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IPCA: inflação fecha dentro da meta do BC após 2 anos de estouro; veja o que esperar para este ano

Após dois anos de estouro, o IPCA, índice oficial de inflação do País, fechou 2023 dentro da meta perseguida pelo Banco Central. Segundo os dados divulgados nesta quinta-feira, 11, pelo IBGE, o índice ficou em 4,62% no ano passado, abaixo dos 5,79% de 2022. A meta do BC era de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto, para mais ou para menos. De acordo com o IBGE, o resultado de 2023 foi influenciado principalmente pelo grupo Transportes, que subiu 7,14% e teve o maior impacto (1,46 ponto porcentual) no índice acumulado do ano. Na sequência, diz o instituto, vieram Saúde e Cuidados Pessoais (6,58%) e Habitação (5,06%). Alimentação e Bebidas, grupo de maior peso no IPCA, subiu 1,03% no ano. Nos Transportes, segundo o instituto, o destaque é a alta da gasolina (12,09%), eldquo;subitem de maior peso entre os 377 subitens que compõem o IPCA e responsável pelo maior impacto (0,56 ponto porcentual) em 2023eamp;Prime;. Outra alta importante foi das passagens aéreas, que subiram 47,24% e contribuíram com 0,32 ponto porcentual no acumulado do ano. eldquo;Os preços dos automóveis novos (2,37%) subiram em ritmo menor que no ano anterior (8,19%) e os automóveis usados (-4,80%) tiveram recuo em 2023eamp;Prime;, diz a nota do IBGE. No grupo de Saúde e Cuidados Pessoais, a maior contribuição (com 0,43 ponto porcentual no índice total) veio dos planos de saúde, com alta de 11,52% no ano. eldquo;Em junho, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) fixou o teto para reajuste dos planos individuais novos (posteriores à lei nº 9.656/98) em 9,63% para o período de maio de 2023 a abril de 2024. A partir de outubro, foram incorporadas as frações referentes aos planos antigos, com vigência retroativa a partir de julhoerdquo;, diz o IBGE. Nesse grupo, destaca-se também a alta de 5,83% dos produtos farmacêuticos. eldquo;Em 31 de março de 2023, passou a valer o reajuste de até 5,60% nos preços dos medicamentoserdquo;, lembra o instituto. No grupo Habitação, a principal contribuição positiva veio da energia elétrica residencial, que subiu 9,52%. eldquo;Cabe ressaltar que vigorou, ao longo de todo o ano de 2023, a bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional nas faturaserdquo;, diz o IBGE. Outros destaques foram a taxa de água e esgoto (10,08%), o condomínio (6,74%) e o aluguel residencial (3,21%). Por outro lado, houve queda de 6,89% no gás de botijão, segundo o instituto. O resultado do grupo Alimentação e Bebidas, que subiu apenas 1,03%, foi influenciado pela queda nos preços da alimentação no domicílio (-0,52%). De acordo com o IBGE, os destaques foram óleo de soja (-28%), frango em pedaços (-10,12%) e as carnes (-9,37%). eldquo;Os preços do óleo de soja recuaram em dez dos 12 meses de 2023. Os preços das carnes e do frango em pedaços caíram de janeiro a setembro e, a partir de outubro, voltaram a registrar altaerdquo;, diz o Instituto. O resultado do ano foi comemorado pelo governo. Segundo o secretário de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, o número veio em linha com as estimativas mais recentes, eldquo;mas muito abaixo das expectativas do início de 2023eamp;Prime;. erdquo;Acho que os resultados econômicos de 2023 sinalizam que é possível alcançar uma taxa de crescimento econômico robusta, promover a distribuição de renda e, ao mesmo tempo, reconquistar a estabilidade macroeconômica do país, com inflação controlada, queda de juros e câmbio mais estávelerdquo;, disse Mello ao Estadão/Broadcast. O que esperar para 2024 Para este ano, a mediana das projeções feitas por analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast antes da divulgação do IPCA, nesta quinta-feira, aponta para uma inflação de 3,9%. De 47 instituições ouvidas, 45 (96%) esperam que a inflação deste ano fique acima do centro da meta perseguida pelo Banco Central, de 3%, mas abaixo do teto, de 4,5%. Uma espera inflação acima do teto e outra projeta IPCA de 3%, exatamente o centro do alvo para este ano (com margem de tolerância também de 1,5 ponto, para cima ou para baixo). O Banco ABC Brasil prevê desaceleração do IPCA para 4,2% em 2024. Os principais pontos de atenção da projeção, de acordo com Amanda Noyama, economista do banco, são os reajustes estaduais das alíquotas de ICMS e o impacto do El Niño sobre os preços dos alimentos. Anna Reis, economista-chefe da GAP Asset, projeta uma desaceleração mais intensa, a 3,51%, com viés ligeiramente de baixa. A possibilidade de um corte dos preços de gasolina em janeiro maior do que o já incorporado ao cenário, de 5%, explica a maior parte do viés. Mas alíquotas de IPVA e passagens aéreas também são pontos a serem acompanhados. eldquo;Por outro lado, temos uma pressão muito forte de alimentos que pode penalizar as projeções de curto prazo e compensar esse risco baixistaerdquo;, diz. Resultado de dezembro No mês passado, o IPCA ficou em 0,56%, 0,28 ponto percentual acima da taxa de novembro (0,28%). Em dezembro de 2022, a variação havia sido de 0,62%. O resultado veio acima da mediana dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam um índice de 0,49%. De acordo com o IBGE, todos os grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em dezembro. A maior variação (1,11%) e o maior impacto (de 0,23 ponto porcentual) vieram do grupo Alimentação e Bebidas, que acelerou em relação a novembro (0,63%). A segunda maior contribuição (0,10 ponto porcentual) veio de Transportes, com alta de 0,48%. A segunda maior variação, por sua vez, foi de Artigos de Residência (0,76%), após um recuo de 0,42% em novembro. O grupo Habitação (0,34%) desacelerou ante o mês anterior (0,48%). Os demais grupos ficaram entre o 0,04% de Comunicação e o 0,70% de Vestuário. eldquo;A inflação em dezembro foi impulsionada pela variação acima do esperado em alimentação dentro e fora do domicílio e bens industriais (como efeito da devolução dos recuos registrados em novembro, pelo período de promoções de Black Friday)erdquo;, avaliou o diretor de pesquisa para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, em relatório. Porém, Ramos ressalta que a dinâmica da inflação de serviços registrada pela última leitura do IPCA merece atenção para a condução da política monetária, em um cenário com mercado de trabalho ainda aquecido, política fiscal expansionista e expectativas de inflação ainda não ancoradas no médio prazo. Já o banco Santander Brasil avalia que as informações do IPCA mostram um quadro ainda benigno, sinalizando eldquo;que o processo de desinflação foi definitivamente bem-sucedido, embora ainda não tenha sido concluídoerdquo;. Para o chefe de pesquisa macroeconômica da gestora Kínitro Capital, João Savignon, a surpresa com a aceleração da inflação em dezembro não deve alterar o plano de voo do Banco Central para a condução da política monetária, que vem sinalizando manutenção do ritmo de cortes da taxa básica de juros, a Selic, em 0,50 ponto porcentual. eldquo;Em linhas gerais, a surpresa (de dezembro) resultou de uma inflação mais elevada de alimentos (clima adverso afetando preços de alimentos in natura) e de serviços, por conta de passagem aérea e serviços intensivos em mão de obraerdquo;, corroborou, em nota, Savignon, acrescentando também a influência em dezembro do efeito de devolução dos descontos do período de Black Friday. Alimentos sobem menos no ano Em dezembro, as famílias gastaram 1,11% mais com alimentação e bebidas. eldquo;Historicamente, os preços dos alimentos têm altas nessa época de final de ano e início de ano, principalmente por conta do climaerdquo;, justificou André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços no IBGE. eldquo;A gente tem visto um volume de chuvas muito intenso em algumas regiões do País, e onda de calor em algumas regiões. A gente tem visto aumento de preços, principalmente, em alimentos sensíveis ao climaerdquo;, acrescentou. Houve elevações em dezembro na batata-inglesa (19,09%), feijão-carioca (13,79%), arroz (5,81%) e frutas (3,37%). Já o leite longa vida ficou mais barato pelo sétimo mês consecutivo, com queda de 1,26% em dezembro. Apesar dos aumentos nos preços na reta final do ano passado, a safra agrícola recorde ajudou a deter a inflação de alimentos em 2023. O custo das famílias com Alimentação e bebidas subiu 1,03% no ano, menor resultado desde 2017, uma contribuição de 0,23 ponto porcentual para a taxa de 4,62% registrada pelo IPCA em 2023. eldquo;Foi uma combinação de fatores. Esse ano (2023) a gente teve safras muito boas, principalmente a safra de grãos. E os preços das commodities agrícolas tiveram redução no mercado internacional. Isso contribui para uma redução nos preços de diversos alimentos, como carnes, frangoerdquo;, justificou André Almeida, do IBGE. Ele lembrou que a redução no preço dos grãos diminui o custo da criação de animais através da ração. Além disso, houve uma oferta maior de proteína animal no mercado doméstico, contribuindo para a queda nos preços em 2023. A alimentação fora de casa subiu 5,31% no ano passado, mas o custo da dos alimentos para consumo no domicílio caiu 0,52%. Em 2023, as famílias pagaram menos nos supermercados pelo óleo de soja (queda de 28,00% e impacto de -0,09 ponto porcentual para o IPCA de 2023), frango em pedaços (-10,12% e -0,07 p.p.) e carnes (-9,37% e -0,27 p.p.). O instituto lembrou que os preços do óleo de soja recuaram em dez dos 12 meses de 2023, enquanto as carnes e o frango em pedaços caíram de janeiro a setembro. Comer em casa também ficou mais barato via gás de cozinha: houve queda de 6,89% no preço do gás de botijão, ajudando a deter em -0,10 ponto porcentual o IPCA do ano. eldquo;Ao longo de 2023, a gente teve diversas reduções aplicadas pela Petrobras, e isso acabou se refletindo para o consumidor finalerdquo;, justificou Almeida. Gasolina lidera ranking de pressões em 2023 Na direção oposta, o encarecimento médio de 5,62% dos itens não alimentícios foi responsável por 95% da inflação oficial no País em 2023. Entre os 10 itens de maior impacto, que responderam juntos por quase 65% do IPCA em 2023, apenas dois eram alimentos: refeição fora de casa (alta de 4,34%) e arroz (24,54%). Os demais eram não alimentícios: gasolina (12,09%), emplacamento e licença (21,22%), plano de saúde (11,52%), energia elétrica residencial (9,52%), passagem aérea (47,24%), taxa de água e esgoto (10,08%), ensino fundamental (10,63%) e condomínio (6,74%). Os transportes, em geral, pesaram mais no orçamento. A alta na gasolina fez o item exercer a maior pressão no ano, responsável por 0,56 ponto porcentual do IPCA. eldquo;A gasolina teve reoneração de tributos federais e teve também mudança na cobrança de ICMS ao longo de 2023eamp;Prime;, explicou André Almeida, do IBGE. Destacou-se ainda a alta de 21,22% no emplacamento e licença, segundo maior impacto no IPCA, de 0,53 ponto porcentual. eldquo;A alta nos preços dos automóveis em 2022 se refletiu na cobrança do IPVA em 2023, então foi um fator que contribuiu no IPCA do anoerdquo;, completou Almeida. Outro encarecimento relevante foi o das passagens aéreas, que subiram 47,24% e contribuíram com 0,32 ponto porcentual no acumulado do ano, quinta maior pressão sobre a inflação. No caso do plano de saúde, em junho, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) fixou reajustes de até 9,63% nos planos individuais novos. Houve alta também de 5,83% dos produtos farmacêuticos, sob influência da permissão de reajuste de até 5,60% nos preços dos medicamentos. A alta na energia elétrica residencial no ano ocorreu a despeito de ter vigorado, ao longo de todo o ano de 2023, a bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional nas faturas. Ainda em habitação, ficou mais cara em 2023 a taxa de água e esgoto (10,08%). eldquo;De maneira geral, a gente pode dizer que a inflação de 2023 foi puxada pelos monitoradoserdquo;, resumiu Almeida. A inflação de bens e serviços monitorados pelo governo encerrou o ano passado com alta de 9,12%, quase o dobro do resultado global do IPCA no período. Brasília tem a maior inflação regional Os dados do IBGE apontam que Brasília foi a área com a maior variação do IPCA em 2023, fechando o ano com alta de 5,5%, número influenciado principalmente pelas altas das passagens aéreas (93,57%), plano de saúde (11,79%) e gasolina (9,44%). O menor resultado foi em São Luís (1,7%), puxado pelas quedas nos preços das carnes (-13,52%) e do gás de botijão (-15,40%). O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do País, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.

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Vibra e gigante dos biocombustíveis avaliam parceria para entrar no metanol verde

Maior distribuidora de combustíveis do País, a Vibra assinou na quarta-feira, 10, um memorando de entendimento (MOU, na sigla em inglês) com a Inpasa Agroindustrial para o desenvolvimento de estudos de viabilidade da produção e comercialização de metanol verde. O combustível limpo pode ser comercializado como combustível marítimo. A Inpasa produz etanol de milho e outros biocombustíveis no Centro-Oeste brasileiro e no Paraguai. Ao Estadão/Broadcast, o presidente da Vibra, Ernesto Pousada, informou que as partes têm 180 dias para avaliar os detalhes do investimento, que visa a implantação de uma unidade com esse fim. Ele não citou valores potenciais, mas ressaltou que, se avançar, a parceria deve começar com uma fábrica piloto pequena de metanol verde. eldquo;Estamos bastante empolgados. É mais um projeto verde, e muito estratégicoerdquo;, diz Pousada, ao citar o aumento da demanda por metanol verde como combustível de navio, em substituição ao bunker, o tradicional óleo combustível marítimo, de origem fóssil. eldquo;Várias das grandes empresas de shipping já estão encomendando navios movidos a metanol. Esse é um movimento que está acontecendo de fato no mundo. São navios flex, que aceitam metanol ou bunkererdquo;, diz. Entre essas empresas está, por exemplo, o grupo de navegação dinamarquês Maersk. Método No caso, o metanol ou álcool metílico eldquo;verdeerdquo; (CHe#8323;OH) viria da síntese do dióxido de carbono (COe#8322;) restante da produção do etanol de milho com o hidrogênio verde (He#8322;), este gerado por meio da eletrólise da água com energia elétrica renovável. Como o processo é limpo e ainda usa carbono emitido em outro processo, Pousada fala em eldquo;emissão negativaerdquo;. O fato de o metanol verde ser um líquido leve à temperatura ambiente facilita o transporte e armazenamento, colocando-o como uma das mais promissoras aplicações do hidrogênio verde nos próximos anos. Sinergia A Inpasa é a maior produtora de etanol de milho do País, com unidades em Sinop (MT), Nova Mutum (MT) e Dourados (MS), além de atividades no Paraguai. Já a Vibra é a maior das distribuidoras de combustível brasileiras, com presença nos 26 Estados e no Distrito Federal. A sinergia favorável ao eventual novo negócio de metanol verde está, portanto, na capacidade de produção da Inpasa e na capilaridade e logística da Vibra.

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Transição para os veículos elétricos esfria à medida que a demanda diminui

O esforço do governo Biden para incentivar mais americanos a comprar veículos elétricos está ficando aquém das expectativas, pois os consumidores se preocupam com os preços, a autonomia da bateria e a falta de estações de recarga. As vendas de carros totalmente elétricos nos EUA ainda estão crescendo em ritmo acelerado - aumentaram mais de 50% este ano em relação a 2022 - mas as montadoras dizem que o crescimento diminuiu nos últimos meses, o que as levou a reduzir seus planos de produção e a pausar alguns investimentos. eldquo;Os fabricantes de automóveis passaram do otimismo para a realidade porque a aceitação do consumidor cresceu mais lentamente. Portanto, eles estão procurando desacelerar sua implementaçãoerdquo;, disse Michelle Krebs, analista do setor da Cox Automotive. A transição para os veículos elétricos eldquo;não será linear e haverá muitos obstáculos no caminhoerdquo;, acrescentou ela. Foram vendidos 869 mil veículos totalmente elétricos nos Estados Unidos nos primeiros 10 meses deste ano, um aumento de 56% em relação ao mesmo período de 2022, de acordo com o provedor de dados J.D. Power. Essa taxa de crescimento marcou uma desaceleração em relação aos dois anos anteriores e foi menor do que o previsto por algumas montadoras. eldquo;A narrativa de que os veículos elétricos não estão crescendo tomou conta. Eles estão crescendoerdquo;, disse o diretor financeiro da Ford, John Lawler, em outubro. eldquo;Estão apenas crescendo em um ritmo mais lento do que o esperado pelo setor e, francamente, por nós.erdquo; O governo Biden disse que quer que metade de todas as vendas de veículos novos até 2030 seja de veículos com emissão zero, que ele define como veículos totalmente elétricos e híbridos plug-in. No mês passado, esses modelos representavam 10,8% das vendas de veículos novos nos Estados Unidos, sendo a maior parte totalmente elétrica, de acordo com a J.D. Power. Especialistas em veículos elétricos afirmam que ainda é possível atingir a meta da Casa Branca se os consumidores virem progresso na disponibilidade de recarga - algo que deve acontecer quando os carregadores subsidiados pelo governo federal começarem a aparecer nos próximos meses. Mark Z. Jacobson, especialista em energia renovável e professor de engenharia da Universidade de Stanford, disse que os compradores também precisam de mais informações sobre a economia de custos da adoção da eletricidade. eldquo;Considerando que dirigir um veículo elétrico faz com que o motorista médio economize cerca de US$ 20 mil a US$ 30 mil em 15 anos somente em economia de combustível, acho que a única coisa que está impedindo a demanda do consumidor é a falta de informações sobre issoerdquo;, disse ele. O governo Biden afirma que as vendas de veículos elétricos triplicaram desde que o presidente Biden assumiu o cargo, e aponta para uma pesquisa que mostra que 51% dos americanos entrevistados estavam considerando comprar um veículo elétrico neste ano, em comparação com 38% dois anos antes. Com a ajuda de subsídios federais, o país está a caminho de adicionar 500 mil novos carregadores até 2026, segundo autoridades do governo. eldquo;Mais americanos estão comprando VEs todos os dias - com as vendas de VEs aumentando mais rapidamente do que as de carros tradicionais movidos a gasolina - já que a agenda Investing in America do presidente torna os VEs mais acessíveis, ajuda os americanos a economizar dinheiro ao dirigir e torna o carregamento de VEs acessível e convenienteerdquo;, disse o porta-voz da Casa Branca, Angelo Fernandez Hernandez, em um comunicado. No entanto, a Ford e a General Motors estão entre as montadoras que reduziram a produção de veículos elétricos e adiaram investimentos nas últimas semanas em meio ao arrefecimento das vendas. Em outubro, a GM disse que a eldquo;desaceleração do crescimento no curto prazoerdquo; estava levando a empresa a descartar sua meta de construir 400 mil veículos elétricos até meados do próximo ano e adiar o início da produção de caminhões elétricos em uma fábrica em Lake Orion, Michigan. A GM acrescentou que manterá sua fabricação flexível para produzir veículos elétricos ou movidos a gasolina, dependendo da demanda. Mary Barra, CEO da GM, enfatizou no mês passado a necessidade de uma rede de recarga mais robusta para superar as preocupações dos consumidores. Pesquisas realizadas pela J.D. Power mostraram que os motoristas estão frustrados com a falta de carregadores e com as estações frequentemente quebradas. Cerca de 1 em cada 5 tentativas de carregamento falham, e cerca de 1 em cada 3 compradores de EV não têm acesso a carregamento doméstico, de acordo com Elizabeth Krear, especialista em EV da J.D. Power. Em outubro, a Ford disse que cortaria a produção do Mustang Mach-E elétrico e adiaria investimentos de US$ 12 bilhões em fábricas de baterias e outras iniciativas de veículos elétricos. A Ford também disse que dará mais ênfase à produção de veículos híbridos, chamando-os de eldquo;ponteerdquo; para o mercado de veículos totalmente elétricos. Nas últimas semanas, a Ford disse a seus fornecedores que está reduzindo pela metade seu plano de produção para 2024 da picape elétrica F-150 Lightning, para cerca de 1.600 por semana, informou a Automotive News este mês. Um porta-voz da Ford não quis comentar a reportagem, além de dizer que a empresa eldquo;continuará a adequar a produção à demandaerdquo;. Até mesmo a Tesla, que domina as vendas de veículos elétricos nos Estados Unidos, desacelerou seus planos de abrir uma nova fábrica no México para abastecer o mercado americano, embora tenha culpado as altas taxas de juros e não algo específico dos veículos elétricos. eldquo;Acho que queremos apenas ter uma noção de como está a economia global antes de darmos o pontapé inicial na fábrica do México. Estou preocupado com o ambiente de altas taxas de juros em que nos encontramoserdquo;, disse o CEO da Tesla, Elon Musk, aos investidores em outubro. eldquo;Nunca é demais enfatizar que, para a grande maioria das pessoas, comprar um carro é uma questão de pagamento mensal.erdquo; O arrefecimento da demanda e a crescente concorrência levaram a mais cortes nos preços dos veículos elétricos, ajudando a reduzir a diferença de preços entre os veículos elétricos e os carros movidos a gasolina. O preço médio pago por um veículo elétrico novo nos EUA em novembro foi de US$ 52.345, cerca de 8,5% mais alto do que o preço médio do mercado total, de acordo com a Cox Automotive. Um ano atrás, o prêmio dos VEs era de mais de 30%. Melhorar a rede pública de recarga, que é escassa e muitas vezes defeituosa, é vital para ampliar o mercado de VEs para além dos compradores de alta renda e experientes em tecnologia, incluindo mais americanos de renda média que não estão dispostos a tolerar inconveniências apenas para se tornarem elétricos, dizem os especialistas. Os primeiros usuários eldquo;aceitam muito bem os defeitos das novas tecnologiaserdquo;, disse Nick Nigro, fundador da Atlas Public Policy, que realiza pesquisas sobre questões climáticas e tecnológicas. eldquo;As pessoas comuns não são assim. Se o carregador não funciona quando você o conecta, mesmo que o problema seja apenas ter de tentar novamente, isso não vai funcionar.erdquo; A lei de infraestrutura bipartidária, assinada por Biden há dois anos, forneceu US$ 7,5 bilhões aos governos estaduais e locais durante cinco anos para subsidiar a construção de carregadores, uma campanha que só agora está começando a levar à abertura de novas estações de recarga. Sam Abuelsamid, especialista em recarga da empresa de inteligência de mercado Guidehouse Insights, disse que esse tempo demorou porque os provedores de recarga precisam passar por muitos obstáculos para construir uma estação, inclusive trabalhar com as concessionárias locais para garantir a energia, receber licenças e comprar e instalar o hardware. eldquo;Dado o tempo necessário para implantar uma estação de recarga, não me surpreende que só estejamos recebendo as primeiras estações agoraerdquo;, disse ele. Por enquanto, a rede dos EUA depende em grande parte da Tesla. Há cerca de 35 mil portas públicas de carregamento rápido nos Estados Unidos, sendo boa parte pertencente à Tesla, de acordo com a Atlas Public Policy. A GM, a Honda, a Hyundai e várias outras montadoras disseram neste verão que estão se unindo para expandir significativamente a rede de carregamento rápido, instalando 30 mil novos carregadores na América do Norte. As primeiras estações são esperadas para o próximo verão. eldquo;Acho que, durante anos, as montadoras definiram seu produto como o carro... e cabe a diferentes fornecedores atender a esses carros, abastecer esses carroserdquo;, disse Jon McNeill, membro do conselho da GM e ex-alto executivo da Tesla, em uma entrevista. eldquo;Levou tempo para que os fabricantes entendessem ... que o produto não é apenas o carro, é a experiência ... é a experiência de carregamento também.erdquo; (The Washington Post)

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O Brasil e as refinarias do futuro

Pela primeira vez, quase 300 países decidiram consensualmente, na Cúpula do Clima da ONU (COP-28), finalizada em dezembro nos Emirados Árabes Unidos, a colocar em marcha a transição entre combustíveis fósseis e combustíveis limpos. Não foi fixado nem prazo para essa transição nem mesmo punição para eventuais transgressões. No entanto, por toda a parte, por causa dos efeitos cada vez mais chocantes das mudanças climáticas, os movimentos ambientalistas ganharam força para pressionar seus respectivos governos para apressar o desmonte da indústria do petróleo. Este é fator irredutível que impõe importantes mudanças nos negócios das refinarias. Os parques atuais deverão ser submetidos a amplos processos de modernização, de maneira a consumir menos recursos energéticos e poder processar bioprodutos, entre eles os biocombustíveis endash; como aponta Marcelo Gauto, químico e especialista em petróleo, gás e energia. Enquanto a demanda por petróleo permanecer elevada, esses empreendimentos precisarão se adequar para reduzir e mitigar as emissões de carbono no processamento de petróleo bruto, até que se tornem unidades dedicadas de biorrefino. Além disso, para se preparar para o futuro, em que haverá menor demanda por combustíveis fósseis, as refinarias precisarão estar mais integradas com a indústria petroquímica para produzir, também, produtos como olefinas, aromáticos, hidrogênio e metanol, que continuarão a ter grande demanda. eldquo;O mercado do petróleo já está se adaptando em todo o mundo e as refinarias são elemento-chave nesse processo. Por aqui, a Petrobras já coprocessa óleo vegetal para produzir diesel com conteúdo renovável na refinaria do Paraná e está preparando outras três refinarias para essa finalidade. A transição acontecerá com aproveitamento e otimização dos recursos existenteserdquo;, explica Gauto. Setores do governo Lula e o lobby corporativo vêm pressionando contra a política de otimização e adaptação das atuais refinarias. Eles querem aumentar a capacidade de refino sob o argumento de que o Brasil está exportando petróleo bruto e não se beneficia com os melhores preços dos produtos refinados. O volume de petróleo (nacional e importado) processado nas refinarias brasileiras caiu 5,8% em quase 10 anos, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gas Natural e Biocombustíveis (ANP). Sem falar no alto volume de investimentos, refinarias convencionais levam entre 5 e 7 anos para serem construídas e mais de 30 para se pagarem. Muito antes disso, o mundo deverá enfrentar enormes capacidades ociosas em refinarias. eldquo;As condições econômicas e ambientais tornarão difícil construir novos parques de tamanha complexidade em outro local. Desse modo, muitos processos de refino existentes ainda estarão em uso provavelmente em uma das unidades ativas hoje, o conceito-base será o mesmo, mas as refinarias do futuro serão mais eficientes, sustentáveis e tecnologicamente avançadoserdquo;, adverte Gauto. Nesse campo, as questões ideológicas têm de ser deixadas de lado. A hora é de pragmatismo e de dançar a música que começa a ser tocada no mercado global.

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Petróleo fecha em alta, com tensões geopolíticas elevadas após apreensão de navio pelo Irã

O petróleo fechou em alta nesta quinta-feira, 11, apoiado por preocupações com os riscos à oferta associados a tensões geopolíticas crescentes. A apreensão de um navio no Mar Vermelho requentou temores de escalada de conflitos no Oriente Médio. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para fevereiro de 2024 fechou com alta de 0,91% (+US$ 0,65), a US$ 72,02 o barril; enquanto o Brent para março, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), subiu 0,79% (+US$ 0,61), a US$ 77,41 por barril. A Marinha do Irã apreendeu nesta quinta um petroleiro de empresa grega no Golfo de Omã, segundo autoridades. A embarcação St. Nikolas, anteriormente chamada de Suez Rajan, já havia sido apreendida no passado pelos EUA, quando portava 1 milhão de barris de petróleo iraniano. A mídia estatal iraniana afirmou que eldquo;o petroleiro infrator Suez Rajan roubou petróleo iraniano e o levou aos americanoserdquo;. eldquo;Obviamente, esse é um incidente diplomático e parece estar desafiando sanções internacionais, motivo pelo qual os preços do petróleo subiram na sequência da apreensão e desvio do St. Nikolas para águas iranianaserdquo;, explicou a Navellier em comentário a clientes. A CMC Markets acrescentou que há ainda um nervosismo sobre a possibilidade de uma resposta dos EUA e do Reino Unido ao ataque dos Houthis na quarta-feira às suas respectivas forças navais. (Estadão Conteúdo)

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Adições de capacidade eólica e solar devem dobrar no Brasil e outros países até 2028

As adições de energia solar fotovoltaica e eólica onshore devem mais que dobrar nos Estados Unidos, União Europeia, Índia e Brasil até 2028, em comparação com os últimos cinco anos, prevê a Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês). Em relatório (.pdf) publicado nesta quinta (11/1), a IEA analisa que ambientes políticos favoráveis e a crescente atratividade econômica das renováveis são os principais impulsionadores dessa aceleração. Em 2023, estima-se que 96% da capacidade de energia solar e eólica de grande escala recém-instalada tiveram custos de geração inferiores aos de novas usinas a carvão e gás natural. No caso da solar, os preços à vista dos módulos caíram quase 50% em relação ao ano anterior, com a capacidade de fabricação atingindo três vezes os níveis de 2021. Na União Europeia e no Brasil, a expectativa é que as instalações de painéis fotovoltaicos em telhados superem as de grandes usinas, com os consumidores residenciais e comerciais investindo na geração própria para reduzir suas contas de eletricidade. No Brasil, a geração própria de energia solar cresceu 40% em 2023. Nos Estados Unidos, a Lei de Redução da Inflação (IRA, em inglês) já mostra resultados na aceleração das adições de capacidade, apesar de problemas na cadeia de abastecimento e preocupações comerciais a curto prazo. Já a Índia tem um cronograma acelerado de leilões para energia eólica terrestre em grande escala e energia solar fotovoltaica, o que, juntamente com a melhoria da saúde financeira das distribuidoras, deve acelerar as instalações. Transformação no mix de energia Segundo a IEA, o mundo está a caminho de adicionar mais capacidade renovável nos próximos cinco anos do que foi instalado desde a construção da primeira usina comercial de energia renovável, há mais de 100 anos. No cenário principal do relatório, quase 3,7 terawatts (TW) de nova capacidade renovável entram em operação no período de 2023 a 2028, impulsionados por políticas de apoio em mais de 130 países, com solar e eólica representando 95% dessa expansão. Já em 2024, a agência vê eólica e solar fotovoltaica gerando juntas mais eletricidade do que as hidrelétricas. É esperado que as renováveis ultrapassem o carvão em 2025 e a nuclear entre 2025 e 2026. Até 2028, elas devem responder por mais de 42% da geração global de eletricidade, com a participação eólica e solar dobrando para 25%. No entanto, observa que ainda será necessário um esforço político para alcançar a meta da COP28 de triplicar a capacidade global de energia renovável até 2030, para 11 TW. eldquo;Sob as políticas e condições de mercado existentes, prevê-se que a capacidade global de energia renovável alcance 7,3 TW até 2028. Essa trajetória de crescimento veria a capacidade global aumentar para 2,5 vezes seu nível atual até 2030, ficando aquém da meta de triplicação. Os governos podem reduzir essa lacuna para ultrapassar 11 TW até 2030, superando desafios atuais e implementando políticas existentes mais rapidamenteerdquo;, observa o documento. Desafios para triplicar capacidade renovável As políticas necessárias para alcançar a meta coletiva de triplicar as energias renováveis até 2030 varia significativamente por país e região. De acordo com o relatório, os países do G20 respondem por quase 90% da capacidade global e, no cenário acelerado, que pressupõe uma implementação aprimorada de políticas e metas existentes, o bloco poderia triplicar essas instalações, No entanto, os investimentos precisam acelerar em outros países também, incluindo economias emergentes e em desenvolvimento fora do G20, algumas delas ainda sem metas e políticas de apoio. A agência divide os desafios em quatro categorias: incertezas políticas e respostas tardias às novas condições macroeconômicas; investimento insuficiente em infraestrutura de rede que impede uma expansão mais rápida das energias renováveis; barreiras administrativas complexas e procedimentos de autorização, bem como questões de aceitação social; financiamento insuficiente em economias emergentes e em desenvolvimento. Outros mercados em expansão Mesmo com a retirada gradual de subsídios entre 2020 e 2021, a China deve instalar quase 60% da nova capacidade renovável esperada para se tornar operacional globalmente até 2028. A previsão é que o país asiático alcance, em 2024, a meta nacional de instalações eólica onshore e fotovoltaica programada para 2030. Até o final da década, quase metade da geração de eletricidade chinesa virá de fontes renováveis. Outras regiões do mundo também começam a ver uma aceleração nas instalações, principalmente Oriente Médio e Norte da África, graças a incentivos políticos. Na África subsaariana, no entanto, a expansão ainda deve permanecer aquém do potencial e da demanda locais. Novas adições em 2023 As adições globais anuais de capacidade renovável aumentaram quase 50% para quase 510 gigawatts (GW) em 2023, a taxa de crescimento mais rápida nas últimas duas décadas. É o 22º ano consecutivo de recordes. Destaque para Europa, Estados Unidos e Brasil, onde essas instalações atingiram níveis recordes. Mas é a China que segue na liderança. Em 2023, o país comissionou tanta energia solar fotovoltaica quanto o mundo inteiro em 2022, aponta a IEA. Na eólica, o crescimento anual foi de cresceram 66%. Globalmente, a solar fotovoltaica representou três quartos das adições de capacidade renovável em todo o mundo.

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