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Hidrogênio combustível brasileiro não deve ficar restrito ao "verde", dizem debatedores

A produção de hidrogênio combustível no Brasil deve ter como meta a baixa emissão de gases do efeito estufa, independentemente do tipo de matéria-prima e da tecnologia utilizada. Essa é uma das principais conclusões da segunda audiência pública da comissão especial da Câmara dos Deputados encarregada de propor um marco regulatório para a produção de hidrogênio no País. O modelo econômico baseado na redução de emissões, também chamado de economia de baixo carbono, visa o menor impacto no meio ambiente, estimulando o uso racional de recursos naturais e a ampliação do uso de energias renováveis, tendo como pilares a transição energética, a conservação florestal, o mercado de carbono e a economia circular (reuso e reciclagem). Giovani Machado, diretor de estudos econômico-energéticos e ambientais da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, disse que ter como foco apenas o chamado eldquo;hidrogênio verdeerdquo;, produzido a partir de fontes de energia limpas e renováveis, pode ser um limitador. Ele também considera impreciso associar a rota tecnológica usada na produção de hidrogênio a cores: cinza (combustíveis fósseis) e azul (gás natural). eldquo;É pensar na questão do baixo carbono com as diferentes rotas possíveis, certificando tudo e tendo a possibilidade de jogar com a composição. Às vezes, você tem um potencial menor para uma determinada rota numa área, mas, ao lado, tem um vizinho com outra rota. Isso aumenta o volume, a competitividade e reduz a complexidadeerdquo;, defendeu Machado. Presidente do colegiado, o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) também defendeu a ideia de um eldquo;cardápioerdquo; de opções. Ele lembrou que os parlamentares já pediram à Mesa Diretora da Câmara para alterar o nome da própria comissão, inicialmente pensada como eldquo;Comissão Especial da Transição Energética e Produção de Hidrogênio Verdeerdquo;. eldquo;Vamos ter que ter um cardápio, ninguém vai poder segregar procedimentos. Estamos querendo que a nova denominação tenha essa abrangência, com foco em hidrogênio de baixa intensidade de carbonoerdquo;, disse Jardim. O chamado hidrogênio verde é o gás combustível produzido a partir de fontes de energia limpas e renováveis, como a eólica e a solar. Na variação verde, tanto sua produção quanto seu uso como combustível geram menos gases poluentes, o que o torna desejado em termos de desenvolvimento sustentável. A produção de hidrogênio a partir de outras fontes emite um volume maior de poluentes. Para o professor Luiz Augusto Nogueira , da Universidade Federal de Itajubá, em Minas Gerais, o ponto de partida para o Brasil é questionar para que, para quem e como produzir hidrogênio combustível a partir da realidade local. eldquo;Eu não quero negar o hidrogênio, quero dizer que ele tem que ter uma cara tropical. Nós temos os nossos recursos, temos a nossa base industrial, uma competência já estabelecida e, provavelmente, não vamos utilizar o mesmo modelo europeuerdquo;, disse. Relator da comissão, o deputado Bacelar (PV-BA) questionou os participantes sobre quais rotas de produção de hidrogênio estão maduras no País. O gerente de negócios do Campus Integrado de Manufatura de Tecnologia do Senai da Bahia, Miguel Andrade, destacou o potencial de produção de energia eólica e solar no estado e comentou o que se deve esperar da transição para a economia de baixo carbono. eldquo;Nós vamos ter uma matriz energética ampla, complexa, com hidrogênio, solar, eólica, hidro, nuclear, biomassa. O caminho vai nesta direção: entra o hidrogênio e o petróleo perde hegemonia, mas continua presente durante um longo tempoerdquo;, disse. Gonçalo Pereira, professor e coordenador do laboratório de genômica e bioenergia da Unicamp, destacou o potencial do sertão brasileiro para produzir cana-de-açúcar de alto rendimento e também agave endash; planta utilizada na fabricação da tequila e com potencial bioenergético. eldquo;Cada vez que a gente queima um litro de etanol, na realidade, a gente está removendo da atmosfera o que foi emitido por 0,7 litros de gasolina, ou seja, se a gente der um uso a esse CO2 concentrado todo, a gente descarboniza o planetaerdquo;, disse. Ele também comentou que a análise da cadeia de produção de hidrogênio deve considerar ainda o número de empregos gerados. eldquo;O problema hoje não é só CO2, é também emprego, que gera desigualdadeerdquo;, disse. Daniel Lopes, diretor da Hytron, empresa que oferece soluções em hidrogênio e energia, disse que o Brasil deve pensar no hidrogênio como uma forma de exportar serviços e produtos que ajudem a reduzir gases poluentes no mundo. Segundo ele, a empresa é o único fabricante de hidrogênio em escala de megawatts na América Latina, a partir de uma planta no Porto do P100, no Ceará.

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Etanol/Cepea: Indicador do hidratado é o menor desde set/22

A primeira semana de julho foi marcada por forte queda no Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado, que voltou ao patamar nominal observado no início de setembro de 2022. Entre 3 e 7 de julho, o Indicador do hidratado fechou a R$ 2,2398/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), expressiva baixa de 11,65% frente ao da semana anterior. De acordo com pesquisadores do Cepea, o movimento de queda do hidratado foi resultado da demanda bastante desaquecida, mesmo com a relação de preços mostrando vantagem para o biocombustível nas bombas. Além disso, ainda existem volumes de compras feitas anteriormente a serem retirados. Do lado vendedor, alguns agentes de usinas cederam no preço de venda, na tentativa de atrair compradores, mas com pouco sucesso.

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Departamento dos EUA aumenta projeção de crescimento da demanda global por petróleo em 2023

A Administração de Informações de Energia (EIA, na sigla em inglês) do Departamento de Energia (DoE) dos Estados Unidos aumentou a projeção para o crescimento da demanda global por petróleo este ano, mas reduziu a de 2024. As estimativas constam no Perspectiva de Energia no Curto Prazo (Steo, na sigla em inglês), divulgado nesta terça-feira (11). O órgão americano prevê que o consumo mundial da commodity registrará crescimento de cerca de 1,8 milhões de barris por dia (bpd) este ano, a 101,157 milhões de bpd. No mês passado, a expectativa era por um aumento de 1,6 milhões de bpd. Para 2024, o DoE espera crescimento de 1,6 milhões de bpd, a 102,803 milhões de bpd endash; antes, a projeção era de alta de 1,7 milhões de bpd. O DoE também aumentou a previsão para o preço do Brent no final deste ano, de US$ 78,65 par US$ 79,34, mas manteve o de 2024 em US$ 83,51. A EIA cortou ainda a estimativa para a produção de petróleo nos EUA em 2023 (de 12,61 milhões de bpd a 12,56 milhões de bpd) e elevou a de 2024 (de 12,77 milhões de bpd a 12,85 milhões de bpd).

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Perspectivas de oferta e demanda direcionam fechamento do petróleo

O petróleo fechou em alta de mais de 2% nesta terça-feira (11), seguindo notícias sobre perspectivas globais de oferta e demanda para o setor, além de comentários do secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Haitham Al Ghais, prevendo aumento na demanda até 2045. A atratividade da commodity ainda foi ampliada pela fraqueza do dólar no exterior e sinais de crescimento na oferta de crédito da China, em meio a pacotes para estimular a recuperação econômica do país. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para agosto fechou em alta de 2,52% (US$ 1,84), a US$ 74,83 o barril, enquanto o Brent para setembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em alta de 2,20% (US$ 1,71), a US$ 79,40 o barril. Os contratos mais líquidos do petróleo começaram a sessão em alta, em meio a expectativas de que o governo da China poderia ampliar ainda hoje medidas de estímulos para o setor imobiliário. O movimento ganhou força durante amanhã, na esteira de dados apontando salto nos novos empréstimos na China e notícias sobre oferta e demanda do petróleo. Secretário-geral da Opep, Al Ghais afirmou hoje que a demanda global por todas as formas de energia deve aumentar 23% até 2045, segundo a Reuters. Ele também comentou que apelos para limitar ou parar de financiar novos projetos de petróleo eram irrealistas e imprudentes. Pela manhã, o cartel também divulgou o seu Boletim Estatístico Anual (ASB, na sigla em inglês) de 2023, apontando que a receita de exportações dos países-membros da Opep subiu para US$ 873,57 bilhões no ano passado, o maior nível registrado desde 2014. O documento também indica que as reservas globais de petróleo subiram ao seu maior nível histórico em 2022, a 1.564,44 bilhões de barris, e que a Opep detém controle 79,49% destas reservas. Em comunicado, o governo da Arábia Saudita de aumentar os esforços de precaução da Opep e seus aliados para estabilizar os mercados de petróleo. Ainda no radar, o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos aumentou a projeção para o crescimento da demanda global por petróleo este ano, prevendo crescimento de 1,8 milhões de barris por dia (bpd) este ano, a 101,157 milhões de bpd. Em relatório divulgado nesta tarde, o órgão americano também aumentou projeção para o preço do Brent no final deste ano, de US$ 78,65 par US$ 79,34, mas manteve o de 2024 em US$ 83,51. Para a Oanda, a recente quebra de nível técnico nos preços do petróleo pode ser vista como um passo eldquo;bullisherdquo; que dará força para a commodity voltar a operar acima de US$ 80 o barril. eldquo;Agora, o petróleo encontrou resistência novamente em torno das máximas do final de maio e início de junho, perto de US$ 79, mas o rali ainda tem força neste estágioerdquo;, avalia a consultoria. Por outro lado, o TD Securities projeta que existe a possibilidade de uma deterioração acentuada nos preços da commodity, em meio a política continuamente restritiva de BCs, o que pode manter o petróleo WTI e Brent em torno dos níveis de US$ 71,15 e US$ 75,20 o barril, respectivamente.

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Fecombustíveis participa do Conecta 2023 em Brasília

Ontem (10), teve início o Conecta 2023, evento promovido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que reuniu 650 integrantes das federações do Sistema do Comércio, do Sesc e do Senac, no Centro Internacional de Convenções do Brasil, em Brasília (DF). James Thorp Neto, presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), marcou presença na abertura do evento e ao final do dia participou do painel "Eventos Corporativos como Modelo de Negócio". O painel contou com a apresentação de Giselle Damasco, gerente de eventos da CNC, que mostrou a importância dos eventos corporativos como modelos de negócios, engajamento, relacionamento e networking, e Fernanda Ramos, analista responsável pelo programa de sustentabilidade da CNC, destacou as boas práticas sustentáveis, que podem começar com pequenas ações dentro dos eventos. Thorp explanou o case da revenda desde o início dos Encontros Regionais promovidos nas cinco regiões do país e contou o nascimento da ExpoPostos e Conveniência, que cresceu e se tornou o maior evento da América Latina do segmento da revenda. A última edição da ExpoPostos reuniu 23.000 visitantes e teve a participação de 200 marcas distribuídas em um espaço de 6.140 m². "Foi um sonho que se tornou realidade, que nos trouxe uma grande satisfação e mostrou que tudo é possível", disse Thorp. O Conecta 2023 termina hoje (11) com uma programação que se estende ao longo do dia, com painéis variados e simultâneos que acontecem em um palco hexagonal, dentro de um modelo inovador. A CNC também promove o Sicomércio 2023, com início amanhã (11) até sexta-feira (14), em Brasília, e contará com a participação dos sindicatos da revenda e de demais sindicatos patronais do comércio de todo o país. Segundo a CNC, a expectativa de público é reunir 2 mil pessoas.

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Na contramão, gasolina registra alta

Na contramão de demais combustíveis, a gasolina comum ficou até 10% mais cara, segundo levantamento da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) para a Veloe. O diesel registrou queda de 20% no semestre nas versões S-10 e comum, enquanto o GNV recuou 11,3% e o etanol hidratado, 0,3%. A gasolina comum teve aumento de 10% e a aditivada, 8,4%. Na região Norte, estados como Amazonas e Rondônia, chegaram a registrar 15% de aumento médio no litro da gasolina comum. Além da valorização da cotação internacional do petróleo e do real, a alta se deve a vigência do novo modelo de cobrança do ICMS pelos estados --compensada com três reajustes de preços da Petrobras desde maio. No entanto, no acumulado dos últimos 12 meses até junho, todos os combustíveis apresentaram quedas significativas: diesel comum (-29,9%), diesel S-10 (-29,5%), gasolina comum, (-25,2%), gasolina aditivada (-24,4%), etanol hidratado (-22,8%) e GNV (-18,4%).

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