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Produção de petróleo no Brasil recuou, mas projeção é de crescimento, diz Opep

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) afirma que a produção de petróleo do Brasil recuou 147 mil barris por dia (bpd) em março ante fevereiro, para uma média de 3,1 milhões de bpd. O cartel diz em seu relatório mensal publicado nesta quinta-feira (11) ter expectativa de que a produção do país cresça, com aumento na produção em alguns campos, mas também comenta que manutenção em plataformas offshore deve provocar "algumas interrupções em grandes campos". O Brasil é mencionado como um dos principais atores a impulsionar o crescimento da oferta de combustíveis líquidos em 2022, ao lado de EUA, Rússia, Canadá, Guiana e China. Já os maiores recuos foram vistos em Noruega e Tailândia, aponta o relatório. O Brasil deve continuar a apoiar a oferta desses combustíveis em 2023, diz ainda o grupo, enquanto na Rússia deve haver recuo. A Opep projeta também que o gasto de capital para exploração de petróleo e gás brasileiros registre crescimento de 15% em 2023, na comparação com o ano anterior. Previsão para o PIB global e do Brasil A Opep manteve sua projeção de alta do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2023, em 2,6%, segundo relatório. A organização também reafirmou suas projeções de crescimento para este ano dos Estados Unidos, em 1,2%, e da zona do euro, em 0,8%. No caso da China, o cartel segue prevendo expansão de 5,2% em 2023. No relatório, a Opep manteve a produção para o crescimento econômico do Brasil em 2023 em 1,0%, com desaceleração após o avanço de 2,9% do ano anterior. Os juros e a inflação elevados devem provocar desaceleração, afirma o documento, com espaço fiscal "limitado" para investimentos domésticos.

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Regulações estaduais e novos negócios para o gás natural no Seminário de Gás Natural do IBP

Novos horizontes para o gás onshore, a busca por um mercado nacional integrado, regulações estaduais cada vez mais avançadas diante do novo mercado de gás foram os temas que encerraram o primeiro dia de Seminário de Gás Natural, realizado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), nesta quarta-feira (10/5), no Rio de Janeiro. Tiago Santovito, Gerente Executivo de Regulação de Transporte e Distribuição de Gás Natural do IBP, destacou os avanços na construção do ranking que analisa a regulação para o mercado livre nos estados, o RELIVRE, que tem aproximado agentes de diversos elos da cadeia de gás. eldquo;Já temos mais 12 apoiadores fazendo parte do RELIVRE. Reforçamos que a regulação tem que ser dinâmica e atender os anseios do mercado. O mercado mudou, o jeito de fazer negócio mudou. As agências reguladoras estaduais devem rever seus normativos para atender essa evoluçãoerdquo;, afirmou Santovito. Heber Resende, presidente da ES Gás, ressalta que é papel da distribuidora ajudar a fomentar o mercado e diz estar em diálogo permanente com o regulador na busca pela modernização contínua. eldquo;Estamos discutindo com a agência do estado uma nova modalidade de contrato flexível. Buscamos sempre o diálogo e entendemos que toda nova modificação no mercado deve ser submetida ao regulador na tentativa de fazer avançoserdquo;. Já para Vladimir Paschoal, Coordenador da Câmara Técnica de Petróleo e Gás (CTGás) da ABAR, o diálogo com os agentes é importante para construir uma regulação que realmente contribua para o desenvolvimento do setor. Paschoal destacou também o acordo de cooperação entre a Agência reguladora do RJ (AGENERSA) e a ANP. eldquo;Quando outras agências me perguntam sobre o tema, minha sugestão é que façam acordo com a ANP com o objetivo de facilitar o desenvolvimento das regulações.erdquo; Produção onshore em destaque O COO e diretor de Comercialização e Novos Negócios da PetroRecôncavo, João Vitor Moreira, acredita que a produção onshore vá se tornar protagonista no mercado, entregando preços muito competitivos. Atualmente a PetroReconcavo produz 26 mil barris de óleo equivalente, o que representa 16,5 milhões de metros cúbicos. Rachid Félix, diretor Comercial e Corporativo da 3R Petroleum também vê um horizonte promissor para o onshore com modelos alternativos, como o transporte de gás comprimido enviado diretamente ao cliente. Segundo Félix, o gás ainda vale hoje muito menos do que o óleo, por isso os players desse mercado precisam ser originais, especializados e competitivos. Mas empresas conseguiram aumentar de 30% a 40% de sua produção simplesmente por conta dessa especialização. eldquo;As oportunidades do gás natural são diferentes das do óleo e acredito que as empresas poderão assumir e entender como fazer diferenteerdquo;. Alessandro Gardemann, CEO, Geoenergetica, afirma que o foco em infraestrutura é essencial neste momento para que não existem gargalos e que os projetos de biogás irão sair do papel. Ele diz que o mercado brasileiro tem um enorme potencial. Segundo ele, o consumidor hoje vê o biometano como uma boa oportunidade para descarbonizar seu negócio com até 95% de descarbonização. eldquo;O biometano é o irmão caçula do gás natural. No Brasil, há um grande potencial de produção, principalmente a partir da biomassa e resíduos sólidos urbanos. No setor agro, por exemplo, é possível deslocar o consumo de diesel.erdquo; Christiane Delart, diretora de Distribuição de gás da Naturgy Brasil, afirma que o mercado tem apetite para o gás onshore e o biometano. eldquo;. Precisamos desse gás, mas a dificuldade é casar essa oferta e a demanda, superando os desafios de fazer o biometado chegar onde a demanda existeerdquo;. A Naturgy, diz ela, tem necessidade real de diversificar seu portfólio. A empresa soma em suas concessões uma necessidade de 8 milhões de metros cúbicos de gás por dia atualmente. O Transporte e a construção de um mercado integrado Debatendo a expansão da malha de transporte, Thiago Arakaki, diretor de Gás Natural da Galp, disse que o mercado de gás no Brasil tem uma perspectiva fantástica, mas que depende da competitividade para que os projetos se viabilizem. eldquo;Nós vemos uma oportunidade de crescimento do mercado de gás conectado no transporte. E tudo isso só se viabiliza com competitividade. A competitividade perpassa não apenas pelo o transporte, mas também pelas regulações, regras tributárias entre outras.erdquo;. Para Helder Ferraz, diretor comercial e de regulação da NTS, é necessário atenção com a segurança jurídica para que o investidor possa fazer investimentos com tranquilidade no país. Segundo ele, o impacto sobre da elevação de tarifas de transporte a partir da saída de térmicas do sistema é um risco real aos planos de reindustrialização do país. Além disso, comenta sobre a dinâmica do mercado para os próximos anos. eldquo;Hoje, ao enxergarmos a oferta e demanda que são injetadas e retiradas da rede, observamos um declínio das fontes existentes e a entrada de novas fontes de suprimento, sendo fundamentais para cobrir a demanda existenteerdquo;. Falando de um case de sucesso, Makyo Félix, gerente de Suprimento de Gás e de Mercado da Bahiagás afirmou que a distribuidora baiana soube antever as oportunidades com a abertura do mercado de gás através das chamadas públicas, ainda em 2017, e apostando no dinamismo do setor. Hoje a Bahiagás tem em seu portfólio negócios com 9 supridores e 13 contratos. Para Ovidio Quintana, diretor Comercial e Regulatório da TAG, o sistema no Brasil já opera de forma integrada, mas agora é preciso retirar as travas comerciais para que os agentes possam fazer trocas com liquidez entre si. eldquo;É necessário que a gente promova as trocas comercialmenteerdquo;, diz, cobrando maior coordenação no setor. Além da participação do Governo Federal, o Seminário de Gás Natural conta com patrocínio master da Petrobras; patrocínio platinum da Galp; patrocínio ouro da Equinor, da Excelerate Energy, da PetroRecôncavo, da Repsol Sinopec Brasil e da Shell Energy; patrocínio prata da 3R Petroleum, da ExxonMobil e da Naturgy; e patrocínio bronze do Faveret Tepedino Londres Fraga (FTLF), do Machado Meyer Advogados, do Mattos Filho, da New Fortress Energy, da NTS, da TAG e do TAGD Advogados. Ele ainda conta com o apoio institucional da ABAR, da ABiogás, da ABPIP, da ABRACE, da ABRACEEL, da ABRAGET, da ANP, da ATGÁS, da EPE, da Firjan, do Instituto de Energia da PUC-Rio (IEPUC) e da ONIP. Com parceria de mídia oficial da epbr, conta ainda com apoios de mídia da TN Petróleo e da PetroeQuímica.

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Petrobras tem margem para reduzir gasolina em R$ 0,35 e prepara nova política de preços

Uma nova política de preços da Petrobras será anunciada em breve, segundo apurou o Estadão/Broadcast, estimulada pela queda do petróleo no mercado internacional. O pedido do governo, porém, é para que a petroleira tenha cautela, já que a temporada de férias nos Estados Unidos está se aproximando e pode elevar o preço da gasolina, combustível que está há 72 dias sem reajuste no Brasil. Nesta quarta-feira, 10, o presidente da empresa, Jean Paul Prates, esteve reunido com o presidente Lula, em Brasília, levando uma extensa agenda de possíveis mudanças - entre elas a da atual política de preços de paridade de importação (PPI), duramente criticada pela atual gestão, que se comprometeu a eldquo;abrasileirarerdquo; os preços da empresa. De acordo com fontes ligadas à empresa, porém, nada será feito com pressa e alguns pontos ainda estão em discussão. A principal preocupação é a sucessiva alta da gasolina nos postos de abastecimento, que afeta fortemente a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o preço do litro da gasolina nas refinarias da Petrobras estava 13% mais alto do que o preço internacional no fechamento de quinta-feira. Desde o final de abril, o preço do combustível nas refinarias da empresa vem aumentando a defasagem positiva em relação ao Golfo do México, usado como parâmetro de preços pelos importadores. A diferença chegou a atingir 21% no final da semana passada, refletindo o recuo do preço do petróleo e uma demanda mais fraca do que o esperado. Geralmente, a estatal reajusta o preço dos seus combustíveis quando a defasagem atinge dois dígitos, para cima ou para baixo. De acordo com cálculos da Abicom, a Petrobras poderia reduzir o preço da gasolina em R$ 0,35 o litro para atingir a paridade com o mercado internacional. Na Refinaria de Mataripe, na Bahia, controlada pela Acelen, os reajustes são semanais nos seus produtos, o que faz a alta em relação ao preço externo ser de apenas 1%. Na última quarta-feira, a Acelen reduziu o preço da gasolina em R$ 0,0067 o litro. No caso do diesel, a defasagem positiva nas refinarias da Petrobras é de 7%, abrindo espaço para queda de R$ 0,23, segundo a Abicom. Já na refinaria baiana, o diesel está mais barato no mercado interno, com defasagem negativa de 2%. Gás de cozinha O gás de cozinha, cujo preço se mantém em patamar alto e tem impacto na camada mais pobre da população, está com o preço 50,5% maior no Brasil do que no exterior, segundo levantamento do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie). O combustível está há 154 dias sem reajuste, ainda de acordo com a consultoria, e a expectativa é de que o preço também seja reduzido pela Petrobras nos próximos dias. De acordo com o Cbie, a Petrobras poderia reduzir o preço do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) em R$ 1,07, o que pouco impactaria no preço ao consumidor, principalmente levando em conta que o último reajuste para baixo feito pela companhia não foi repassado na ponta. No último levantamento feito pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço do gás de cozinha (GLP 13kg) subiu 0,5%, para R$ 108,13 na semana de 30 de abril a 6 de maio.

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Lula diz que não vai vender Petrobras e Correios, mas privatização da Eletrobras é "sacanagem"

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, 11, que não pretende vender mais ativos da Petrobras e que os Correios não serão privatizados. O chefe do Executivo disse que somará esforços para que a estatal tenha gasolina e óleo diesel mais baratos. erdquo;Não vamos vender mais nada da Petrobras, o Correio não será vendido, vamos tentar fazer com que a Petrobras possa ter a gasolina e óleo diesel mais baratoserdquo;, disse, em evento de lançamento das plenárias estaduais do PPA Participativo. eldquo;Que a gente possa voltar a construir navio, possa voltar a fazer plataforma e recuperar o maior patrimônio que o povo brasileiro construiu.erdquo; No discurso, Lula também criticou a venda da Eletrobras que, segundo ele, foi com objetivo de eldquo;pagar juroserdquo;. eldquo;Hoje, não temos estatal e ainda estamos devendo muitoerdquo;, declarou. eldquo;Veja a sacanagem, tem gente preocupada com o que eu falo, e o que eu falo é o que aconteceu. O governo tem 43% das ações da Petrobras mas, no conselho, só tem direito a um voto. Nossos 40% só valem umerdquo;, disse. O presidente, contudo, se confundiu ao se referir à Petrobras, e não à Eletrobras. Na sexta-feira passada, 05, a Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com uma ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando o poder de voto que o Estado tem na Eletrobras, de 10%. A União detém 43% da empresa, privatizada em junho do ano passado pelo governo Bolsonaro. O governo federal pede que essa restrição seja suspensa até o julgamento do processo pelo STF. A justificativa do pedido é de que a limitação do voto eldquo;é uma afronta aos princípios constitucionais de razoabilidade, proporcionalidade, impessoalidade, da moralidade e da eficiência da administração públicaerdquo;.

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Petrobras lucra R$ 38 bilhões no 1º trimestre, acima das expectativas

A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 38,156 bilhões no primeiro trimestre, o que corresponde a uma queda 14,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira (11). Apesar da queda, o resultado veio bem acima da expectativa do mercado, que esperava R$ 31,96 bilhões, segundo projeções compiladas pela Refinitiv. De acordo com dados do TradeMap, o resultado representa o segundo maior lucro da história entre empresas de capital aberto para o período, atrás apenas do lucro de R$ 44,561 bilhões no primeiro trimestre de 2022. Na comparação com o quarto trimestre, houve uma queda de 12,2%. Segundo a empresa, o resultado é explicado principalmente pela desvalorização do petróleo tipo Brent e menor resultado financeiro (queda de R$ 4,7 bilhões), parcialmente compensados por menores despesas operacionais (que subiram R$ 4,9 bilhões). Além disso, houve maior despesa com Imposto de Renda (alta de R$ 2,9 bilhões) principalmente em função da ausência de créditos tributários ocorridos no quarto trimestre de 2022 pela distribuição de dividendos do exercício de 2022 na forma de juros sobre capital próprio. "Os resultados financeiros refletem o excelente desempenho operacional da companhia. O pré-sal continua a ser o centro das nossas receitas e da geração de caixa, respondendo hoje por 77% da nossa produção total", afirmou Jean Paul Prates, presidente da Petrobras. A receita de vendas da Petrobras totalizou R$ 139,06 bilhões no primeiro quarto do ano, queda de 1,8% em bases anuais e de 12,3% na margem. De acordo com a empresa, o recuo na variação trimestral se deveu em grande parte à desvalorização de 8% do petróleo do tipo Brent no período. Segundo a empresa, durante o primeiro trimestre, diesel e gasolina mantiveram-se como os principais produtos, responsáveis por 74% da receita gerada com a venda de derivados. A receita líquida do diesel foi de R$ 43,15 bilhões, crescimento de 11% em bases anuais, mas queda de 20,3% na comparação com o trimestre imediatamente anterior. No caso da gasolina, a receita foi de R$ 19,18 bilhões, queda de 1,1% ante igual período de 2022 e de 9,4% em relação ao último trimestre do ano passado. No mercado interno, a receita alcançou R$ 102,1 bilhões, queda de 1,1% na comparação anual e de 14,9% na margem. A companha informou que o recuo na variação trimestral foi influenciado pelo menor volume de vendas, em razão da menor demanda por diesel e gasolina. "Além disso, houve queda nas receitas de GLP [gás liquefeito de petróleo], afetadas não apenas por fatores sazonais, mas também pela maior concorrência." Já a geração de caixa (ebtida recorrente) alcançou R$ 74,516 bilhões, queda de 4,7% no ano contra ano e de 1,3% na variação trimestral. Petrobras aprova R$ 24,7 bilhões em dividendos aos acionistas Mais cedo, a petroleira informou que irá pagar R$ 1,89 por ação em dividendos aos acionistas como antecipação relativa ao exercício de 2023. O montante corresponde a um volume total de R$ 24,7 bilhões, segundo cálculos da plataforma TradeMap. A estatal também anunciou a distribuição de R$ 24,7 bilhões em dividendos. O valor veio acima do esperado pelo mercado. Os analistas da Ativa Investimentos projetavam um dividendo de R$ 16,4 bilhões, ou R$ 1,26 por ação. O anúncio fez as ações ordinárias e preferenciais da empresa fecharem em forte alta na Bolsa, com ganhos entre 2% e 3%. "A alta dos papeis só não foi maior por conta da queda do petróleo no mercado internacional", dizem os analistas da Guide Investimentos. "Com relação à remuneração aos acionistas aprovada, o montante está alinhado à Política de Remuneração aos Acionistas vigente, que prevê que, em caso de endividamento bruto inferior a US$ 65 bilhões, a Petrobras deverá distribuir aos seus acionistas 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e as aquisições de ativos imobilizados e intangíveis (investimentos)", diz a Petrobras no fato relevante, que informa também que a aprovação do pagamento é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia. O pagamento dos dividendos por ação anunciado nesta quinta será feito em duas parcelas de R$ 0,94 cada, nos dias 18 de agosto e 20 de setembro. Terão direito ao recebimento os acionistas com posição no dia 12 de junho. No documento, a empresa diz ainda que o conselho de administração determinou que a diretoria executiva elabore proposta de ajuste do planejamento estratégico em curso e aperfeiçoamento da política de remuneração aos acionistas, incluindo a possibilidade de recompra de ações, e submeta as matérias para deliberação antes do encerramento do mês de julho de 2023. "Assim, a companhia poderá dar um passo efetivo no sentido de diminuir a distribuição de proventos a partir de seu próximo resultado", dizem os analistas da Ativa. Ao longo dos últimos meses, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sinalizado ao mercado que pretende rever a política de distribuição de dividendos da estatal, com um direcionamento maior de recursos para investimentos de expansão da operação. Nesta quinta, o chefe do Executivo voltou a criticar a privatização da Eletrobras e disse que os Correios e a Petrobras não serão privatizados. "Não vamos vender mais nada da Petrobras, os Correios não serão vendidos. Vamos tentar fazer com que a Petrobras possa ter a gasolina mais barata, o óleo diesel mais barato", afirmou durante evento em Salvador. (Com Reuters)

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Gasolina sintética pode causar "confusão e caos" na transição elétrica

A Europa se prepara para proibir de forma definitiva os carros com motores a combustão a partir de 2035, mas nesse processo surgiu a possibilidade de uma exceção para os veículos movidos por combustíveis sintéticos. E pensando nos carros elétricos, essa nova variável pode trazer "confusão e caos", nas palavras de Carlos Tavares, CEO da Stellantis, que é o quarto maior grupo automotivo do mundo. O executivo alerta para a necessidade de, com a admissão dos combustíveis sintéticos para depois de 2035, poder instalar-se eldquo;a confusão e o caoserdquo; na aposta já feita para a viabilização e popularização dos veículos elétricos, principalmente considerando os investimentos realizados nesta área. Especificamente, Tavares fala dos combustíveis sintéticos dentro do contexto de um esforço e legislação na União Europeia que orientou a indústria automotiva para a transição energética com foco maior nos carros elétricos. Isso está demandando investimentos bilionários e sem precedentes nas áreas de tecnologia, gigafábricas de baterias e desenvolvimento de veículos elétricos e infraestrutura de carregamento. Relembrando que há pouco tempo, por conta de um pedido do governo alemão e alguns segmentos da indústria europeia, a Comissão Europeia recuou na regra que permitiria apenas veículos elétricos a bateria ou a células de combustível com zero emissão serem vendidos na região. No caso, abriu-se uma exceção para carros com motores a combustão que queimem combustíveis sintéticos, embora ainda falte consenso sobre normatização, quais tipos seriam admitidos e emissões de CO2 em diferentes parâmetros. Essas preocupações do executivo foram manifestadas durante uma visita à fábrica da Vauxhall, na Inglaterra. Na ocasião, Tavares deixou claro sua preocupação, considerando a possibilidade de que os combustíveis sintéticos se tornem a solução para potenciais 1,4 bilhão de veículos que ainda chegarão às ruas nas próximas décadas. Ainda há muitas incertezas e não dá pra dizer se os combustíveis sintéticos serão utilizados exclusivamente em carros de alto desempenho e esportivos mais para o topo da linha, ou haverá uma aplicação mais massiva. Teremos que aguardar por mais definições da UE nessa área. Considerando tudo isso, Tavares afirma que essa abertura poderia afetar toda a regulamentação que já foi criada, bem como estratégias de empresas e governos, pensando nos veículos elétricos a bateria. E isso num cenário de investimentos traçados para até 20 anos. Dois cenários Ainda de acordo com o executivo, a abertura para os combustíveis sintéticos pode levar a dois tipos de cenário: o primeiro em que os sintéticos não irão interferir no planejamento estratégico já realizado, e um segundo em que esses "paradigmas" serão afetados. Ele vai mais longe e lança a seguinte questão: eldquo;o que é que acontece se, entretanto, surgir alguém a garantir que encontrou uma forma de reduzir tremendamente os custos de produção dos combustíveis sintéticos, colocando-os, a partir de agora e já sem o peso do imposto, no mesmo patamar [dos elétricos]?erdquo;. Considerando ainda que eldquo;para colocar em prática a estratégia que já temos em marcha, é necessário uma janela temporal de 20 anoserdquo;. Nesse segundo caso, o que faríamos com as gigafábricas e investimentos em tecnologia de baterias? Quem pagaria por isso? Tavares entende que deveria haver mais discussão sobre todos esses desdobramentos possíveis e qual seria a melhor solução para o sociedade. Por fim, defendeu que a Stellantis está firme no propósito da transição energética para a mobilidade elétrica, mas que, pelo sim, pelo não, adaptará seus motores a combustão para os combustíveis sintéticos, caso seja essa a futura regra. Mas antes, é necessário comprovar a real neutralidade em carbono desta nova opção, no mesmo nível das opções restantes.

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