Ano:
Mês:
article

Petrobras conclui perfuração na Margem Equatorial, mas ainda desconhece sua viabilidade econômica

A Petrobras concluiu a perfuração do poço exploratório de Pitu Oeste, na Bacia Potiguar na Margem Equatorial. Diante da perfuração, a companhia comunicou à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) que identificou presença de hidrocarboneto, porém ainda inconclusivo quanto à viabilidade econômica. Além de dar continuidade à pesquisa exploratória na região, a Petrobras informou que planeja para fevereiro a segunda perfuração na Bacia Potiguar, no poço Anhangá, na concessão POT-M-762, a 79 km da costa do Estado do Rio Grande do Norte e próximo ao poço Pitu Oeste. Segundo a empresa, a perfuração do poço exploratório em Pitu Oeste foi concluída com total segurança e dentro dos protocolos de operação em águas profundas. eldquo;Isso reafirma que a Petrobras está preparada para realizar com total responsabilidade atividades na Margem Equatorialerdquo;, afirmou a Petrobras, em comunicado ao mercado. Produção em 2023 No ano passado, a Petrobras atingiu a produção total de óleo e gás natural de 2,78 milhões de barris por dia (boed), 3,7% acima da registrada em 2022. A produção comercial de óleo e gás natural ficou em 2,44 milhões de boed e a produção de óleo em 2,24 milhões, segundo comunicado da companhia. Os números superaram o planejamento do Plano Estratégico E23-27 e ficaram em linha com as projeções de produção revisadas em novembro de 2023, na faixa de 2,0%, para cima ou para baixo. eldquo;Como destaque de 2023, a companhia atingiu recorde anual de produção total própria de óleo e gás natural no pré-sal, com 2,17 milhões boed, superando o recorde anterior de 1,97 milhões de boed, em 2022, e representando 78% da nossa produção totalerdquo;, diz o comunicado. A companhia também atingiu o recorde de produção total operada de óleo e gás natural com 3,87 milhões de boed, superando o recorde anterior, de 3,64 milhões boed, de 2022. A Petrobras acrescentou que entraram em operação no ano passado quatro novas plataformas, que contribuíram para o resultado operacional. Em maio, entraram em operação o FPSO (Unidade Flutuante de Armazenamento e Transferência, em português) Anna Nery e o FPSO Almirante Barroso. Em agosto, a FPSO Anita Garibaldi, e, em dezembro, FPSO Sepetiba. Ao longo do ano de 2023, segundo a estatal, foram alcançadas as capacidades máximas de produção de óleo das plataformas P-71, no campo de Itapu, do FPSO Guanabara, no campo de Mero e do FPSO Almirante Barroso, no campo de Búzios. Este último, ocorrido em outubro de 2023, menos de 5 meses após o 1º óleo, um recorde no pré-sal.

article

Petrobras conclui perfuração na Margem Equatorial, mas ainda desconhece sua viabilidade econômica

A Petrobras concluiu a perfuração do poço exploratório de Pitu Oeste, na Bacia Potiguar na Margem Equatorial. Diante da perfuração, a companhia comunicou à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) que identificou presença de hidrocarboneto, porém ainda inconclusivo quanto à viabilidade econômica. Além de dar continuidade à pesquisa exploratória na região, a Petrobras informou que planeja para fevereiro a segunda perfuração na Bacia Potiguar, no poço Anhangá, na concessão POT-M-762, a 79 km da costa do Estado do Rio Grande do Norte e próximo ao poço Pitu Oeste. Segundo a empresa, a perfuração do poço exploratório em Pitu Oeste foi concluída com total segurança e dentro dos protocolos de operação em águas profundas. eldquo;Isso reafirma que a Petrobras está preparada para realizar com total responsabilidade atividades na Margem Equatorialerdquo;, afirmou a Petrobras, em comunicado ao mercado. Produção em 2023 No ano passado, a Petrobras atingiu a produção total de óleo e gás natural de 2,78 milhões de barris por dia (boed), 3,7% acima da registrada em 2022. A produção comercial de óleo e gás natural ficou em 2,44 milhões de boed e a produção de óleo em 2,24 milhões, segundo comunicado da companhia. Os números superaram o planejamento do Plano Estratégico E23-27 e ficaram em linha com as projeções de produção revisadas em novembro de 2023, na faixa de 2,0%, para cima ou para baixo. eldquo;Como destaque de 2023, a companhia atingiu recorde anual de produção total própria de óleo e gás natural no pré-sal, com 2,17 milhões boed, superando o recorde anterior de 1,97 milhões de boed, em 2022, e representando 78% da nossa produção totalerdquo;, diz o comunicado. A companhia também atingiu o recorde de produção total operada de óleo e gás natural com 3,87 milhões de boed, superando o recorde anterior, de 3,64 milhões boed, de 2022. A Petrobras acrescentou que entraram em operação no ano passado quatro novas plataformas, que contribuíram para o resultado operacional. Em maio, entraram em operação o FPSO (Unidade Flutuante de Armazenamento e Transferência, em português) Anna Nery e o FPSO Almirante Barroso. Em agosto, a FPSO Anita Garibaldi, e, em dezembro, FPSO Sepetiba. Ao longo do ano de 2023, segundo a estatal, foram alcançadas as capacidades máximas de produção de óleo das plataformas P-71, no campo de Itapu, do FPSO Guanabara, no campo de Mero e do FPSO Almirante Barroso, no campo de Búzios. Este último, ocorrido em outubro de 2023, menos de 5 meses após o 1º óleo, um recorde no pré-sal.

article

Inflação medida pelo IPCA-15 vem abaixo das projeções em janeiro

A inflação medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) desacelerou a 0,31% em janeiro, após marcar 0,40% em dezembro. É o que apontam dados divulgados nesta sexta-feira (26) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O novo resultado surpreendeu analistas do mercado financeiro, uma vez que ficou bem abaixo da mediana das projeções. Segundo a agência Reuters, a estimativa de economistas era de alta de 0,47% no primeiro mês de 2024. A taxa de 0,31% é a menor para janeiro em cinco anos emdash;ou seja, desde 2019, período pré-pandemia. À época, a variação havia sido de 0,30%. Conforme o IBGE, o IPCA-15 também desacelerou no acumulado de 12 meses. Nesse recorte, a alta dos preços atingiu 4,47% até janeiro, após avanço de 4,72% até dezembro. Resultado vaza antes do horário oficial A divulgação desta sexta ficou marcada por um vazamento de dados no Sidra, o sistema eletrônico de estatísticas do IBGE. A publicação do IPCA-15 foi antecipada em uma hora no endereço. O índice vazou às 8h, antes do horário oficial das 9h. O IBGE afirmou que um problema técnico adiantou a divulgação. O órgão também disse que está verificando o ocorrido para tomar as devidas providências. O episódio foi percebido por economistas do mercado financeiro que acompanham dados de inflação. Alimentos aceleram, transportes recuam Dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados, 7 registraram alta de preços no IPCA-15 de janeiro. A principal pressão para cima veio de alimentação e bebidas. A inflação do grupo acelerou de 0,54% em dezembro para 1,53% neste mês. O segmento teve o maior impacto no índice de janeiro (0,32 ponto percentual). Os preços do grupo dos transportes, por outro lado, caíram 1,13%, após alta de 0,77% em dezembro. Com o resultado, o segmento contribuiu para frear o IPCA-15. O grupo teve impacto de -0,24 ponto percentual no cálculo de janeiro. Dentro dos transportes, os preços da passagem aérea registraram queda de 15,24%. A redução veio após alta de 9,02% em dezembro. Individualmente, o bilhete de avião exerceu o maior impacto para baixo no IPCA-15 (-0,16 ponto percentual). Segundo a economista Claudia Moreno, do C6 Bank, a passagem foi a principal explicação para o índice ter vindo abaixo do previsto. O banco esperava uma redução bem menos intensa nos preços desse subitem (-2%). Outra queda dentro dos transportes foi verificada nos combustíveis (-0,63%). Houve recuos nos preços do etanol (-2,23%), do óleo diesel (-1,72%) e da gasolina (-0,43%). O gás veicular, por outro lado, teve alta (2,34%). No grupo alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio subiu 2,04% em janeiro. A alta desse subgrupo ficou acima da registrada em dezembro (0,55%). Segundo o IBGE, os preços dos alimentos consumidos em casa foram pressionados no início de 2024 pela carestia da batata-inglesa (25,95%), do tomate (11,19%), do arroz (5,85%), das frutas (5,45%) e das carnes (0,94%). Já a alimentação fora do domicílio (0,24%) desacelerou em relação a dezembro (0,53%). Tradicionalmente, a inflação da comida costuma ganhar força neste período devido a condições climáticas desfavoráveis para a agropecuária. Nos últimos meses, o Brasil atravessou episódios extremos como ondas de calor no Sudeste, seca no Norte e tempestades no Sul. O país vive os reflexos do El Niño, conhecido por afetar a distribuição das chuvas. De acordo com analistas, esse evento tende a pressionar os preços dos alimentos em 2024, após a trégua registrada pelos produtos em 2023. O economista André Perfeito disse que, apesar da "surpresa benigna" do IPCA-15 abaixo das projeções em janeiro, o resultado traz "certo cuidado". Segundo ele, as quedas dos transportes tendem a ser limitadas pela defasagem da gasolina em relação a cotações internacionais. Além disso, a carestia dos alimentos pode "refrear" a sensação de inflação mais baixa, apontou Perfeito. A alta dos preços da comida impacta sobretudo os mais pobres. As famílias com renda menor costumam destinar uma fatia maior do orçamento, em termos proporcionais, para a compra dos produtos. IPCA-15 e IPCA Por ser divulgado antes, o IPCA-15 sinaliza uma tendência para os preços no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), também calculado pelo IBGE. O IPCA é o índice oficial de inflação do Brasil. Serve como referência para o regime de metas do BC (Banco Central). A coleta dos preços do IPCA-15 ocorre entre a segunda metade do mês anterior e a primeira metade do mês de referência da divulgação. Neste caso, dezembro e janeiro, respectivamente. Já a coleta do IPCA se concentra somente no mês de referência do levantamento. Por isso, o resultado de janeiro ainda não está fechado. Será divulgado pelo IBGE no dia 8 de fevereiro. Juros e meta de inflação O Copom (Comitê de Política Monetária do BC) volta a se reunir na próxima semana para definir o patamar da taxa básica de juros (Selic), o instrumento de controle da inflação no país. O encontro está agendado para terça (30) e quarta (31). Será o primeiro do colegiado em 2024. Com a trégua da inflação em 2023, o Copom iniciou o ciclo de cortes da Selic em agosto. Desde então, confirmou quatro reduções consecutivas de 0,5 ponto percentual na taxa de juros, que fechou o ano passado em 11,75% ao ano. O comitê já sinalizou cortes na mesma intensidade em suas próximas reuniões, algo que segue no radar de analistas do mercado. "O IPCA-15 não deve alterar o plano de voo anunciado pelo Copom, que deve decidir por mais dois cortes de 0,50 ponto na Selic, um na reunião da próxima semana e outro na de março", afirmou a economista Claudia Moreno, do C6 Bank. O banco prevê que a taxa básica de juros será de 9,25% ao final de 2024. O centro da meta de inflação perseguida pelo BC é de 3% para o acumulado deste ano. A tolerância é de 1,5 ponto percentual para menos ou para mais. Ou seja, a meta será cumprida se o IPCA ficar no intervalo de 1,5% a 4,5%. Na mediana, projeções do mercado apontam que o índice oficial fechará 2024 em 3,86%, conforme a edição mais recente do boletim Focus, divulgada pelo BC na segunda (22). A previsão está abaixo do teto da meta (4,5%).

article

Inflação medida pelo IPCA-15 vem abaixo das projeções em janeiro

A inflação medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) desacelerou a 0,31% em janeiro, após marcar 0,40% em dezembro. É o que apontam dados divulgados nesta sexta-feira (26) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O novo resultado surpreendeu analistas do mercado financeiro, uma vez que ficou bem abaixo da mediana das projeções. Segundo a agência Reuters, a estimativa de economistas era de alta de 0,47% no primeiro mês de 2024. A taxa de 0,31% é a menor para janeiro em cinco anos emdash;ou seja, desde 2019, período pré-pandemia. À época, a variação havia sido de 0,30%. Conforme o IBGE, o IPCA-15 também desacelerou no acumulado de 12 meses. Nesse recorte, a alta dos preços atingiu 4,47% até janeiro, após avanço de 4,72% até dezembro. Resultado vaza antes do horário oficial A divulgação desta sexta ficou marcada por um vazamento de dados no Sidra, o sistema eletrônico de estatísticas do IBGE. A publicação do IPCA-15 foi antecipada em uma hora no endereço. O índice vazou às 8h, antes do horário oficial das 9h. O IBGE afirmou que um problema técnico adiantou a divulgação. O órgão também disse que está verificando o ocorrido para tomar as devidas providências. O episódio foi percebido por economistas do mercado financeiro que acompanham dados de inflação. Alimentos aceleram, transportes recuam Dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados, 7 registraram alta de preços no IPCA-15 de janeiro. A principal pressão para cima veio de alimentação e bebidas. A inflação do grupo acelerou de 0,54% em dezembro para 1,53% neste mês. O segmento teve o maior impacto no índice de janeiro (0,32 ponto percentual). Os preços do grupo dos transportes, por outro lado, caíram 1,13%, após alta de 0,77% em dezembro. Com o resultado, o segmento contribuiu para frear o IPCA-15. O grupo teve impacto de -0,24 ponto percentual no cálculo de janeiro. Dentro dos transportes, os preços da passagem aérea registraram queda de 15,24%. A redução veio após alta de 9,02% em dezembro. Individualmente, o bilhete de avião exerceu o maior impacto para baixo no IPCA-15 (-0,16 ponto percentual). Segundo a economista Claudia Moreno, do C6 Bank, a passagem foi a principal explicação para o índice ter vindo abaixo do previsto. O banco esperava uma redução bem menos intensa nos preços desse subitem (-2%). Outra queda dentro dos transportes foi verificada nos combustíveis (-0,63%). Houve recuos nos preços do etanol (-2,23%), do óleo diesel (-1,72%) e da gasolina (-0,43%). O gás veicular, por outro lado, teve alta (2,34%). No grupo alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio subiu 2,04% em janeiro. A alta desse subgrupo ficou acima da registrada em dezembro (0,55%). Segundo o IBGE, os preços dos alimentos consumidos em casa foram pressionados no início de 2024 pela carestia da batata-inglesa (25,95%), do tomate (11,19%), do arroz (5,85%), das frutas (5,45%) e das carnes (0,94%). Já a alimentação fora do domicílio (0,24%) desacelerou em relação a dezembro (0,53%). Tradicionalmente, a inflação da comida costuma ganhar força neste período devido a condições climáticas desfavoráveis para a agropecuária. Nos últimos meses, o Brasil atravessou episódios extremos como ondas de calor no Sudeste, seca no Norte e tempestades no Sul. O país vive os reflexos do El Niño, conhecido por afetar a distribuição das chuvas. De acordo com analistas, esse evento tende a pressionar os preços dos alimentos em 2024, após a trégua registrada pelos produtos em 2023. O economista André Perfeito disse que, apesar da "surpresa benigna" do IPCA-15 abaixo das projeções em janeiro, o resultado traz "certo cuidado". Segundo ele, as quedas dos transportes tendem a ser limitadas pela defasagem da gasolina em relação a cotações internacionais. Além disso, a carestia dos alimentos pode "refrear" a sensação de inflação mais baixa, apontou Perfeito. A alta dos preços da comida impacta sobretudo os mais pobres. As famílias com renda menor costumam destinar uma fatia maior do orçamento, em termos proporcionais, para a compra dos produtos. IPCA-15 e IPCA Por ser divulgado antes, o IPCA-15 sinaliza uma tendência para os preços no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), também calculado pelo IBGE. O IPCA é o índice oficial de inflação do Brasil. Serve como referência para o regime de metas do BC (Banco Central). A coleta dos preços do IPCA-15 ocorre entre a segunda metade do mês anterior e a primeira metade do mês de referência da divulgação. Neste caso, dezembro e janeiro, respectivamente. Já a coleta do IPCA se concentra somente no mês de referência do levantamento. Por isso, o resultado de janeiro ainda não está fechado. Será divulgado pelo IBGE no dia 8 de fevereiro. Juros e meta de inflação O Copom (Comitê de Política Monetária do BC) volta a se reunir na próxima semana para definir o patamar da taxa básica de juros (Selic), o instrumento de controle da inflação no país. O encontro está agendado para terça (30) e quarta (31). Será o primeiro do colegiado em 2024. Com a trégua da inflação em 2023, o Copom iniciou o ciclo de cortes da Selic em agosto. Desde então, confirmou quatro reduções consecutivas de 0,5 ponto percentual na taxa de juros, que fechou o ano passado em 11,75% ao ano. O comitê já sinalizou cortes na mesma intensidade em suas próximas reuniões, algo que segue no radar de analistas do mercado. "O IPCA-15 não deve alterar o plano de voo anunciado pelo Copom, que deve decidir por mais dois cortes de 0,50 ponto na Selic, um na reunião da próxima semana e outro na de março", afirmou a economista Claudia Moreno, do C6 Bank. O banco prevê que a taxa básica de juros será de 9,25% ao final de 2024. O centro da meta de inflação perseguida pelo BC é de 3% para o acumulado deste ano. A tolerância é de 1,5 ponto percentual para menos ou para mais. Ou seja, a meta será cumprida se o IPCA ficar no intervalo de 1,5% a 4,5%. Na mediana, projeções do mercado apontam que o índice oficial fechará 2024 em 3,86%, conforme a edição mais recente do boletim Focus, divulgada pelo BC na segunda (22). A previsão está abaixo do teto da meta (4,5%).

article

Gol deve para mais de 50 mil credores e supera Americanas em 5 vezes; veja maiores dívidas

A Gol deve para entre 50.001 e 100.000 credores, mostra o pedido de recuperação protocolado no Tribunal de Falências dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York na tarde quarta-feira (25). O documento agora obtido pela Folha foi primeiro publicado pelo jornal O Globo. No topo da lista de credores com mais créditos a receber estão o banco americano BNY Mellon (dívidas financeiras), o Comando da Aeronáutica (por serviços de controle de tráfego aéreo e auxílio de navegação), a distribuidora de combustíveis Vibra (antiga BR) e a fabricante de aeronaves Boeing. A aérea afirmou à Justiça americana o montante de credores, segundo estimativas próprias. A Americanas, por exemplo, tem 9.000 credores emdash;a companhia supera em cinco vezes a varejista, na melhor das hipóteses. Em documento protocolado junto à justiça americana nesta sexta (26), a Gol afirma que acumula US$ 8,3 bilhões (R$ 40,7 bilhões na cotação atual) em dívidas. O patrimônio declarado da aérea é de US$ 3,5 bilhões (R$ 17,2 bilhões). Para comparação, os débitos da Latam em 2020 somavam cerca de US$ 18 bilhões (R$ 94,9 bilhões no câmbio atual) durante processo de reestruturação de dívida similar. Questionado sobre a dimensão da dívida em entrevista coletiva realizada na quinta-feira (25), o presidente da Gol, Celso Ferrer, afirmou que "ainda é muito cedo para saber exatamente o que vai ser negociado". Ferrer também citou os altos custos operacionais de uma companhia aérea e disse que o preço do combustível de aviação é cerca de 40% mais caro no Brasil do que no resto do mundo. "Esse setor é muito demandante de crédito". O ano de 2022 sinalizou retomada na atividade das companhias aéreas, com receita de R$ 55,2 bilhões, a maior registrada desde 2018, segundo dados do anuário da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). As despesas, porém, também assumiram patamar recorde, em R$ 54,4 bilhões. O documento entregue pela Gol aponta apenas as 30 maiores dívidas, a 27 empresas. Esses compromissos somam um débito de R$ 4,76 bilhões, na cotação atual. O braço comercial da Boeing é a quarta maior credora, com R$ 75 milhões a receber. Agências de risco estimam que a dívida total da Gol fique em torno de R$ 20 bilhões. Do total da dívida da empresa, cerca de R$ 3 bilhões vencem no curto prazo (em até 12 meses). A companhia, no entanto, não teria caixa suficiente para honrar esses compromissos, segundo pessoas a par das negociações. Após a publicação desta reportagem, a Zurich Airport Brasil, concessionária do Aeroporto Internacional de Florianópolis, afirmou em nota que não reconhece o montante da dívida divulgado pela Gol, de cerca de US$ 12 milhões (R$ 59 milhões). A empresa disse, no entanto, que não comenta transações específicas com parceiros, mas afirmou que o valor a receber da companhia aérea é significativamente menor do que o divulgado. Já a Gol disse, também em nota, que os valores na lista foram apurados com base em período anterior ao pedido de reestruturação, e que incluem não só dívidas, mas também compromissos futuros. "Alguns valores podem também já ter sido quitados entre a data de corte da apuração dos números e a data do pedido", afirmou a empresa. O problema da Gol, segundo agências de risco, não é operacional. Os resultados são positivos. No entanto, ela não tem novas garantias suficientes para trocar toda essa dívida vincenda. No comunicado em que informou o pedido de reestruturação da dívida pelo chamado chapter 11 da lei americana, a Gol destacou que obteve um dos melhores resultados operacionais para companhias aéreas da América Latina, e o quarto trimestre consecutivo de margens operacionais altas. "A receita operacional líquida da companhia atingiu recorde histórico de R$ 4,7 bilhões, com crescimento de 16,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior, principalmente devido à contribuição significativa das receitas vindas das unidades do programa de fidelidade Smiles e das operações de carga Gollog, que cresceram juntas um total de 65,1% no 3T23 [terceiro trimestre de 2023] (vs. 3T22) e totalizaram R$ 412,6 milhões no período", diz. A holding que controla a Gol incluiu no processo de recuperação judicial o programa de milhas Smiles (nos braços brasileiro e argentino), subsidiárias e também unidades financeiras Gol Finance emdash;sediadas nos paraísos fiscais de Luxemburgo e Caymanemdash; e de logísitca, GAC. Os fundos de investimento exclusivos Airfim e Fundo Sorriso também constam no processo. Ferrer, o presidente da Gol, avalia que a reestruturação da dívida da Gol deve ser mais rápida do que a da Latam, que levou dois anos. "É difícil precisar exatamente quanto deve durar, mas a nossa expectativa é de que dure substancialmente menos do que esses processos das companhias da América Latina". A colombiana Avianca e a mexicana Aeromexico também recorreram à Justiça Americana. O consultor econômico Murilo Viana ressalva, porém, que o cenário macroeconômico com juros altos no Brasil e no exterior aumenta o risco financeiro para as companhias aéreas. Na pandemia, a taxa Selic estava em 2%, menor patamar da série histórica. Hoje, está em 11,75%, o que coloca os juros cobrados pelos bancos por volta desse nível. No exterior, os juros, embora um pouco mais baixos, também estão elevados, e ainda há o risco cambial proveniente da instabilidade do real, segundo Viana. "As empresas aéreas apresentam uma estrutura financeira precária em um cenário desafiador, apesar dos recentes resultados operacionais positivos", diz o consultor.

article

Gol deve para mais de 50 mil credores e supera Americanas em 5 vezes; veja maiores dívidas

A Gol deve para entre 50.001 e 100.000 credores, mostra o pedido de recuperação protocolado no Tribunal de Falências dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York na tarde quarta-feira (25). O documento agora obtido pela Folha foi primeiro publicado pelo jornal O Globo. No topo da lista de credores com mais créditos a receber estão o banco americano BNY Mellon (dívidas financeiras), o Comando da Aeronáutica (por serviços de controle de tráfego aéreo e auxílio de navegação), a distribuidora de combustíveis Vibra (antiga BR) e a fabricante de aeronaves Boeing. A aérea afirmou à Justiça americana o montante de credores, segundo estimativas próprias. A Americanas, por exemplo, tem 9.000 credores emdash;a companhia supera em cinco vezes a varejista, na melhor das hipóteses. Em documento protocolado junto à justiça americana nesta sexta (26), a Gol afirma que acumula US$ 8,3 bilhões (R$ 40,7 bilhões na cotação atual) em dívidas. O patrimônio declarado da aérea é de US$ 3,5 bilhões (R$ 17,2 bilhões). Para comparação, os débitos da Latam em 2020 somavam cerca de US$ 18 bilhões (R$ 94,9 bilhões no câmbio atual) durante processo de reestruturação de dívida similar. Questionado sobre a dimensão da dívida em entrevista coletiva realizada na quinta-feira (25), o presidente da Gol, Celso Ferrer, afirmou que "ainda é muito cedo para saber exatamente o que vai ser negociado". Ferrer também citou os altos custos operacionais de uma companhia aérea e disse que o preço do combustível de aviação é cerca de 40% mais caro no Brasil do que no resto do mundo. "Esse setor é muito demandante de crédito". O ano de 2022 sinalizou retomada na atividade das companhias aéreas, com receita de R$ 55,2 bilhões, a maior registrada desde 2018, segundo dados do anuário da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). As despesas, porém, também assumiram patamar recorde, em R$ 54,4 bilhões. O documento entregue pela Gol aponta apenas as 30 maiores dívidas, a 27 empresas. Esses compromissos somam um débito de R$ 4,76 bilhões, na cotação atual. O braço comercial da Boeing é a quarta maior credora, com R$ 75 milhões a receber. Agências de risco estimam que a dívida total da Gol fique em torno de R$ 20 bilhões. Do total da dívida da empresa, cerca de R$ 3 bilhões vencem no curto prazo (em até 12 meses). A companhia, no entanto, não teria caixa suficiente para honrar esses compromissos, segundo pessoas a par das negociações. Após a publicação desta reportagem, a Zurich Airport Brasil, concessionária do Aeroporto Internacional de Florianópolis, afirmou em nota que não reconhece o montante da dívida divulgado pela Gol, de cerca de US$ 12 milhões (R$ 59 milhões). A empresa disse, no entanto, que não comenta transações específicas com parceiros, mas afirmou que o valor a receber da companhia aérea é significativamente menor do que o divulgado. Já a Gol disse, também em nota, que os valores na lista foram apurados com base em período anterior ao pedido de reestruturação, e que incluem não só dívidas, mas também compromissos futuros. "Alguns valores podem também já ter sido quitados entre a data de corte da apuração dos números e a data do pedido", afirmou a empresa. O problema da Gol, segundo agências de risco, não é operacional. Os resultados são positivos. No entanto, ela não tem novas garantias suficientes para trocar toda essa dívida vincenda. No comunicado em que informou o pedido de reestruturação da dívida pelo chamado chapter 11 da lei americana, a Gol destacou que obteve um dos melhores resultados operacionais para companhias aéreas da América Latina, e o quarto trimestre consecutivo de margens operacionais altas. "A receita operacional líquida da companhia atingiu recorde histórico de R$ 4,7 bilhões, com crescimento de 16,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior, principalmente devido à contribuição significativa das receitas vindas das unidades do programa de fidelidade Smiles e das operações de carga Gollog, que cresceram juntas um total de 65,1% no 3T23 [terceiro trimestre de 2023] (vs. 3T22) e totalizaram R$ 412,6 milhões no período", diz. A holding que controla a Gol incluiu no processo de recuperação judicial o programa de milhas Smiles (nos braços brasileiro e argentino), subsidiárias e também unidades financeiras Gol Finance emdash;sediadas nos paraísos fiscais de Luxemburgo e Caymanemdash; e de logísitca, GAC. Os fundos de investimento exclusivos Airfim e Fundo Sorriso também constam no processo. Ferrer, o presidente da Gol, avalia que a reestruturação da dívida da Gol deve ser mais rápida do que a da Latam, que levou dois anos. "É difícil precisar exatamente quanto deve durar, mas a nossa expectativa é de que dure substancialmente menos do que esses processos das companhias da América Latina". A colombiana Avianca e a mexicana Aeromexico também recorreram à Justiça Americana. O consultor econômico Murilo Viana ressalva, porém, que o cenário macroeconômico com juros altos no Brasil e no exterior aumenta o risco financeiro para as companhias aéreas. Na pandemia, a taxa Selic estava em 2%, menor patamar da série histórica. Hoje, está em 11,75%, o que coloca os juros cobrados pelos bancos por volta desse nível. No exterior, os juros, embora um pouco mais baixos, também estão elevados, e ainda há o risco cambial proveniente da instabilidade do real, segundo Viana. "As empresas aéreas apresentam uma estrutura financeira precária em um cenário desafiador, apesar dos recentes resultados operacionais positivos", diz o consultor.

Como posso te ajudar?