formado, em sua maioria, por funcionários de carreira. A respeito de indicações específicas, a Petrobras afirma que o nome de Renato Campos Galuppo ao Conselho de Administração passou por todos os níveis da governança da empresa, que não constataram impedimentos. Com relação ao advogado-geral, Marcelo Mello, a Petrobras nega que o executivo tenha sido próximo de ex-diretores envolvidos em escândalos de corrupção e lembra que o mesmo foi testemunha em favor do Ministério Público em processo contra o ex-diretor Nestor Cerveró. Com relação a Luís Fernando Nery, a Petrobras afirma que a apuração interna sobre o caso dos ingressos em camarotes do carnaval da Bahia não imputou qualquer responsabilidade ao executivo. Por fim, sobre a estratégia para o negócio de refino e, no futuro, energias renováveis, a Petrobras se diz comprometida com a transição energética e com sua função social para o eldquo;desenvolvimento socioeconômico sustentávelerdquo; do Brasil, e afirma que tudo será feito de forma gradual e responsável, eldquo;sem abrir mão, de uma hora para outra, da produção de petróleoerdquo;.

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Equilíbrio entre Lula e o mercado e abalos na governança: como foi o 1º ano de Prates na Petrobras

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, completa um ano à frente da estatal nesta sexta-feira, 26, com o valor de mercado da companhia em patamar recorde, acima dos R$ 536 bilhões. Apesar da gestão mais palatável ao mercado do que se projetava para a Petrobras no governo Lula 3, e da manutenção dos dividendos em bom nível (45% do fluxo de caixa livre), a condução da estatal por Prates não é unanimidade. Os críticos reclamam de abalos na governança, que se materializaram com a mudança do estatuto para reduzir as barreiras a indicações políticas. Em reunião do Conselho de Administração nesta sexta-feira, 26, por exemplo, o advogado Renato Galuppo, que não preenche o requisito básico da governança, o de possuir experiência prévia no setor, foi eleito para o colegiado. A estatal alega que apenas adaptou o documento à derrubada de trechos da Lei das Estatais decididas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Outra queixa comum diz respeito à estratégia futura, que passa pela expansão do parque de refino e planos em energias renováveis, como geração eólica offshore, com custos associados considerados altos. Em novembro do ano passado, a Petrobras também decidiu rescindir o contrato de venda de uma refinaria no Ceará, cuja entrega já havia sido adiada por duas vezes. O negócio havia sido fechado por US$ 34 milhões (R$ 167,3 milhões) em 2022 a um grupo especializado em asfaltos. A estatal anunciou a eldquo;reestatizaçãoerdquo; da Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor) alegando que algumas condições precedentes para transferência do ativo não foram concluídas. Algumas medidas no ano passado pareceram aproximar a estatal do modelo de gestão adotado nos governo petistas anteriores. Nos governos Lula 1 e 2 e Dilma Rousseff, a Petrobras sofreu com o aparelhamento político, se endividou para fazer investimentos do interesse do governo (como a construção de estaleiros e a compra de navios sonda) e teve prejuízo recorde entre 2014 e 2017 de R$ 71 bilhões, culminando numa dívida de cerca de R$ 350 bilhões. A empresa fez uma série de investimentos sob os governos do PT que não trouxeram os resultados previstos e acabaram tendo custos excessivos devido à busca por uma posição monopolista em diversas áreas. Foi o caso, por exemplo, da compra da Refinaria de Pasadena, que acabou custando à estatal, em 2008, US$ 1,2 bilhão, valor bastante superior aos US$ 42 milhões desembolsados pela empresa belga Astra Oil, em 2005. Neste terceiro mandato de Lula, Prates prometeu desde o início e vem cumprindo mudanças estruturais na Petrobras. São os casos da política de preços, que assistiu ao fim da política de paridade internacional (PPI), um tópico do programa de governo de Lula, e da estratégia de investimentos para os próximos cinco anos, cujo montante previsto saltou dos US$ 78 bilhões previstos na gestão anterior para US$ 102 bilhões. Equilíbrio Como ex-senador, Prates soube administrar as pressões políticas do PT e do Palácio do Planalto, entregando as mudanças pleiteadas pelo governo, mas com evidente contenção de danos na percepção dos investidores. Para o analista da Ativa Investimentos Ilan Arbetman, o primeiro ano da gestão foi marcado pelo tripé de mudanças nas políticas de derivados, dividendos e investimentos (Plano Estratégico 2024-2028) e deu o tom do que vai ser o futuro da administração. eldquo;A política de derivados é mais opaca do que a anterior, mas bem menos nociva do que mercado esperavaerdquo;, diz Arbetman. Ele faz referência ao fim do PPI, e entrada em vigor de uma banda de acompanhamento dos preços do diesel e da gasolina da Petrobras, em que a base é o preço de custo da companhia e o teto é o preço alternativo da concorrência. Embora o sistema não seja transparente e a Petrobras tenha promovido mais baixas de preço do que aumentos, na passagem de 2023 para 2024 os preços praticados nas refinarias da estatal estiveram acima da referência internacional. Em termos de resultado financeiro do braço de refino, embora os preços praticados tenham diminuído, a estatal ampliou severamente o fator de utilização (FUT) de suas refinarias, que saltou mais de 10 pontos porcentuais na comparação com 2022. Isso aumentou os volumes comercializados, o que permitiu equalizar a receita, compensando perdas causadas pela redução de preços. Sobre os dividendos, Arbetman afirma que a redução de 60% para 45% do fluxo de caixa livre foi mais branda do que a esperada pelo mercado, que chegou a prever o mínimo legal (25%). Paralelamente, ainda houve recompra de ações, o que protege o acionista. eldquo;No fim, a gestão Prates não desassociou a distribuição de proventos da geração de caixa da empresa. Havia esse temor, mas isso não foi feitoerdquo;, diz. Por fim, sobre o novo plano de investimentos, o analista afirma que as declarações dos executivos da empresa prepararam o terreno e a divulgação da estratégia até 2028 veio sem surpresas, com uma ênfase maior em refino e geração de energias renováveis. Críticas Em que pese essa previsibilidade e a prática por vezes afeita ao mercado, como na reversão da política de venda de ativos, que respeitou contratos assinados, a governança da gestão Prates na Petrobras ainda é vista com desconfiança. Ao Estadão/Broadcast, altos executivos da gestão anterior da Petrobras, de Caio Paes de Andrade, fizeram críticas a Prates, no que definiram como processo de eldquo;aparelhamento gradual da companhiaerdquo;, espécie de eldquo;volta ao passadoerdquo; marcada pela indicação de executivos ligados a escândalos e retomada de investimentos em obras de refinarias e construção naval. eldquo;E ainda tem esse processo de revisão dos investimentos, com planos de retomada da construção de refinarias e construção naval. Isso é um claro retrocesso, uma brincadeira. Dá vontade de passar em Angra (dos Reis) para ver as (sondas) semi submersíveis da Sete Brasilerdquo;, disse um ex-conselheiro que não quis se identificar. A Sete Brasil é uma empresa criada pela Petrobras, em sociedade com BTG Pactual, Bradesco, Santander e fundos de pensão para a construção de sondas de exploração de petróleo que entrou em recuperação em junho de 2016 com dívida superior a US$ 19 bilhões. Neste mês, Prates anunciou um investimento entre R$ 6 bilhões e R$ 8 bilhões no projeto de ampliação da refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco. O objetivo é elevar gradualmente o processamento de petróleo cru de 100 mil barris por dia para 260 mil barris por dia até 2028. A unidade, cuja construção foi inaugurada há 18 anos com a presença dos então presidentes Lula e Hugo Chávez (Venezuela), tornou-se um dos símbolos das investigações da Operação Lava Jato no escândalo do eldquo;petrolãoerdquo;, esquema de desvio de recursos da estatal durante as gestões petistas. O projeto foi pensado em parceria com a estatal venezuelana PDVSA. Sua construção se arrastou de 2005 a 2014, com um atraso de três anos para o início da operação parcial, antes previsto para 2011. Com um custo inicial de R$ 7,5 bilhões, as obras do empreendimento, que deveria ser o início da independência para o refino de petróleo brasileiro, consumiram quase R$ 60 bilhões. Outro executivo da gestão passada aponta as mudanças no estatuto da companhia, que afrouxou as barreiras a indicações políticas, e afirma que, nos bastidores, aumenta a sanha política pela diretoria que eldquo;fura poçoerdquo; (Exploração e Produção), hoje ocupada por Joelson Mendes. Ele acrescenta que o resultado financeiro encolheu em 2023 ante 2022 e diz que a única coisa que se manteve foi a perseguição à lógica de pagamento de dividendos por parte dos governos (Lula e Bolsonaro). Sobre a mudança no estatuto, a Petrobras argumenta que só adaptou o documento a uma decisão do ex-ministro do STF e atual ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que derrubou trechos da Lei das Estatais no ano passado. O mercado, porém, não recebeu bem as mudanças nas regras internas de admissão. À frente, o desafio será conter o apetite de políticos por cargos na empresa. O principal teste já está no horizonte: a assembleia de acionistas da companhia, que renovará, em abril, os membros do Conselho de Administração. Dois analistas que não quiseram se identificar minimizaram a questão das indicações polêmicas, afirmando que o comando da companhia, ou seja, a diretoria executiva, é eldquo;predominantemente técnicoerdquo;. Com relação ao avanço de políticos sobre cargos na Petrobras, Prates tem a seu favor resultados operacionais robustos e o histórico de equilibrar pratos, atendendo, ao mesmo tempo, o governo federal e o mercado financeiro, uma qualidade rara para o ocupante de sua cadeira nos últimos anos. eldquo;A média de permanência de presidentes da Petrobras no cargo tem sido de dois anos. Todos aguardam para ver se Prates vai conseguir ficar mais tempoerdquo;, diz Arbetman, da Ativa Investimentos, lembrando que, apesar da aparente confiança de Lula, Prates já teve polêmicas públicos com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), e com alas do PT nos bastidores. Posição da Petrobras Em nota, a Petrobras diz que a governança da companhia vem sendo fortalecida na gestão Prates e que a robustez da performance vem sendo confirmada a cada resultado eldquo;com produção crescente, diversos recordes operacionais e resultados financeiros positivoserdquo;. Especificamente sobre a alteração do estatuto, a Petrobras repetiu que o objetivo foi alinhar o documento à Lei das Estatais eldquo;quaisquer que venham a ser as decisões judiciais a respeito do temaerdquo;. Segundo a empresa, o estatuto continua a fixar o cumprimento total da Lei das Estatais. Na prática, segundo a Petrobras, ao eliminar as especificações do antigo artigo 21 da lei, a estatal se adianta a qualquer decisão judicial sobre o texto legal. O veto ao trecho da lei por Lewandowski chegou a ter o julgamento no STF em plenário iniciado, mas o ministro Nunes Marques pediu vista. Sobre nomeações, a estatal nega a versão de aparelhamento levantada por integrantes da gestão anterior. Segundo a Petrobras, o corpo de funcionários é técnico e formado, em sua maioria, por funcionários de carreira. A respeito de indicações específicas, a Petrobras afirma que o nome de Renato Campos Galuppo ao Conselho de Administração passou por todos os níveis da governança da empresa, que não constataram impedimentos. Com relação ao advogado-geral, Marcelo Mello, a Petrobras nega que o executivo tenha sido próximo de ex-diretores envolvidos em escândalos de corrupção e lembra que o mesmo foi testemunha em favor do Ministério Público em processo contra o ex-diretor Nestor Cerveró. Com relação a Luís Fernando Nery, a Petrobras afirma que a apuração interna sobre o caso dos ingressos em camarotes do carnaval da Bahia não imputou qualquer responsabilidade ao executivo. Por fim, sobre a estratégia para o negócio de refino e, no futuro, energias renováveis, a Petrobras se diz comprometida com a transição energética e com sua função social para o eldquo;desenvolvimento socioeconômico sustentávelerdquo; do Brasil, e afirma que tudo será feito de forma gradual e responsável, eldquo;sem abrir mão, de uma hora para outra, da produção de petróleoerdquo;.

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Petrobras conclui perfuração na Margem Equatorial, mas ainda desconhece sua viabilidade econômica

A Petrobras concluiu a perfuração do poço exploratório de Pitu Oeste, na Bacia Potiguar na Margem Equatorial. Diante da perfuração, a companhia comunicou à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) que identificou presença de hidrocarboneto, porém ainda inconclusivo quanto à viabilidade econômica. Além de dar continuidade à pesquisa exploratória na região, a Petrobras informou que planeja para fevereiro a segunda perfuração na Bacia Potiguar, no poço Anhangá, na concessão POT-M-762, a 79 km da costa do Estado do Rio Grande do Norte e próximo ao poço Pitu Oeste. Segundo a empresa, a perfuração do poço exploratório em Pitu Oeste foi concluída com total segurança e dentro dos protocolos de operação em águas profundas. eldquo;Isso reafirma que a Petrobras está preparada para realizar com total responsabilidade atividades na Margem Equatorialerdquo;, afirmou a Petrobras, em comunicado ao mercado. Produção em 2023 No ano passado, a Petrobras atingiu a produção total de óleo e gás natural de 2,78 milhões de barris por dia (boed), 3,7% acima da registrada em 2022. A produção comercial de óleo e gás natural ficou em 2,44 milhões de boed e a produção de óleo em 2,24 milhões, segundo comunicado da companhia. Os números superaram o planejamento do Plano Estratégico E23-27 e ficaram em linha com as projeções de produção revisadas em novembro de 2023, na faixa de 2,0%, para cima ou para baixo. eldquo;Como destaque de 2023, a companhia atingiu recorde anual de produção total própria de óleo e gás natural no pré-sal, com 2,17 milhões boed, superando o recorde anterior de 1,97 milhões de boed, em 2022, e representando 78% da nossa produção totalerdquo;, diz o comunicado. A companhia também atingiu o recorde de produção total operada de óleo e gás natural com 3,87 milhões de boed, superando o recorde anterior, de 3,64 milhões boed, de 2022. A Petrobras acrescentou que entraram em operação no ano passado quatro novas plataformas, que contribuíram para o resultado operacional. Em maio, entraram em operação o FPSO (Unidade Flutuante de Armazenamento e Transferência, em português) Anna Nery e o FPSO Almirante Barroso. Em agosto, a FPSO Anita Garibaldi, e, em dezembro, FPSO Sepetiba. Ao longo do ano de 2023, segundo a estatal, foram alcançadas as capacidades máximas de produção de óleo das plataformas P-71, no campo de Itapu, do FPSO Guanabara, no campo de Mero e do FPSO Almirante Barroso, no campo de Búzios. Este último, ocorrido em outubro de 2023, menos de 5 meses após o 1º óleo, um recorde no pré-sal.

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Petrobras conclui perfuração na Margem Equatorial, mas ainda desconhece sua viabilidade econômica

A Petrobras concluiu a perfuração do poço exploratório de Pitu Oeste, na Bacia Potiguar na Margem Equatorial. Diante da perfuração, a companhia comunicou à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) que identificou presença de hidrocarboneto, porém ainda inconclusivo quanto à viabilidade econômica. Além de dar continuidade à pesquisa exploratória na região, a Petrobras informou que planeja para fevereiro a segunda perfuração na Bacia Potiguar, no poço Anhangá, na concessão POT-M-762, a 79 km da costa do Estado do Rio Grande do Norte e próximo ao poço Pitu Oeste. Segundo a empresa, a perfuração do poço exploratório em Pitu Oeste foi concluída com total segurança e dentro dos protocolos de operação em águas profundas. eldquo;Isso reafirma que a Petrobras está preparada para realizar com total responsabilidade atividades na Margem Equatorialerdquo;, afirmou a Petrobras, em comunicado ao mercado. Produção em 2023 No ano passado, a Petrobras atingiu a produção total de óleo e gás natural de 2,78 milhões de barris por dia (boed), 3,7% acima da registrada em 2022. A produção comercial de óleo e gás natural ficou em 2,44 milhões de boed e a produção de óleo em 2,24 milhões, segundo comunicado da companhia. Os números superaram o planejamento do Plano Estratégico E23-27 e ficaram em linha com as projeções de produção revisadas em novembro de 2023, na faixa de 2,0%, para cima ou para baixo. eldquo;Como destaque de 2023, a companhia atingiu recorde anual de produção total própria de óleo e gás natural no pré-sal, com 2,17 milhões boed, superando o recorde anterior de 1,97 milhões de boed, em 2022, e representando 78% da nossa produção totalerdquo;, diz o comunicado. A companhia também atingiu o recorde de produção total operada de óleo e gás natural com 3,87 milhões de boed, superando o recorde anterior, de 3,64 milhões boed, de 2022. A Petrobras acrescentou que entraram em operação no ano passado quatro novas plataformas, que contribuíram para o resultado operacional. Em maio, entraram em operação o FPSO (Unidade Flutuante de Armazenamento e Transferência, em português) Anna Nery e o FPSO Almirante Barroso. Em agosto, a FPSO Anita Garibaldi, e, em dezembro, FPSO Sepetiba. Ao longo do ano de 2023, segundo a estatal, foram alcançadas as capacidades máximas de produção de óleo das plataformas P-71, no campo de Itapu, do FPSO Guanabara, no campo de Mero e do FPSO Almirante Barroso, no campo de Búzios. Este último, ocorrido em outubro de 2023, menos de 5 meses após o 1º óleo, um recorde no pré-sal.

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Inflação medida pelo IPCA-15 vem abaixo das projeções em janeiro

A inflação medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) desacelerou a 0,31% em janeiro, após marcar 0,40% em dezembro. É o que apontam dados divulgados nesta sexta-feira (26) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O novo resultado surpreendeu analistas do mercado financeiro, uma vez que ficou bem abaixo da mediana das projeções. Segundo a agência Reuters, a estimativa de economistas era de alta de 0,47% no primeiro mês de 2024. A taxa de 0,31% é a menor para janeiro em cinco anos emdash;ou seja, desde 2019, período pré-pandemia. À época, a variação havia sido de 0,30%. Conforme o IBGE, o IPCA-15 também desacelerou no acumulado de 12 meses. Nesse recorte, a alta dos preços atingiu 4,47% até janeiro, após avanço de 4,72% até dezembro. Resultado vaza antes do horário oficial A divulgação desta sexta ficou marcada por um vazamento de dados no Sidra, o sistema eletrônico de estatísticas do IBGE. A publicação do IPCA-15 foi antecipada em uma hora no endereço. O índice vazou às 8h, antes do horário oficial das 9h. O IBGE afirmou que um problema técnico adiantou a divulgação. O órgão também disse que está verificando o ocorrido para tomar as devidas providências. O episódio foi percebido por economistas do mercado financeiro que acompanham dados de inflação. Alimentos aceleram, transportes recuam Dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados, 7 registraram alta de preços no IPCA-15 de janeiro. A principal pressão para cima veio de alimentação e bebidas. A inflação do grupo acelerou de 0,54% em dezembro para 1,53% neste mês. O segmento teve o maior impacto no índice de janeiro (0,32 ponto percentual). Os preços do grupo dos transportes, por outro lado, caíram 1,13%, após alta de 0,77% em dezembro. Com o resultado, o segmento contribuiu para frear o IPCA-15. O grupo teve impacto de -0,24 ponto percentual no cálculo de janeiro. Dentro dos transportes, os preços da passagem aérea registraram queda de 15,24%. A redução veio após alta de 9,02% em dezembro. Individualmente, o bilhete de avião exerceu o maior impacto para baixo no IPCA-15 (-0,16 ponto percentual). Segundo a economista Claudia Moreno, do C6 Bank, a passagem foi a principal explicação para o índice ter vindo abaixo do previsto. O banco esperava uma redução bem menos intensa nos preços desse subitem (-2%). Outra queda dentro dos transportes foi verificada nos combustíveis (-0,63%). Houve recuos nos preços do etanol (-2,23%), do óleo diesel (-1,72%) e da gasolina (-0,43%). O gás veicular, por outro lado, teve alta (2,34%). No grupo alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio subiu 2,04% em janeiro. A alta desse subgrupo ficou acima da registrada em dezembro (0,55%). Segundo o IBGE, os preços dos alimentos consumidos em casa foram pressionados no início de 2024 pela carestia da batata-inglesa (25,95%), do tomate (11,19%), do arroz (5,85%), das frutas (5,45%) e das carnes (0,94%). Já a alimentação fora do domicílio (0,24%) desacelerou em relação a dezembro (0,53%). Tradicionalmente, a inflação da comida costuma ganhar força neste período devido a condições climáticas desfavoráveis para a agropecuária. Nos últimos meses, o Brasil atravessou episódios extremos como ondas de calor no Sudeste, seca no Norte e tempestades no Sul. O país vive os reflexos do El Niño, conhecido por afetar a distribuição das chuvas. De acordo com analistas, esse evento tende a pressionar os preços dos alimentos em 2024, após a trégua registrada pelos produtos em 2023. O economista André Perfeito disse que, apesar da "surpresa benigna" do IPCA-15 abaixo das projeções em janeiro, o resultado traz "certo cuidado". Segundo ele, as quedas dos transportes tendem a ser limitadas pela defasagem da gasolina em relação a cotações internacionais. Além disso, a carestia dos alimentos pode "refrear" a sensação de inflação mais baixa, apontou Perfeito. A alta dos preços da comida impacta sobretudo os mais pobres. As famílias com renda menor costumam destinar uma fatia maior do orçamento, em termos proporcionais, para a compra dos produtos. IPCA-15 e IPCA Por ser divulgado antes, o IPCA-15 sinaliza uma tendência para os preços no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), também calculado pelo IBGE. O IPCA é o índice oficial de inflação do Brasil. Serve como referência para o regime de metas do BC (Banco Central). A coleta dos preços do IPCA-15 ocorre entre a segunda metade do mês anterior e a primeira metade do mês de referência da divulgação. Neste caso, dezembro e janeiro, respectivamente. Já a coleta do IPCA se concentra somente no mês de referência do levantamento. Por isso, o resultado de janeiro ainda não está fechado. Será divulgado pelo IBGE no dia 8 de fevereiro. Juros e meta de inflação O Copom (Comitê de Política Monetária do BC) volta a se reunir na próxima semana para definir o patamar da taxa básica de juros (Selic), o instrumento de controle da inflação no país. O encontro está agendado para terça (30) e quarta (31). Será o primeiro do colegiado em 2024. Com a trégua da inflação em 2023, o Copom iniciou o ciclo de cortes da Selic em agosto. Desde então, confirmou quatro reduções consecutivas de 0,5 ponto percentual na taxa de juros, que fechou o ano passado em 11,75% ao ano. O comitê já sinalizou cortes na mesma intensidade em suas próximas reuniões, algo que segue no radar de analistas do mercado. "O IPCA-15 não deve alterar o plano de voo anunciado pelo Copom, que deve decidir por mais dois cortes de 0,50 ponto na Selic, um na reunião da próxima semana e outro na de março", afirmou a economista Claudia Moreno, do C6 Bank. O banco prevê que a taxa básica de juros será de 9,25% ao final de 2024. O centro da meta de inflação perseguida pelo BC é de 3% para o acumulado deste ano. A tolerância é de 1,5 ponto percentual para menos ou para mais. Ou seja, a meta será cumprida se o IPCA ficar no intervalo de 1,5% a 4,5%. Na mediana, projeções do mercado apontam que o índice oficial fechará 2024 em 3,86%, conforme a edição mais recente do boletim Focus, divulgada pelo BC na segunda (22). A previsão está abaixo do teto da meta (4,5%).

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