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Brasil precisa valorizar investidor de longo prazo na Petrobras, diz ministro de Minas e Energia

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu nesta quarta-feira (03) que o Brasil precisa escolher melhor o tipo de investidor para a Petrobras. Para ele, é preciso valorizar os acionistas com interesse em retorno no longo prazo, que seria compatível à visão estratégica que o governo tem para a companhia. "Nós temos que saber qual investidor queremos para a empresa", afirmou o ministro, durante audiência pública na Comissão de Minas e Energia, da Câmara dos Deputados. Leia a notícia completa clicando aqui.

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Governo quer gasolina com 30% de etanol; veja o impacto no seu carro

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, revelou que uma proposta visa aumentar a quantidade de etanol misturado à gasolina, de 27% para 30%. Segundo ele, um grupo de trabalho vai tratar do tema. A proposta será discutida na próxima reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Porém, ainda não há data para isso ocorrer. Silveira falou sobre a mudança durante a 6ª edição da Abertura da Safra Mineira de Cana-de-Açúcar, em Minas Gerais, na sexta-feira (28/5). A princípio, a medida pode impactar todos os carros que circulam no Brasil. Por exemplo, quem abastece apenas com gasolina comum vai ter gastar mais. Afinal, a maior quantidade de álcool vai afetar o consumo e, ao mesmo tempo, diminuir a autonomia. Vai prejudicar os carros? Mas esse é apenas um dos pontos. De acordo com Clayton Barcelos Zabeu, professor doutor de engenharia mecânica do Instituto Mauá de Tenologia (IMT), há outras desvantagens para o consumidor. Antes de listar os pontos negativos, porém, cabe salientar que carros flex (83% da frota nacional) não sofrerão nenhum dano. Afinal, são feitos para usar gasolina ou etanol. Assim como a mistura dos dois produtos em qualquer proporção. Entretanto, há duas outras categorias que podem sofrer impacto direto. A começar pelos carros mais antigos, que já não são nenhum primor em termos de eficiência energética. "Neles, o carburador pode dosar (a mistura ar/combustível) de forma inadequada. Afinal, a adição de etanol à gasolina era bem menor na época em que foram projetados", diz Zabeu. Além disso, a mudança pode causar falhas no motor. Porém, isso depende do tipo de carro. Ou seja, de fatores como, por exemplo, o estado de peças, como o próprio carburador, velas de ignição, etc. De acordo com Zabeu, nos carros com injeção eletrônica - um pouco mais novos, mas movidos apenas com gasolina - o impacto vai ser mais brando. Ele explica que esses sistemas permitem que o motor seja regulado automaticamente à demanda. Pro exemplo, "se o combustível tiver mais álcool, o sensor de oxigênio vai monitorar essa mistura. Mas, há limite. Tudo depende do projeto de cada montadora, pois cada uma tem a sua variação nominal", aponta. Conforme o engenheiro Everton Lopes, mentor de energia a combustão da SAE Brasil, o grande impacto pode acontecer nos veículos importados "que são puramente a gasolina e validados para uma mistura que levava 22% de etanol", explica. "Mas o Brasil tem o combustível premium. Ou seja, a gasolina de maior octanagem, que por lei, têm 25% de etanol. É uma possível solução", salienta. Engenharia pode suprir a questão Em síntese, Lopes enfatiza que a engenharia pode suprir essa questão sem nenhum problema. "Nossos veículos já têm materiais metálicos, acabamentos e componentes que suportam a eventual oxidação que o etanol pode trazer, diferentemente da gasolina. A tecnologia existe. É uma questão de ir adaptando a frota. Afinal, o aumento do teor do etanol na gasolina é uma tendência, um caminho sem volta para trazer a descarbonização rápida para a nossa matriz energética. É uma decisão acertada. Nós precisamos, sim, migrar para a utilização cada vez maior de um combustível renovável", aponta. Um ponto importante a ressaltar é a possível redução de preços do combustível. "Se (o aumento da mistura de etanol na gasolina) não vier acompanhado de redução de valor, é injusto", defende Zabeu. Afinal, não dá para pagar o mesmo valor por um combustível que leva menos gasolina, que é mais cara do que o etanol. Os benefícios Se por um lado a medida prejudicaria tanto o bolso do consumidor quanto o funcionamento do carro, também há benefícios. De acordo com Silveira, o teor mais alto de etanol contribuiria para a redução da importação de gasolina. Sem contar o aumento da segurança energética por meio da "redução das emissões de gases do efeito estufa". Além disso, a mudança não vai ser feita de uma hora para outra. "Isso deverá acontecer de maneira gradual, com previsibilidade e transparência. Vamos fazer essa avaliação junto com a indústria automotiva e o setor produtivo de etanol para dar segurança aos consumidores", diz Silveira. Caso o projeto vá para frente, cerca de 2,8 milhões de toneladas de CO2 vão deixar de ser lançadas na atmosfera anualmente. Em paralelo, o consumo do etanol iria para 1,3 bilhão de litros. Hoje, apenas 30% dos carros em circulação no País usam etanol. "O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem como prioridade fomentar a indústria sucroenergética. Isso gera mais sustentabilidade para o setor de combustíveis e melhora nossa matriz energética", afirma Silveira. Houve aumento em 2015 Cabe ressaltar que a última elevação do percentual de etanol na gasolina ocorreu em 2015. Entretanto, na época a resolução do Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool manteve inalterado o teor de 25% de etanol anidro no caso da gasolina premium.

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ANP autoriza Petrobras a retomar produção em seis unidades no Polo Bahia da Terra

A Petrobras obteve na última sexta-feira, 28, autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para retomar a produção de mais seis instalações localizadas nos campos de Taquipe, Buracica, Fazenda Alvorada, Rio do Bu e Cidade de Entre Rios no Polo Bahia Terra. Antes, a Petrobras já tinha sido autorizada a voltar com a produção em 10 instalações do polo. Em comunicado, a companhia informou que já iniciou o processo para retomar a produção dessas instalações que, somado à produção das unidades já autorizadas pela ANP, possibilitará o restabelecimento de aproximadamente 43% da produção total do Polo Bahia Terra. A Petrobras também alegou estar trabalhando para garantir o retorno seguro do processo produtivo dessas instalações no menor tempo possível. A ANP interditou 38 unidades que compõem o Polo, operado pela Petrobras, em dezembro do ano passado, alegando motivos de segurança. eldquo;A Agência entende que não pode se furtar ao seu dever de fazer cessar as situações de risco grave e iminente aos trabalhadores, à população e ao meio ambiente, mas, ao mesmo tempo, não medirá esforços para que a retomada da produção ocorra o mais rápido possível.erdquo; Em fevereiro deste ano, a agência criou um grupo de trabalho para monitorar a situação e articular as ações necessárias para a retomada gradual e segura das operações do Polo Bahia Terra - que é composto por 28 campos terrestres.

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Técnicos do Ibama negam licença para Petrobras explorar na Foz do Amazonas

A área técnica do Ibama negou a licença ambiental para a exploração da Petrobras na Foz do Amazonas, na Margem Equatorial brasileira. O documento, assinado por dez analistas do órgão, servirá de base para a decisão do presidente, Rodrigo Agostinho, que poderá seguir ou não a indicação dos analistas para definir o destino do projeto da Margem Equatorial, apontada como a principal aposta para ampliar a produção de petróleo no País. Os técnicos afirmam que os possíveis benefícios econômicos para a região, alegados para o pedido de atividade no local, não seriam obtidos na fase de exploração, a que se refere a licença solicitada, mas apenas após comprovada a existência de petróleo e depois da instalação de sistemas de produção e escoamento, o que traria vários impactos intrínsecos que não estão contemplados nos planos apresentados pela estatal para perfurar o primeiro poço na região e investigar o potencial da produção. eldquo;Deve-se atentar também, ainda na fase exploratória, que o Bloco FZA-M-59 não está isolado, mas relacionado a uma série de outros projetos na região. Apenas na bacia da Foz do Amazonas, estão em concessão outros oito blocos exploratórios e com processos de licenciamento em curso, além de 47 blocos em oferta permanente pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)erdquo;, explicam os analistas no parecer ao qual o Broadcast teve acesso, ressaltando que estão em curso sete solicitações de licença ambiental para atividades de pesquisa sísmica marítima apenas na bacia da Foz do Amazonas. A chamada Margem Equatorial é formada por cinco bacias - Foz do Amazonas, Potiguar, Pará-Maranhão, Barreirinhas e Ceará. Na terça-feira, 2, o diretor de exploração e produção da Petrobras, Joelson Mendes, disse durante a Offshore Technology Conference (OTC), que se o Ibama não aprovar a licença para a Foz do Amazonas pretende mudar o pedido de licenciamento para a bacia Potiguar. A Margem Equatorial é a última grande fronteira do setor no Brasil, e fundamental para garantir reservas de petróleo e gás para a empresa no longo prazo, já que os gigantescos reservatórios do pré-sal entrarão em declínio, assim como ocorreu com a bacia de Campos, que já foi o principal local de produção da Petrobras. O declínio natural das reservas é de 10% a cada ano, segundo a estatal. O parecer do Ibama cita impactos permanentes na Foz do Amazonas, como o sobrevoo constante sobre terras indígenas, que serão mais intensos após o início da produção, e classifica como uma das inconsistências do projeto a falta de apresentação de medidas específicas no Plano de Comunicação Social para as comunidades indígenas, além de deficiências significativas do Plano de Proteção à Fauna, integrante do Plano de Emergência Individual do empreendimento. eldquo;Em relação ao Plano de Proteção à Fauna, destaca-se que, após os detalhamentos apresentados em função dos questionamentos do Ibama nos últimos pareceres técnicos, constatou-se que, apesar das revisões e otimizações, o seu desenho representa a remota possibilidade de resgate e reabilitação da fauna e, consequentemente, a provável perda da biodiversidade impactada no caso de acidentes envolvendo derramamento de óleoerdquo;, diz o parecer. Na região, além da fauna marinha, existem estruturas semelhantes a corais e uma biodiversidade ainda desconhecida. Está também próxima à Floresta Amazônica e há risco de um eventual vazamento atingir países vizinhos, com correntes marítimas tornando a contenção dos vazamentos mais complexa do que no sudeste do País (bacias de Campos e Santos). O documento destaca ainda que, para além dos impactos específicos do projeto de produção e escoamento, que poderia vir a ser a continuidade da perfuração requerida, a instalação da indústria de petróleo e gás promove a formação de uma extensa cadeia de empreendimentos inter-relacionados, que propiciam transformações significativas em diferentes meios e escalas na região. Aumento de tráfego aéreo, de resíduos e impacto sobre a atividade pesqueira são outros pontos destacados para a negativa do empreendimento. eldquo;Em uma perspectiva ainda mais ampla, caberia ainda ao governo brasileiro avaliar a pertinência da expansão de um novo polo produtor de hidrocarbonetos, quando o País vem assumindo compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa e de promoção de uma transição energética em face à crise climática globalerdquo;, afirma o parecer.

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Preços do petróleo caem 4% e ampliam perdas após alta de juros pelo Fed

Os preços do petróleo caíram 4% nesta quarta-feira (3), ampliando as perdas acentuadas da sessão anterior, depois que o Federal Reserve elevou as taxas de juros dos Estados Unidos e com os investidores preocupados com a economia. O Brent caiu US$ 2,99, ou 4%, para US$ 72,33 o barril, o menor valor de referência global no fechamento desde dezembro de 2021. O Brent atingiu a mínima da sessão a US$ 71,70 o barril, o menor valor desde 20 de março. O petróleo nos EUA (WTI) caiu US$ 3,06, ou 4,3%, para US$ 68,60. A mínima da sessão do WTI foi de US$ 67,95 o barril, a menor cotação desde 24 de março. Um dia antes, ambos os índices de referência caíram 5%, a maior queda percentual diária desde o início de janeiro. Na tarde desta quarta-feira, o Fed elevou as taxas de juros em 0,25 ponto percentual, pressionando os preços do petróleo, enquanto investidores temem que um crescimento econômico mais lento possa afetar a demanda por energia. Mas o Fed também sinalizou que pode interromper novos aumentos, dando às autoridades tempo para avaliar as consequências das recentes falências de bancos, aguardar a resolução de um impasse político sobre o teto da dívida dos EUA e monitorar a inflação. (Reuters)

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BC mantém juros em 13,75% em primeira decisão após apresentação do arcabouço

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central não alterou sua estratégia nesta quarta-feira (3) e manteve a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, em sua primeira decisão após a apresentação do novo arcabouço fiscal pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em tom conservador, o colegiado do BC voltou a dizer que a conjuntura demanda "paciência e serenidade" e manteve a mensagem sobre a possibilidade de voltar a elevar a Selic caso o processo de desinflação não transcorra como esperado, acrescentando que se trata de um cenário menos provável. "Considerando a incerteza ao redor de seus cenários, o comitê segue vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação. O comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas", disse o BC no comunicado. A decisão do colegiado do BC veio em linha com a projeção consensual do mercado financeiro de que os juros ficariam estáveis pela sexta vez consecutiva endash;a terceira desde que Lula tomou posse. Levantamento feito pela Bloomberg mostrou que essa era a expectativa praticamente unânime entre os analistas consultados endash;apenas um apostava em redução de 0,25 ponto percentual. A desaceleração da inflação indicada pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) em abril intensificou o debate público sobre a política monetária adotada pelo BC. Na semana passada, o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, foi ao Senado em duas ocasiões para falar sobre o tema. Na terça (25), o chefe da autarquia participou de uma audiência na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) e, dois dias depois, integrou uma sessão de debate no plenário sobre juros, inflação e atividade econômica ao lado dos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento). As declarações dadas por Campos Neto não apaziguaram a tensão com membros do governo, que vêm pressionando a autarquia para diminuir os juros. Na segunda-feira (1º), no Dia do Trabalho, Lula voltou a criticar o patamar da Selic, dizendo que a taxa de juros "controla, na verdade, o desemprego". Em entrevista à Folha, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, chamou Campos Neto de "empata gol" na economia. No cenário de referência do Copom, as projeções de inflação para este ano se mantiveram em 5,8% e, para 2024, em 3,6%. Em cenário alternativo, no qual a taxa Selic é mantida constante ao longo de todo o horizonte relevante, ou seja, 2024, as projeções de inflação situam-se em 5,7% para 2023 e 2,9% para o ano que vem. Em sua avaliação de riscos para a inflação, o BC manteve o balanço simétrico. Entre os fatores que puxariam os preços para cima, a autoridade monetária cita "a incerteza ainda presente sobre o desenho final do arcabouço fiscal a ser aprovado pelo Congresso Nacional e, de forma mais relevante para a condução da política monetária, seus impactos sobre as expectativas para as trajetórias da dívida pública e da inflação, e sobre os ativos de risco". O colegiado também incluiu a persistência das pressões inflacionárias globais e uma deterioração maior, ou mais duradoura, das expectativas de inflação para prazos mais longos. Na direção contrária, o BC menciona novamente a queda adicional dos preços das commodities, a possibilidade de uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada, puxada pelas condições adversas no sistema financeiro global, e uma desaceleração na concessão doméstica de crédito maior do que seria compatível com o atual estágio do ciclo de política monetária. "Por um lado, a reoneração dos combustíveis e, principalmente, a apresentação de uma proposta de arcabouço fiscal reduziram parte da incerteza advinda da política fiscal", disse. "Por outro lado, a conjuntura, caracterizada por um estágio em que o processo desinflacionário tende a ser mais lento em ambiente de expectativas de inflação desancoradas, demanda maior atenção na condução da política monetária", acrescentou. O Copom reiterou que não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a aprovação do arcabouço fiscal. O Congresso Nacional se prepara para discutir a proposta da nova regra endash;o texto foi entregue pelo governo aos congressistas no dia 18 de abril. Desde o encontro de março, as expectativas de inflação dos economistas continuaram se deteriorando e a atividade econômica mostrando força, sobretudo com o vigor do mercado de trabalho, apesar da política de juros. Segundo o boletim Focus, pesquisa semanal do BC com analistas divulgada na última terça-feira (2), a projeção para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do próximo ano avançou para 4,18% endash;já distante do centro da meta (3%). Para 2025 e 2026, as estimativas dos economistas estão em 4%. Com 2024 na mira, o colegiado do BC volta a se reunir nos dias 20 e 21 de junho para recalibrar o patamar da taxa básica. A reunião desta semana teve dois desfalques, com a saída de Bruno Serra, que deixou a diretoria de política monetária em 27 de março após o seu mandato ter expirado, e com a ausência da diretora de administração, Carolina de Assis Barros, por motivos pessoais. O ciclo de alta da política monetária foi interrompido pelo Copom em setembro de 2022, depois de o BC promover o mais agressivo choque de juros desde a adoção do sistema de metas para inflação, em 1999. Foram 12 aumentos consecutivos entre março de 2021 e agosto do ano passado, com elevação de 11,75 pontos percentuais. A taxa básica saiu de seu piso histórico (2%) até atingir o nível atual de juros endash;o mais alto desde o fim de 2016.

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