Ano:
Mês:
article

Petrobras abre procedimento para avaliar venda de refinaria a fundo árabe no governo Bolsonaro

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que a venda da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), atual Refinaria de Mataripe, na Bahia, está sob avaliação da estatal, em diálogo com os órgãos de controle. Segundo ele, já há procedimento administrativo instaurado para avaliação do negócio, sob apreciação das áreas de integridade pertinentes da companhia. A declaração foi feita em suas redes sociais. eldquo;A legitimidade do controle externo de fiscalizar as atividades da Petrobras é indiscutível e necessária, compondo o sistema de governança que protege a empresa. Não à toa, pleiteei, à época em que atuei como senador da República, o acompanhamento atento desse processo negocial e suas consequênciaserdquo;, disse no X, antigo Twitter. De acordo com Prates, as conclusões dos órgãos de controle, entre outras instituições de fiscalização e investigação, vão pautar a atuação da empresa. eldquo;E são cruciais para a preservação do patrimônio público e privado que representa a Petrobraserdquo;, completou. A Rlam foi vendida em novembro de 2021, durante o governo Bolsonaro, para o fundo de investimento árabe Mubadala por US$ 1,65 bilhão, ou cerca de R$ 10 bilhões na época, valor considerado abaixo do esperado por bancos de investimentos como o BTG e pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), que esperavam pelo menos o dobro pela venda. Esta semana, a Controladoria Geral da União (CGU) também disse ter encontrado eldquo;fragilidadeserdquo; no negócio, principalmente a venda abaixo do preço de mercado, decorrente, principalmente, do momento nada favorável para negócios do setor, com o petróleo sendo negociado em baixa durante a pandemia de covid-19. Em novembro do ano passado, depois de adiar por duas vezes a entrega de uma refinaria no Ceará, vendida por US$ 34 milhões (R$ 167,3 milhões) em 2022, também no governo anterior, a um grupo especializado em asfaltos, a Petrobras decidiu rescindir o contrato. A estatal anunciou a eldquo;reestatizaçãoerdquo; da Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor) com o argumento de que algumas condições precedentes para transferência do ativo não foram concluídas.

article

Indústria tem quatro meses de avanços consecutivos, mas com resultados modestos, mostra IBGE

Com a ajuda de uma conjuntura interna mais favorável e dos avanços nas exportações, a indústria brasileira completou quatro meses seguidos de crescimento, informou nesta sexta-feira, 5, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A produção acumulou uma expansão de 0,9% entre agosto e novembro de 2023, a sequência mais longa de resultados positivos desde o período de maio a novembro 2020, quando se recuperava do choque inicial provocado pela pandemia de covid-19, mostraram os dados da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física. Os resultados deste ano, mês a mês, porém, foram modestos: agosto (0,2%), setembro (0,1%), outubro (0,1%) e novembro (0,5%, a mais acentuada para essa época do ano desde 2020). A tendência para o desempenho do setor industrial ainda é de estagnação, avaliou o economista Helcio Takeda, da consultoria Pezco Economics. eldquo;Não muda a percepção de que a indústria caminha de lado, as aberturas qualitativas da pesquisa mostram issoerdquo;, observou Takeda, que prevê crescimento de apenas 0,2% para todo o setor em 2023, na comparação com o ano anterior. A manutenção no ciclo de cortes na taxa básica de juros, a Selic, e a expectativa de um bom desempenho da indústria extrativa dão margem a alguma recuperação do setor industrial a partir do segundo trimestre de 2024, defendeu o economista da Pezco. eldquo;A projeção é de alta de 1,0% para a indústria neste ano (2024), o que é bem melhor do que 2023, mas ainda não tira aquela sensação de caminhar de ladoerdquo;, pontuou Takeda. Na passagem de outubro para novembro de 2023, os avanços nas indústrias extrativas (3,4%) e nos produtos alimentícios (2,8%) impulsionaram o desempenho positivo da produção industrial nacional no período. eldquo;A gente está falando de dois segmentos associados diretamente a exportaçõeserdquo;, confirmou André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE, acrescentando que o bom desempenho da balança comercial brasileira em 2023 também ajudou na melhora da indústria nacional. eldquo;É um fator importante a ser considerado ao longo do ano de 2023.erdquo; No caso de alimentos, a produção avançou por cinco meses seguidos, de julho a novembro. eldquo;Tem a questão da safra recorde, tem exportações, tem produtos identificados com a demanda domésticaerdquo;, enumerou. O crescimento recente reduziu a defasagem ante o patamar pré-pandemia, mas ainda não recupera todas as perdas anteriores. eldquo;A gente tem um ritmo mais acentuado (de produção), mas não posso chamar alta de 0,2%, de 0,1%, como uma trajetória sustentada de crescimentoerdquo;, explicou o gerente do IBGE. A indústria brasileira chegou a novembro operando 0,9% aquém do patamar de fevereiro de 2020, mas apenas sete das 25 atividades investigadas funcionavam em nível superior ao pré-crise sanitária: outros equipamentos de transporte (13% acima do pré-covid), produtos do fumo (12,4%), derivados do petróleo (11,5%), extrativas (9,7%), alimentícios (5,2%), bebidas (2,1%) e máquinas e equipamentos (0,8%). No extremo oposto, os segmentos mais distantes do patamar pré-pandemia são artigos de vestuário e acessórios (-31,4%), móveis (-28,9%), equipamentos de informática (-26,3%), produtos diversos (-23,7%), máquinas e materiais elétricos (-22,6%) e veículos (-21,6%). No geral, há crescimento na produção da indústria, tendo como pano de fundo algum grau de melhora nas variáveis associadas à demanda doméstica, assim como uma ajuda do aumento das exportações, mas, apesar do início do ciclo de afrouxamento monetário, a taxa de juros ainda elevada prejudica setores mais ligados ao crédito, como as categorias de bens duráveis e bens de capital, resumiu André Macedo. eldquo;Há uma leitura melhor dos fatores conjunturaiserdquo;, afirmou Macedo. eldquo;Tem como pano de fundo algum grau de melhora nessas variáveis associadas ao mercado doméstico.erdquo; Entre os elementos que melhoraram, o pesquisador menciona a evolução favorável do comportamento do mercado de trabalho, com mais trabalhadores ocupados e aumento da massa de salários em circulação na economia, e a inflação mais controlada, que também confere às famílias eldquo;algum ganho de renda disponívelerdquo;. A inadimplência se mostra menor que no passado, mas o nível de endividamento permanece elevado, ponderou. eldquo;O crédito permanece encarecidoerdquo;, disse ele. eldquo;A taxa de juros ainda permanece em patamares elevados.erdquo; A produção de bens de consumo duráveis segue afetada tanto pelo crédito caro quanto pela seca no Amazonas. A estiagem na região Norte prejudicou o acesso a matérias-primas, devido à característica de uso do modal fluvial na logística local, e algumas fábricas deram férias coletivas, relatou Macedo. Entre os produtos impactados estão televisores, rádios, motocicletas, eletroeletrônicos e equipamentos de informática. Como consequência, a fabricação de bens duráveis acumulou uma perda de 9,7% nos últimos três meses, de setembro a novembro de 2023. eldquo;A política monetária mais restritiva, com taxa de juros mais elevadas, tem também impacto nas decisões de investimentos de empresárioserdquo;, acrescentou Macedo. A produção de bens de capital acumulou uma perda de 4,7% nos últimos três meses divulgados pela pesquisa, de setembro a novembro de 2023. eldquo;É algo que tem muita relação com o nosso nível de investimento. São números ainda preocupantes nos investimentoserdquo;, concluiu o economista Igor Cadilhac, do banco PicPay.

article

Presidente da Petrobras defende novos projetos de exploração de combustível no Amazonas e no RS

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, voltou a defender neste sábado, 6, a prospecção de petróleo em eldquo;novas fronteiraserdquo;, incluindo a Margem Equatorial, na Bacia da Foz do Amazonas, e a Bacia de Pelotas, na costa do Rio Grande do Sul, como forma de garantir reservas futuras de petróleo para o País. Em postagem no X, antigo Twitter, Prates afirmou que a Petrobras está avançando com novos projetos de exploração e produção também nessas regiões. eldquo;A Petrobras é uma empresa de petróleo em transição, que está promovendo uma maior integração energética e descarbonização das suas atividades enquanto mantém sua sustentabilidade financeira, garante novos investimentos e avança com novos projetos de exploração e produção, seja no pré-sal e em novas fronteiras como a Margem Equatorial e a Bacia de Pelotaserdquo;, escreveu Prates. A postagem foi acompanhada da publicação de um vídeo com trecho de uma entrevista que Prates concedeu à emissora de televisão GloboNews, no último dia 28 de dezembro. Na ocasião, Prates afirmou que tem relação de respeito com o Ibama, mas defendeu a prospecção de petróleo na Margem Equatorial e argumentou que transição energética prevê gradualidade, e não ruptura. A Margem Equatorial se estende por cerca de 2,2 mil quilômetros ao longo da costa, entre os Estados do Amapá e do Rio Grande do Norte. A exploração de petróleo na Margem Equatorial tem sido foco de divergências dentro do governo Lula, críticas de ambientalistas e atenções da comunidade internacional.

article

Os combustíveis fósseis voltaram à cena em 2023

(Coluna - Adriano Pires) Os discursos de agentes do setor de energia no Brasil e no mundo apontam, cada vez mais, para uma ressignificação do papel das fontes fósseis no processo de transição energética. Isso ficou muito claro na COP-28. O cenário atual, altamente competitivo e volátil, é um reflexo de quase quatro anos consecutivos de crises de ordem sanitária, geopolítica e econômica. A mudança de prioridades, que acarretou a ressurgência dos fósseis, trouxe, também, o aumento da influência da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, como a Rússia (OPEP+) nos mercados de energia globais. Nesse contexto, enquanto as energias renováveis seguiram como sendo a principal escolha para o fornecimento energético no longo prazo, a questão da segurança energética assumiu o centro dos debates de curto e médio prazos. Por ocupar uma posição estratégica nos conflitos recentes, o primeiro devido ao envolvimento direto da Rússia, já no segundo, Israel-Hamas, em função da presença ostensiva de membros da OPEP+ na região, o petróleo e seus derivados retomaram o protagonismo no planejamento da matriz energética mundial e seu papel na transição foi amplamente debatido na COP-28. O crescimento da influência do maior cartel de Oeamp;G no mundo vai na contramão das expectativas de especialistas na virada do milênio, que viam a queda iminente da organização. O mesmo pode ser dito em relação às majors do setor, muitas das quais recentemente interromperam seus planos de transição e reorientaram seus investimentos no segmento de fósseis. Entre os melhores exemplos desta guinada estão as últimas fusões e aquisições da ExxonMobil e Chevron. Durante entrevista, em 14 de novembro, Darren Woods, CEO da Exxon Mobil, afirmou que tratar a indústria de Oeamp;G como vilã da transição não só não contribui para a redução das emissões globais, como alimenta a insegurança energética. Segundo ele, isso eldquo;na verdade coloca em risco o fornecimento confiável de energia, (...) desestabilizando economias globais, degradando o padrão de vida das pessoas e, como vimos na Europa, aumentando as emissõeserdquo;. As mudanças de hoje apontam para um futuro complexo, no qual as tecnologias alternativas coexistem com as fósseis tradicionais, utilizando-se não só da redução das emissões absolutas, como também da captura de carbono já presente na atmosfera. O tamanho e a complexidade da transição estão muito além das expectativas iniciais. Desmantelar um sistema energético construído ao longo de mais de 150 anos demanda um esforço hercúleo e a cooperação de todos os agentes envolvidos, e isso agora está mais claro do que nunca. O imediatismo, que poderia ser notado em discursos de 5 anos atrás, hoje dá lugar à racionalidade. Não se pode mais falar de transição sem falar de segurança.

article

Cepea vê oportunidades para o setor em 2025

Relatório do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) afirma que o dólar mais valorizado e a manutenção das cotações internacionais podem ter impacto positivo sobre o mercado de açúcar e etanol neste ano. De acordo com os pesquisadores, no comércio internacional os preços podem se sustentar acima de US$ 0,18 centavos por libra-peso na ICE Futures (Bolsa de Nova York). A explicação para isso é que há uma demanda de mercados emergentes, como Paquistão e Indonésia, aliada a uma baixa reposição dos estoques mundiais nos últimos anos. eldquo;Historicamente, a queda na relação estoque/consumo tem sido um dos principais fatores de preços em alta, o que deve beneficiar as exportações brasileiras, somando-se a isso a expectativa de que o patamar do câmbio também pode continuar elevadoerdquo;, indicam os pesquisadores. Eles também preveem boas oportunidades tanto para o açúcar quanto para o etanol em eventuais disputas comerciais entre Estados Unidos e China, com a abertura de novos mercados para o produto brasileiro. Os pontos de atenção estão relacionados à qualidade e produtividade da cana-de-açúcar para a safra 2025/2026, que terá início a partir de abril. Isso porque as condições adversas do clima em 2024, com períodos quentes e secos, além das queimadas em canaviais na região Centro-Sul do País, devem impactar o ciclo de produção. eldquo;As preocupações recaem sobre o desenvolvimento da lavoura, especialmente as que serão colhidas entre abril e julhoerdquo;, aponta. O processamento nessa temporada é projetado entre 581 milhões de toneladas e 620 milhões de toneladas, abaixo da safra passada. Olhando para a demanda interna, os pesquisadores destacam a expectativa de aumento da mistura de etanol na gasolina dos atuais 27,5% para até 35%, como parte da chamada Lei do Combustível do Futuro, aprovada no ano passado. ebull;

article

Montadora chinesa ultrapassa Tesla

No último trimestre de 2023, a BYD, empresa chinesa, ultrapassou a Tesla, criada por Elon Musk, e avança agora como a maior empresa de carros elétricos do mundo. A chinesa vendeu 3,2 milhões de carros elétricos em 2023, uma alta de 62% em relação ao ano passado, enquanto a americana comercializou 1,8 milhão, em alta de 38%. Em uma outra corrida, a de venda de veículos nos quatro trimestres de 2023, a BYD também saiu na frente: vendeu 526.409, enquanto a Tesla alcançou 484.507. Um dos motivos para a diferença de entrega é a oposição de valores entre as duas gigantes do ramo. Enquanto a chinesa aposta em preços mais baixos, com seu carro elétrico mais barato, o BYD Seagull, sendo ofertado por 73.800 yuans (US$ 10.392 ou R$ 49.174), a empresa de Musk não atua da mesma maneira. O carro mais barato da Tesla tem um preço inicial de 229.900 yuans (US$ 32.375 ou mais de R$ 157 mil). Os valores mais altos fazem parte do motivo pelo qual a Tesla gera tanto lucro. A empresa depende de apenas dois modelos, o Model Y e o Model 3, para a maior parte de suas vendas. Veículos chineses avançam no mundo todo, inclusive no Brasil Após ultrapassar países como os Estados Unidos e Alemanha, o oponente da China na liderança de exportação de carros agora é o Japão. Empresas chinesas como BYD e SAIC Motor também batalham contra gigantes conhecidos, como Toyota, Volkswagen e General Motors. Essa ultrapassagem é explicitada na fala do fundador da BYD, Wang Chuanfu, que em um discurso afirmou que era chegada a hora das marcas chinesas eldquo;demolirem a velhas lendaserdquo; do mundo dos automóveis. Com presença forte no mercado interno chinês, a empresa também aposta em outros mercados, especialmente o europeu. Apesar disso, a BYD também tem olhos para o Brasil. Em outubro, a empresa assumiu um complexo industrial que pertencia à Ford, em Camaçari (BA). Esse é um exemplo físico da substituição de um nome antigo e conhecido por outro, moderno e ainda desconhecido por muitos. Ainda, a venda de veículos elétricos faz parte de uma campanha estatal. O governo chinês busca realizar investimentos em infraestruturas e subsídios, permitindo a expansão nacional e internacional veículos. De acordo com a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis (CAAM), há uma expectativa de crescimento de vendas em 2024 para 11.5 milhões de veículos elétricos, seguindo o crescimento visto no último ano. Tesla tenta diversificar, mas perde espaço Após observar General Motors, Hyundai e Ford introduzirem mais veículos elétricos, a Tesla viu sua importância diminuir. Para contornar isso, Elon Musk tenta agora expandir a mercadoria da Tesla, apostando em caminhonetes revestidas de aço inoxidável, conhecidas por Cybertruck. Para Adam Jonas, chefe da equipe global de automóveis do Morgan Stanley, o caminho para aquecer o mercado de automóveis é simples: diminuir os preços. eldquo;Prevemos que as vendas de automóveis novos nos EUA atingirão 16 milhões de unidades em 2024, um aumento de cerca de 2% em relação à taxa de circulação de novembro de 2023, de 15,7 milhões de unidades. Para alcançar este crescimento, acreditamos que os preços dos automóveis e caminhões precisam decair materialmenteerdquo;, conclui.

Como posso te ajudar?