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Petróleo cai mais de 1% na primeira sessão do ano com preocupações com taxas de juros

Os preços do petróleo caíram durante a primeira sessão de 2024 devido ao nervosismo relacionado a taxas de juros e à medida que diminuíam as preocupações de que as tensões no Mar Vermelho poderiam perturbar o abastecimento. O petróleo Brent caiu 1,49%, terminando a terça-feira (2) com o barril cotado a US$ 75,89. O petróleo West Texas Intermediate dos EUA desvalorizou 1,77%, para US$ 70,38 o barril. Os preços caíram à medida que os investidores moderaram as expectativas sobre os cortes nas taxas de juro. Pressionando o petróleo, o dólar fortaleceu-se e os preços das ações caíram. O rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos atingiu brevemente uma máxima em duas semanas. No início do pregão, os preços do petróleo subiram cerca de US$ 2 após ataques a navios no Mar Vermelho por rebeldes houthi no fim de semana, e a chegada relatada de um navio de guerra iraniano na segunda-feira. "O mercado está corrigindo uma vez que não houve interrupções no fornecimento e eles acham que é improvável que o navio de guerra iraniano se envolva com navios de guerra americanos", disse Andrew Lipow, presidente da Lipow Oil Associates. "Claramente, o mercado petrolífero subirá se forem disparados tiros", acrescentou Lipow. No domingo, helicópteros dos EUA repeliram um ataque das forças houthi apoiadas pelo Irã a um navio porta-contêineres operado pela dinamarquesa Maersk no Mar Vermelho. Na segunda-feira, um navio de guerra iraniano entrou no Mar Vermelho, segundo a agência de notícias semioficial Tasnim. (Reuters)

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Petróleo em queda facilitou nova política de preços da Petrobras

Ajudada pela queda nas cotações internacionais do petróleo, a Petrobras fechou 2023 vendendo gasolina e diesel a preços menores do que no fim do governo Jair Bolsonaro (PL) e mantendo elevadas margens de lucro em suas refinarias. A retomada da cobrança de impostos, porém, teve impactos nas bombas: a gasolina fechou o ano em alta para o consumidor e o diesel, embora mais barato na última semana do ano, teve as alíquotas federais retomadas no início de 2024. Em maio, a gestão petista da Petrobras implantou uma nova política comercial para cumprir promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de "abrasileirar" os preços, deixando de seguir de perto o conceito de paridade de importação. Levantamento feito pelo Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos em Petróleo, Gás e Biocombustíveis) a pedido da Folha mostra que, após a mudança, a companhia de fato praticou preços mais baratos do que os internacionais, mas sem se descolar demais do mercado. Nas primeiras 28 semanas sob a nova política, o preço médio de venda da gasolina da estatal equivaleu, em média, a 97% da paridade de importação calculada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). Já o preço médio do diesel foi equivalente a 92% da paridade. São valores menores do que os 103% observados para os dois casos nas 28 semanas anteriores à nova política. Naquele período, a estatal tentava recuperar perdas com o represamento de preços no período eleitoral de 2022, ano em que vendeu a gasolina, em média, a 96% da paridade da ANP. "O governo anterior só usou a Petrobras como ferramenta de política pública no momento eleitoral", diz o pesquisador do Ineep Mahatma Ramos. "Hoje, é parte do projeto do governo e da empresa atender não só os interesses dos acionistas minoritários, como também o dos acionistas majoritários." Ramos avalia que governo e Petrobras foram bem sucedidos na estratégia, com "mais paciência" para evitar repasse de volatilidades e aumento da produção de combustíveis no país, revertendo estratégia de gestões anteriores, que tentaram vender refinarias da estatal. Em 2023, a empresa passou a operar suas refinarias com os maiores fatores de utilização desde 2014, ampliando a oferta interna de combustíveis e reduzindo a necessidade de importações. A dependência externa de diesel, por exemplo, atingiu o menor nível desde 2018. Em relatórios divulgados durante o ano, analistas do banco Goldman Sachs avaliaram que a companhia manteve boas margens de refino mesmo praticando valores ligeiramente abaixo das cotações internacionais. Na última semana de dezembro, após o último reajuste do diesel, por exemplo, eles calcularam que a margem de refino do combustível pela estatal ficaria em US$ 34 por barril, quase o dobro da média de US$ 13 por barril verificada em 2019, antes da pandemia. No caso da gasolina, a margem estaria em US$ 14 por barril, o dobro da observada em 2019. "As margens de refino da Petrobras permanecem em níveis saudáveis", escreveram. Nos primeiros nove meses de 2023, a estatal acumulou lucro de R$ 93,5 bilhões, queda de 35,5% em relação ao ano anterior, quando os preços recordes do petróleo geraram lucros recordes para as petroleiras. O preço do petróleo Brent, referência negociada em Londres, caiu 10% em 2023. No ano, o preço da gasolina nas refinarias da estatal caiu 9%, para R$ 2,84 por litro. Já o diesel teve queda de 22%, para R$ 3,48 por litro. Os dois produtos já estiveram mais baratos em 2023, mas fecham o ano em valores menores do que os do fim de 2022. Nas bombas, porém, a gasolina fecha o ano em alta de 12%, a R$ 5,58 por litro, pressionada pela retomada da cobrança dos impostos federais em julho. Já o diesel S-10, que passou a maior parte do ano com as alíquotas federais zeradas, caiu 7%, para R$ 5,94 por litro. No fim de dezembro, a Petrobras reduziu o preço do diesel em suas refinarias em R$ 0,30, em um esforço para ajudar o governo a conter o impacto inflacionário da retomada da cobrança de impostos, que representam R$ 0,32 por litro. Assim, a expectativa é que o repasse integral do aumento da carga tributária seja compensado pela queda do preço nas refinarias. O mercado suavizou as previsões para o preço do petróleo em 2024, diante do excesso de produção nos Estados Unidos. O Goldman Sachs, por exemplo, reduziu no fim de dezembro sua aposta de cotação média em 12%, para US$ 81 por barril. A Agência de Informações em Energia do governo dos Estados Unidos seguiu a mesma lógica e cortou de US$ 93 para US$ 83 por barril sua projeção de preço médio do Brent em 2024. A estabilidade de preços ajuda a Petrobras, já que reduz pressões do mercado por repasses de alta e dá ao consumidor a sensação de preços baixos sem grandes impactos na rentabilidade da companhia. A avaliação é que a nova política de preços será testada realmente quando houver um ciclo de alta internacional. Por enquanto, o mercado vê com tranquilidade a empresa, cujo valor de mercado disparou após o conturbado período eleitoral de 2022. Em 2023, as ações da estatal se valorizaram mais de 50%, com a dissipação de temores sobre intervenção em preços e cortes abruptos de dividendos. A aprovação de mudanças no estatuto, eliminando barreiras a indicações políticas, porém, foi vista como um sinal de alerta emdash;no dia do anúncio da medida, a empresa perdeu R$ 32 bilhões em valor de mercado.

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Gasolina e diesel entram em 2024 perto da paridade com o mercado internacional, afirma Abicom

Os preços da gasolina e do diesel no Brasil entraram em 2024 praticamente em paridade com os preços do mercado internacional, segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), que, no entanto, vê janelas abertas apenas para a compra de gasolina, que está há 74 dias sem reajuste nas refinarias da Petrobras (PETR4) e com preço 1% acima do praticado no Golfo do México, referência dos importadores brasileiros. O preço do petróleo no patamar de US$ 77 o barril e o câmbio estabilizado em torno dos R$ 4,8 ajudam a conter os preços no mercado interno, segundo a Abicom. Já para o diesel, cujo preço foi reduzido duas vezes em dezembro pela Petrobras, as oportunidades de importação estão fechadas. A Acelen, que controla a Refinaria de Mataripe, única unidade de refino privada relevante, também reduziu na última quarta-feira do ano passado, 27, o preço do diesel em R$ 0,10/litro. O preço do diesel está 2% abaixo do praticado no Golfo do México nas refinarias da Petrobras e 1% a menos na média das refinarias brasileiras. No ano passado, a estatal reduziu o diesel em 22,5%, sendo a última queda promovida na semana passada, da ordem de 7,9%, ou R$ 0,30 por litro. No início de dezembro a estatal já havia reduzido o preço do diesel em R$ 0,27/litro. Desde maio, a Petrobras abandonou a política de paridade com a importação (PPI) e adotou uma estratégia comercial baseada no custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação, e o valor marginal para a Petrobras. De acordo com o presidente da estatal, Jean Paul Prates, a nova estratégia deu maior previsibilidade para o mercado, ao mesmo tempo em que manteve a lucratividade da companhia. (Estadão Conteúdo)

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No fechamento do ano, o preço do litro do diesel comum e o do S-10 registram baixa em todo o país

A última análise do Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), levantamento que consolida o comportamento de preços das transações nos postos de combustível, trazendo uma média precisa, apontou que o preço médio do litro do diesel segue tendência de redução em todo o país. O preço do tipo comum foi comercializado a R$ 6,02 no fechamento de dezembro, com redução de 0,99% ante a primeira quinzena do mesmo mês. Já o diesel S-10 foi encontrado a R$ 6,18, após ficar 0,96% mais barato para os motoristas. No comparativo com novembro, o preço dos dois tipos reduziu 3%. eldquo;Quando comparamos com 2022, o preço do diesel comum baixou 12% e o do S-10 11%. O cenário deve ser de mais baixas no valor do diesel comercializado nas bombas de abastecimento no final de 2023 e início do próximo ano, como resultado da redução anunciada pela Petrobras no preço do litro repassado às refinarias, válida a partir de 27 de dezembroerdquo;, afirma Douglas Pina, Diretor-Geral de Mobilidade da Edenred Brasil. O diesel ficou mais barato em todas as regiões, com destaque para o Sudeste, onde o comum fechou o período a R$ 5,93, com redução de 2,47%, ante a primeira quinzena, e para o Centro-Oeste, onde o tipo S-10 foi comercializado a R$ 6,23, após ficar 2,35% mais barato. No entanto, as médias mais baixas foram registradas na Região Sul, a R$ 5,78 o comum e R$ 5,86 o S-10. Já as mais altas na Região Norte, a R$ 6,59 o comum e R$ 6,53 o S-10. A queda mais expressiva no preço do diesel comum, de 7,57%, em relação ao início de dezembro, foi identificada nas bombas de abastecimento do Sergipe, onde o litro fechou a R$ 6,49. O aumento mais significativo, de 2,87%, foi registrado no Amazonas, que fechou a média de R$ 6,35. Já Pernambuco comercializou o S-10 com a maior redução, de 2,73%, onde o preço fechou a R$ 5,95. Em Roraima, os motoristas encontraram o litro do S-10 1,26% mais caro, maior aumento do país, com média de R$ 7,23. O Amapá liderou o ranking do maior preço médio do país para o diesel comum e para o S-10, com o preço médio comercializado a R$ 7,14 e R$ 7,27, respectivamente. Estados da Região Sul se destacaram com as menores médias de todo o território nacional para os dois tipos. No Paraná o tipo comum fechou a R$ 5,73, e, no Rio Grande do Sul o S-10 foi comercializado a R$ 5,83. O IPTL é um índice de preços de combustíveis levantado com base nos abastecimentos realizados nos 21 mil postos credenciados da Edenred Ticket Log, que tem grande confiabilidade, por causa da quantidade de veículos administrados pela marca: 1 milhão ao todo, com uma média de oito transações por segundo. A Edenred Ticket Log, marca da linha de negócios de Mobilidade da Edenred Brasil, conta com mais de 30 anos de experiência e se adapta às necessidades dos clientes, oferecendo soluções modernas e inovadoras, a fim de simplificar os processos diários. (Edenred Ticket Log)

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Brasil pode liderar agenda de biocombustíveis essencial para transição energética global

A COP28, que ocorreu em Dubai, em dezembro, discutiu como os países podem fazer sua transição energética o mais rápido possível, mas com responsabilidade e sem perder a segurança de fornecimento proporcionada pelos combustíveis fósseis. Ainda que essas fontes de energia devam ser substituídas com urgência, por causa da sua elevada contribuição para o aquecimento do planeta, os governos precisam fazer isso com cautela, já que setores inteiros econômicos dependem delas em suas operações, o que está exigindo por parte dessas empresas investimento na transição energética para fontes limpas. Nesse contexto, o Brasil tem chamado a atenção, oferecendo a oportunidade de liderar a corrida em biocombustíveis. eldquo;O etanol na mobilidade urbana, ou seja, um veículo flex com 100% etanol, emite 37 gramas de dióxido de carbono (CO2) por quilômetro rodado. Já o carro elétrico, que tem sido apontado como a solução para a descarbonização, tem uma emissão de 54 gramas, considerando a matriz energética europeia, e de 35 gramas no Brasilerdquo;, compara Ricardo Assumpção, CSO (Chief Sustainability Officer) da EY e líder de ESG e Sustentabilidade, que participou da COP28 como palestrante e moderador de painéis. eldquo;É menor no Brasil porque cerca de 85% da matriz elétrica é composta de fontes renováveis endash; a maioria proveniente de hidrelétricas, mas parte importante e crescente de eólica e solar. Esses números de comparação das emissões se referem ao ciclo completo de vida do etanol: desde a produção até utilização pelo consumidorerdquo;. O cálculo considera, ainda, a absorção de CO2 no processo de crescimento da cana-de-açúcar, um dos insumos usados para a produção desse biocombustível. A expectativa de crescimento da produção de etanol a partir da cana-de-açúcar no Brasil é de 4,5% para a safra 2023/2024, com volume total de 27,7 bilhões de litros. Na safra anterior, de 2022/23, foram produzidos 26,5 bilhões de litros. Já em relação à produção de etanol de milho, o avanço será de 37,2%, o que deve resultar em 6,1 bilhões de litros endash; antes os 4,4 bilhões de litros da safra 2022/23. Os números são da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Considerando ambas as produções, a estimativa é que o país produza quase 34 bilhões de litros, um crescimento robusto de 9%. eldquo;Esses resultados colocam o Brasil entre os maiores produtores de etanol, contando com tecnologia e conhecimento suficientes para auxiliar o mundo na transição energéticaerdquo;, destaca Assumpção. Ainda sobre a comparação com os carros elétricos, o executivo observa que eles exigem alto investimento na infraestrutura de carregamento, que fica ainda maior em países como o Brasil de dimensão continental. eldquo;Os próprios consumidores brasileiros apontam como um problema a falta de estações de carregamento para a bateria, conforme demonstrou estudo da EYerdquo;, diz Assumpção, referindo-se ao Mobility Consumer Index, que entrevistou 1.001 pessoas na amostra brasileira. O preço alto desses veículos foi apontado como impeditivo para sua aquisição. Investimentos anunciados No ano passado, os países que fazem parte da Organização da Aviação Civil Internacional se comprometeram a zerar as emissões líquidas de carbono até 2050. O etanol pode contribuir para descarbonizar esse setor, que também está atrás de soluções viáveis de transição energética. Esse biocombustível viabiliza a produção do SAF (Combustível Sustentável de Aviação), cuja viabilidade comercial não pode ser obtida apenas a partir de óleos de origem orgânica, como o de cozinha. A produção em escala do etanol traz facilidade para que parte dela possa ser direcionada para o SAF. O governo federal, no início de setembro, enviou ao Congresso Nacional o projeto de lei chamado de Combustível do Futuro, com o objetivo de viabilizar investimentos de Re#65284; 250 bilhões para a descarbonização do setor de transportes. Entre as medidas contempladas está a criação do programa nacional de SAF. eldquo;Os EUA lideram hoje essa agenda também por causa da regulação. O Inflation Reduction Act, um plano ambicioso de USe#65284; 500 bilhões anunciado recentemente, é o maior investimento já realizado pelo país para endereçar as questões das mudanças climáticas, com destaque para energia e biocombustíveis, contemplando assim o SAFerdquo;, diz Assumpção. eldquo;O Brasil anunciou recentemente o Novo PAC, com investimento total previsto de Re#65284; 26,1 bilhões na produção de combustíveis renováveis e em projetos de captura e armazenamento de carbono, além de estudos para a implantação de projetos do hidrogênio verde e a conversão de refinarias de petróleo em biorrefinariaserdquo;, completa. H2V Até 2025, segundo a Agência Internacional para as Energias Renováveis (IRENA, na sigla em inglês), pelo menos 6% da energia consumida no planeta estará ligada ao hidrogênio verde (H2V). eldquo;O Brasil também tem potencial para liderar essa agenda, com uma diferença em relação ao etanol: não temos ainda a infraestrutura para isso, mas, por meio de boas regulações, que deem segurança jurídica para que as empresas realizem os investimentos necessários, podemos criá-laerdquo;, diz Assumpção. O hidrogênio verde, que pode ser transformado em combustível ou eletricidade, apresenta três vezes mais energia do que a gasolina e, ao contrário dela, é uma fonte limpa que não gera poluentes. A indústria de cimento, que responde sozinha por 7% das emissões de dióxido de carbono geradas pela atividade humana no mundo, deve ser transformada pelo H2V, que tem essa capacidade de reduzir as emissões de forma significativa de indústrias altamente poluentes. (Agência EY)

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Inflação em alta e choque de juros, o cenário encontrado por Galípolo no BC

O economista Gabriel Galípolo assumiu ontem a presidência do Banco Central tendo pela frente um dos quadros mais desafiadores para a política monetária desde o estabelecimento do regime de metas de inflação no Brasil, em 1999. Se, por um lado, a transição no banco transcorreu com poucos sobressaltos, por outro a inflação está acima do teto da meta, as expectativas do mercado financeiro continuam eldquo;desancoradaserdquo; (ou seja, longe do alvo oficial) e as incertezas sobre a sustentabilidade da dívida pública vêm promovendo uma forte alta do dólar que ainda não foi totalmente repassada para os índices de preços. Mesmo que o BC tenha subido os juros nas três últimas reuniões e indicado duas novas altas para o início deste ano endash; o que levaria a Selic de 10,5%, em setembro de 2024, para 14,25% em março endash;, os indicadores financeiros do País continuam se deteriorando. A explicação passa pelo temor do que os economistas chamam de eldquo;dominância fiscalerdquo;, quando a política monetária começa a perder eficácia, sem que a alta dos juros consiga conter a piora do dólar e da inflação. Disparada Em menos de dois anos do governo Lula, dívida bruta foi de 71,3% para 77,7% do PIB Segundo o economista-chefe para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, o desafio de Galípolo é claro, porém se transformou em uma missão eldquo;quase impossívelerdquo; sem a ajuda da política fiscal (controle de gastos). Isso porque o uso do único instrumento eficaz para o BC combater a inflação endash; a alta dos juros endash; terá um forte impacto sobre a dívida bruta do governo, o que irá agravar a percepção de risco sobre as contas públicas. eldquo;Os desafios são claros, mas complexos. O desafio é cumprir o mandato do Banco Central de alinhar a inflação com a meta. Mas, neste contexto de elevado prêmio de risco e um governo que teima em não ajustar o fiscal, fica quase missão impossível para o BCerdquo;, disse ele. A diferença entre o momento atual e outros períodos é a dívida está extremamente elevada. Para efeito de comparação, a ex-presidente Dilma Rousseff tomou posse em janeiro de 2011 com a dívida bruta em 52,2% do PIB. Deixou o cargo com o indicador em 66,6%, um aumento de 14,4 pontos porcentuais em cinco anos e meio. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu com a dívida em 71,3%; hoje, está em 77,7% endash; um aumento de 6,4 pontos em menos de dois anos de mandato. Se o déficit primário (sem incluir gastos com juros) do setor público foi de R$ 192,8 bilhões em 12 meses até novembro, o déficit nominal (que inclui as despesas com juros) chegou a R$ 1,1 trilhão. Ou seja, combater a inflação apenas com política de juros endash; sem que o governo reduza despesas endash; tem tido um forte efeito colateral sobre as contas públicas. ebull;

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