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Rafaela Guerrante Moreira deve assumir coordenação do RenovaBio no MME

Uma portaria assinada pelo diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Rodolfo Saboia, divulgou que a agência deve ceder a servidora Rafaela Guerrante Moreira para o Ministério de Minas de Energia (MME). O documento publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira, 8, detalha que Moreira irá ocupar o cargo de coordenadora-geral do RenovaBio e de Políticas de Descarbonização, dentro do Departamento de Biocombustíveis (DBio). Assim, ela se juntará ao diretor do DBio, Marlon Arraes Leal, e à coordenadora-geral de biodiesel e outros renováveis, Lorena Mendes de Souza. Especialista em regulação da ANP, Moreira faz parte da equipe da agência desde julho de 2014. Entre 2018 e 2021, ela ocupou a posição de coordenadora de biocombustíveis na superintendência de distribuição e logística. Formada em economia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), ela possui mestrado em estudos populacionais e pesquisas sociais pela Escola Nacional de Ciência Estatísticas (Ence). Outras mudanças Em março, Danielle Lanchares Ornelas foi nomeada para o cargo de coordenadora-geral de etanol e RenovaBio no Departamento de Biocombustíveis do MME. Entretanto, seu nome não consta na página do departamento e, em suas redes sociais, Ornellas afirma ter deixado a posição em maio para assumir outra coordenação, que não foi especificada. Na última sexta-feira, 5, uma portaria do ministério publicada no DOU nomeou Renato Lima Sampaio como substituto para a coordenação de etanol e biometano em casos de afastamentos e impedimentos legais ou regulamentares.

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Disputa bilionária opõe Petrobras e Haddad e deve atrasar renovação da frota de carros do país

A cúpula da Petrobras entrou em rota de colisão com a equipe econômica do governo ao saber que estava em análise o uso de um fundo, abastecido por petroleiras, para custear o programa de renovação de frota de veículos no país, substituindo os mais velhos e poluentes para gerar mais sustentabilidade. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu essa ideia há um mês, mas, de lá para cá, a direção da empresa estatal entrou no circuito para defender que os recursos não sejam utilizados com este fim. para ler esta notícia, clique aqui.

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Petrobras não construirá plataformas inteiras no Brasil, diz diretor

A Petrobras vai ajudar a revitalizar a indústria de construção naval do Brasil, com contratos para descomissionar plataformas antigas ou fabricar módulos para novas embarcações, mas não para construir plataformas inteiras, disse à Reuters o diretor-executivo de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Carlos Travassos. Empregos criados pela indústria naval ancorados por contratos da Petrobras são um pilar fundamental para o programa político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde sua primeira eleição em 2002. Naquele ano, ele disse que as platformas poderiam ser construídas no Brasil, e ordenou a volta de duas que estavam no oceano Atlântico a caminho da Ásia para obras, argumentando que a Petrobras não poderia exportar esses empregos. Lula recentemente concluiu a alteração completa da alta cúpula da Petrobras. No entanto, a companhia vê limitações para trazer para o Brasil trabalhos como a construção do casco, que normalmente é feito na Ásia, para as duas dúzias de plataformas do tipo FPSO que planeja até 2027, disse o diretor. "Nenhum país faz o FPSO inteiro", disse Travassos em Houston, usando a sigla para as plataformas flutuantes capazes de armazenar e transferir petróleo. "A indústria (naval) brasileira precisa apostar em suas vocações." Os cascos dessas embarcações são altamente customizados e qualquer país levaria anos na curva de aprendizagem antes de estabelecer uma linha de produção estável, disse ele. O processo inicial provavelmente resultaria em custos mais altos e entregas atrasadas. Também adiaria os planos da empresa de aumentar sua produção em projetos liderados por ela em quase um quarto, para 4,7 milhões de barris por dia de petróleo e gás em 2027. Cada FPSO pode custar até 3 bilhões de dólares para ser construído. A estratégia de construção naval da Petrobras põe à prova a disposição de Lula de usar a estatal para gerar empregos no país, estratégia que aplicou em seus dois primeiros mandatos, mas não sem polêmica. Os sindicatos de metalúrgicos e da indústria naval, que apoiaram a eleição de Lula, enviaram cartas abertas no mês passado pressionando publicamente o governo para rever o processo de contratação da Petrobras, de forma a aumentar encomendas no Brasil. Eles criticaram o sistema de contratações concentrado em apenas três estaleiros: EBR, Keppel Fels e Jurong, os dois últimos do mesmo grupo asiático. "Vemos uma oportunidade muito boa para o mercado (naval) brasileiro, mas não é em casco de FPSO. Vemos em módulo, onde tem muita tecnologia abarcada," disse Travassos. Construir módulos é menos complexo, disse Travassos. Requer canteiros de obras menores, pode ser replicado mais facilmente e a experiência da força de trabalho pode ser transferida para a construção de plantas de refino, biodiesel ou hidrogênio. "Uma vez que o Brasil se qualifique para construir módulos, terá uma oportunidade muito maior de perpetuar o negócio, em vez de aprender a fazer cascos de FPSO e competir com a Coreia, a China", disse. Os sindicatos da siderurgia e o lobby da construção naval pediram que a Petrobras elevasse voluntariamente o conteúdo local de pelo menos cinco plataformas, para os campos de Albacora, SEAP e Sépia e Atapu. "O que eu tenho de conteúdo local colocado hoje não consegue ser atendido pelo mercado. Então não faz sentido elevá-lo", disse Travassos.

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Cade questiona Compass e Mitsui sobre venda de distribuidoras da Gaspetro

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) está questionando as sócias Compass e Mitsui Gás e Energia sobre a venda de distribuidoras de gás canalizado do Nordeste que pertenciam à antiga Gaspetro, hoje Commit Gás. Na semana passada, a Superintendência Geral do órgão abriu um processo para acompanhar o caso. A informação foi obtida com exclusividade pelo Valor. O compromisso de desinvestimento foi proposto pela Compass, empresa do grupo Cosan, quando da compra da fatia de 51% da Petrobras na Gaspetro, e acabou garantindo o aval do órgão antitruste ao negócio de R$ 2,1 bilhões, em junho do ano passado. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Shell aposta em novo modelo de venda de gás

A abertura do mercado de gás no Brasil, por meio da Lei do Gás, em 2021, trouxe maior competitividade para o setor e a promessa de que os novos entrantes terão oportunidades que antes pareciam exclusivas da Petrobras, que dominava a indústria. Com os caminhos mais livres e a redução das incertezas na área, a Shell viu a oportunidade de trazer ao Brasil modelos de negócios que antes costumava operar somente nos Estados Unidos e na Europa. A companhia anglo-holandesa foi a primeira a implementar o contrato eldquo;spoterdquo; de gás no Brasil, modalidade feita sob medida para cada cliente e que dá mais flexibilidade à negociação. Pode incluir, por exemplo, um tempo mais curto de fornecimento. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Sucesso do aumento do etanol na gasolina depende dos preços internacionais do açúcar

Dentro de um pacote do governo federal de medidas que visam a transição energética, o Ministério de Minas e Energia pretende aumentar ainda neste ano a mistura do etanol na gasolina. Antes disso, será necessário oficializar a criação de um grupo de trabalho para estudar o aumento dessa adição, o que deverá ocorrer na próxima reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), em data a ser definida. Especialistas estimam, no entanto, que o sucesso da proposta a longo prazo depende da oscilação internacional dos valores do açúcar. Entre as vantagens, conforme especialistas, estão o potencial para a diminuição das emissões de gases do efeito estufa e mais estímulo para o setor sucroalcooleiro. As usinas, em geral, podem produzir etanol ou açúcar. Neste ponto, o economista Tiaraju de Freitas, especializado no setor de combustíveis e professor da Universidade Federal do Rio Grande, destaca que o valor do açúcar como commodity precisa ser levado em consideração. eldquo;A produção regular do etanol depende do valor internacional do açúcar. Conforme a cotação, pode haver estímulos no mercado internacional e as usinas poderão optar por produzir mais açúcar para exportação, isso já aconteceu algumas vezes. O cenário atual é positivo a não ter este problema porque o preço internacional do insumo tem mantido tendência de queda no mercado internacional, com expectativa de manutenção do etanol mais vantajoso em relação à gasolinaerdquo;, destaca. Na safra 2022/2023 foram produzidos 31,2 bilhões de litros de etanol no Brasil, sendo 28,9 bilhões de litros na região Centro-Sul. Desse total, 4,43 bilhões de litros foram produzidos a partir do milho, equivalente a 15,3% do total produzido pelo Centro-Sul ou 14,0% do total produzido pelo Brasil, conforme dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica). O presidente da entidade representativa das principais unidades produtoras de açúcar, etanol (álcool combustível) e bioeletricidade da região Centro-Sul do Brasil, Evandro Gussi, diz que o setor está plenamente preparado para aumentar o eventual aumento da mistura à gasolina. eldquo;Sempre teremos produção suficiente de etanol, inclusive nas últimas décadas o setor atendeu à altura todas as demandas por etanol. Ainda que o preço internacional do açúcar aumente, a resolução 67 da ANP determinando o estabelecimento de contratos com um ano de antecedência dão a garantia de fornecimento do produtoerdquo;, ressalta. Já o consultor de energia da CNN, Adriano Pires, ressalta que o estabelecimento de um piso emdash; e não somente um teto para o aumento da adição de álcool anidro à gasolina poderá resolver a questão da produção. Atualmente, a mistura é de 27% e a intenção do governo federal é a elevação para 30%. eldquo;É uma boa ideia, mas não se pode achar que vai ficar o tempo todo com 30%. Depende da safra, é necessário haver a flexibilidade. Estica o teto para 30%, mas quando a safra for ruim baixa para 25%, 27%. Sempre tem que ter flexibilidade. Ou se cairá no erro do biodiesel que só teve teto e quando ficou muito caro, o governo precisou reduzir a misturaerdquo;, ressalta. Com a elevação da cotação do biodiesel, o governo de Jair Bolsonaro determinou a diminuição da mistura do biodiesel ao diesel para 10%. Após a acomodação dos preços, é que o governo Lula retomou a elevação da mistura de 10% para 12%. Um ano depois, em 2024, o percentual subirá para 13%. A proposta do Ministério de Minas e Energia, exposta pelo ministro Alexandre Silveira na semana passada, também visa a segurança energética e a diminuição gradativa dos combustíveis fósseis, estima economista-chefe da Consultoria ES Petro, Edson Silva. eldquo;À medida que o Brasil passe a produzir combustível automotivo alternativo à gasolina, estamos falando de segurança de suprimento. No atual contexto internacional de preços elevados, reservas e guerra, a segurança passou a ser um elemento de grande relevância para o planejamento energético dos países. Somos praticamente autossustentáveis na produção de gasolina, mas ainda há importação de petróleoerdquo;, disse. Conforme a Agência Nacional de Petróleo (ANP), o país produz cerca de 3 milhões de barris de petróleo por dia, consome 2,5 milhões e importa 300 mil barris por dia. O que explica isso são os diferentes óleos produzidos, alguns de qualidade que não viabilizam a produção de gasolina. Questões ambientais O governo federal defende que a mistura vai trazer benefícios ambientais e contribuir para uma transição energética mais sustentável. O professor Paulo Brack, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, lembra a estratégia teoricamente é boa, mas a forma de plantio também é importante para evitar que a solução de um lado se torne um problema. eldquo;O problema são os monoplantios que demandam, com uso intensivo de maquinário e energia, efeitos sobre a disponibilidade de água e nascentes dersquo;água. Estamos procurando possibilidade que não sejam dependentes somente da cana-de-açúcar e da soja para viabilizar os combustíveis não-fósseis. No caso da cana, se usa muito o bagaço dela. Antigamente joga-se o restante da planta no lixo ou nos rios, e hoje já aproveita para geração de energia. Casca de arroz e madeira também geram energiaerdquo;, disse Brack, que é mestre em Botânica. Brack ainda destaca que palmeiras como a macaúba produz por hectare, de quatro e cinco vezes mais óleo do que a soja, por exemplo, no entanto ela demora a crescer. Há outras espécies de palmeiras possíveis, mas ainda faltam pesquisas. eldquo;O petróleo vai acabar e já está cada vez mais caro buscar as reservas. Especialistas já dizem que o caminho será o colapso energético se o quadro não for revertido. Por isso, alternativas como plantas que produzam óleos são questão estratégica que precisa ser aproveitada por um país como o Brasil, que tem muitas terras e enorme produção agrícolaerdquo;, finaliza.

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