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CNI defende limites em regimes especiais de tributação na reforma

Originalmente contra qualquer exceção na reforma tributária, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) flexibilizou sua posição, mas agora está na briga ao lado do Ministério da Fazenda para limitar a quantidade de regimes especiais pedidos aos parlamentares pelos mais variados segmentos. Setor mais beneficiado pela reforma da tributação do consumo, a indústria minimiza as reclamações dos empresários de serviços e acredita na aprovação do texto ainda em 2023. eldquo;Desde o início das discussões da reforma, a CNI defendia uma alíquota uniforme sem exceções, nem mesmo para os nossos setores. No mundo todo, a melhor técnica é essa. Apenas IVAs antigos, como o europeu, têm alíquotas diferenciadas. Mas, desde maio de 2021, a CNI flexibilizou a sua posição e passamos a aceitar que alguns segmentos com peculiaridades tenham alíquotas reduzidaserdquo;, afirma o gerente executivo de Economia da entidade, Mario Sergio Telles. RELATÓRIO. A abertura da indústria a regimes diferenciados seguiu a apresentação do relatório da comissão mista da reforma há dois anos, quando o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) endash; que segue como relator da matéria endash; apresentou um parecer propondo tributação favorecida temporariamente para alguns segmentos. Na lista estão educação, serviços de saúde, transporte coletivo de passageiros e rodoviário de cargas, entidades beneficentes de assistência social e atividades agropecuárias, agroindustriais, pesqueiras e florestais. Serviços financeiros e operações com bens imóveis também demandam modelos especiais de tributação, como ocorre em outros países. Além disso, a Zona Franca de Manaus deve contar com um regime diferenciado para manter a competitividade das indústrias instaladas no polo amazonense. eldquo;O relatório da comissão especial já apontou os setores que, por motivos diversos, justificam um tratamento favorecido, fora da alíquota padrão. Não temos outros setores a serem excetuados. Tem que ser com limites, não pode ser generalizadoerdquo;, enfatiza Telles.

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Inadimplência bate recorde e chega a 43,4% dos brasileiros

Nunca houve tantos brasileiros adultos inadimplentes, especialmente aqueles que vivem em centros urbanos ligados à indústria e à prestação de serviços, que ainda sentem o baque da pandemia. Em março, na média do País, 43,4% da população com mais de 18 anos de idade tinha deixado de pagar dívidas. É uma marca recorde da série iniciada em novembro de 2016 pela Serasa, empresa especializada em informações financeiras. O calote elevado emperra o crescimento da economia endash; tanto que o tema foi alvo de várias promessas de campanha dos candidatos à Presidência da República na última eleição. O lançamento do Desenrola, programa do governo federal de renegociação de dívidas das pessoas físicas, está atrasado, à espera de soluções para questões técnicas. Enquanto isso, a inadimplência avança, ainda em ritmo mais lento em relação ao passado recente, mas o suficiente para se manter em níveis recordes. Em março, 70,71 milhões de inadimplentes deviam, em média, R$ 4.731,62. As pendências com bancos, cartões de crédito, lojas e contas de água, luz e serviços de comunicação somavam R$ 334,5 bilhões. Inflação e desemprego em desaceleração, mas ainda em níveis elevados, e a fraqueza da atividade econômica são o pano de fundo do mapa do calote que ganha contornos específicos em cada Estado. Isto é, depende da combinação entre o ritmo da atividade predominante na região, do desemprego, da renda e do volume de auxílios recebidos do governo pela população. De acordo com o levantamento da Serasa, em cinco unidades da Federação mais da metade da população adulta estava negativada em março. Antes da pandemia, em março de 2020, só um Estado ultrapassava a marca de 50%: o Amazonas, com 55,2%. Quem liderou o ranking dos Estados mais inadimplentes foi o Rio de Janeiro, com 52,6% da população adulta no vermelho, seguido por Amapá (52,4%), Amazonas (52,3%), Distrito Federal (51,1%) e Mato Grosso (50,2%). O Ceará, apesar do índice menor (45%), foi o Estado que mais avançou entre março de 2020 e março de 2023 no calote: mais de oito pontos porcentuais. eldquo;Estados mais ligados ao setor de serviços, à indústria ou grandes centros urbanos estão em situação piorerdquo;, diz o economista Luiz Rabi, da Serasa. Em março de 2020, o Rio de Janeiro ocupava a sexta posição no ranking dos mais inadimplentes e hoje está na liderança. Além da falta de dinamismo da economia do Rio, sem um setor rural forte ou cadeia exportadora endash; exceto o petróleo em alguns municípios endash;, o Estado depende dos serviços, especialmente do turismo, que parou na pandemia, diz Rabi. ebull; Situação é pior em Estados cuja economia depende mais do setor de serviços e da indústria A renda é a principal variável que afeta a inadimplência, de acordo com o economista Luiz Rabi, da Serasa. Foi exatamente a corrosão da renda pelo aumento da inflação, sobretudo dos preços de produtos e serviços ligados ao carro, que fez Renan Laurentino, de 35 anos, morador no Rio de Janeiro, ficar inadimplente. Ele trabalhava como motorista de aplicativo e viu suas despesas com combustíveis e manutenção do veículo crescerem e as receitas das corridas irem diminuindo. eldquo;Comecei acumular despesas no cartão de crédito, peguei empréstimo no banco para quitar e aí começou a bola de neveerdquo;, conta. A dívida com o banco, que chegou a R$ 15 mil, Laurentino conseguiu quitar na semana passada porque voltou a trabalhar com carteira assinada em uma empresa de alarmes. Estudante de Fisioterapia, agora a sua pendência é com a faculdade, onde acumula dívida de R$ 8 mil. eldquo;Ainda não sentei para conversar com eles, mas pretendo voltar a estudar em agosto e preciso estar com isso regularizado até lá.erdquo; Michael Burt, economista da LCA Consultores, lembra que desde o início da pandemia a inadimplência caiu para a mínima histórica porque houve uma grande renegociação de dívidas e a taxa básica de juros, a Selic, recuou para 2% ao ano. eldquo;Houve um alongamento da curva de dívida das famíliaserdquo;, afirma. Mas o calote começou a subir a partir do final de 2021 em razão da disparada da inflação. A alta de preços prejudicou principalmente as camadas de menor renda, como uma enfermeira cearense que conversou com a reportagem sob a condição de anonimato. Ela, que tem 28 anos e vive em Tauá, a 330 km de Fortaleza, está sem pagar financiamento estudantil desde novembro. Empregada e com renda de R$ 2,5 mil, ela deve cerca de R$ 6,5 mil e nunca tinha ido parar na lista do calote. eldquo;O que me levou à inadimplência foi a carestiaerdquo;, diz a enfermeira. A saída para conseguir cobrir as despesas básicas, como a do supermercado, onde antes ela gastava R$ 400 por mês e hoje não sai por menos de R$ 700, foi deixar de pagar o financiamento estudantil. Por enquanto, ela não vê chance de quitá-lo. eldquo;Estou no limite.erdquo; POLO OPOSTO. Enquanto o Rio está no topo da lista do calote, três Estados estão no polo oposto. Piauí com 36,7% da população adulta inadimplente, é o último do ranking, superando Santa Catarina (36,7%) e Maranhão (38,4%). Rabi aponta que os benefícios sociais, tanto do governo federal como programas específicos dos Estados, como fator de peso para o bom desempenho da inadimplência. eldquo;Até o ano passado, Piauí e Maranhão eram Estados que porcentualmente mais recebiam benefícios do Bolsa Família.erdquo; Segundo levantamento da LCA Consultores, a partir de dados do Ministério do Desenvolvimento Social, em fevereiro deste ano, o Piauí foi a unidade da federação que mais recebeu Bolsa Família, com uma parcela de 19,4% da população. Maranhão também figura entre os mais beneficiados, com 17,5%. Burt, da LCA, acredita que o melhor desempenho da inadimplência do Piauí e do Maranhão também esteja ligado às maiores facilidades na renegociação de dívidas. Embora não tenha feito estudo a respeito, ele concorda com Rabi e acredita que o benefício social deve ter tido impacto na renda da população. Já os motivos que levaram Santa Catarina a estar bem na foto da inadimplência são a combinação da forte cadeia exportadora ligada ao agronegócio de carnes e aves, com renda média alta e uma taxa de desemprego que chega a ser a metade da média nacional.

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Bancos tentam convencer Lula a recomprar Vibra

Banqueiros interessados na valorização da Vibra (ex-BR) afirmam ter falado com o presidente Lula na semana passada na esperança de convencê-lo a fazer a Petrobras recomprar a distribuidora de combustíveis Vibra (ex-BR). Políticos também se colocaram em campo para a mobilização junto ao Planalto e à presidência da estatal. A Petrobras era dona da BR Distribuidora que, privatizada em duas etapas na gestão Jair Bolsonaro, tornou-se Vibra. A ideia dada por eles a Lula foi a recompra da Vibra. Mas, caso a empresa recuse, a Petrobras poderia negociar somente a marca BR e partiria para adquirir outra operação de distribuição, como a da Alesat. Há alinhamento de interesses mútuos na iniciativa dos bancos, segundo pessoas que acompanharam essas conversas. Os bancos querem aumentar o valor das ações da Vibra, que acumula queda nos últimos doze meses do ano. A Petrobras, com dinheiro em caixa, ampliaria sua atuação no campo das energias renováveis (a Vibra comprou a Comerc, forte nesse segmento). Para isso, a estatal tem dinheiro em caixa.

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Energia solar cresce como alternativa à elétrica em empresas

Por muitos anos, a energia solar foi vista como um luxo para pessoas com alto poder aquisitivo que prezavam pela proteção ao meio ambiente e por uma casa sustentável, considerando o alto custo para instalação de painéis solares, por exemplo. Hoje, a energia limpa, essencial para diversas pautas de ESG atreladas ao meio ambiente, é uma alternativa viável a energia elétrica, principalmente para os empresários, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão. eldquo;A energia solar tem crescido rapidamente no Brasil, mas o seu uso ainda é relativamente pequeno se comparado com outros países. A gente está em um momento de grande crescimento, mas ainda relativamente inicial e com uma base pequenaerdquo;, afirma Roberto Brandão, pesquisador sênior do grupo de estudos do setor elétrico (Gesel) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Brandão explica que o crescimento no Brasil foi vertiginoso impulsionado por subsídios governamentais para estimular o uso de energia solar. No entanto, ele destaca que esses subsídios têm prazo determinado. Por isso, para ele, embora o crescimento seja considerável, ele ainda é restrito para uma população com alto poder aquisitivo. Porém, o pesquisador enxerga que entre os empresários, de fato, houve um crescimento na procura nos últimos anos. eldquo;As contas de luz e de água são as que mais pesam, mas a primeira é a mais cara com o uso de chapa, fritadeira e tudo mais na eletricidadeerdquo;, afirma Fabiano Barreto, empresário dono do Atlântico Beach Lounge, localizado na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, que aderiu a energia solar recentemente para baratear os custos do seu bar. Barreto é um dos participantes do projeto elsquo;Solisersquo;, parceria entre a Orla Rio, responsável pela operação e manutenção dos quiosques da orla do Rio de Janeiro (RJ), e a Nextron, que tem como propósito democratizar o acesso à energia sustentável para os operadores desses estabelecimentos em toda a orla carioca. Atualmente, 50 dos 309 quiosques administrados pela Orla Rio já estão usando energia renovável através da geração distribuída (GD). Segundo Ivo O. Pitanguy, CEO e fundador da Nextron, a expectativa é que até julho mais de 60% dos quiosques, localizados entre as praias do Leme e Pontal, façam a adesão. Pitanguy destaca que a ideia da parceria com foco nos quiosques surgiu da necessidade dos próprios empreendedores, que reclamavam do valor alto das contas de luz, que gira em torno de 4 mil reais por mês, segundo a Nextron. eldquo;Antigamente a região era formada por quiosques mesmo. Hoje se desenvolveram para restaurantes. Tem alguns que são [estabelecimentos] de 300 metros quadrados com cozinha industrial no subsoloerdquo;. Além disso, a região não tem acesso a gás. Com isso, todos os itens que compõem esses restaurantes são à base de eletricidade, desde o fogão até a geladeira, encarecendo a conta de luz. A solução poderia ser a instalação dos famosos painéis solares, mas para a região o uso seria difícil. eldquo;Nesses estabelecimentos não tem disponibilidade de telhado para colocar placa solar, além deles não terem o capital para investir em uma usina. Com a parceria, conseguimos entregar energia solar por assinatura, ajudando eles a economizar sem eles terem de fazer investimentos em estruturaerdquo;, afirma Pitanguy, destacando que desta forma a implementação de energia renovável se torna mais barata e consequentemente mais acessível. Para viabilizar o projeto, a Nextron usa as suas fazendas solares, que estão construídas em áreas rurais do Rio de Janeiro, onde a terra é plana e há muito sol, facilitando a geração de energia limpa em grande escala. Posteriormente, a empresa entrega energia solar para os eldquo;quiosqueiroserdquo; através de um software, permitindo que eles façam a adesão ao programa através de um aplicativo de celular. Em parceria com usinas solares, que atuam em um modelo de geração compartilhada, a Nextron conecta os quiosques que tem interesse em migrar para a eldquo;economia verdeerdquo;. Assim, há uma portabilidade da conta de energia, com o empresário passando a pagar a fatura diretamente para a empresa. Por não ser necessária a instalação dos painéis solares em todos os quiosques, a Nextron conectou uma usina solar localizada em Vassouras (RJ) para atender a demanda projetada pela Orla Rio para os quiosques. eldquo;Tem sido bem bacana porque a gente consegue um desconto de quase 10% na fatura. Com a operadora de energia normal, eu pagava R$4.000. Com a Nextron, eu pago em torno de R$3.722ePrime;, afirma, explicando que o desconto costuma ser de R$360 no mês, com previsão de desconto de R$4.320 no ano. Para ele, essa economia significa mais investimento no desenvolvimento do seu negócio. Para a o presidente da Orla Rio, João Marcello Bareto, a expectativa é que até o final do ano haja uma adesão de 100% dos quiosques administrados pela empresa. eldquo;A maioria está muito animada para fazer parte do projeto. Alguns estão aguardando para entender o funcionamento do processo, outros estão analisando os descontos que os quiosques que já aderiram tiveram, mas acreditamos e queremos muito que todos façam parte do Projeto Soliserdquo;. Energia sustentável como ferramenta de ESG Com a parceria, haverá benefícios não só para o bolso dos empreendedores, mas principalmente para o meio ambiente. A expectativa é de que 6 milhões de CO2 deixem de ser emitidos mensalmente após a adesão dos 309 quiosques, o equivalente a 3.542.329 árvores que serão salvas e 2.772.257,18 litros de combustíveis evitados, segundo projeções da Nextron. Para Ronaldo Koloszuk, presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) e diretor-secretário na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), a parceria entre a Nextron e a Orla Rio demonstra que a adesão das empresas à chamada economia verde já é uma tendência. Para a o presidente da Orla Rio, João Marcello Bareto, a expectativa é que até o final do ano haja uma adesão de 100% dos quiosques administrados pela empresa. eldquo;A maioria está muito animada para fazer parte do projeto. Alguns estão aguardando para entender o funcionamento do processo, outros estão analisando os descontos que os quiosques que já aderiram tiveram, mas acreditamos e queremos muito que todos façam parte do Projeto Soliserdquo;. Energia sustentável como ferramenta de ESG Com a parceria, haverá benefícios não só para o bolso dos empreendedores, mas principalmente para o meio ambiente. A expectativa é de que 6 milhões de CO2 deixem de ser emitidos mensalmente após a adesão dos 309 quiosques, o equivalente a 3.542.329 árvores que serão salvas e 2.772.257,18 litros de combustíveis evitados, segundo projeções da Nextron. Para Ronaldo Koloszuk, presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) e diretor-secretário na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), a parceria entre a Nextron e a Orla Rio demonstra que a adesão das empresas à chamada economia verde já é uma tendência. eldquo;A gente discute muito [na Fiesp] que quem não se adequar vai ter dificuldade de reter ou de atrair os melhores talentos. As pessoas não vão querer trabalhar em empresas que não tenham boas práticas de ESG. Com elas, você consegue agradar e ainda criar empatia com os consumidoreserdquo;, afirma. Para ele, no entanto, a procura por energia sustentável especificamente tem como objetivo entrar na pauta ESG de uma maneira fácil e rápida. eldquo;É possível fazer a instalação de energia solar em um ou dois diaserdquo;, diz, explicando que uma economia verde e de baixo carbono eldquo;veio para ficarerdquo; e que o Brasil tem vocação para ser líder nessa transição energética. O presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuida (ABGD), Guilherme Chrispim, é da mesma opinião, afirmando que o grande trunfo do projeto é o uso da GD. eldquo;A geração distribuída tem uma contribuição direta com o ESG. Ela dá a possibilidade de um número grande de pequenas usinas de geração distribuir energia em quase todos os municípios do Brasil. É menos de 0,5 dos municípios do Brasil que não tem GD hojeerdquo;. Energia solar é acessível? eldquo;Há dois anos só colocava painéis solares quem tinha muito dinheiro. Depois, passou a ser um desejo de reduzir custos. Quem tinha informação e fazia conta, passava a colocar. O painel foi ficando mais barato e indo para a classe médiaerdquo;, afirma Koloszuk. Para ele, nos próximos anos deve haver uma expansão cada vez maior, principalmente com o barateamento da energia sustentável. Somente em 2022, a energia solar, considerada por muitos especialistas como a elsquo;porta de entradaersquo; para o ESG, registrou expansão de mais de 60% na sua capacidade instalada, segundo dados divulgados pela Absolar. Para Koloszuk, a energia solar se barateou nos últimos dois anos e é uma alternativa viável a energia elétrica, principalmente para os empresários. eldquo;O segundo maior custo de uma empresa pequena é com energia, perdendo somente para a folha de pagamentoerdquo;, diz, se referindo a uma pesquisa do Sebrae que aponta a energia elétrica que chega a representar 20% das despesas de uma empresa. O presidente da Absolar defende que o painel solar, uma das formas mais conhecidas pelo grande público de ter acesso a energia limpa, foi um dos produtos que mais se barateou nos últimos anos. Para ele, no entanto, é preciso reforçar que existem outras formas de ter acesso, como no próprio serviço por assinatura da Nextron ou outros meios que não dependem da compra inicial custosa que os painéis ainda exigem. eldquo;O painel é apenas uma das formas. Uma outra forma é a de financiamento. Hoje em dia existem mais de 100 linhas de financiamento para implementação de energia solar. Outra forma é comprar essa energia solar de alguém que já produz. As empresas costumam dar um desconto de 10% a 15% se comparado com o valor pago nas contas tradicionais de luzerdquo;, diz Koloszuk. Ele ainda destaca que a popularização depende de um posicionamento mais efetivo das instituições públicas. eldquo;Governos precisam estar presentes para acelerar a transição energética. Eles podem implementar para reduzir as suas próprias contas de luz, deixando de gastar com energia elétrica e podendo gastar com educação, segurança e outras áreas que atendem a populaçãoerdquo;, afirma. Na última terça-feira, 2, o assunto foi debatido por especialistas na comissão mista da Medida Provisória (MP) 1162/23, reforçando a importância da implementação do uso de painéis solares nas construções do Minha Casa, Minha Vida. Koloszuk destaca que a energia pode, inclusive, ser uma forma de levar energia limpa para regiões isoladas, como Roraima e Amazonas, que, segundo ele, costumam queimar óleo diesel para conseguir eletricidade. eldquo;Quando você vai implementar uma nova política, normalmente isso acarreta em custos. No caso da energia solar, você está implementando uma política de redução de custos. É a porta de entrada para uma economia verdeerdquo;, diz Koloszuk. Para o pesquisador da UFRJ, Roberto Brandão, no entanto, embora tenha havido uma ampliação, o uso da energia solar não pode ser considerado democrático ainda . eldquo;Esse tipo de sistema tende a ser adotado por quem tem dinheiro para fazer o investimento. Embora ele se pague e seja um bom negócio para o empresário, é para um consumidor que tenha capacidade financeira para instalar ou para participar de uma geração remota em que você é investidor de uma planta que gera créditos para a sua empresa ou para a sua residênciaerdquo;. O pesquisador ainda destaca que outros países usam da geração comunitária para ampliar o uso de energia solar para a população em geral, especialmente para os que tem baixo poder aquisitivo. eldquo;No Brasil, temos experiências nessa área, mas é uma coisa que não massificou ainda. Falando em residências, as pessoas que adotaram são as que tem capacidade de investir e se beneficiar do subsídio implícitoerdquo;. Para ele, se o Brasil continuar nesse ritmo e o governo implementar medidas que beneficiem a população mais carente, daqui alguns anos a energia solar deve ser acessível para todos, mas, para ele, a energia solar no Brasil ainda é um projeto em estágio inicial.

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Petrobras avança em diesel renovável e vai estender produção para mais quatro refinarias

A Petrobras produziu 5,8 milhões de litros de diesel com 5% de conteúdo renovável em abril, o chamado Diesel R5, primeiro produto lançado no âmbito do Programa de BioRefino da estatal, que corre contra o tempo para se inserir na transição energética global. O programa projeta chegar em 2027 com a produção de 10,6 bilhões de litros por ano, contra a atual de 1,6 bilhão de litros, com investimento previsto de US$ 600 milhões. O volume de abril, segundo informou a estatal ao Estadão/Broadcast, é suficiente para abastecer o tanque de até 19,3 mil ônibus convencionais, gerando redução de emissões de cerca de 610 toneladas de gases de efeito estufa (GEE). O Diesel R está sendo produzido a partir do coprocessamento (processamento conjunto) de derivados de petróleo (parcela mineral), com matérias-primas de origem vegetal, como óleo de soja. Esse novo combustível é uma alternativa sustentável no ciclo diesel, já que a redução das emissões associada à parcela renovável é de ao menos 60% em comparação com o diesel mineral, podendo ser até maior a depender da matéria-prima utilizada. eldquo;Além do benefício ambiental, o Diesel R pode ser misturado ao diesel convencional em diferentes proporções, sem a necessidade de adaptações nos motores dos veículos, sem exigir alterações ou mudanças na cadeia logística ou no seu armazenamento. É um produto com alta estabilidade e isento de contaminantes, o que garante durabilidade e desempenho dos motoreserdquo;, informa a estatal. Salto A Petrobras prevê multiplicar em seis vezes sua capacidade de produção do Diesel R no horizonte de seu Plano Estratégico 2023-2027. Para isso, irá estender a produção do biocombustível para outras refinarias. Atualmente, apenas a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, produz o Diesel R, com capacidade instalada para processar até 1,6 bilhão de litros por ano. Até o fim deste ano, a expectativa é ampliar a capacidade da Repar para mais 2,4 bilhões de litros, o que vai totalizar uma capacidade de 4 bilhões de litros na unidade. Outra medida será iniciar a produção desse combustível na Refinaria de Cubatão (RPBC), em São Paulo, com potencial de até 700 milhões por ano. eldquo;A Petrobras foi a primeira empresa no Brasil a desenvolver tecnologia própria de coprocessamento, além de projetar e implantar em nossas unidades, o diesel com conteúdo renovável. Graças ao empenho de nossos cientistas do Centro de Pesquisas e Inovação da Petrobras (Cenpes), e de nossos profissionais de refino, patenteamos a tecnologia e nos tornamos referência no segmentoerdquo;, afirmou em nota o diretor de Comercialização e Logística da Petrobras, Claudio Romeo Schlosser. Até 2027 também está programado início da produção do biocombustível na Refinaria de Paulínia (Replan, SP), com capacidade de até 2,6 bilhões de litros por ano, seguida pela Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, com 900 milhões de litros/ano, e da Refinaria Capuava (Recap), em Mauá/SP, com 2,3 bilhões/ano. eldquo;Todas elas estarão aptas a produzir diesel com conteúdo renovável. Além disso, até 2027, a companhia implantará uma unidade dedicada à produção de Bioqav (querosene de aviação) e diesel 100% renovável (diesel R100) na RPBCerdquo;, informou a empresa, ressaltando que estuda ainda adequações para o coprocessamento do Diesel R em outras refinarias. Além da Petrobras, recentemente a Refinaria de Mataripe, na Bahia, vendida pela Petrobras no final de 2021, anunciou que vai investir R$ 12 bilhões nos próximos dez anos na produção de diesel verde (HVO) e querosene de aviação sustentável (SAF) 100% renováveis. A expectativa é produzir 1 bilhão de litros por ano, o que vai reduzir em até 80% as emissões de COe#8322; com a substituição do combustível fóssil.

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Acelen anuncia redução de 8% no preço dos combustíveis na Bahia

A Acelen, empresa que administra a Refinaria Mataripe, anunciou uma redução no preço dos combustíveis na Bahia na quinta-feira (4). Segundo a empresa, houve redução de 8% nos três produtos: gasolina, diesel S10 e diesel S500. A empresa destaca ainda que os preços praticados seguem critérios de mercado, levando em consideração variáveis como o custo do petróleo. O produto é adquirido a preços internacionais, dólar e frete, que pode variar para cima ou para baixo. A Acelen ainda destaca que conta com uma política de preços transparente, amparada por critérios técnicos, de acordo com as práticas internacionais de mercado.

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