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Petróleo encerra sessão em queda após dados de estoques nos EUA

O petróleo apagou os ganhos do começo da sessão e fechou o dia em queda, pressionado pelo salto dos estoques de gasolina e produtos destilados nos Estados Unidos na semana passada. O aumento nos produtos derivados sinalizou demanda enfraquecida na maior economia do mundo, deixando em segundo plano a queda maior que o esperado dos estoques de petróleo cru no país. O barril do petróleo WTI - referência americana - com entrega prevista para fevereiro recuou 0,70%, a US$ 72,19. Já o Brent - referência global - com entrega para março teve baixa de 0,84%,a US$ 77,59 por barril. De acordo com dados do Departamento de Energia dos Estados Unidos, os estoques de petróleo caíram 5,503 milhões de barris na semana encerrada em 29 de dezembro, superando a queda prevista de 2,7 milhões de barris. O dado, porém, foi ofuscado pelo salto de mais de 10 milhões de barris tanto dos estoques de gasolina quanto de produtos destilados, ante a projeção de alta de apenas 400 mil barris para ambos os casos. "Acho que esses grandes acúmulos de gasolina e destilados estão tendo precedência. A demanda por combustível está mais uma vez estagnada e isso está pressionando os futuros do petróleo", afirma Dennis Kissler, vice-presidente sênior da BOK Financial. O analista ainda destaca que o aumento dos estoques de produtos derivados do petróleo nos Estados Unidos é algo incomum para o período entre o fim de um ano e o começo de outro. eldquo;Normalmente, começamos a ter alguma demanda de inverno em janeiro, mas ela ainda não apareceu. Ainda estamos vendo um ciclo de temperatura bem acima do normal neste inverno, e isso também está prejudicando o preço do petróleoerdquo;, comenta Kissler. O recuo de hoje vem também após a commodity subir mais de 3% na véspera, na esteira do agravamento das tensões no Oriente Médio, após explosões matarem mais de 100 civis no Irã. Hoje, o Estado Islâmico (ISIS, na sigla em inglês) assumiu a autoria dos ataques.

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Gasolina em postos sem bandeira custou até R$ 0,28 menos por litro, aponta ANP

A alta da gasolina em 2023 foi menos sentida pelos brasileiros que abastecem em postos de bandeira branca (aqueles que não são atrelados a uma distribuidora específica). Já o etanol, cujo valor caiu ao longo do ano, teve queda mais acentuada na rede de varejistas sem vínculo com marcas. Os dados são de uma pesquisa da ANP (Agência Nacional de Petróleo) nas bombas realizada na última semana de 2023 (24 a 30 de dezembro). A comparação foi feita em relação ao período entre 25 e 31 de dezembro de 2022. Divulgado na última terça (2), o levantamento mostra que os combustíveis seguem mais baratos nas revendas de bandeira branca. No caso da gasolina, a diferença média é de R$ 0,19 no litro da comum e de R$ 0,28 no litro da aditivada. A retomada da cobrança de impostos federais (PIS e Cofins) a partir de junho, associada às variações da cotação do petróleo no mercado internacional, impactou o valor da gasolina em 2023. Nos postos de bandeira, que ostentam marcas como Shell (Raízen), BR (Vibra) e Ipiranga, a alta média foi de 13,6% no litro da comum, que passou de R$ 5 para R$ 5,68. Nos de bandeira branca, o aumento foi de 12,5% (de 4,88 para R$ 5,49). O mesmo se deu com a gasolina aditivada, que variou de R$ 5,21 para R$ 5,88 nas revendas com bandeira (alta de 12,8%), e de R$ R$ 5 para R$ 5,60 nas demais (12%). Os postos de bandeira branca conseguem repassar ganhos de competitividade aos preços cobrados do consumidor final. Como não têm exclusividade com grandes distribuidoras, conseguem se livrar de custos contratuais. Além disso, podem comprar de quaisquer fornecedores e negociar melhores condições. O preço do etanol caiu sobretudo devido aos resultados da safra de cana-de-açúcar. A redução foi de R$ 4,07 para R$ 3,78 nos postos com marca (-7,1%); e de R$ 3,93 para R$ 3,63 (-7,6%) nos sem marca. Caminhões Com o diesel comum, que abastece preferencialmente caminhões, as quedas foram de 6,1% nas redes de marca ante 5,99% (sem marca). Embora a queda tenha sido maior nas redes de marca, continua sendo mais vantajoso encher o tanque com o combustível nos postos de bandeira branca. Segundo a ANP, eles cobram, em média, R$ 5,80, ante R$ 5,96 nos concorrentes ligados a grandes companhias. Diferentemente da gasolina, o preço médio do diesel caiu em 2023. O principal motivo é que o produto continuou livre de impostos federais.

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Produção de etanol de milho caminha a passos largos no Brasil, estima Argus

Pesquisa realizada pela Argus, empresa especializada na produção de relatórios e análises de preços, constatou que 15 novas unidades de etanol a partir de outras matérias-primas que não a cana-de-açúcar foram anunciadas ao longo de 2023 e mais podem estar no caminho. Segundo a Argus, um consenso entre participantes do mercado é que o etanol de milho está a passos largos de abocanhar porções cada vez maiores do mercado doméstico do biocombustível, via projetos greenfield e brownfield. Na safra 2022/23, a produção brasileira de etanol foi estimada pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) em 31,1 milhões de m³, dos quais 4,43 milhões de m³ partindo do milho, correspondendo a 14% do total. O setor de etanol de milho espera produzir 10 milhões de m³ até a safra 2030/31, abarcando mais de 20% do mercado brasileiro de combustíveis, segundo dados da União Nacional de Etanol de Milho (Unem), citados pela Argus. O especialista no mercado de etanol da Argus, Vinicius Damazio, disse em nota que eldquo;o Brasil tradicionalmente apostou na cana-de-açúcar como matéria-prima principal para o processamento de etanol, mas o interesse crescente de antigos e novos investidores deve elevar a participação de mercado do biocombustível fabricado a partir do milhoerdquo;. Segundo ele, eldquo;anúncios de novas usinas de etanol estão surgindo por todo o território nacional. As usinas em si não são novidade, dada a rica história do País na produção de biocombustíveis endash; especialmente etanol a partir da cana. O que chama a atenção é que a matéria-prima que essas fábricas processarão é o milhoerdquo;. Naturalmente, ponderou a Argus, alguns projetos são mais ambiciosos que outros. Um fator chave que levou algumas empresas a avançarem na produção do biocombustível a partir de milho e outros cereais foi a disponibilidade ampla sob um custo baixo, com a safrinha (segunda safra de milho) possibilitando abastecimento para o ano inteiro. Além disso, destacou a Argus, analistas de bancos de investimento afirmam que usinas de etanol endash; seja qual for a matéria-prima endash; são intensivas em capital, mas o Prazo de Retorno do Investimento (ROI, na sigla em inglês) em projetos de milho é mais rápido em comparação com a cana. Alguns especialistas acreditam que o avanço do etanol de milho pode inclusive mudar a dinâmica de trading durante a entressafra, observou a Argus. Isso porque usineiros mais capitalizados costumam adotar uma estratégia de eldquo;carryerdquo;, que envolve a formação de estoques para se beneficiar de preços mais atraentes quando seus concorrentes encerraram a moagem de cana, ou seja, quando há menos produto disponível no mercado. A cana-de-açúcar tem um período de cultivo limitado e não pode ser armazenada, pois começa a fermentar assim que cortada, enquanto as plantas de milho podem produzir o ano todo. (Estadão Conteúdo)

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Nova unidade industrial vai ofertar 266 milhões de litros de etanol

Está em operação desde segunda-feira, 1ª de janeiro de 2024, a mais nova indústria de etanol, farelos e óleo de milho do Brasil, localizada no município de Maracaju (MS). Com isso, o país passa a contar com 22 unidades industriais de etanol de cereais, sendo dez delas com dedicação exclusiva (full). A nova unidade possui capacidade de ofertar ao mercado 266 milhões de litros de etanol, 161 mil toneladas de DDGS, 10 mil toneladas de óleos e de comercializar 51 GWh. Atualmente, o etanol de milho e cereais já representa mais de 20% da produção nacional do biocombustível, se consolidando como fonte indispensável no processo de transição energética do Brasil. Para a União Nacional de Etanol de Milho (Unem), entidade que representa mais de 90% da capacidade instalada no país, a cada início operacional de novas unidades, o Brasil solidifica sua vocação para produção de bioenergia a partir de matrizes renováveis e de baixa emissão de gases de efeito estufa. O presidente-executivo da Unem, Guilherme Nolasco, defende políticas e iniciativas que fomentem cadeias produtivas sustentáveis. eldquo;Nos últimos anos, o Brasil se posicionou fortemente em defesa dos biocombustíveis renováveis em substituição às matrizes fósseis. Com isso, o país atrai investidores que buscam novos modelos econômicos com foco na conservação da biodiversidade e no desenvolvimento das pessoas, garantindo a geração de riquezas para todos. O setor de etanol de cereais atua justamente no fortalecimento de um círculo virtuoso de desenvolvimento, com estímulo a diferentes cadeias produtivas, do campo até a cidadeerdquo;. A nova unidade da Neomille, em Maracaju (MS), inicia a produção após 18 meses de obra, dentro da previsão inicial do projeto. Foram cerca de 4500 profissionais envolvidos durante a fase de construção. Com a conclusão, a expectativa é criar cerca de 200 empregos diretos e 600 indiretos, contribuindo significativamente para a economia regional. A Cerradinho Bioenergia, detentora da empresa, investiu R$ 1,080 bilhão na construção de sua nova planta de etanol, com tecnologia de última geração, materializando mais uma etapa de seu plano de diversificação e expansão do negócio. Renato Pretti, diretor executivo do Negócio Milho, esteve à frente da implantação da nova fábrica e enfatizou a dedicação da equipe do projeto, que não mediu esforços em colocar eldquo;em péerdquo; tudo o que foi planejado. eldquo;Foram muitos desafios vencidos por uma equipe de excelência que nos dá muito orgulhoerdquo;. Destacou também a colaboração e agilidade nas relações com o Governo do Mato Grosso do Sul, desde o início do empreendimento, em especial a eficiência do processo de licenciamento, que permitiu que a empresa finalizasse as construções dentro do prazo planejado para iniciar suas operações. eldquo;Agora, estamos prontos e liberados para funcionar com força total, além de ansiosos para alcançar todo o potencial da nova fábrica da Neomilleerdquo;, completa Pretti. (UNEM, com informações da Assessoria da CerradinhoBio)

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Comissão aprova proposta que proíbe abastecimento após disparo de trava de segurança

A Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados aprovou proposta que proíbe a continuidade do abastecimento de veículos após o acionamento da trava de segurança instalada nas bombas dos postos de combustível. Segundo o texto, o descumprimento da medida sujeita o infrator à sanção prevista para quem desrespeita normas de segurança do comércio de combustíveis: multa de R$ 20 mil a R$ 1 milhão. A proposta também obriga os postos revendedores de combustível a instalarem cartazes ou placas informando sobre a proibição. Foi aprovado o substitutivo do relator, deputado Luiz Lima (PL-RJ), aos projetos de lei 7817/17, do deputado Lincoln Portela (PL-MG), e 8282/17, apensado. Segundo o autor, o abastecimento dos tanques além dos limites da trava de segurança encharca os filtros instalados nos tanques dos veículos, que deixam de absorver os gases tóxicos, resultando em poluição atmosférica, prejuízo à saúde da população em geral e, especialmente, dos frentistas, além de elevar consideravelmente o risco de explosões. eldquo;As proposições, do ponto de vista da saúde pública, se complementam, pois a principal [7817/17] determina expressamente a aplicação da multa estabelecida para os casos de descumprimento de normas de segurança, enquanto a apensada preconiza a divulgação da vedação em placas e cartazes nos postos de combustíveiserdquo;, diz o relator. Ainda de acordo com a proposta, eldquo;os postos revendedores de combustíveis instalarão, em locais visíveis e com fontes legíveis de qualquer local de abastecimento, cartazes ou placas informando sobre o disposto no projeto de leierdquo;. Na prática, mesmo se o cliente quiser continuar abastecendo o veículo após o disparo da trava de segurança, o posto será responsabilizado pela prática. Tramitação O projeto será ainda analisado, em caráter conclusivo, pelas comissões de Desenvolvimento Econômico; de Indústria, Comércio e Serviços; e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Depois disso, seguirá para análise do Senado.

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Etanol: Moagem deve ser alta em 2024, mas preço deve atrair produção de açúcar

Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), diferentes consultorias nacionais estimam que a região Centro-Sul do Brasil pode moer mais de 600 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na temporada 2024/25 (que inicia-se oficialmente em abril/2024). Com isso, as usinas devem destinar maior quantidade de cana para a produção de açúcar. Essa prospecção se baseia nos preços relativos do adoçante e do etanol endash; os cálculos do centro mostram que, em alguns momentos de 2023, o açúcar negociado no spot do estado de São Paulo chegou a remunerar 100% mais que o etanol. Os pesquisadores do Cepea reforçam que, todas as dificuldades pelas quais o setor sucroenegético brasileiro vêm passando, especialmente no que diz respeito à baixa remuneração do etanol, não têm impedido iniciativas dos agentes produtivos a desenvolverem projetos e/ou implementá-los para assegurar a viabilidade de permanecer produzindo biocombustíveis. Do governo, o setor espera alguma sinalização visando assegurar um aumento de demanda de biocombustíveis e a viabilidade de permanência da produção de etanol endash; uma possibilidade factível seria passar para 30% o uso do biocombustível na mistura com gasolina A, ao invés dos 27% atuais. Isso se torna importante, especialmente no momento em que a oferta de etanol de milho passa a ser representativa no mercado. Produção de açúcar na safra 2023/2024 Para o Cepea, a produção de açúcar pode aumentar na próxima safra (2024/25) na região Centro-Sul do Brasil e superar, inclusive, o recorde da atual temporada 2023/2024. Estimativas do setor indicam que a produção do adoçante pode atingir 43 milhões de toneladas em 2024/25. Segundo os pesquisadores, o maior volume deve vir do mix mais açucareiro endash; estima-se que mais de 50% da cana seja destinada à fabricação de açúcar. Alguns fatores no campo macroeconômico, como petróleo mais barato e dólar menos estável, podem contribuir para uma safra mais açucareira, à medida que tendem a reduzir os valores da gasolina nos postos e diminuir a competitividade do etanol frente ao combustível fóssil.

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