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Sudeste concentra 76% dos casos e SP encabeça lista

Relatório anual de roubos de cargas da consultoria Overhaul mostra que São Paulo foi o Estado com o maior número de ocorrências desse tipo de crime no País em 2023, representando 42% do total de casos endash; resultado 4% superior ante o ano anterior. O Estado de São Paulo está na região em que mais se registrou assaltos a carregamentos no ano passado. Segundo o levantamento da consultoria, o Sudeste foi responsável por 76% das ocorrências do País. Em seguida, estão as regiões Sul (10%), Nordeste (8%), Centro-Oeste (5%) e Norte (1%). Procurada, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo afirmou que adota políticas que têm se mostrado eficientes e que reduziu o número de ocorrências do tipo em 4,8% em 2023, na comparação com o ano anterior. BAIXADA. Importante para o escoamento de produtos no Estado de São Paulo, a Baixada Santista, onde fica o Porto de Santos, registrou quatro vezes mais ocorrências de roubos de cargas no ano passado ante a 2022. eldquo;As empresas que têm carregamentos nessa região começam a tomar mais cuidadoerdquo;, diz o gerente de inteligência da Overhaul no Brasil, Reginaldo Catarino. Para o presidente do grupo BBM, um dos maiores operadores logístico do Mercosul, Antonio Wrobleski, as companhias enfrentam um grande problema na região. eldquo;É uma área que merece atenção especial.erdquo; Questionada, a Autoridade Portuária de Santos (APS) afirmou que não se pronunciaria sobre o assunto. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo afirmou que está atenta aos indicadores na Baixada Santista e que tem concentrado esforços para combater os casos com uso de eldquo;inteligência, tecnologia e operações integradaserdquo;. eldquo;Prova disso foi uma ocorrência recente na região, que resultou na recuperação de uma carga de cigarros avaliada em R$ 7,2 milhões, no dia 23 de janeiro, em Cubatão. Na ação, a Polícia Militar prendeu 15 criminosos em flagrante e apreendeu dois adolescenteserdquo;, disse o órgão, em nota. ebull;

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Sudeste concentra 76% dos casos e SP encabeça lista

Relatório anual de roubos de cargas da consultoria Overhaul mostra que São Paulo foi o Estado com o maior número de ocorrências desse tipo de crime no País em 2023, representando 42% do total de casos endash; resultado 4% superior ante o ano anterior. O Estado de São Paulo está na região em que mais se registrou assaltos a carregamentos no ano passado. Segundo o levantamento da consultoria, o Sudeste foi responsável por 76% das ocorrências do País. Em seguida, estão as regiões Sul (10%), Nordeste (8%), Centro-Oeste (5%) e Norte (1%). Procurada, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo afirmou que adota políticas que têm se mostrado eficientes e que reduziu o número de ocorrências do tipo em 4,8% em 2023, na comparação com o ano anterior. BAIXADA. Importante para o escoamento de produtos no Estado de São Paulo, a Baixada Santista, onde fica o Porto de Santos, registrou quatro vezes mais ocorrências de roubos de cargas no ano passado ante a 2022. eldquo;As empresas que têm carregamentos nessa região começam a tomar mais cuidadoerdquo;, diz o gerente de inteligência da Overhaul no Brasil, Reginaldo Catarino. Para o presidente do grupo BBM, um dos maiores operadores logístico do Mercosul, Antonio Wrobleski, as companhias enfrentam um grande problema na região. eldquo;É uma área que merece atenção especial.erdquo; Questionada, a Autoridade Portuária de Santos (APS) afirmou que não se pronunciaria sobre o assunto. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo afirmou que está atenta aos indicadores na Baixada Santista e que tem concentrado esforços para combater os casos com uso de eldquo;inteligência, tecnologia e operações integradaserdquo;. eldquo;Prova disso foi uma ocorrência recente na região, que resultou na recuperação de uma carga de cigarros avaliada em R$ 7,2 milhões, no dia 23 de janeiro, em Cubatão. Na ação, a Polícia Militar prendeu 15 criminosos em flagrante e apreendeu dois adolescenteserdquo;, disse o órgão, em nota. ebull;

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Terceiro maior campo de petróleo do Brasil vai aumentar produção com nova plataforma, diz Petrobras

A Petrobras informou que o navio-plataforma Marechal Duque de Caxias, que será instalado no campo de Mero, o terceiro maior campo de petróleo do Brasil, saiu neste sábado, 24, de Yantai, na China, em direção ao pré-sal da bacia de Santos, onde o campo está localizado. Junto com os outros sistemas já instalados, o campo de Mero vai atingir quase 600 mil barris diários de produção. A plataforma entrará em operação a partir de setembro deste ano e tem capacidade de produzir até 180 mil barris de óleo e de comprimir até 12 milhões de metros cúbicos de gás por dia. A unidade, afretada pela Petrobras junto à MISC, fará parte do terceiro sistema de produção definitivo de Mero e aumentará a capacidade instalada de produção do campo para 590 mil barris diários de petróleo. eldquo;Esse sistema de produção prevê a interligação de 15 poços à unidade, 8 produtores de óleo e 7 injetores de água e gás, por meio de uma infraestrutura submarina composta por 80 quilômetros de dutos rígidos de produção e injeção, 47 quilômetros de dutos flexíveis de serviços e 44 quilômetros de umbilicais de controleerdquo;, informou a estatal neste sábado, 24. Redução de gases de efeito estufa A plataforma, do tipo FPSO (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência, na sigla em inglês), será a primeira a ser interligada ao equipamento Hisep, tecnologia patenteada pela Petrobras, e que fará a separação do óleo e do gás no fundo do oceano, de onde fará a reinjeção do gás rico em CO2. O Hisep tem o potencial de aumentar a produção e desafogar a planta de processamento de gás da superfície, ao mesmo tempo em que reduz a intensidade das emissões de gases de efeito estufa. Também será usada na plataforma a tecnologia CCUS (Carbon Capture, Utilization and Storage), onde o gás rico em CO2 é reinjetado no reservatório. eldquo;Nosso foco é produzir com responsabilidade e, nesse sentido, adotamos tecnologias para aumentar a eficiência na produção e, além disso, temos uma preocupação constante com a descarbonização em nossas atividades, com uma produção mais limpa, na intenção de continuarmos na nossa trajetória de diminuição de emissões de gases de efeito estufaerdquo;, afirmou o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Joelson Mendes. Mero é o terceiro maior campo do Brasil em volume de óleo que pode ser recuperado no reservatório, atrás apenas de Tupi e Búzios, também localizados no pré-sal da bacia de Santos. Além do FPSO Duque de Caxias, a Petrobras colocará em operação outra unidade em Mero em 2025. As operações do campo unitizado de Mero são conduzidas pelo consórcio operado pela Petrobras (38,6%), em parceria com a Shell Brasil (19,3%), TotalEnergies (19,3%), CNOOC (9,65%), CNPC (9,65%) e Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA) (3,5%), como representante da União na área não contratada.

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Terceiro maior campo de petróleo do Brasil vai aumentar produção com nova plataforma, diz Petrobras

A Petrobras informou que o navio-plataforma Marechal Duque de Caxias, que será instalado no campo de Mero, o terceiro maior campo de petróleo do Brasil, saiu neste sábado, 24, de Yantai, na China, em direção ao pré-sal da bacia de Santos, onde o campo está localizado. Junto com os outros sistemas já instalados, o campo de Mero vai atingir quase 600 mil barris diários de produção. A plataforma entrará em operação a partir de setembro deste ano e tem capacidade de produzir até 180 mil barris de óleo e de comprimir até 12 milhões de metros cúbicos de gás por dia. A unidade, afretada pela Petrobras junto à MISC, fará parte do terceiro sistema de produção definitivo de Mero e aumentará a capacidade instalada de produção do campo para 590 mil barris diários de petróleo. eldquo;Esse sistema de produção prevê a interligação de 15 poços à unidade, 8 produtores de óleo e 7 injetores de água e gás, por meio de uma infraestrutura submarina composta por 80 quilômetros de dutos rígidos de produção e injeção, 47 quilômetros de dutos flexíveis de serviços e 44 quilômetros de umbilicais de controleerdquo;, informou a estatal neste sábado, 24. Redução de gases de efeito estufa A plataforma, do tipo FPSO (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência, na sigla em inglês), será a primeira a ser interligada ao equipamento Hisep, tecnologia patenteada pela Petrobras, e que fará a separação do óleo e do gás no fundo do oceano, de onde fará a reinjeção do gás rico em CO2. O Hisep tem o potencial de aumentar a produção e desafogar a planta de processamento de gás da superfície, ao mesmo tempo em que reduz a intensidade das emissões de gases de efeito estufa. Também será usada na plataforma a tecnologia CCUS (Carbon Capture, Utilization and Storage), onde o gás rico em CO2 é reinjetado no reservatório. eldquo;Nosso foco é produzir com responsabilidade e, nesse sentido, adotamos tecnologias para aumentar a eficiência na produção e, além disso, temos uma preocupação constante com a descarbonização em nossas atividades, com uma produção mais limpa, na intenção de continuarmos na nossa trajetória de diminuição de emissões de gases de efeito estufaerdquo;, afirmou o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Joelson Mendes. Mero é o terceiro maior campo do Brasil em volume de óleo que pode ser recuperado no reservatório, atrás apenas de Tupi e Búzios, também localizados no pré-sal da bacia de Santos. Além do FPSO Duque de Caxias, a Petrobras colocará em operação outra unidade em Mero em 2025. As operações do campo unitizado de Mero são conduzidas pelo consórcio operado pela Petrobras (38,6%), em parceria com a Shell Brasil (19,3%), TotalEnergies (19,3%), CNOOC (9,65%), CNPC (9,65%) e Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA) (3,5%), como representante da União na área não contratada.

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Combustível limpo para avião atrai gigantes do mercado enquanto produção patina

Enquanto laboratórios de pesquisa validam processos para o começo da produção de SAF (combustível sustentável de aviação) em escala industrial no país, companhias do setor de energia e petróleo se movimentam para fornecer a matéria-prima, fabricar ou distribuir o combustível nos próximos anos. Uma das saídas para a descarbonização do setor, o SAF polui até 80% menos do que o querosene tradicionalmente usado pelas companhias aéreas. No entanto, ainda é caro e possui volumes insuficientes para dar causa de toda a demanda. Mateus Lopes, diretor de transição energética e investimentos da Raízen, diz que a empresa está acompanhando a evolução do segmento no Brasil e na Europa. No ano passado, a Raízen anunciou ter ganhado um certificado emitido pela Oaci (Organização da Aviação Civil Internacional), atestando que o etanol da companhia, produzido no parque de bioenergia Costa Pinto, em Piracicaba (SP), atende aos requisitos para ser usado na produção de SAF. De acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o SAF pode ser produzido a partir de várias fontes, como biomassa (caso do etanol), óleos vegetais, gordura animal, gases residuais, entre outros. Segundo Lopes, a certificação foi o primeiro passo para adentrar o mercado. "A gente está acompanhando. Hoje, na prática, mesmo se a Raízen quisesse [produzir SAF], não tem uma tecnologia validada de escala industrial", afirma. "Em potencial de logística e de redução de emissões, faz muito sentido a gente produzir localmente esse combustível de aviação e exportar em vez de vender o etanol de primeira ou segunda geração para os Estados Unidos ou para a Europa", diz ele. Já a Petrobras prevê concluir, após 2028, a instalação de unidades dedicadas à produção de bioquerosene de aviação e diesel renovável na RPBC (Refinaria Presidente Bernardes), em Cubatão (SP), e no Gaslub, antigo Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro). Em dezembro, a estatal anunciou um contrato com a empresa do setor petroquímico Honeywell UOP para adquirir tecnologia capaz de produzir bioquerosene de aviação e diesel renovável usando como matérias-primas óleo de soja e sebo bovino. A distribuidora Vibra (antiga BR), por sua vez, tem um acordo fechado para vender o SAF que será produzido pela BBF (Brasil BioFuels), empresa do setor de energia e biocombustíveis. O combustível da BBF será feito a partir do óleo de palma, também conhecido como dendê, cultivado pela empresa na região amazônica. A companhia prevê investimentos superiores a R$ 2,2 bilhões para abrir uma biorrefinaria em Manaus que deve começar a produzir SAF e diesel verde a partir de 2026. De acordo com a Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo), em 2023, o volume de SAF produzido no mundo havia superado o patamar de 600 milhões de litros emdash;o dobro do registrado no ano anterior. O número, porém, correspondeu a somente 0,2% do uso global de combustível de aviação pela indústria. No Brasil, não há ainda produção de SAF em escala comercial, segundo a ANP. A fabricação do combustível fica por conta de projetos menores em universidades, empresas ou instituições de pesquisa. Enquanto a produção de SAF é baixa, o preço do combustível sustentável, segundo o setor, é cerca de três vezes maior do que o valor do QAV (querosene de aviação), já usado pelas companhias e que polui mais. Em setembro, o ISI-ER (Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis) inaugurou o Laboratório de Hidrogênio e Combustíveis Avançados, também chamado de H2CA, em Natal. Lá é feito SAF a partir da glicerina e também por meio de gás carbônico capturado do ar e hidrogênio. Segundo Rodrigo Diniz, diretor do Senai-RN, o processo para a produção do combustível emdash;chamado de rota tecnológicaemdash; usado no laboratório deverá estar disponível para ser empregado na indústria, em escala comercial, já no segundo semestre deste ano. O caminho escolhido pelo H2CA é chamado de "fischer-tropsch" emdash;um dos sete processos para a produção de SAF previstos pela ANP. Nele, um processo químico transforma o hidrogênio e o monóxido de carbono obtidos da matéria-prima em um petróleo sintético emdash;sem origem fóssilemdash;, do qual é extraído o SAF. Por dia, o laboratório produz cinco litros do petróleo sintético. Desse volume, quase 70% dão origem ao combustível "limpo" de aviação. "Isso consome muita energia e precisa de estrutura de armazenamento. A gente, em laboratório, procura produzir a menor quantidade possível que valide a escala industrial", diz Diniz. O CIBiogás (Centro Internacional de Energias Renováveis), no Paraná, tem projeto para a produção de petróleo sintético por meio do biogás, que vem de resíduos orgânicos. O refino, para obter o SAF, será feito pela UFPR (Universidade Federal do Paraná). Segundo o diretor de desenvolvimento tecnológico do CIBiogás, Felipe Marques, o objetivo é estabelecer o biogás como matéria-prima para a produção de combustíveis renováveis, em especial o SAF. Atualmente, o projeto está treinando a equipe para o começo da operação. As instituições responsáveis pelos projetos no Paraná e no Rio Grande do Norte buscam parceiros interessados em usar a metodologia desenvolvida nos laboratórios. O uso de SAF é uma das apostas da aviação para reduzir emissões de gases causadores do efeito estufa no momento em que o setor aguarda a votação do projeto de lei no Congresso Nacional que trata do uso de combustíveis sustentáveis. A urgência do projeto foi aprovada em dezembro na Câmara. Entre as medidas definidas pelo projeto está a criação do ProBioQAV (Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação), que obriga as empresas aéreas a diminuírem as emissões de gases do efeito estufa nos voos domésticos por meio do uso de bioquerosene de aviação, também conhecido como SAF. O projeto de lei, apresentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quer incentivar o uso do biocombustível criando um cronograma de redução gradual das emissões por companhias aéreas: em 2027, a meta é reduzir emissões em 1%; em 2037, chega a 10%.

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Combustível limpo para avião atrai gigantes do mercado enquanto produção patina

Enquanto laboratórios de pesquisa validam processos para o começo da produção de SAF (combustível sustentável de aviação) em escala industrial no país, companhias do setor de energia e petróleo se movimentam para fornecer a matéria-prima, fabricar ou distribuir o combustível nos próximos anos. Uma das saídas para a descarbonização do setor, o SAF polui até 80% menos do que o querosene tradicionalmente usado pelas companhias aéreas. No entanto, ainda é caro e possui volumes insuficientes para dar causa de toda a demanda. Mateus Lopes, diretor de transição energética e investimentos da Raízen, diz que a empresa está acompanhando a evolução do segmento no Brasil e na Europa. No ano passado, a Raízen anunciou ter ganhado um certificado emitido pela Oaci (Organização da Aviação Civil Internacional), atestando que o etanol da companhia, produzido no parque de bioenergia Costa Pinto, em Piracicaba (SP), atende aos requisitos para ser usado na produção de SAF. De acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o SAF pode ser produzido a partir de várias fontes, como biomassa (caso do etanol), óleos vegetais, gordura animal, gases residuais, entre outros. Segundo Lopes, a certificação foi o primeiro passo para adentrar o mercado. "A gente está acompanhando. Hoje, na prática, mesmo se a Raízen quisesse [produzir SAF], não tem uma tecnologia validada de escala industrial", afirma. "Em potencial de logística e de redução de emissões, faz muito sentido a gente produzir localmente esse combustível de aviação e exportar em vez de vender o etanol de primeira ou segunda geração para os Estados Unidos ou para a Europa", diz ele. Já a Petrobras prevê concluir, após 2028, a instalação de unidades dedicadas à produção de bioquerosene de aviação e diesel renovável na RPBC (Refinaria Presidente Bernardes), em Cubatão (SP), e no Gaslub, antigo Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro). Em dezembro, a estatal anunciou um contrato com a empresa do setor petroquímico Honeywell UOP para adquirir tecnologia capaz de produzir bioquerosene de aviação e diesel renovável usando como matérias-primas óleo de soja e sebo bovino. A distribuidora Vibra (antiga BR), por sua vez, tem um acordo fechado para vender o SAF que será produzido pela BBF (Brasil BioFuels), empresa do setor de energia e biocombustíveis. O combustível da BBF será feito a partir do óleo de palma, também conhecido como dendê, cultivado pela empresa na região amazônica. A companhia prevê investimentos superiores a R$ 2,2 bilhões para abrir uma biorrefinaria em Manaus que deve começar a produzir SAF e diesel verde a partir de 2026. De acordo com a Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo), em 2023, o volume de SAF produzido no mundo havia superado o patamar de 600 milhões de litros emdash;o dobro do registrado no ano anterior. O número, porém, correspondeu a somente 0,2% do uso global de combustível de aviação pela indústria. No Brasil, não há ainda produção de SAF em escala comercial, segundo a ANP. A fabricação do combustível fica por conta de projetos menores em universidades, empresas ou instituições de pesquisa. Enquanto a produção de SAF é baixa, o preço do combustível sustentável, segundo o setor, é cerca de três vezes maior do que o valor do QAV (querosene de aviação), já usado pelas companhias e que polui mais. Em setembro, o ISI-ER (Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis) inaugurou o Laboratório de Hidrogênio e Combustíveis Avançados, também chamado de H2CA, em Natal. Lá é feito SAF a partir da glicerina e também por meio de gás carbônico capturado do ar e hidrogênio. Segundo Rodrigo Diniz, diretor do Senai-RN, o processo para a produção do combustível emdash;chamado de rota tecnológicaemdash; usado no laboratório deverá estar disponível para ser empregado na indústria, em escala comercial, já no segundo semestre deste ano. O caminho escolhido pelo H2CA é chamado de "fischer-tropsch" emdash;um dos sete processos para a produção de SAF previstos pela ANP. Nele, um processo químico transforma o hidrogênio e o monóxido de carbono obtidos da matéria-prima em um petróleo sintético emdash;sem origem fóssilemdash;, do qual é extraído o SAF. Por dia, o laboratório produz cinco litros do petróleo sintético. Desse volume, quase 70% dão origem ao combustível "limpo" de aviação. "Isso consome muita energia e precisa de estrutura de armazenamento. A gente, em laboratório, procura produzir a menor quantidade possível que valide a escala industrial", diz Diniz. O CIBiogás (Centro Internacional de Energias Renováveis), no Paraná, tem projeto para a produção de petróleo sintético por meio do biogás, que vem de resíduos orgânicos. O refino, para obter o SAF, será feito pela UFPR (Universidade Federal do Paraná). Segundo o diretor de desenvolvimento tecnológico do CIBiogás, Felipe Marques, o objetivo é estabelecer o biogás como matéria-prima para a produção de combustíveis renováveis, em especial o SAF. Atualmente, o projeto está treinando a equipe para o começo da operação. As instituições responsáveis pelos projetos no Paraná e no Rio Grande do Norte buscam parceiros interessados em usar a metodologia desenvolvida nos laboratórios. O uso de SAF é uma das apostas da aviação para reduzir emissões de gases causadores do efeito estufa no momento em que o setor aguarda a votação do projeto de lei no Congresso Nacional que trata do uso de combustíveis sustentáveis. A urgência do projeto foi aprovada em dezembro na Câmara. Entre as medidas definidas pelo projeto está a criação do ProBioQAV (Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação), que obriga as empresas aéreas a diminuírem as emissões de gases do efeito estufa nos voos domésticos por meio do uso de bioquerosene de aviação, também conhecido como SAF. O projeto de lei, apresentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quer incentivar o uso do biocombustível criando um cronograma de redução gradual das emissões por companhias aéreas: em 2027, a meta é reduzir emissões em 1%; em 2037, chega a 10%.

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