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Para o comércio, Pix é rota de fuga dos juros altos, dizem especialistas

Com a estratégia de estimular o Pix, varejistas têm registrado um salto expressivo na utilização desse meio de pagamento. Nas vendas online do Magazine Luiza, por exemplo, o uso já aumentou 11 pontos porcentuais no primeiro trimestre deste ano ante igual período de 2022. Já a Via não detalha o avanço do Pix, mas informa que o pagamento à vista cresceu 4,2 pontos no primeiro trimestre ante o mesmo período de 2022 e acrescenta que o avanço foi especialmente devido ao Pix. Conforme a companhia, já antes da Black Friday do ano passado (no final de novembro), a rede começou a dar desconto nessa forma de pagamento. Em visita a uma loja da Americanas na última semana, a reportagem recebeu a sugestão do operador de caixa para pagar com Pix a compra, em troca de eldquo;algum descontoerdquo;. O funcionário contou que tem meta diária de vendas por meio do Pix. Havia na loja caixas sinalizados para atender só clientes que quisessem usar esse meio. Procurada, a Americanas disse que incentiva o tipo de pagamento, mas sem desconto. No McDonaldersquo;s, a situação se repetiu. Em uma lanchonete visitada, o atendente ofereceu a possibilidade de pagamento com Pix vinculado ao aplicativo para obter desconto e relatou que tinha meta diária a cumprir de venda no Pix. A empresa, porém, informou que não tem nenhuma campanha de incentivo ao meio de pagamento. eldquo;O Pix está virando uma grande avenida para os varejistas neste momento de juros muito altos e de falta de liquidez no mercadoerdquo;, diz o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra. O diretor de Operações do Magazine Luiza, Felipe Gomes Cohen, diz que a crise de crédito não foi o principal alavancador do Pix. eldquo;Estamos com uma posição de caixa supersólida e robusta.erdquo; Mas o diretor admite que eldquo;qualquer dinheiro em caixaerdquo; sempre ajuda. CAPITAL DE GIRO. Terra observa que o principal motivo para uma varejista ir ao banco não é o investimento em abertura de loja, mas a busca por capital de giro, hoje caro e escasso. Segundo ele, pelas experiências relatadas em conselhos de varejistas dos quais participa, só o fato de o operador de caixa oferecer a possibilidade de pagar com Pix pode dobrar a participação desse meio de pagamento no faturamento. Com isso, é possível ganhar muito dinheiro, entre 3% e 6% da venda, que é a economia de custos de operação que o Pix proporciona em relação a outros meios, de acordo com os cálculos do consultor. Para Carlos Netto, uma das mentes por trás da criação do Pix e presidente da empresa de pagamentos Matera, a transferência instantânea ajuda a aumentar a margem de lucro. eldquo;Para o lojista, o pagamento por Pix é muito mais barato. Quem amadureceu mais com o Pix recebe muitos pagamentos por esse tipo de transferência. Hoje, o banco ganha zero real quando o cliente paga por Pix. No cartão de crédito, ganha 0,5%erdquo;, diz. Segundo a SBVC, o Pix responde ainda por uma pequena fatia do varejo. Nas lojas físicas, é de 4%; e no comércio online, de 18%. Mesmo assim, segundo o Banco Central, 128 milhões de brasileiros usam hoje o Pix, e as transações entre pessoas e empresas saltaram 163% em abril ante o mesmo mês de 2022: de 268 milhões para 705 milhões. USO DO CARTÃO. As empresas de cartão crédito ainda respondem pela maior fatia das vendas nas lojas físicas e online. A Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) diz que há espaço no mercado para os diferentes meios de pagamento. Em comunicado, a entidade diz que eldquo;os cartões continuam crescendo por apresentar características específicas que agregam valor ao cliente e ao comércio, como a possibilidade de contestar despesas, a segurança e a fluidez do pagamento em compras pela internet, aplicativos e também por aproximaçãoerdquo;. De acordo com a Abecs, nos últimos três anos, os pagamentos com cartão por aproximação tiveram crescimento exponencial, de mais de 9.000%. Em março de 2023, já representavam 44% do total de pagamentos com cartões realizados presencialmente. A Abecs informa ainda que os cartões de crédito, débito e pré-pagos representam cerca de 60% do consumo das famílias e continuam crescendo de maneira importante. No primeiro trimestre, movimentaram R$ 840 bilhões em compras, alta de 10,7% ante o mesmo período de 2022. ebull;

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Haddad afirma que plano para carros é temporário e deve durar '3 ou 4 meses'

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ontem que sua pasta e o ministério da Indústria, o Mdic, vão finalizar as contas até amanhã sobre o impacto da desoneração tributária dos automóveis até R$ 120 mil anunciada anteontem. A intenção é apresentar os detalhes do programa, uma tentativa de resgate do carro popular, na próxima semana, antes do prazo de 15 dias dado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista à GloboNews, Haddad adiantou que o programa não deve chegar a um quarto do impacto fiscal estimado pelo mercado, de R$ 8 bi. Os cálculos, disse Haddad, vão levar em consideração a perspectiva de redução dos juros, que deve tornar desnecessário o estímulo às vendas. Projeções preliminares já foram feitas, porém, disse o ministro, a equipe econômica precisa fechar a equação seguindo os critérios da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). eldquo;Não posso apresentar conta ao presidente sem estar fechadaerdquo;, disse. Haddad afirmou que os incentivos serão temporários e têm o objetivo de apoiar o setor na transição entre o início do ciclo da queda dos juros e a recuperação do mercado. Ele classificou a tentativa de resgate dos carros populares como um programa eldquo;tópicoerdquo;, que, prometeu, não vai se estender para além deste ano. eldquo;Estamos falando de um programa que pode durar três ou quatro meses, não é estruturalerdquo;, declarou o ministro, acrescentando que a duração ainda está em definição. MONTADORAS. O ministro citou o fechamento de montadoras nos últimos anos ao justificar a preocupação com a estagnação do mercado de carros. Com o início dos cortes de juros, inflação controlada e melhora na perspectiva de crescimento econômico, projetou, as vendas de bens duráveis devem se recuperar com a volta do crédito, tornando os estímulos desnecessários. eldquo;Tem um hiato que está nos preocupando.erdquo;

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Diesel, gasolina e etanol recuam cerca de 4% nos postos na semana, aponta ANP

O preço médio do diesel S10 vendido nos postos do Brasil recuou 4% nesta semana, ante a semana anterior, após a Petrobras ter cortado os valores de combustíveis vendidos em suas refinarias neste mês, apontaram dados da reguladora ANP nesta sexta-feira. O diesel S10, combustível mais comercializado do país, registrou média de 5,24 reais por litro, ante 5,46 reais por litro da semana anterior. O valor da gasolina, por sua vez, recuou para média de 5,26 reais por litro, queda de 3,7% versus 5,46 reais na semana anterior. Na mesma linha, o etanol hidratado, concorrente direto da gasolina nas bombas, teve média de 3,84 reais por litro nesta semana, queda de 3,8% contra 3,99 reais na semana anterior. A Petrobras anunciou na semana passada uma nova estratégia comercial, que deixou de seguir a paridade de preços de importação e buscará menos volatilidade. A gasolina vendida nas refinarias da Petrobras foi reduzida em 0,40 real o litro, ou 12,6%, e o diesel teve um corte de 0,44 real o litro, ou quase 13%, informou a empresa na ocasião. O repasse dos ajustes da Petrobras aos consumidores finais, no entanto, não é imediato e depende de uma série de questões, como margem de distribuição e revenda, impostos e mistura de biocombustíveis.

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Preços do petróleo sobem com EUA perto de fechar acordo de dívida

Os preços do petróleo subiram na sexta-feira (26/05), com as autoridades dos Estados Unidos parecendo perto de fechar um acordo sobre o teto da dívida e com o mercado avaliando mensagens conflitantes sobre a oferta da Rússia e da Arábia Saudita antes da próxima reunião de política da Opep+. O petróleo Brent subiu 0,69 dólar, ou 0,9%, a 76,95 dólares o barril. O petróleo dos EUA (WTI) fechou em alta 0,84 dólar, ou 1,2%, a 72,67 dólares o barril. Ambos os contratos de referência registraram uma segunda semana de ganhos, com o Brent subindo 1,7%, enquanto o WTI subiu 1,6%. Ainda assim, os mercados permaneceram cautelosos, já que as negociações sobre a dívida podem se arrastar e há novas preocupações sobre um aumento da taxa de juros do Federal Reserve no próximo mês, que reduziria a demanda após fortes dados de gastos do consumidor nos EUA e leituras de inflação. (Reuters)

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Preço da gasolina cai mais R$ 0,20 por litro nas bombas, diz ANP

O preço da gasolina nos postos brasileiros caiu mais 3,6%, ou R$ 0,20 por litro, esta semana, com novos repasses do corte nas refinarias da Petrobras. Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), o combustível foi vendido, em média, a R$ 5,26 por litro. O valor está ainda acima do projetado pela Petrobras quando anunciou os cortes e a mudança em sua política de preços dos combustíveis, no último dia 16. A queda acumulada desde então é de 4,2%, ou R$ 0,23 por litro. Na ocasião, o valor de venda do produto pela estatal foi reduzido em R$ 0,40 por litro. A expectativa da empresa era que o repasse levasse o preço de venda nas bombas a R$ 5,20. O governo montou uma força-tarefa e abriu um canal de denúncias para tentar forçar a queda. O movimento é criticado por distribuidoras e postos, que alegam que não há tabelamento de preços no Brasil e que a concorrência levará os valores ao preço justo. Em nota distribuída esta semana, os postos lembram ainda que outros fatores influenciam os preços, como biocombustíveis e custos logísticos. A ANP encontrou a gasolina mais barata do Brasil em Goiatuba (GO), a R$ 4,14 por litro. A mais cara foi encontrada em Tefé (AM), a R$ 7. Também em consequência de corte nas refinarias, o preço médio do diesel S-10 nos postos brasileiros caiu 4%, ou R$ 0,22 por litro esta semana, para R$ 5,24 por litro. É o menor valor desde setembro de 2021, em valores corrigidos pela inflação. Desde o dia 16, a queda acumulada do preço do diesel S-10 é de 5,9%, ou R$ 0,33 por litro. Nesse caso, o repasse já superou o previsto pela Petrobras. A estatal esperava que o diesel comum chegasse a R$ 5,18 por litro. Chegou a R$ 5,17 esta semana. O diesel voltou a custar menos do que a gasolina pela primeira vez desde junho de 2022, quando o corte de impostos federais sobre esta última a havia tornado mais barata. Por sua importância para o transporte de cargas e passageiros, o diesel historicamente tem carga tributária menor no país. Acompanhando a queda da gasolina nas bombas, o preço do etanol hidratado caiu 3,7%, ou R$ 0,15 por litro esta semana, para R$ 3,84 por litro. As vendas do produto dependem de um preço mais competitivo, já que seu rendimento no motor é menor. Já o gás de cozinha, que também foi reduzido nas refinarias, foi vendido, em média, a R$ 105,84 por botijão de 13 quilos. É um recuo de 2,6%, ou R$ 2,88 por botijão, em relação à semana anterior. Os cortes de preços foram comemorados pelo governo e vêm sendo usados como argumento para pressionar o Banco Central a reduzir as taxas de juros, um dos principais alvos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste início de mandato. Item de maior peso na composição do IPCA, a gasolina, porém, será novamente pressionada no início de junho, com a vigência do novo modelo de cobrança do ICMS, que tem alíquota média R$ 0,20 por litro superior à atual, segundo contas do consultor Dietmar Schupp. Em julho, o governo federal deve retomar integralmente as alíquotas de PIS/Cofins, que haviam sido zeradas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e retomadas parcialmente por Lula em março. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a dizer que a Petrobras havia segurado parte do corte para compensar o aumento de impostos, mas voltou atrás após negativa da estatal. Atualmente, o espaço é pequeno: de acordo com a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), a gasolina vendida nas refinarias da Petrobras está R$ 0,29 por litro abaixo da paridade de importação, conceito que foi abandonado pela empresa mas segue como referência pelo mercado.

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Petrobras muda contratos e promete gás natural mais competitivo

A Petrobras começou a oferecer ao mercado um novo cardápio de contratos de gás natural, que devem reduzir o preço do produto, usado como combustível e insumo industrial. A empresa não adianta valores, mas diz que o objetivo é tornar o gás mais competitivo para atrair clientes. O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da estatal, Maurício Tolmasquim, disse à Folha que os novos contratos já estão disputando concorrências abertas por distribuidoras de gás canalizado e que pretende oferecer melhores condições também para grandes consumidores livres. "A ideia é ganhar cliente", afirmou, lembrando que há hoje grande oferta de gás natural por empresas privadas no país. Em sua chamada pública para novos contratos, a Comgás, por exemplo, recebeu 14 propostas. Como estão em competição, Tolmasquim não quis informar qual é a redução de preços nos novos contratos. Até agora, a Petrobras tinha dois produtos no mercado, um com prazo de quatro anos e preço equivalente a 13,9% da cotação do petróleo Brent e um de nove anos, a 12,9% do Brent. O novo cardápio terá cinco prazos diferentes: quatro, cinco, sete, nove e 11 anos. Também abre a possibilidade de uso da cotação do próprio gás natural nos Estados Unidos como indexador e muda pontos relacionados ao volume, com previsão de redução anual ou quando um cliente industrial deixar a rede. "O cliente vai poder montar a estratégia de acordo com o modelo de negócios", afirma o diretor da Petrobras. Hoje há queixas de que os contratos atuais da companhia são mais caros do que os concorrentes que chegaram para disputar o mercado, incluindo suas sócias no pré-sal. Estados e distribuidoras de gás canalizado chegaram a ir à Justiça contra a estatal depois que a empresa lançou, em 2021, novo contrato elevando o preço de 12% para 16,75% do Brent para a renovação de cerca de 70% dos contratos de gás do país. Para renovar, as empresas tiveram que aceitar a alta de 50%. Nesta semana, a Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia) enviou carta ao governo pedindo que o gás natural fosse incluído na revisão da política de preços dos combustíveis da Petrobras, que deixou de acompanhar a paridade de importação e passou a olhar mais para o mercado interno. "É preciso destacar que os consumidores buscam a redução do custo do gás natural baseados nas condições do mercado em que atuam e no custo relativo de energéticos substitutos", afirmou a associação, que representa grandes indústrias brasileiras. Além das indústrias, o gás natural é usado em veículos e em residências e comércios no país, como combustível para cocção e aquecimento de água. No ano, com a queda da cotação do petróleo, o preço do produto vendido pela Petrobras já caiu 19%. Egresso do setor de energia, Tolmasquim quer implantar na Petrobras contratos de gás parecidos com os que hoje são assinados entre indústrias e fornecedores de eletricidade, com maior flexibilidade e produtos adequados ao consumo de cada cliente. O diretor da Petrobras diz que o país está prestes a viver um "novo choque de gás", com o início da operação de três grandes projetos da estatal. Em 2024, a empresa espera concluir a chamada Rota 3, sistema de dutos e estação de tratamento que vai trazer 21 milhões de metros cúbicos por dia do pré-sal. Depois, entre 2027 e 2028, começam a produzir os campos gigantes descobertos no litoral de Sergipe e um projeto na Bacia de Campos que a estatal tem em parceria com a norueguesa Equinor. Juntos, os três têm capacidade de cerca de 50 milhões de metros cúbicos por dia. O volume equivale à metade da demanda brasileira atual, incluindo a geração de energia térmica emdash;em 2022, com as térmicas operando menos, o país consumiu 69 milhões de metros cúbicos por dia. No esforço para tentar reduzir o preço do combustível, o governo lançou em março um programa que prevê usar a produção do pré-sal que pertence à União para ampliar a oferta e propõe criar uma política de precificação de longo prazo para o gás. "As perspectivas para o consumidor são muito boas. Com mais oferta, o Brasil passa ter contratos com possibilidades mais interessantes", diz Tomasquim.

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