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Preço dos combustíveis após Reforma Tributária é incerto, dizem analistas

Entidades empresariais chegaram a manifestar temor de alta dos combustíveis com a Reforma Tributária, mas especialistas dizem que o comportamento dos preços ainda é incerto a partir das possíveis mudanças na legislação. Segundo eles, o cenário depende de definições como a do patamar das alíquotas sobre esses itens. Elas ainda não estão definidas e devem ser fixadas em uma etapa posterior da reforma, por meio de lei complementar. "A reforma foi anunciada em linhas gerais. Temos de aguardar as leis complementares que vão regular os setores, inclusive o de combustíveis", afirma a economista Carla Beni, professora de MBAs da FGV (Fundação Getulio Vargas). "Como é algo que não será feito agora, a gente não consegue projetar [os preços]", acrescenta. A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta sexta (7) a Reforma Tributária, que unifica cinco tributos sobre consumo. O texto agora segue para apreciação no Senado. A proposta prevê a fusão de PIS, Cofins e IPI (tributos federais), ICMS (estadual) e ISS (municipal) em um IVA (Imposto sobre Valor Agregado). A transição do sistema atual para o novo não é imediata, e deve ocorrer ao longo de dez anos. Caso também seja aprovado pelo Senado, o novo modelo será dual. Significa que uma parcela das alíquotas sobre bens e serviços será administrada pelo governo federal por meio da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), e a outra, do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), por estados e municípios. O setor de combustíveis e lubrificantes é um dos que terão regras específicas para recolher os novos tributos, com objetivo de manter a carga atual. O novo sistema institui alíquotas válidas para todo o território nacional, variando de acordo com cada combustível. As alíquotas devem ser cobradas em uma única fase da cadeia, com possibilidade de concessão de créditos para os contribuintes. "O preço do combustível vai estar conectado com as alíquotas. A gente teve manifestações de associações relatando aumento na tributação. É uma preocupação que tenho, mas não há certeza de como ficará esse custo, porque não temos alíquotas estabelecidas ainda", diz o advogado tributarista Pedro Schuch, sócio do escritório SW Advogados. "Muitas coisas da reforma serão definidas por lei complementar. Essa é uma delas", acrescenta.

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Petróleo fecha em alta de mais de 2% impulsionado por dólar fraco no exterior

O petróleo subiu mais de 2% nesta sexta-feira (7), impulsionado pelo enfraquecimento expressivo do dólar no exterior. Investidores monitoraram o relatório oficial de empregos dos Estados Unidos, o chamado eldquo;payrollerdquo;, que gerou um reajuste de perspectivas sobre a trajetória dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) à frente. O contrato futuro do petróleo Brent, a referência mundial, para o mês de setembro fechou em alta de 2,55%, negociado a US$ 78,41 o barril. Na semana, o Brent acumulou alta de 3,96%. Já o WTI, a referência americana, para o mesmo mês subiu 2,67%, negociado a US$ 73,77 por barril, com alta semanal de 4,13%. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Reclamação de refinarias privatizadas revela incapacidade de competir com a Petrobrás

As refinarias privadas, que produzem 20% dos combustíveis nacionais, não estão nada satisfeitas com as mudanças que vêm ocorrendo na Petrobrás, desde maio. Elas se juntaram numa Associação Brasileira de Refino Privado (Refina Brasil) para questionar a estatal no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). Querem que a empresa seja obrigada a vender petróleo a elas a preços iguais aos repassados às suas próprias refinarias, sob a alegação de concorrência prejudicial e abuso de posição dominante. O problema é que, se essas refinarias não comprarem petróleo ao preço cobrado pela Petrobrás, elas precisam pagar mais caro pelo óleo importado. Enquanto isso, as refinarias do sistema Petrobras pagam até 10% menos pelo óleo fornecido por fazerem parte do mesmo sistema. A argumentação da Refina Brasil não faz sentido para Mahatma dos Santos, um dos diretores técnicos do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), pois a Petrobrás não tem obrigação de vender mais barato para suas concorrentes. Ele concedeu entrevista ao Portal Vermelho, e explicou a dinâmica comercial do setor para demonstrar o que está por trás da reivindicação. eldquo;Isto é um dissenso, não existe. A Petrobrás vendeu um ativo, que passa a ter interesses distintos aos seus, e se tornou concorrente dela no mercado do Norte e Nordesteerdquo;, diz ele. A Refina Brasil foi formada em dezembro do ano passado, assim que viu um novo governo assumir com estratégia diferente para o setor de petróleo. É composta pelos grupos que controlam duas refinarias privatizadas, em 2021, pelo governo Bolsonaro, na Bahia (Acelen, da antiga Rlam) e no Amazonas (Atem, da antiga Ream), além de outras duas quatro empresas. O objetivo é se fortalecer para um lobby no CADE como o que foi feito pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustível), que também foi fundada assim que houve o impeachment de Dilma Rousseff, e Michel Temer mudou toda a estratégia de preços da estatal. Com a gestão de Pedro Parente, a Petrobras sequer se defendeu e ainda acabou se comprometendo em vender oito refinarias. Agora, com essa reivindicação, as refinarias vendidas revelam que não têm condições de competir se a Petrobras não facilitar. eldquo;Atores do mercado que reivindicavam concorrência comercial, agora estão reclamando de um mercado mais concorrencialerdquo;, afirmou Mahatma. Na atual gestão do Governo Lula, com os preços eldquo;abrasileiradoserdquo;, surge uma enorme contradição comercial quando toda uma região do país, ao norte, passa a pagar muito mais caro por combustíveis, enquanto o Sul desfruta de preços bem melhores. eldquo;Acaba que esse esforço da Petrobras, do Ministério de Minas e Energia e do Governo Federal de tentar reduzir o impacto nos preços de revenda nas bombas não tem o efeito esperado, nesses mercados em que a Petrobras atua de maneira muito restritaerdquo;, explica Mahatma. Surgem várias perguntas para entender os rumos desse mercado. Se por um lado, a Petrobras oferece melhores preços, as refinarias privadas usufruem de monopólio regional, pois contam com toda uma infraestrutura logística que foi vendida pela Petrobras. O especialista do Ineep aponta as sinalizações que a Petrobras dá em sua estratégia comercial, que não parece favorecer as demandas da Refina Brasil. Com mais de 60 produtores de petróleo disponíveis no Brasil, fica difícil as refinadoras alegarem que dependem da produção da Petrobras. Leia abaixo a entrevista e entenda o que está por trás de mais esta disputa no mercado nacional de petróleo: A Refina Brasil quer petróleo da Petrobras, que é mais barato. Isso significa que o preço deles vai cair? Quando a Petrobras assinou o Termo de Cessação de Conduta (TCC) com o Cade e se comprometeu a vender oito de suas refinarias, durante as gestões Temer e Bolsonaro, estava por trás dessa ideia uma abertura do mercado de refino no Brasil. O Cade foi um personagem importante deste processo para pressionar a Petrobras a cumprir este acordo de venda de suas refinarias. Com essa motivação de que ampliaria a competitividade e a concorrência, abriria o mercado e atrairia maiores investimentos para o Brasil. Mas o que a gente observou é que, na verdade, como no Brasil o parque de refino foi pensado de maneira integrada, as refinarias foram feitas para atender os mercado locais, regionais. A Repar no Paraná atende o Paraná, sul de São Paulo, Santa Catarina e um pouco do Mato Grosso. A Rlam, na Bahia, atende o interior e parte de outros estados do Nordeste. O Ineep já falava lá trás que a venda das refinarias geraria monopólios regionais. Por ser integrado o sistema, cada refinaria se especializava num conjunto de produtos para atender as características de cada mercado. Assim, havia custos diferenciados, que, no sistema Petrobras, tornava isso mais competitivo e mais barato do ponto de vista da integração, que ia do poço de petróleo até o posto de gasolina. Com isso, conseguia garantir margens de lucros adequadas na sua refinaria. Depois da venda, essas refinarias têm mercados regionais consolidados e praticamente cativos para ofertar seus produtos. Depois de privatizadas, elas estão demandando que a Petrobras pratique para elas o mesmo preço de comercialização de petróleo para suas próprias refinarias, como se fossem integradas ainda ao sistema Petrobras. Isto é um dissenso, não existe. Você vende um ativo, como é o caso dessa refinaria que faz parte do grupo árabe Mubadala, e a Ream, na Amazônia, do grupo brasileiro Atem, que têm interesses distintos da Petrobras, e se tornou concorrente dela no mercado do Norte e Nordeste. Nem é exatamente uma demanda, mas uma pressão política. A Rlam, do grupo Mubadala, refina petróleo dos árabes ou da Petrobrás? Até onde acompanho os dados, ela refina grande parte de seu petróleo comprado da Petrobras. Se não me falha a memória, 90% do petróleo processado nas refinarias é da Petrobrás. Por isso, elas reivindicam, porque têm um sistema logístico de abastecimento que opera, que torna o preço da Petrobras mais competitivo, que o preço importado. Se fosse mais barato importar, elas provavelmente não estariam pressionando a Petrobras a reduzir seus preços. A Petrobrás vende com preço diferente para eles, do que fornece para suas próprias refinarias? Quando você está integrado ao sistema Petrobrás, os custos são menores. Se você vende pra fora, para um outro ator, provavelmente a margem que a Petrobras pratica é maior do que o próprio sistema interno, que não deve auferir uma margem tão grande de lucro, do que se vende pra fora. Essas empresas estão reivindicando uma prática não comercial da Petrobras, como se fossem ainda ativos pertencentes a ela. Mas elas entraram no mercado e são concorrentes da Petrobrás, que não vai mais tratá-las como uma unidade produtiva do seu sistema. Ou seja, atores do mercado que reivindicavam concorrência comercial, agora estão reclamando de um mercado mais concorrencial. A Petrobrás poderia se recusar a vender e dizer para procurarem petróleo mais barato em outro lugar? Não faz sentido do ponto de vista comercial a Petrobras deixar de realizar a venda para atores que já estão aqui, tem a Transpetro, tem dutos que carregam, tem toda uma infra-estrutura de logística de abastecimento já estruturada. A Petrobras perderia mercado. Não faz sentido ela abrir mão do mercado. Essas empresas poderiam importar. Muito provavelmente sairia muito mais caro que os preços que a Petrobras pratica. Tem alguma chance dessa pressão dar certo e a Petrobrás reduzir seus preços para elas? A Petrobras anunciou há pouco mais de um mês uma mudança na sua política comercial. Pelas declarações públicas do Jean Paul Prates, ele disse que a Petrobras seria competitiva e iria disputar todos os mercados possíveis. Acredito que essas empresas podem fazer esse tipo de demanda, mas acho muito difícil que a Petrobras simplesmente acate, sem nenhuma contrapartida. Não tenho notícia de que haja negociações neste sentido entre a Petrobras, a Ream (Atem) e a Rlam (Mataripe). A Petrobrás pode abrir uma refinaria nestas localidades? Poderia construir uma refinaria, mas fica a dúvida se estas refinarias teriam viabilidade econômica. São mercados cativos, com uma demanda definida. Primeiro, que os investimentos numa nova unidade produtiva de refino tem uma maturação de retorno de quatro a cinco anos para operar. Tem uma temporalidade. Então tem que ver a viabilidade, analisar cada mercado, se valeria a pena a construção de uma refinaria. Olhando de maneira global, o Brasil é um país importador de derivados e tem auto-suficiência em petróleo, então tem capacidade de ofertar petróleo para ser refinado se houver uma nova refinaria no Brasil. Há um debate que tem sido feito no Brasil se amplia-se a oferta de derivados a partir da construção de novas unidades produtivas ou do aprimoramento do parque de refino que já existe ou se via importação. A escolha que tem sido feita, desde o governo de Michel Temer é pelo encolhimento da participação da Petrobras no fornecimento de derivados ao mercado brasileiro e um aumento da participação dos importadores. Nessa nova gestão, a gente vê a Petrobras, após um processo de investimento, e paradas de manutenção das refinarias, ampliando novamente o fator de utilização de suas refinarias, que bateram no último mês 95% de utilização da capacidade de refino. No governo Bolsonaro, a Petrobras chegou a utilizar 75% da capacidade produtiva do parque de refino. É evidente, então, o esforço da estatal de ampliar a oferta para competir pelo mercado brasileiro tanto com as outras refinarias, quanto com os importadores. O país estava muito exposto às volatilidades de preços do mercado internacional, conforme aumenta o nível de suas importações. Então, é possível expandir a oferta de derivados no Brasil. A questão é como fazer isso. Se olharmos os últimos comunicados, a posição institucional da Petrobras, ela fala em modernização, qualificação e aprimoramento do atual parque de refino para tentar ampliar a produtividade das plantas existentes. Mas não fala em construção de novas refinarias. Essa maior disponibilidade de gasolina leva a Petrobras a competir no Nordeste ou Amazônia com as refinarias privadas? Isso vai ficar mais evidente quando sair o relatório de vendas e produção do segundo trimestre. Essas mudanças ocorreram todas nos últimos meses e a gente precisa de um tempinho para analisar o fluxo comercial de derivados dentro do Brasil e da própria Petrobras. O que a gente trabalha como hipótese é que a Petrobras ainda não entrou no mercado do Amazonas. Tanto é que grande parte dos influxos de importação de derivados, sobretudo de diesel, os principais portos de entrada de mercadorias são nas regiões Norte e Nordeste. Então, a gente vê que grande parte das refinarias brasileiras está concentrada no Sul e Sudeste, e é muito possível que a Petrobras esteja atuando mais concentradamente nesses mercados, e não disputando ainda, nesse primeiro momento, estes mercados do Norte e Nordeste. Somente na Bahia. Foi anunciada também a autorização pelo Cade da venda da Lubnor (Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste) no Ceará [que teve paralisação de trabalhadores entre o dia 27 e 29 de junho, que obteve compromisso da Petrobras]. Precisamos ver se isso vai se efetivar, mas acredito que a Petrobras deve se concentrar mais nesses mercados mais pujantes do Sul e Sudeste. Uma outra posição dessa nova gestão da Petrobras é a reavaliação dos termos de cessação de conduta com o Cade de suspender o processo de venda de refinarias. Então, é muito possível que não sejam colocadas a venda novas refinarias além das duas que já foram vendidas e da Lubnor que está em debate. Como o Cade deve se comportar agora, com o novo cenário de governo? A Petrobras sequer se defendia antes, em processos que eram levados ao órgão. O Cade foi um ator institucional importante nas mudanças que a gente observou no mercado de óleo e gás no Brasil. Tanto na abertura do mercado de refino, quanto de gás natural. É muito difícil prever, mas o TCC entre a Petrobras e o Cade foi assinado em 2019 e deveria ter uma vigência de dois anos. Está havendo um contínuo adiamento desse termo. O último foi no final do governo Bolsonaro. Já deveria ter se efetivado a venda dessas oito refinarias. O que a gente nota, das posições públicas, é que a Petrobras já procurou o Cade para um diálogo e nova negociação de formato desses termos. Como lá atrás, a Abicom foi o vetor de mobilização desse processo e a Petrobras concordou com a venda desses ativos, o Cade teve um papel de mediação. Não sei se o Cade vai mudar de posição, mas a Petrobras anuncia um comportamento diferente. Este ano, estão previstas mudanças no corpo diretivo do Cade, que participam dessas tomadas de decisão. Por que não foram vendidas essas outras refinarias? Algumas foi por ausência de interesse de atores privados ou por propostas insuficientes, avaliadas pela própria direção da Petrobras como aquém do que elas valiam. O INEEP, assim como outras instituições financeiras, fez um estudo de evaluation e constataram que a Rlam foi vendida por cerca de metade do valor de mercado dela. Isso justifica, de uma certa forma, não terem sido vendidas, seja o desinteresse ou ofertas menores que a desejada. Você tem dito que seria difícil a Petrobras recuperar o mercado que ela perdeu no Norte e Nordeste. É por conta de monopólio privado? A venda de refinarias representa a venda de toda uma infraestrutura associada a elas, como estrutura de armazenagem e escoamento, transporte de derivados. Cria-se um monopólio regional que dificulta para outras empresas como a Petrobras entrar nesses mercados, pelo custo financeiro maior. Vai depender da estratégia dela. Estamos num momento de incerteza, pois a política estratégica da Petrobras mudou a um mês e estamos acompanhando os dados para tirar as primeiras impressões. Enquanto isso, o consumidor do Norte e Nordeste vai continuar pagando mais caro pelo combustível, a não ser que essas refinarias baixem seus preços para competir em outros mercados? Um debate muito forte ocorre no Amazonas, em que os anúncios de queda nos preços da Petrobras não chegam às bombas de postos de Manaus, porque lá não chega o produto da Petrobras. Acaba que esse esforço da Petrobras, do Ministério de Minas e Energia e do Governo Federal de tentar reduzir o impacto nos preços de revenda nas bombas não tem o efeito esperado, nesses mercados em que a Petrobras atua de maneira muito restrita. Por isso a queda maior observada nos postos de Sul e Sudeste. Os derivados têm um impacto gigantesco no custo de vida da população. O diesel tem um impacto no custo logístico de quase tudo no Brasil. A gasolina tem impacto sobretudo no custo de vida das classes médias, dos trabalhadores de Uber, por exemplo. A redução do GLP, o gás de cozinha, também não chegou na região Norte.

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Termina o programa do carro mais barato

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, participou ontem da apresentação dos resultados da indústria automotiva à imprensa para anunciar o fim, um mês após seu lançamento, dos bônus liberados pelo governo para reduzir os preços de carros de passeio. O crédito para troca de caminhões com mais de 20 anos, menos usado, segue à disposição dos transportadores. O programa foi considerado um sucesso por Alckmin e, segundo estimativa da sua pasta, 125 mil unidades teriam sido comercializadas no programa, 95 mil veículos apenas nas primeiras três semanas, quando R$ 500 milhões foram liberados para compra exclusiva dos consumidores (pessoa física). Posteriormente, o programa foi aberto também a empresas, como locadoras, com um acréscimo de R$ 300 milhões, igualmente esgotados. eldquo;Estamos encerrando a parte do estímulo dos créditos tributários para veículos leves. Foi um sucessoerdquo;, declarou Alckmin. Ele acrescentou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve eldquo;sensibilidade socialerdquo; em relação aos empregos, dada a ociosidade elevada da indústria automotiva. Questionado se havia possibilidade de o governo oferecer mais créditos para a venda de carros, Alckmin reforçou que o programa para essa categoria está encerrado. eldquo;Estamos otimistas que a Selic vai cair e isso (cenário da indústria automobilística) vai se resolvererdquo;, disse o ministro. Na manhã de ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também disse não ver mais espaço para nova ampliação do programa. Antes da intervenção de Alckmin, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, destacou que o programa, por ser de tiro curto, estimulou uma disputa por consumidores entre as montadoras, que também deram descontos adicionais aos patrocinados pelo governo, na faixa de R$ 2 mil a R$ 8 mil. Assim, houve casos de carros que tiveram redução de preços de até R$ 20 mil. eldquo;Cumprimos a proposta de trazer automóveis mais baratos ao consumidorerdquo;, ressaltou. MERCADO. Conforme o balanço da Anfavea, o mercado chegou a fazer 27 mil veículos no último dia de junho, o terceiro maior volume em um único dia da história. Com a corrida dos consumidores às lojas para aproveitar os descontos, os estoques de veículos em pátios de montadoras e concessionárias caíram de 251,7 mil para 223,6 mil unidades endash; ou seja, uma diminuição de 28,1 mil veículos em um mês. Conforme relatou Leite, os estoques chegaram bater nos 300 mil veículos em determinado momento de junho, mas tiveram rapidamente uma redução importante. ebull;

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Cai emenda que dava incentivo a montadora chinesa

Os deputados derrubaram, em votação ontem, a chamada eldquo;emenda Lulaerdquo;, incluída de última hora na proposta de reforma tributária e que concedia benefício fiscal à montadora chinesa BYD, que vai se instalar em Camaçari (BA). Por muito pouco, o governo não conseguiu os 308 votos necessários para manter o texto original endash; o placar foi de 307 pela manutenção da redação versus 166 contrários. A eldquo;emenda Lulaerdquo; enfrentou a resistência de representantes dos Estados do Sul e do Sudeste, a exemplo de Rio e São Paulo, que patrocinaram um destaque supressivo apresentado pelo PL, partido do expresidente Jair Bolsonaro, para retirar o trecho do texto constitucional. Na bancada paulista, formada por 70 deputados, foram 47 votos contrários, entre deputados de diferentes colorações políticas, da esquerda à direita. O argumento é que o benefício desfigura o espírito da reforma de cessar os benefícios tributários criados para estimular a instalação de empresas em diferentes regiões do País endash; mas que, com o passar do tempo, se converteram em guerra fiscal. A inclusão do benefício à BYD no texto da reforma foi um pedido feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante as negociações. O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), também procurou parlamentares para defender o benefício. O trecho foi incluído no relatório do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) no dia da votação da reforma, quinta-feira. Ele não constava das versões preliminares do texto. O artigo 19 previa que os projetos industriais no Nordeste aprovados até o fim deste ano poderiam usufruir de benefícios tributários de PIS, Cofins e IPI. O incentivo se aplicaria também a projetos que ampliassem ou reiniciassem a produção em plantas industriais inativas, desde que aprovados até dezembro de 2025. JEEP. Além da BYD, a medida também atenderia à Stellantis, cuja fábrica em Goiana (PE) tem o benefício tributário válido até o fim de 2025. Parlamentares a par das negociações afirmam que, neste caso, o intuito foi prorrogar o benefício tributário já concedido à montadora que fabrica no local modelos da Jeep e da Fiat. ebull;

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Monopólio é ruim para todos

Adriano Pires -Alguns dos acordos mais importantes feitos no governo Jair Bolsonaro foram os Termos de Compromisso de Cessação (TCCs) assinados entre o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Petrobras. O objetivo desses dois TCCs era reduzir o poder de monopólio da Petrobras nos segmentos de refino e de gás natural. No primeiro, a Petrobras deveria vender 50% da sua capacidade de refino, ficando somente com as refinarias do eixo Rio-São Paulo. Foram vendidas apenas as refinarias da Bahia e de Manaus e a Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor). De relevante, apenas a refinaria da Bahia, que representa 14% do total da capacidade de refino da Petrobras. A venda das refinarias traria uma série de benefícios para a Petrobras, para o Brasil e para os consumidores. Para a Petrobras, seria o início de uma transição energética, reduzindo a sua participação numa atividade de alto risco ambiental e ficando com as refinarias de maior retorno econômico. Para o Brasil, atrairia novos investidores que modernizariam as refinarias e ao mesmo tempo poderiam reduzir as importações Com o novo governo, a Petrobras propõe suspender a venda de todos os ativos de refino e de gás natural de combustíveis. Para o consumidor, o aumento da concorrência criaria um mercado mais competitivo que, ao final do dia, traria preços diferenciados e mais atrativos. No caso do gás natural, o objetivo do TCC seria promover a desverticalização, retirando da Petrobras as atividades de monopólio natural que são o transporte e a distribuição. Foram vendidas a transportadora do Norte e Nordeste (TAG) e a do Sudeste (NTS), restando a transportadora Brasil/Bolívia (TBG). A Petrobras se desfez da Gaspetro, que possuía participação acionária em diversas distribuidoras, e também vendeu campos onshore, o que permitiria o surgimento de novos fornecedores de gás. Com a chegada do novo governo, a Petrobras muda seu plano estratégico e propõe ao Cade rever os TCCs. A revisão seria suspender a venda de todos os ativos de refino e de gás natural previstos nos TCCs. A revisão dos TCCs não será nada trivial para o Cade, na medida em que o órgão da concorrência precisa manter a premissa de que, para um melhor desenvolvimento do mercado de refino e do gás natural, e também para a proteção dos consumidores, é necessária a construção de um mercado cada vez mais concorrencial. O Cade não pode e nem deve se deixar levar por aspectos meramente ideológicos e se basear em critérios técnicos como de índices de concentração. Afinal, o Cade é o guardião da concorrência. Os regimes econômicos de monopólios, tanto públicos como privados, sempre serão prejudiciais a um melhor desenvolvimento de qualquer mercado e aos consumidores. Não faltam exemplos na literatura econômica mundial. E, no caso, o fortalecimento do monopólio da Petrobras é ruim para todos e um atraso para o Brasil. ebull; Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE)

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