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A carga tributária baixou em 2023 e isso é mais problema do que solução

A carga tributária federal baixou em 2023, primeiro ano de Lula 3. Ainda não há números bons para os estados depois de outubro de 2023, mas a não ser em caso de exorbitância extrema do Sobrenatural de Almeida, a carga estadual também terá diminuído em 2023. A fim de tentar desanimar quem venha com "argumentos de twitter", "zap" e "opiniões", recorde-se que "carga tributária" é apenas uma proporção, uma fração: o total de dinheiros recolhidos pelos governos por meio de tributos e similares dividido pelo valor do PIB. Se a carga tributária baixou em certo ano não quer dizer, necessariamente, quase nunca, que alíquotas de impostos diminuíram. É possível que, devido ao ritmo da economia em tal ou qual setor, menos tributos tenham sido recolhidos. No caso federal de 2023, foi o que aconteceu. Na maior parte, o governo arrecadou menos porque receitas relativas ao setor de commodities (petróleo, ferro, no caso) diminuíram, assim como aquelas com concessões à iniciativa privada. Dado ainda que o PIB cresceu relativamente bem, a carga baixou. Não foi obra de Lula 3, até porque um governo pode fazer pouco para fazer a economia andar mais rápido ou aumentar a receita de impostos em seu primeiro ano de mandato. A receita total do governo federal foi de 21,6% do PIB em 2023. Em 2022, de 23%. Descontado o que a União tem de repartir com estados e municípios, a queda foi de 18,4% do PIB para 17,5% do PIB, na receita líquida, um desastre. Dado ainda o aumento brutal de gastos, o déficit público foi ruim. Note-se ainda que este não é o cálculo oficial da carga tributária, conta que será publicada daqui a alguns meses pela Receita Federal, com diferenças ligeiras de método. E daí? Meio que nada. Primeiro, no período de um par de anos, a carga tem variações significativas. Mas a carga total (governo central mais estados e municípios) tem flutuado faz 20 anos em torno de 32,4% do PIB (a federal, em torno de 22,1%, a bruta, sem repasses a estados e municípios). No saldo de duas décadas, a receita de governos cresce tanto quanto o PIB. O último período de grande aumento de carga federal ocorreu sob FHC emdash;5 pontos percentuais do PIB. O governo deixou de contar com ganhos da inflação, a Constituição elevou a despesa social, o gasto da Previdência acelerou e era preciso ter superávit primário (receita maior do que despesa, afora a de juros). Sem aumentar a carga de modo forçado, o corte de despesa deveria ser brutal, mas inviável. As contas estourariam e iríamos a uma breca pior do que a de 1999. Um quarto de século depois, a nossa situação não é lá muito diferente, mas a carga tributária é maior (a receita federal bruta era de 16,7% do PIB em 1997). O gasto social cresce. O investimento cai a quase nada. O governo toma emprestado para gasto corrente. É disfuncional e insustentável. Resumo desta ópera: a conversa sobre redução da carga tributária é fiada, ingênua ou um plano de quem quer mais que dizimar o gasto com Previdência, benefícios sociais e servidores. Essas despesas em particular são um problema, sim. Mas em um país que tem déficit primário grande e que precisa aumentar o investimento público, essa solução seria viável apenas com tiro, pancada e bomba, autoritária e violenta. Pela aritmética, uma solução seria possível se o PIB viesse a crescer rápido, por muitos anos, além de 4% ao ano, e a velocidade do aumento de despesa e receita fosse reduzida. Isso depois que se chegasse a um equilíbrio nas contas primárias ("déficit zero"), com inflação contida e juros bem mais baixos. Quem tiver essa receita, cartas para a Redação. Afora isso, mesmo com despesa mais contida (pelo frouxo arcabouço fiscal) e que o PIB venha a crescer bem (hoje em dia, mais que 2,5% ao ano por muitos anos), não há hipótese de redução de carga, em termos financeiros, sociais e politicamente razoáveis. Será necessário aliás aumento de carga (cobrar mais imposto de ricos, em vez de tomar emprestado deles), racionalização de despesas e reformas previdenciárias, em especial em estados e municípios. Se tudo der certo, é programa para uma década.

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A carga tributária baixou em 2023 e isso é mais problema do que solução

A carga tributária federal baixou em 2023, primeiro ano de Lula 3. Ainda não há números bons para os estados depois de outubro de 2023, mas a não ser em caso de exorbitância extrema do Sobrenatural de Almeida, a carga estadual também terá diminuído em 2023. A fim de tentar desanimar quem venha com "argumentos de twitter", "zap" e "opiniões", recorde-se que "carga tributária" é apenas uma proporção, uma fração: o total de dinheiros recolhidos pelos governos por meio de tributos e similares dividido pelo valor do PIB. Se a carga tributária baixou em certo ano não quer dizer, necessariamente, quase nunca, que alíquotas de impostos diminuíram. É possível que, devido ao ritmo da economia em tal ou qual setor, menos tributos tenham sido recolhidos. No caso federal de 2023, foi o que aconteceu. Na maior parte, o governo arrecadou menos porque receitas relativas ao setor de commodities (petróleo, ferro, no caso) diminuíram, assim como aquelas com concessões à iniciativa privada. Dado ainda que o PIB cresceu relativamente bem, a carga baixou. Não foi obra de Lula 3, até porque um governo pode fazer pouco para fazer a economia andar mais rápido ou aumentar a receita de impostos em seu primeiro ano de mandato. A receita total do governo federal foi de 21,6% do PIB em 2023. Em 2022, de 23%. Descontado o que a União tem de repartir com estados e municípios, a queda foi de 18,4% do PIB para 17,5% do PIB, na receita líquida, um desastre. Dado ainda o aumento brutal de gastos, o déficit público foi ruim. Note-se ainda que este não é o cálculo oficial da carga tributária, conta que será publicada daqui a alguns meses pela Receita Federal, com diferenças ligeiras de método. E daí? Meio que nada. Primeiro, no período de um par de anos, a carga tem variações significativas. Mas a carga total (governo central mais estados e municípios) tem flutuado faz 20 anos em torno de 32,4% do PIB (a federal, em torno de 22,1%, a bruta, sem repasses a estados e municípios). No saldo de duas décadas, a receita de governos cresce tanto quanto o PIB. O último período de grande aumento de carga federal ocorreu sob FHC emdash;5 pontos percentuais do PIB. O governo deixou de contar com ganhos da inflação, a Constituição elevou a despesa social, o gasto da Previdência acelerou e era preciso ter superávit primário (receita maior do que despesa, afora a de juros). Sem aumentar a carga de modo forçado, o corte de despesa deveria ser brutal, mas inviável. As contas estourariam e iríamos a uma breca pior do que a de 1999. Um quarto de século depois, a nossa situação não é lá muito diferente, mas a carga tributária é maior (a receita federal bruta era de 16,7% do PIB em 1997). O gasto social cresce. O investimento cai a quase nada. O governo toma emprestado para gasto corrente. É disfuncional e insustentável. Resumo desta ópera: a conversa sobre redução da carga tributária é fiada, ingênua ou um plano de quem quer mais que dizimar o gasto com Previdência, benefícios sociais e servidores. Essas despesas em particular são um problema, sim. Mas em um país que tem déficit primário grande e que precisa aumentar o investimento público, essa solução seria viável apenas com tiro, pancada e bomba, autoritária e violenta. Pela aritmética, uma solução seria possível se o PIB viesse a crescer rápido, por muitos anos, além de 4% ao ano, e a velocidade do aumento de despesa e receita fosse reduzida. Isso depois que se chegasse a um equilíbrio nas contas primárias ("déficit zero"), com inflação contida e juros bem mais baixos. Quem tiver essa receita, cartas para a Redação. Afora isso, mesmo com despesa mais contida (pelo frouxo arcabouço fiscal) e que o PIB venha a crescer bem (hoje em dia, mais que 2,5% ao ano por muitos anos), não há hipótese de redução de carga, em termos financeiros, sociais e politicamente razoáveis. Será necessário aliás aumento de carga (cobrar mais imposto de ricos, em vez de tomar emprestado deles), racionalização de despesas e reformas previdenciárias, em especial em estados e municípios. Se tudo der certo, é programa para uma década.

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Ibama prevê impacto ambiental em nível máximo em exploração de petróleo na Foz do Amazonas

O grau de impacto ambiental do projeto de exploração de petróleo na bacia Foz do Amazonas, a cargo da Petrobras, atingiu escala máxima, com alta magnitude do impacto negativo, influência em biodiversidade formada por espécies ameaçadas de extinção e comprometimento de áreas ainda desconhecidas. O cálculo foi feito pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e é descrito em detalhes em documentos obtidos pela Folha. Parte dos relatórios foi acessada por meio da Lei de Acesso à Informação. A perfuração do chamado bloco 59, planejada pela Petrobras e pelo governo Lula (PT) para 2024, teve um grau de impacto ambiental calculado em 0,5%. A escala varia de 0 a 0,5%, conforme a legislação vigente emdash;o índice, portanto, atingiu o máximo possível. Os principais componentes do indicador emdash;magnitude dos impactos, biodiversidade, persistência dos impactos e comprometimento de área prioritáriaemdash; também foram definidos em seus valores máximos, o que levou ao índice de 0,5%. A Petrobras não respondeu aos questionamentos da reportagem. Uma tentativa anterior de exploração de petróleo na bacia Foz do Amazonas, abandonada pela Petrobras após acidente no local do poço, também continha uma magnitude máxima nos potenciais impactos ambientais. O índice final, porém, foi inferior ao do projeto atual: 0,28%. O bloco era o FZA-4, que fica a uma distância de 110 km a 126 km da costa. A cidade mais próxima é Oiapoque (AP). O bloco 59 está bem próximo, distante de 160 km a 179 km da costa, também na direção da cidade ao extremo norte do Amapá. O grau de impacto é calculado pelo Ibama para definição do valor a ser pago como compensação ambiental, em caso de empreendimentos de grande porte como a perfuração de um poço de petróleo. A legislação determina que uma compensação deve ser feita, com repasses de recursos a unidades de conservação federais, por exemplo. O primeiro projeto de perfuração na Foz do Amazonas, que acabou frustrado, deveria resultar no pagamento de uma compensação ambiental calculada em R$ 140 mil, dinheiro a ser revertido ao Parque Nacional do Cabo Orange, uma importante e delicada área de conservação de mangues e campos inundáveis, na região de Oiapoque. O valor foi definido a partir da multiplicação do grau de impacto emdash;0,28%emdash; e do montante a ser gasto no empreendimento, R$ 50 milhões. Reportagem publicada pela Folha em 10 de dezembro de 2023 revelou que a Petrobras protelava, até aquele momento, o pagamento da compensação ambiental, num processo que se arrastava há nove anos. Apesar do acidente ocorrido e do abandono do projeto, há a obrigação de depósito do dinheiro, para revisão do plano de manejo do Cabo Orange. O valor foi atualizado para R$ 282 mil. A compensação ambiental pela perfuração no bloco 59, obrigatória por lei, tem um valor bem superior. O Ibama definiu que esse valor é de R$ 4,3 milhões. Para chegar ao montante, o órgão ambiental levou em conta o grau de impacto calculado endash;0,5%endash; e o valor de referência do empreendimento endash;R$ 859,6 milhõesendash; informado pela Petrobras. Os pareceres do Ibama que definiram o tamanho do impacto ambiental da perfuração no bloco e o valor da compensação ambiental foram elaborados em abril de 2022. Em maio de 2023, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, acompanhou um parecer técnico do órgão e negou a concessão de licença para perfuração do poço. A Petrobras recorre contra a decisão e, em discurso alinhado ao do governo Lula, planeja prospectar petróleo nesse ponto da costa amazônica ainda em 2024. O presidente brasileiro já negou uma proposta, feita pelo presidente da Colômbia, Gustavo Petro, de abandono de novos projetos de exploração de petróleo na Amazônia, que abrange oito países integrantes de um tratado de cooperação. A postura de Lula, a favor de novos empreendimentos de combustível fóssil, contradiz metas e planos do governo de mitigação de gases de efeito estufa. Segundo o Ibama, a perfuração de poço na Foz do Amazonas tem 18 impactos negativos, dos quais 4 com alta magnitude, como alteração de comportamento de mamíferos aquáticos e tartarugas e alteração na qualidade de sedimentos em razão do descarte de cascalho. "Na área de estudo, ocorrem cinco espécies de tartarugas-marinhas, diversas espécies de aves e de espécies de mamíferos marinhos ameaçados de extinção a nível nacional e/ou global", cita o parecer que resultou no grau de impacto de 0,5%. Ainda conforme a área técnica do Ibama, impactos como introdução de espécies exóticas e contribuição para o efeito estufa com a emissão de gases se caracterizam como "negativos e irreversíveis, cujo efeito se estenderá por mais de 30 anos". Assim, o chamado índice temporalidade teve valor máximo, 4, numa escala de 0 a 4. O bloco a ser explorado está em uma área prioritária, denominada cone amazônico recortado, com uma importância "insuficientemente conhecida", segundo o parecer. O índice de comprometimento de área prioritária foi calculado, então, em 3, também valor máximo na escala de 0 a 3. No caso do projeto anterior de perfuração, no bloco FZA-4, o Ibama apontou em documento de 2011 a existência de 21 impactos negativos. "Oito se referem a impactos potenciais relacionados a eventos acidentais com derramamento de óleo, diesel e produtos químicos que podem chegar a ter consequências desastrosas, com danos severos em vários habitats sensíveis, no caso de eventuais derramamentos de grandes proporções em que o óleo atinja a costa", cita o parecer. Um acidente ocorreu em dezembro de 2011, durante atividade de perfuração no bloco, como consta em documentos do Ibama e do MPF (Ministério Público Federal) no Amapá. O episódio levou a Petrobras a abandonar o poço perfurado "depois que as fortes correntes da região causaram um acidente que culminou com perda de posição da sonda SS-52", apontou um parecer do Ibama. Um equipamento só pôde ser recolhido quatro dias depois, "devido às fortes correntezas que impediram o trabalho da equipe". "De acordo com a Petrobras, o acidente provocou um pequeno vazamento de óleo hidráulico." O projeto foi abandonado de vez em 2016. O impacto da perfuração no bloco 59 Grau de impacto ambiental: 0,5% (valor máximo na escala, que vai de 0 a 0,5%) > É calculado para definir o valor da compensação ambiental Índice de magnitude: 3 (valor máximo na escala, que oscila de 0 a 3) > É um dos componentes do grau de impacto; mede a magnitude do impacto negativo Índice de biodiversidade: 3 (valor máximo na escala, também de 0 a 3) > É outros dos componentes do grau de impacto; mede a biodiversidade antes do empreendimento Índice de comprometimento de área prioritária: 3 (valor máximo na escala, de 0 a 3) > Também compõe o grau de impacto; aponta a importância biológica de área impactada Valor da compensação ambiental: R$ 4.298.172,79 O impacto da perfuração no bloco FZA-4 Grau de impacto ambiental: 0,28% Índice de magnitude: 3 Índice de biodiversidade: 3 Índice de comprometimento de área prioritária: 2 (Ibama, ICMBio e decreto nº 6.848, de 2009)

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Ibama prevê impacto ambiental em nível máximo em exploração de petróleo na Foz do Amazonas

O grau de impacto ambiental do projeto de exploração de petróleo na bacia Foz do Amazonas, a cargo da Petrobras, atingiu escala máxima, com alta magnitude do impacto negativo, influência em biodiversidade formada por espécies ameaçadas de extinção e comprometimento de áreas ainda desconhecidas. O cálculo foi feito pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e é descrito em detalhes em documentos obtidos pela Folha. Parte dos relatórios foi acessada por meio da Lei de Acesso à Informação. A perfuração do chamado bloco 59, planejada pela Petrobras e pelo governo Lula (PT) para 2024, teve um grau de impacto ambiental calculado em 0,5%. A escala varia de 0 a 0,5%, conforme a legislação vigente emdash;o índice, portanto, atingiu o máximo possível. Os principais componentes do indicador emdash;magnitude dos impactos, biodiversidade, persistência dos impactos e comprometimento de área prioritáriaemdash; também foram definidos em seus valores máximos, o que levou ao índice de 0,5%. A Petrobras não respondeu aos questionamentos da reportagem. Uma tentativa anterior de exploração de petróleo na bacia Foz do Amazonas, abandonada pela Petrobras após acidente no local do poço, também continha uma magnitude máxima nos potenciais impactos ambientais. O índice final, porém, foi inferior ao do projeto atual: 0,28%. O bloco era o FZA-4, que fica a uma distância de 110 km a 126 km da costa. A cidade mais próxima é Oiapoque (AP). O bloco 59 está bem próximo, distante de 160 km a 179 km da costa, também na direção da cidade ao extremo norte do Amapá. O grau de impacto é calculado pelo Ibama para definição do valor a ser pago como compensação ambiental, em caso de empreendimentos de grande porte como a perfuração de um poço de petróleo. A legislação determina que uma compensação deve ser feita, com repasses de recursos a unidades de conservação federais, por exemplo. O primeiro projeto de perfuração na Foz do Amazonas, que acabou frustrado, deveria resultar no pagamento de uma compensação ambiental calculada em R$ 140 mil, dinheiro a ser revertido ao Parque Nacional do Cabo Orange, uma importante e delicada área de conservação de mangues e campos inundáveis, na região de Oiapoque. O valor foi definido a partir da multiplicação do grau de impacto emdash;0,28%emdash; e do montante a ser gasto no empreendimento, R$ 50 milhões. Reportagem publicada pela Folha em 10 de dezembro de 2023 revelou que a Petrobras protelava, até aquele momento, o pagamento da compensação ambiental, num processo que se arrastava há nove anos. Apesar do acidente ocorrido e do abandono do projeto, há a obrigação de depósito do dinheiro, para revisão do plano de manejo do Cabo Orange. O valor foi atualizado para R$ 282 mil. A compensação ambiental pela perfuração no bloco 59, obrigatória por lei, tem um valor bem superior. O Ibama definiu que esse valor é de R$ 4,3 milhões. Para chegar ao montante, o órgão ambiental levou em conta o grau de impacto calculado endash;0,5%endash; e o valor de referência do empreendimento endash;R$ 859,6 milhõesendash; informado pela Petrobras. Os pareceres do Ibama que definiram o tamanho do impacto ambiental da perfuração no bloco e o valor da compensação ambiental foram elaborados em abril de 2022. Em maio de 2023, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, acompanhou um parecer técnico do órgão e negou a concessão de licença para perfuração do poço. A Petrobras recorre contra a decisão e, em discurso alinhado ao do governo Lula, planeja prospectar petróleo nesse ponto da costa amazônica ainda em 2024. O presidente brasileiro já negou uma proposta, feita pelo presidente da Colômbia, Gustavo Petro, de abandono de novos projetos de exploração de petróleo na Amazônia, que abrange oito países integrantes de um tratado de cooperação. A postura de Lula, a favor de novos empreendimentos de combustível fóssil, contradiz metas e planos do governo de mitigação de gases de efeito estufa. Segundo o Ibama, a perfuração de poço na Foz do Amazonas tem 18 impactos negativos, dos quais 4 com alta magnitude, como alteração de comportamento de mamíferos aquáticos e tartarugas e alteração na qualidade de sedimentos em razão do descarte de cascalho. "Na área de estudo, ocorrem cinco espécies de tartarugas-marinhas, diversas espécies de aves e de espécies de mamíferos marinhos ameaçados de extinção a nível nacional e/ou global", cita o parecer que resultou no grau de impacto de 0,5%. Ainda conforme a área técnica do Ibama, impactos como introdução de espécies exóticas e contribuição para o efeito estufa com a emissão de gases se caracterizam como "negativos e irreversíveis, cujo efeito se estenderá por mais de 30 anos". Assim, o chamado índice temporalidade teve valor máximo, 4, numa escala de 0 a 4. O bloco a ser explorado está em uma área prioritária, denominada cone amazônico recortado, com uma importância "insuficientemente conhecida", segundo o parecer. O índice de comprometimento de área prioritária foi calculado, então, em 3, também valor máximo na escala de 0 a 3. No caso do projeto anterior de perfuração, no bloco FZA-4, o Ibama apontou em documento de 2011 a existência de 21 impactos negativos. "Oito se referem a impactos potenciais relacionados a eventos acidentais com derramamento de óleo, diesel e produtos químicos que podem chegar a ter consequências desastrosas, com danos severos em vários habitats sensíveis, no caso de eventuais derramamentos de grandes proporções em que o óleo atinja a costa", cita o parecer. Um acidente ocorreu em dezembro de 2011, durante atividade de perfuração no bloco, como consta em documentos do Ibama e do MPF (Ministério Público Federal) no Amapá. O episódio levou a Petrobras a abandonar o poço perfurado "depois que as fortes correntes da região causaram um acidente que culminou com perda de posição da sonda SS-52", apontou um parecer do Ibama. Um equipamento só pôde ser recolhido quatro dias depois, "devido às fortes correntezas que impediram o trabalho da equipe". "De acordo com a Petrobras, o acidente provocou um pequeno vazamento de óleo hidráulico." O projeto foi abandonado de vez em 2016. O impacto da perfuração no bloco 59 Grau de impacto ambiental: 0,5% (valor máximo na escala, que vai de 0 a 0,5%) > É calculado para definir o valor da compensação ambiental Índice de magnitude: 3 (valor máximo na escala, que oscila de 0 a 3) > É um dos componentes do grau de impacto; mede a magnitude do impacto negativo Índice de biodiversidade: 3 (valor máximo na escala, também de 0 a 3) > É outros dos componentes do grau de impacto; mede a biodiversidade antes do empreendimento Índice de comprometimento de área prioritária: 3 (valor máximo na escala, de 0 a 3) > Também compõe o grau de impacto; aponta a importância biológica de área impactada Valor da compensação ambiental: R$ 4.298.172,79 O impacto da perfuração no bloco FZA-4 Grau de impacto ambiental: 0,28% Índice de magnitude: 3 Índice de biodiversidade: 3 Índice de comprometimento de área prioritária: 2 (Ibama, ICMBio e decreto nº 6.848, de 2009)

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Petróleo fecha em alta, de olho no aumento das tensões no Oriente Médio

O petróleo fechou em alta nesta terça-feira (30), após mais uma sessão marcada por volatilidade. Além do aumento nas tensões do Oriente Médio, investidores acompanharam também a retomada das sanções dos Estados Unidos contra a Venezuela e a interrupção do governo da Arábia Saudita da expansão na capacidade de produção da sua estatal. Entretanto, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que os preços do petróleo devem recuar neste ano. O petróleo WTI para março fechou em alta de 1,35% (US$ 1,04), a US$ 77,82 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para abril avançou 0,82% (US$ 0,67), a US$ 82,50 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). O petróleo oscilou entre ganhos e perdas durante a manhã, antes de firmar alta, conforme notícias da mídia internacional sugeriram possível aperto na oferta. Hoje, a petrolífera estatal da Arábia Saudita, conhecida como Saudi Aramco, anunciou que foi orientada pelo governo a manter sua capacidade de produção de petróleo em 12 milhões de barris por dia (bpd) e cancelar planos prévios de expandir a produção para 13 milhões de bpd. Já os Estados Unidos comunicaram a retomada de sanções contra o setor de petróleo e gás da Venezuela, após o presidente Nicolás Maduro descumprir exigências americanas ao prender membros da oposição democrática e a proibir candidatos na disputa eleitoral deste ano. Ainda, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou hoje que não irá retirar as tropas do exército israelense da Faixa de Gaza ou liberar prisioneiros palestinos, duas exigências centrais do Hamas para um novo acordo de cessar-fogo e liberação de reféns. Os comentários renovaram temores de aumento nas tensões do Oriente Médio. O Julius Baer avalia que o eldquo;impacto econômico geralerdquo; das tensões no Mar Vermelho deve permanecer eldquo;insignificanteerdquo; graças ao aumento na resiliência dos estoques, apesar do ressurgimento das preocupações com efeitos das interrupções de logística sobre os preços. O banco nota que os ataques dos Houthis se concentram em embarcações ligadas à Israel e aliados ocidentais, indicando que alguns navios ainda devem optar por circular nesta rota. eldquo;E embora mais navios com destino à Europa estejam se voltando para a rota mais longa e mais cara ao redor da África, a ampla capacidade dos estoques no Ocidente deve atenuar qualquer impacto da inflaçãoeldquo;, projeta o Julius, acrescentando que as interrupções devem ter caráter apenas temporário. Em relatório divulgado hoje, O FMI projeta que os preços de combustíveis devem cair nos próximos dois anos, mantendo o comércio global abaixo da sua média histórica. eldquo;Os preços médios do petróleo devem recuar cerca de 2,3% em 2024, enquanto os preços das commodities não combustíveis devem cair 0,9%erdquo;, previu a instituição.

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Petróleo fecha em alta, de olho no aumento das tensões no Oriente Médio

O petróleo fechou em alta nesta terça-feira (30), após mais uma sessão marcada por volatilidade. Além do aumento nas tensões do Oriente Médio, investidores acompanharam também a retomada das sanções dos Estados Unidos contra a Venezuela e a interrupção do governo da Arábia Saudita da expansão na capacidade de produção da sua estatal. Entretanto, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que os preços do petróleo devem recuar neste ano. O petróleo WTI para março fechou em alta de 1,35% (US$ 1,04), a US$ 77,82 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para abril avançou 0,82% (US$ 0,67), a US$ 82,50 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). O petróleo oscilou entre ganhos e perdas durante a manhã, antes de firmar alta, conforme notícias da mídia internacional sugeriram possível aperto na oferta. Hoje, a petrolífera estatal da Arábia Saudita, conhecida como Saudi Aramco, anunciou que foi orientada pelo governo a manter sua capacidade de produção de petróleo em 12 milhões de barris por dia (bpd) e cancelar planos prévios de expandir a produção para 13 milhões de bpd. Já os Estados Unidos comunicaram a retomada de sanções contra o setor de petróleo e gás da Venezuela, após o presidente Nicolás Maduro descumprir exigências americanas ao prender membros da oposição democrática e a proibir candidatos na disputa eleitoral deste ano. Ainda, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou hoje que não irá retirar as tropas do exército israelense da Faixa de Gaza ou liberar prisioneiros palestinos, duas exigências centrais do Hamas para um novo acordo de cessar-fogo e liberação de reféns. Os comentários renovaram temores de aumento nas tensões do Oriente Médio. O Julius Baer avalia que o eldquo;impacto econômico geralerdquo; das tensões no Mar Vermelho deve permanecer eldquo;insignificanteerdquo; graças ao aumento na resiliência dos estoques, apesar do ressurgimento das preocupações com efeitos das interrupções de logística sobre os preços. O banco nota que os ataques dos Houthis se concentram em embarcações ligadas à Israel e aliados ocidentais, indicando que alguns navios ainda devem optar por circular nesta rota. eldquo;E embora mais navios com destino à Europa estejam se voltando para a rota mais longa e mais cara ao redor da África, a ampla capacidade dos estoques no Ocidente deve atenuar qualquer impacto da inflaçãoeldquo;, projeta o Julius, acrescentando que as interrupções devem ter caráter apenas temporário. Em relatório divulgado hoje, O FMI projeta que os preços de combustíveis devem cair nos próximos dois anos, mantendo o comércio global abaixo da sua média histórica. eldquo;Os preços médios do petróleo devem recuar cerca de 2,3% em 2024, enquanto os preços das commodities não combustíveis devem cair 0,9%erdquo;, previu a instituição.

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