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Qual é a nova aposta de combustível verde que será testada na USP?

A Cidade Universitária da USP inaugura neste ano a primeira estação experimental de abastecimento por hidrogênio renovável do mundo endash; um combustível alternativo com potencial para reduzir significativamente as emissões de gás carbônico, o principal causador do efeito estufa. O desenvolvimento do combustível alternativo é fruto de uma parceria entre a universidade e empresas privadas e tem como principal objetivo o combate ao aquecimento global. A ideia é oferecer uma alternativa de baixo carbono para o transporte pesado, sobretudo para caminhões e ônibus, que deixariam de usar o diesel (que emite CO2) para usar o hidrogênio produzido a partir do etanol (que emite somente água). Este posto piloto terá capacidade de produzir 4,5 quilos de hidrogênio (em forma de gás) por hora, quantidade suficiente para abastecer três ônibus cedidos pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) e um veículo Mirai, oferecido pela Toyota Brasil, que circularão pelo câmpus durante pelo menos um ano para testar a eficiência do novo combustível. eldquo;Meu objetivo é transformar os nossos câmpus em exemplo de sustentabilidade para transformarmos as cidades em que estamos inseridos: cuidado com a água, com os resíduos sólidos, com produção de energiaerdquo;, disse ao Estadão o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior. Principal instituição de ensino superior do País, a USP completa 90 anos nesta semana. eldquo;A universidade precisa ser uma liderança na sociedade para convencer as pessoas que isso precisa ser feito, mas também precisamos dar as soluçõeserdquo;, acrescentou. Na fase de teste, os cientistas vão validar os cálculos sobre emissões e custos do processo de produção e uso do hidrogênio. Assinado em 2015, o Acordo de Paris prevê esforços para limitar alta da temperatura global a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais (meados do século 19). Tecnologias que permitam uma transição energética são essenciais para evitar a queima de combustíveis fósseis. Relatório do Observatório Europeu Copernicus deste mês confirmou que o ano de 2023 foi o mais quente já registrado - até agora. Pela primeira vez, a temperatura de todos os dias do ano ficou 1ºC acima dos níveis pré-industriais. Pelas contas dos pesquisadores, são as temperaturas mais altas dos últimos cem mil anos. Segundo os mesmos especialistas, 2024 vai pelo mesmo caminho. A estação de abastecimento é resultado de um projeto de pesquisa desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), da Escola Politécnica da USP, em parceria com a Shell Brasil, a Raízen, Hytron, Senai Cetiqt e Toyota. O RCGI é um centro de pesquisa em engenharia que desenvolve pesquisas exclusivamente voltadas para o uso sustentável de gás natural, biogás e hidrogênio, além da gestão, transporte, armazenamento e uso de CO2. eldquo;O Brasil tem condições de ser um dos líderes mundiais na pesquisa de combustíveis renováveis pelo fato de conseguirmos aliar agricultura, energia e engenharia, áreas do conhecimento que se tornarão cada vez mais importantes para vencer os desafios impostos pela mudanças climáticaserdquo;, afirmou o diretor-geral do RCGI, Julio Meneghini. eldquo;No País, 10% dos gases do efeito estufa vêm do setor de transporte. Vejo um potencial enorme no uso hidrogênio para descarbonizar o transporte pesado e públicoerdquo;, acrescenta ele, professor da área de Engenharia Mecânica da universidade. O hidrogênio é um gás instável e, para contornar o problema, a ideia é levar o etanol até a estação e lá mesmo produzir o hidrogênio. Por conta do uso do álcool combustível, o País já dispõe de uma infraestrutura para distribuição do etanol. Dentre os equipamentos instalados na estação, haverá um reformador a vapor, onde o etanol será convertido em hidrogênio por meio de um processo químico de eldquo;reforma a vaporerdquo; endash; que ocorre quando o etanol, submetido a determinadas temperatura e pressão, reage com a água dentro de um reator. No carro a hidrogênio, a energia usada para mover o carro é produzida no motor, de forma constante, o que torna o veículo mais eficiente. eldquo;No Brasil, há muitos centros de inovação. Universidades como a USP, que estão entre as cem melhores do mundo. A área de óleo e gás conhecemos muito bem, mas a de transição energética é mais novaerdquo;, diz o diretor-geral de Tecnologia e Inovação da Shell Brasil, Olivier Wambersie. eldquo;É difícil investir grandes fundos numa área que não conhecemos tão bem. Então criamos centros de inovação dentro das universidadeserdquo;, continua ele. O RCGI, segundo ele, tem 80 projetos e recebeu R$ 250 milhões de investimentos da multinacional. A iniciativa é um exemplo de parceria entre o mundo acadêmico e a iniciativa privada, modelo que a USP quer explorar mais para alavancar seus projetos ligados à inovação. Na década de 1970, o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), por exemplo, colocou o Brasil na dianteira do desenvolvimento de bioenergia graças ao esforço conjunto de cientistas, empresas e poder público. A assinatura da parceria com as companhias do setor energético ocorreu em setembro de 2022. Na época, o presidente da Fapesp, a fundação paulista de amparo à pesquisa, Marco Antonio Zago, disse que o acordo era eldquo;representativo da cooperação entre o mundo acadêmico e o empresarial, necessária e fundamental para o desenvolvimento econômico não só do Estado de São Paulo, mas do Paíserdquo;.

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Futuro do diesel e da gasolina está nas regiões do agronegócio, diz presidente da Vibra

O crescimento da Vibra, maior distribuidora de combustíveis do País, passa pelo agronegócio. A afirmação é do presidente da companhia, Ernesto Pousada, em entrevista ao Estadão/Broadcast. A Vibra planeja expandir a venda de lubrificantes e combustíveis líquidos, sobretudo o diesel, nas regiões dominadas pelo agro. Por trás da estratégia está a tese de que a eletromobilidade vai avançar no Sul e Sudeste no médio e longo prazos, empurrando o consumo de combustível para um Centro-Oeste e Norte animados pelo agronegócio - para abastecer tanto os caminhões que fazem a logística da safra quanto as máquinas usadas na lavoura, como tratores e colheitadeiras. eldquo;Queremos acompanhar esse movimentoerdquo;, diz. O executivo comenta também os planos para crescer em lubrificantes com aumento da capacidade de produção da fábrica de Duque de Caxias (RJ) e a ambição de expandir o negócio de conveniência pela maior parte da rede de 8,3 mil postos da Vibra. A Vibra teve um 2023 de aumento das margens de distribuição e bons resultados financeiros. Quais são os planos para o futuro? Vejo potencial de crescimento bastante grande no negócio da Vibra como um todo. Para os próximos cinco anos, lubrificantes são uma oportunidade fantástica, e acho que temos uma agenda muito legal junto ao agronegócio. Existe, também, uma tremenda oportunidade com a BR Mania (conveniência). Que agenda é essa para o agronegócio? O agronegócio é um foco da companhia e faz parte, inclusive, do crescimento do negócio de lubrificantes. Lançamos um produto específico para o agro em setembro, o Lubrax Unitractor, um lubrificante para tratores e equipamentos agrícolas pesados. Então há um esforço adicional para expandir nessa direção. Mas também queremos crescer em combustíveis líquidos junto ao agronegócio. Em suas regiões, vamos estar mais próximos nos lubrificantes, na venda de diesel B2B e nos postos de revenda. Entendemos que vai haver uma migração importante no consumo de combustíveis na direção do agronegócio, em especial rumo ao Centro-Oeste do Brasil. Então vamos fazer investimentos nos próximos anos em infraestrutura, para atender melhor esse setor com mais tanques e bases. Como assim uma migração do consumo de combustíveis? A descarbonização via eletrificação vai vir mais das regiões Sul e Sudeste. Com isso, a gente vai ver cada vez mais, nos próximos 10 ou 15 anos, o consumo de combustíveis líquidos (diesel, gasolina e etanol) caminhando em direção ao Centro-Oeste e Norte do País, além de algumas regiões do Nordeste. Queremos acompanhar esse movimento. Com relação a lubrificantes, o que podemos esperar? Temos uma oportunidade clara em lubrificantes. Queremos avançar mais nesse negócio com a marca Lubrax, e estamos investindo R$ 100 milhões para ter a maior fábrica de lubrificantes da América Latina, com capacidade para produzir 500 milhões de litros do produto por ano. Isso quase dobra a capacidade atual (300 milhões de litros por ano). A ideia é que a fábrica (localizada em Duque de Caxias, RJ) fique pronta em outubro. A ambição é aumentar o market share em lubrificantes? Queremos assumir a liderança no mercado de lubrificantes do Brasil. Hoje temos cerca de 18% desse mercado. Entendemos que a marca Lubrax é super potente, mas está subaproveitada. E aí existem oportunidades, como na revenda, em postos mesmo. Vamos crescer com mais lojas Lubrax+, que hoje somam 1,8 mil em uma rede de 8,3 mil postos. Queremos aumentar esse número, mas nem de longe vamos chegar a todos os postos, porque isso tem limite. Nem todos (os postos) têm vocação para ter uma Lubrax+, alguns são pequenos ou estão em região que não tem tanta demanda. Fora isso, também tem o que chamamos de revenda geral, como as oficinas, quase 35 mil pequenos negócios que atendemos, e o B2B, para os clientes industriais. São esses os três grandes blocos (do negócio de lubrificantes). E vou aproveitar a estrutura que já tenho. O mesmo vendedor que está indo vender diesel vai vender lubrificante. Hoje é uma oportunidade que se apresenta para a companhia e, por isso, estamos aumentando a capacidade produtiva e colocando time na rua. Quais são os planos para conveniência? Hoje temos 1,7 mil lojas BR Mania. Também não vou conseguir colocá-las nos 8,3 mil postos, mas entendemos que tem uma oportunidade para aumentar significativamente esse número. Há só quatro anos que a companhia foi privatizada. Antes, o foco era outro, era vender gasolina e diesel. Estamos trazendo novas habilidades para virar uma empresa de varejo. Estive nos Estados Unidos para fazer um benchmark e, lá, o que muitas empresas têm é a loja de conveniência. O posto é só uma consequência. Elas ganham dinheiro é com conveniência. Eu não imagino que vai ser assim no Brasil, não chegaria a tanto. Mas dá para trazer muito mais resultado das nossas lojas de conveniência. Para isso havia uma joint venture específica... A parceria com a Americanas se encerrou definitivamente em 30 de novembro. Era uma empresa chamada Vem Conveniência, que troxemos intacta para dentro de casa. Eles (a Vem) desenvolveram um conhecimento importante de operação de loja própria de varejo, o que nos dá uma vantagem competitiva interessante. Quando nos separamos, a Americanas não teve interesse na Vem. As lojas eldquo;Localerdquo; voltaram para Americanas, mas o time da Vem ficou conosco. Eles ocupam o segundo andar do prédio (da Vibra). A Petrobras anunciou recentemente que não pretende renovar o contrato de uso da marca com a Vibra. Qual é o impacto disso? Não muda em nada o nosso negócio agora. É, aliás, a confirmação do nosso contrato com a Petrobras, válido até 2029 nos termos atuais. Os 8,3 mil postos vão continuar sendo nossos, e temos cinco anos pela frente. Depois disso, o elsquo;debrandingersquo; (encerramento do uso do nome) ainda vai até 2035. Isso significa que, a partir de 2029, teremos de começar uma transição de até seis anos para mudar a marca dos postos. Seria um processo natural, tranquilo, combinado com eles (Petrobras) e com a revenda, como prevê o contrato. A Eneva chegou a oferecer uma sociedade de iguais com a Vibra, que recusou, mas deixou a porta aberta para nova proposta. Uma fusão ainda é possível? Sobre isso, não há muito mais o que falar para além do fato relevante. Declinamos da proposta deles. Estamos abertos a ouvir, mas não temos interesse no momento. Meu acordo com o Conselho é promover o crescimento orgânico. Temos muito para executar. A Vibra tem a possibilidade de se valorizar muito mais. Então, qualquer coisa inorgânica acaba fazendo pouco sentido, vamos dizer que (a Vibra) vale muito mais. Temos quatro anos (de existência) só. Meus predecessores fizeram um super trabalho de reduzir custos e aumentar margens, além de abrir essa frente de transição energética. Agora é hora de consolidar e trazer mais geração de caixa. Gestões anteriores bateram muito na tecla na transição via eletromobilidade. Como está isso? Quando entrei na Vibra (fevereiro de 2022), encontrei uma companhia muito voltada para o futuro da eletromobilidade. E quero deixar claro que acredito nesse futuro. Mas o nosso presente é fazer crescer o core business (distribuição de combustíveis). Temos uma oportunidade muito grande para fazer isso, o que não está valorizado no preço atual da nossa ação. O mercado ainda não vê todas as possibilidades de crescimento que nós temos. Inclusive algo que vai acontecer nos próximos anos, que é o fim de uma série de ilegalidades, como adulteração de produto e sonegação fiscal. Isso vai mudar nesse País, eu não tenho dúvidas. Faz parte do amadurecimento da indústria e é mais uma oportunidade de se alcançar mais volume. Transição energética foi uma marca muito forte da gestão Wilson Ferreira Jr. na Vibra... O Wilson trouxe isso e acho que foi uma herança bendita. Eu gosto desse business também. Só que foi preciso redistribuir pesos. Além da gestão focada em acompanhamento de resultados, pessoas e aproximação com o cliente, estarmos mais centrados no core business foi um dos fatores que nos levou ao bom resultado do ano passado. É uma questão de o mercado ver que a coisa está mudando, que vamos colocar a companhia em outro patamar. Qual é o foco dos negócios relacionados à transição energética? A geração e comercialização de energia renovável é a nossa maior aposta na transição. Temos aí um ativo super legal, que é a Comerc (empresa de soluções de energia), e queremos que o negócio de energia renovável se torne cada vez mais relevante dentro da Vibra nos próximos anos. Há outros acionistas (na Comerc) e o contrato prevê a possibilidade de um call e put (compra e venda de ações ao preço de um determinado momento), entre 2026 e 2028. Então, essa empresa pode vir a ser 100% Vibra. É uma empresa na qual acreditamos muito, que está com mais de 85% dos seus projetos implementados, gerando energia tanto de forma distribuída quanto centralizada, um super vetor de crescimento. A gente acredita e quer crescer em energia renovável, seja organicamente ou inorganicamente. Não estamos olhando nada nesse momento, mas, se fizer sentido, pode haver uma aquisição sim. Mas há uma série de outras iniciativas, como as participações na Zeg Biogás, em eletromobilidade (EZVolt) e na trading de etanol Evolua. A Comerc é a avenida mais certa de crescimento. Nas outras, a gente vai colocando os pés para ver qual será a rota (de transição) vencedora e poder acelerar.

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Futuro do diesel e da gasolina está nas regiões do agronegócio, diz presidente da Vibra

O crescimento da Vibra, maior distribuidora de combustíveis do País, passa pelo agronegócio. A afirmação é do presidente da companhia, Ernesto Pousada, em entrevista ao Estadão/Broadcast. A Vibra planeja expandir a venda de lubrificantes e combustíveis líquidos, sobretudo o diesel, nas regiões dominadas pelo agro. Por trás da estratégia está a tese de que a eletromobilidade vai avançar no Sul e Sudeste no médio e longo prazos, empurrando o consumo de combustível para um Centro-Oeste e Norte animados pelo agronegócio - para abastecer tanto os caminhões que fazem a logística da safra quanto as máquinas usadas na lavoura, como tratores e colheitadeiras. eldquo;Queremos acompanhar esse movimentoerdquo;, diz. O executivo comenta também os planos para crescer em lubrificantes com aumento da capacidade de produção da fábrica de Duque de Caxias (RJ) e a ambição de expandir o negócio de conveniência pela maior parte da rede de 8,3 mil postos da Vibra. A Vibra teve um 2023 de aumento das margens de distribuição e bons resultados financeiros. Quais são os planos para o futuro? Vejo potencial de crescimento bastante grande no negócio da Vibra como um todo. Para os próximos cinco anos, lubrificantes são uma oportunidade fantástica, e acho que temos uma agenda muito legal junto ao agronegócio. Existe, também, uma tremenda oportunidade com a BR Mania (conveniência). Que agenda é essa para o agronegócio? O agronegócio é um foco da companhia e faz parte, inclusive, do crescimento do negócio de lubrificantes. Lançamos um produto específico para o agro em setembro, o Lubrax Unitractor, um lubrificante para tratores e equipamentos agrícolas pesados. Então há um esforço adicional para expandir nessa direção. Mas também queremos crescer em combustíveis líquidos junto ao agronegócio. Em suas regiões, vamos estar mais próximos nos lubrificantes, na venda de diesel B2B e nos postos de revenda. Entendemos que vai haver uma migração importante no consumo de combustíveis na direção do agronegócio, em especial rumo ao Centro-Oeste do Brasil. Então vamos fazer investimentos nos próximos anos em infraestrutura, para atender melhor esse setor com mais tanques e bases. Como assim uma migração do consumo de combustíveis? A descarbonização via eletrificação vai vir mais das regiões Sul e Sudeste. Com isso, a gente vai ver cada vez mais, nos próximos 10 ou 15 anos, o consumo de combustíveis líquidos (diesel, gasolina e etanol) caminhando em direção ao Centro-Oeste e Norte do País, além de algumas regiões do Nordeste. Queremos acompanhar esse movimento. Com relação a lubrificantes, o que podemos esperar? Temos uma oportunidade clara em lubrificantes. Queremos avançar mais nesse negócio com a marca Lubrax, e estamos investindo R$ 100 milhões para ter a maior fábrica de lubrificantes da América Latina, com capacidade para produzir 500 milhões de litros do produto por ano. Isso quase dobra a capacidade atual (300 milhões de litros por ano). A ideia é que a fábrica (localizada em Duque de Caxias, RJ) fique pronta em outubro. A ambição é aumentar o market share em lubrificantes? Queremos assumir a liderança no mercado de lubrificantes do Brasil. Hoje temos cerca de 18% desse mercado. Entendemos que a marca Lubrax é super potente, mas está subaproveitada. E aí existem oportunidades, como na revenda, em postos mesmo. Vamos crescer com mais lojas Lubrax+, que hoje somam 1,8 mil em uma rede de 8,3 mil postos. Queremos aumentar esse número, mas nem de longe vamos chegar a todos os postos, porque isso tem limite. Nem todos (os postos) têm vocação para ter uma Lubrax+, alguns são pequenos ou estão em região que não tem tanta demanda. Fora isso, também tem o que chamamos de revenda geral, como as oficinas, quase 35 mil pequenos negócios que atendemos, e o B2B, para os clientes industriais. São esses os três grandes blocos (do negócio de lubrificantes). E vou aproveitar a estrutura que já tenho. O mesmo vendedor que está indo vender diesel vai vender lubrificante. Hoje é uma oportunidade que se apresenta para a companhia e, por isso, estamos aumentando a capacidade produtiva e colocando time na rua. Quais são os planos para conveniência? Hoje temos 1,7 mil lojas BR Mania. Também não vou conseguir colocá-las nos 8,3 mil postos, mas entendemos que tem uma oportunidade para aumentar significativamente esse número. Há só quatro anos que a companhia foi privatizada. Antes, o foco era outro, era vender gasolina e diesel. Estamos trazendo novas habilidades para virar uma empresa de varejo. Estive nos Estados Unidos para fazer um benchmark e, lá, o que muitas empresas têm é a loja de conveniência. O posto é só uma consequência. Elas ganham dinheiro é com conveniência. Eu não imagino que vai ser assim no Brasil, não chegaria a tanto. Mas dá para trazer muito mais resultado das nossas lojas de conveniência. Para isso havia uma joint venture específica... A parceria com a Americanas se encerrou definitivamente em 30 de novembro. Era uma empresa chamada Vem Conveniência, que troxemos intacta para dentro de casa. Eles (a Vem) desenvolveram um conhecimento importante de operação de loja própria de varejo, o que nos dá uma vantagem competitiva interessante. Quando nos separamos, a Americanas não teve interesse na Vem. As lojas eldquo;Localerdquo; voltaram para Americanas, mas o time da Vem ficou conosco. Eles ocupam o segundo andar do prédio (da Vibra). A Petrobras anunciou recentemente que não pretende renovar o contrato de uso da marca com a Vibra. Qual é o impacto disso? Não muda em nada o nosso negócio agora. É, aliás, a confirmação do nosso contrato com a Petrobras, válido até 2029 nos termos atuais. Os 8,3 mil postos vão continuar sendo nossos, e temos cinco anos pela frente. Depois disso, o elsquo;debrandingersquo; (encerramento do uso do nome) ainda vai até 2035. Isso significa que, a partir de 2029, teremos de começar uma transição de até seis anos para mudar a marca dos postos. Seria um processo natural, tranquilo, combinado com eles (Petrobras) e com a revenda, como prevê o contrato. A Eneva chegou a oferecer uma sociedade de iguais com a Vibra, que recusou, mas deixou a porta aberta para nova proposta. Uma fusão ainda é possível? Sobre isso, não há muito mais o que falar para além do fato relevante. Declinamos da proposta deles. Estamos abertos a ouvir, mas não temos interesse no momento. Meu acordo com o Conselho é promover o crescimento orgânico. Temos muito para executar. A Vibra tem a possibilidade de se valorizar muito mais. Então, qualquer coisa inorgânica acaba fazendo pouco sentido, vamos dizer que (a Vibra) vale muito mais. Temos quatro anos (de existência) só. Meus predecessores fizeram um super trabalho de reduzir custos e aumentar margens, além de abrir essa frente de transição energética. Agora é hora de consolidar e trazer mais geração de caixa. Gestões anteriores bateram muito na tecla na transição via eletromobilidade. Como está isso? Quando entrei na Vibra (fevereiro de 2022), encontrei uma companhia muito voltada para o futuro da eletromobilidade. E quero deixar claro que acredito nesse futuro. Mas o nosso presente é fazer crescer o core business (distribuição de combustíveis). Temos uma oportunidade muito grande para fazer isso, o que não está valorizado no preço atual da nossa ação. O mercado ainda não vê todas as possibilidades de crescimento que nós temos. Inclusive algo que vai acontecer nos próximos anos, que é o fim de uma série de ilegalidades, como adulteração de produto e sonegação fiscal. Isso vai mudar nesse País, eu não tenho dúvidas. Faz parte do amadurecimento da indústria e é mais uma oportunidade de se alcançar mais volume. Transição energética foi uma marca muito forte da gestão Wilson Ferreira Jr. na Vibra... O Wilson trouxe isso e acho que foi uma herança bendita. Eu gosto desse business também. Só que foi preciso redistribuir pesos. Além da gestão focada em acompanhamento de resultados, pessoas e aproximação com o cliente, estarmos mais centrados no core business foi um dos fatores que nos levou ao bom resultado do ano passado. É uma questão de o mercado ver que a coisa está mudando, que vamos colocar a companhia em outro patamar. Qual é o foco dos negócios relacionados à transição energética? A geração e comercialização de energia renovável é a nossa maior aposta na transição. Temos aí um ativo super legal, que é a Comerc (empresa de soluções de energia), e queremos que o negócio de energia renovável se torne cada vez mais relevante dentro da Vibra nos próximos anos. Há outros acionistas (na Comerc) e o contrato prevê a possibilidade de um call e put (compra e venda de ações ao preço de um determinado momento), entre 2026 e 2028. Então, essa empresa pode vir a ser 100% Vibra. É uma empresa na qual acreditamos muito, que está com mais de 85% dos seus projetos implementados, gerando energia tanto de forma distribuída quanto centralizada, um super vetor de crescimento. A gente acredita e quer crescer em energia renovável, seja organicamente ou inorganicamente. Não estamos olhando nada nesse momento, mas, se fizer sentido, pode haver uma aquisição sim. Mas há uma série de outras iniciativas, como as participações na Zeg Biogás, em eletromobilidade (EZVolt) e na trading de etanol Evolua. A Comerc é a avenida mais certa de crescimento. Nas outras, a gente vai colocando os pés para ver qual será a rota (de transição) vencedora e poder acelerar.

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Petróleo fecha em alta, com Brent de volta aos US$ 80, apoiado por tensões geopolíticas

O petróleo fechou em alta na sessão desta segunda-feira, 22, com o barril do Brent voltando a ultrapassar US$ 80 depois de dez dias. O preço da commodity é apoiado por conflitos geopolíticos no Oriente Médio e na Rússia, diante dos riscos de perturbação da oferta global. O WTI para março subiu 2,06% (US$ 1,51), a US$ 74,76 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). O Brent para o mesmo mês subiu 1,90% (US$ 1,50), a US$ 80,06 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Nesta segunda-feira, o chefe das operações militares dos EUA no Oriente Médio, o vice-almirante Brad Cooper afirmou que o Irã endash; um grande produtor de petróleo endash; tinha envolvimento direto nos ataques a navios que os Houthis têm realizado no Mar Vermelho. A escalada dessas tensões vem contribuindo para os temores de que o transporte e a produção de petróleo na região possam ser afetados. Outro ponto de alerta foi o ataque de drones atribuído à Ucrânia a um terminal de gás da Novatek na Rússia nesse fim de semana, que forçou o Kremlin a suspender algumas operações na instalação. Head de Petróleo, Gás e Renováveis da StoneX, Smyllei Curcio, pondera, entretanto, que sinais de desaceleração da China, importante motor de demanda, limitam o impulso de alta. Ele lembrou que o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) manteve juros inalterados na decisão do domingo, quando eldquo;o mercado esperava corteerdquo;. eldquo;Os dados chineses estão deixando o mercado cautelosoerdquo;, apontou Curcio.Ainda assim, ele considera que a maior parte dos fundamentos é altista. eldquo;Ou seja, é preciso pensar em estratégias de participação de alta e proteção de altaerdquo;, recomendou. (Estadão Conteúdo)

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Petróleo fecha em alta, com Brent de volta aos US$ 80, apoiado por tensões geopolíticas

O petróleo fechou em alta na sessão desta segunda-feira, 22, com o barril do Brent voltando a ultrapassar US$ 80 depois de dez dias. O preço da commodity é apoiado por conflitos geopolíticos no Oriente Médio e na Rússia, diante dos riscos de perturbação da oferta global. O WTI para março subiu 2,06% (US$ 1,51), a US$ 74,76 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). O Brent para o mesmo mês subiu 1,90% (US$ 1,50), a US$ 80,06 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Nesta segunda-feira, o chefe das operações militares dos EUA no Oriente Médio, o vice-almirante Brad Cooper afirmou que o Irã endash; um grande produtor de petróleo endash; tinha envolvimento direto nos ataques a navios que os Houthis têm realizado no Mar Vermelho. A escalada dessas tensões vem contribuindo para os temores de que o transporte e a produção de petróleo na região possam ser afetados. Outro ponto de alerta foi o ataque de drones atribuído à Ucrânia a um terminal de gás da Novatek na Rússia nesse fim de semana, que forçou o Kremlin a suspender algumas operações na instalação. Head de Petróleo, Gás e Renováveis da StoneX, Smyllei Curcio, pondera, entretanto, que sinais de desaceleração da China, importante motor de demanda, limitam o impulso de alta. Ele lembrou que o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) manteve juros inalterados na decisão do domingo, quando eldquo;o mercado esperava corteerdquo;. eldquo;Os dados chineses estão deixando o mercado cautelosoerdquo;, apontou Curcio.Ainda assim, ele considera que a maior parte dos fundamentos é altista. eldquo;Ou seja, é preciso pensar em estratégias de participação de alta e proteção de altaerdquo;, recomendou. (Estadão Conteúdo)

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Petrobras planeja aquisição de 2 GW em ativos solares e eólicos em terra no Brasil, diz presidente

A Petrobras planeja avançar este ano na transição energética com a aquisição de participações em ativos de energia renovável, disse o presidente da empresa, Jean Paul Prates, em entrevista à Reuters, acrescentando que a petroleira espera formar inicialmente um portfólio de cerca de 2 GW (gigawatts) de ativos de geração eólica e solar em terra no Brasil. Segundo Prates, a petroleira fará parcerias com outras empresas em projetos já consolidados e que não enfrentam dúvidas sobre o sucesso do negócio. "Tem muito projeto bom aí de portugueses, espanhois, franceses e brasileiros, tudo onshore (em terra) e já rodando. Esses 2 gigawatts devem ser de solar e eólica em terra", afirmou o executivo, em uma entrevista por telefone no fim de semana. "Este ano vamos mostrar que nossa reta é firme e que estamos olhando para o futuro e sabemos o que queremos, vamos começar a por de pé o portfólio de renováveis. Ele vai mostrar que tem qualidade e é consolidado, além de firme. Não é coisa besta, nem pequenininha", acrescentou, mencionando também oportunidades de negócio em projetos de hidrogênio verde, sem especificar. O foco em projetos renováveis no Brasil atende anseios do governo federal em relação à companhia, cuja gestão que tomou posse após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca aliar geração de empregos locais com um protagonismo no processo para a transição energética brasileira. Prates frisou acreditar que os papeis da empresa deverão se valorizar diante do movimento. "Acho que o mercado vai ver que a transição será feita de forma firme e responsável e vai reconhecer isso", afirmou. O CEO destacou ainda que a empresa aguarda com expectativa a aprovação de um marco regulatório para uma indústria eólica offshore (marítima) no Brasil, que atualmente aguarda apreciação do Senado. "Quando sair (o marco regulatório), vamos reinar praticamente sozinhos nesse mercado. Essa é nossa grande aposta e vamos aí fazer a diferença", disse Prates. O primeiro plano estratégico da estatal no terceiro governo de Lula prevê investimentos de US$ 102 bilhões entre 2024 e 2028, alta de 31% em relação ao previsto no plano quinquenal anterior, com até US$ 11,5 bilhões para projetos de baixo carbono. A companhia trabalha ainda em diversas frentes para avançar com investimentos em baixo carbono, incluindo iniciativas para a produção de combustíveis verdes. A matriz elétrica brasileira, que possui mais de 80% de participação de fontes renováveis, cresceu 10,3 gigawatts (GW) em capacidade instalada no ano passado, para quase 200 GW, em expansão recorde praticamente dominada pelas usinas eólicas e solares, segundo dados da agência reguladora Aneel. Preços de combustíveis sobem? O presidente da Petrobras afirmou ainda que em 2024 os preços dos combustíveis do Brasil ficarão mais estáveis, apesar de tensões crescentes no Oriente Médio, a exemplo do que ocorreu no ano passado. "A nova política deu super certo, os preços já estão mais estáveis e vão continuar... Nos comportamos como uma cadeia que trabalha em prol de um preço acessível à população e ainda sim lucramos de forma adequada. Não fazemos e não vamos subsidiar combustíveis", afirmou, reiterando que a empresa segue acompanhando preços internacionais. Prates disse ainda que vem acompanhando com preocupação a tensão no Mar Vermelho, onde o grupo houthi, do Iêmen, apoiado pelo Irã, tem feito ataques a navios de cargas, incluindo de petróleo e gás. Algumas petroleiras tem evitado usar essa rota e buscado caminhos alternativos. (Reuters)

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