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Novo PAC dará prioridade a energia renovável, diz Lula

O presidente Lula (PT) disse, nesta segunda (17/7), que o governo lançará nos próximos dias um novo plano de investimentos para retomar empreendimentos paralisados e acelerar os que estão em andamento, além de selecionar novos projetos. Segundo Lula, uma das prioridades será em energias renováveis. eldquo;O Brasil já possui uma matriz energética das mais limpas do planeta (ehellip;). E iremos melhorar ainda mais esses números, porque estamos dando prioridade à geração de energia solar, eólica, biomassa, etanol e biodiesel. Também é enorme o nosso potencial de produção de hidrogênio verdeerdquo;. O anúncio ocorreu durante a sessão de abertura do fórum empresarial União Europeia-América Latina, em Bruxelas, na Bélgica. Em discurso a empresários, Lula disse que as duas regiões precisam enviar um sinal ao mundo de que estão comprometidas com uma agenda de paz, cooperação, ampliação do comércio e dos investimentos, geração de empregos e crescimento sustentável. O plano previsto para ser lançado este mês é apelidado, por enquanto, de elsquo;novo PAC,ersquo; em alusão ao Programa de Aceleração do Crescimento criado para apoio e monitoramento de investimentos públicos e de estatais nos governos petistas. Infraestrutura de transporte Na semana passada, o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), disse, em uma entrevista à revista Exame, que seu ministério terá 50% dos investimentos previstos. O orçamento ainda não foi definido, mas Lula já anunciou que o primeiro projeto a integrar o novo PAC será a expansão da Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste), que ligará o futuro Porto de Ilhéus (no litoral da Bahia) ao município de Figueirópolis (TO). eldquo;Promoveremos a modernização de nossa infraestrutura logística, com investimentos em rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportoserdquo;, declarou Lula em Bruxelas. Ainda de acordo com o presidente, o plano trará também oportunidades em mobilidade urbana, saneamento, prevenção de desastres e financiamento habitacional.

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Haddad contesta alíquota de 28% para IVA estimada por estudo

Uma alíquota de 28% do Imposto sobre Valor Adicionado (IVA), a ser criado pela reforma tributária, não considera uma série de fatores, disse nesta segunda-feira (17) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele rebateu um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), segundo o qual o futuro IVA ficaria mais alto que os 25% inicialmente previstos por causa das exceções incluídas durante a votação pelos deputados. eldquo;Aquele é um estudo que não leva em consideração uma série de fatores. Não tem análise de impacto, por exemplo, sobre [combate à] sonegação, evasão, corte de gastos tributários [eliminação de incentivos fiscais]erdquo;, declarou Haddad ao chegar ao Ministério da Fazenda nesta segunda pela manhã. Baseado no texto aprovado pela Câmara dos Deputados, o estudo do Ipea estima uma alíquota de 28,4% para o IVA, que incidirá sobre o consumo. Esse percentual garantiria a alíquota mais alta do mundo para impostos desse tipo, batendo o recorde da Hungria, que cobra IVA de 27%. Segundo o Ipea, as isenções incluídas no texto, o benefício a setores que terão alíquota reduzida em 60% e a criação de regimes especiais estão por trás da alíquota alta. Isso porque, para compensar a desoneração para alguns segmentos da economia, o governo terá de tributar mais o restante dos setores. Transição Sobre a possibilidade de a alíquota ficar abaixo de 28%, o ministro disse ser necessário avaliar dois fatores. O primeiro é a transição, que começará em 2026 para a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), a parte federal do futuro IVA, e irá até 2032. eldquo;Nós vamos calibrando isso de acordo com a transição. Então começa em 2026 com uma alíquota baixinha para ver o impactoerdquo;, declarou o ministro. O segundo fator, citou Haddad, serão eventuais mudanças na reforma tributária pelo Senado, que poderá rever algumas exceções concedidas pela Câmara. Com menos isenções e setores com alíquotas reduzidas, a alíquota geral poderá baixar. Apesar de contestar a estimativa de 28,4% de alíquota, Haddad considerou positivas as ponderações feitas pelo Ipea e defendeu um enxugamento da reforma, com a revisão da lista de exceções. eldquo;O alerta que o estudo do Ipea faz é bom, porque mostra que, quanto mais exceções tiver [a reforma tributária], menos vai funcionar. Então tem que calibrar bem as exceções, para que elas estejam bem justificadaserdquo;, declarou. Mesmo no caso de um IVA alto, o estudo considera a reforma tributária benéfica para a economia brasileira, porque melhorará o ambiente de negócios e simplificará a cobrança e o pagamento de tributos. Recentemente, o Ipea divulgou um outro estudo, segundo o qual a reforma poderá gerar um ganho de 2,39% no Produto Interno Bruto (PIB) até 2032.

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Investimento da Petrobras em novo plano deve ser semelhante ao atual, diz Prates

O novo plano estratégico da Petrobras para o período de 2024 a 2028 deverá prever um aporte semelhante ao atual (2023-2027), de cerca de US$ 78 bilhões (R$ 375 bilhões), tendo como novidade um olhar para a transição energética, disse o presidente da estatal, Jean Paul Prates, à Reuters. A companhia deverá publicar em agosto novos ajustes para o atual planejamento, como forma de preparar o mercado para o documento estratégico totalmente reformado previsto para ser publicado no fim do ano. "Financeiramente, [o plano] acho que não [será muito diferente]. O destaque será essa questão das renováveis. Não deve diferir muito porque de um ano para o outro não pode fazer muitos movimentos", disse Prates, em uma entrevista exclusiva, sem adiantar números. "Claro que vamos ter um plano de investimentos importante com pré-sal sendo muito importante. Essa é uma empresa de pré-sal, de offshore de petróleo, mas vai se transformando aos poucos", disse ele, ao comentar sobre o primeiro planejamento a ser anunciado pela sua gestão. No atual plano estratégico, a Petrobras prevê investimentos em exploração e produção de US$ 64 bilhões (R$ 307 bilhões), com 67% destinados ao pré-sal. Já em refino e gás natural, a empresa projeta US$ 9,2 bilhões (R$ 44,2 bilhões), com cerca de 50% dos recursos aplicados na expansão e aumento da qualidade e eficiência do refino. O executivo afirmou que quando assumiu a direção da Petrobras, em janeiro, teve "a nítida impressão de que a empresa estava sendo preparada para uma venda no curto prazo", com lucros exorbitantes, venda de diversos ativos e com foco exclusivo no pré-sal. Agora, a nova gestão busca um plano para preparar a companhia para o longo prazo, olhando a diversificação e sem deixar de perseguir o lucro. "Temos que continuar sendo uma empresa altamente lucrativa porque temos bons ativos, bom pessoal e conhecimento técnico do Brasil. Isso nos dá essa alavancagem para continuar sendo extremamente lucrativa e boa para os investidores, boa parceira." Dessa forma, a petroleira terá dividendos mais ajustados para uma realidade onde ela projeta e investe para o futuro, afirmou Prates, pontuando que a empresa quer atrair acionistas que entendem o olhar de longo prazo para a petroleira. "Se for curtoprazista não adianta", disse. AVANÇO EXPLORATÓRIO E MARGEM EQUATORIAL Prates reiterou o interesse da companhia na exploração da Bacia da Foz do Rio Amazonas, na Margem Equatorial, considerada a mais nova fronteira exploratória de petróleo e gás, mesmo após uma negativa do Ibama neste ano. "A gente considera que terá a licença, mais cedo ou mais tarde", disse o executivo, pontuando que a empresa seguirá requisitos e prazos que forem colocados pelo órgão ambiental federal. A petroleira já recorreu da decisão do Ibama, com quem vem mantendo interações, mas não há prazo para uma decisão final. "A gente não vai desistir de uma numa nova fronteira, a não ser que se diga um peremptório não". No Brasil, a Margem Equatorial se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá. Já no exterior, compreende outros países onde a Petrobras também poderá estudar investimentos, como Suriname e Guiana. Outra possibilidade exploratória, segundo ele, poderá ser a análise de áreas na costa oeste africana, onde há similaridade geológica. O avanço para a exploração em outros países tem a ver com uma expansão natural da Petrobras, segundo Prates, que avalia oportunidades também em outras áreas, como renováveis. VISÃO MAIS GLOBAL Com mais de 25 anos de atuação no setor energético, incluindo no setor privado, Prates é ex-senador pelo PT e foi indicado para presidir a Petrobras pelo presidente Luiz Inácio Lula da Lula com a missão de promover uma guinada na companhia para além do pré-sal, voltando a investir em refino, energias renováveis e outros segmentos que haviam perdido espaço dentro da companhia em gestões anteriores. Na avaliação do CEO, o olhar para o exterior para buscar novas oportunidades seria uma expansão natural para a Petrobras, que já teve uma presença maior em outros países no passado. "Essa ida para fora não quer dizer que seja só em petróleo, pode entrar em outras áreas, pode ter parcerias em coisas que a gente precisa aprender, precisa estar junto de novos parceiros que são consistentes também, pode ser na transição energética, energia renovável, bioquímica e química e refino de outro nível", afirmou. "A gente não pode estar desconcatenado de ser uma empresa internacional." Nessa linha, o executivo comentou o interesse de participar de discussões junto à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), após ter se encontrado recentemente com o secretário-geral do grupo, Haitham Al Ghais, em um evento em Viena, na Áustria. Prates convidou a autoridade para uma visita ao Brasil ainda neste ano, quando planeja levá-lo para conhecer diversas operações da petroleira e também para encontros no governo federal. A ideia, de acordo com o CEO, seria que o Brasil interagisse mais com o grupo, em conversas sobre tecnologias, mercado e outros temas. O presidente da Petrobras frisou, no entanto, que "não haveria interesse do Brasil" em entrar na Opep como membro efetivo, pois não faria sentido participar com cotas de produção, uma vez que o Brasil tem um mercado interno importante e uma economia que conta com a indústria de petróleo.

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Petróleo cai mais de 1,5% com temores sobre demanda após dados econômicos fracos da China

Os preços do petróleo caíram mais de 1,5% nesta segunda-feira (17), depois que o crescimento econômico da China mais fraco do que o esperado levantou dúvidas sobre a força da demanda no segundo maior consumidor de petróleo do mundo. Uma retomada parcial da produção de petróleo da Líbia, que havia sido interrompida, também pressionou os preços. O PIB (Produto Interno Bruto) da China cresceu 6,3% ano a ano no segundo trimestre, ante 7,3% das previsões dos analistas, à medida que a recuperação pós-pandemia perde força. O petróleo Brent caiu US$ 1,37, ou 1,7%, a US$ 78,50 o barril, enquanto o petróleo dos EUA (WTI) perdeu US$ 1,27, ou 1,7%, para US$ 74,15, no segundo dia consecutivo de perdas para ambos os contratos. O petróleo também ficou sob pressão nesta segunda-feira com a retomada da produção em dois dos três campos líbios fechados na semana passada. A produção havia sido interrompida por um protesto contra o sequestro de um ex-ministro das Finanças. Enquanto isso, as exportações russas de petróleo a partir de portos ocidentais devem cair de 100 mil a 200 mil barris por dia (bpd) no próximo mês, um sinal de que Moscou está cumprindo a promessa de cortes de oferta em conjunto com a Arábia Saudita, disseram duas fontes na sexta-feira. (Reuters)

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Reforma Tributária autoriza estados e municípios a definirem alíquotas próprias do IBS

A Reforma Tributária autoriza estados e municípios a definirem suas próprias alíquotas no IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), novo tributo que será criado no lugar dos atuais ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e ISS (Imposto sobre Serviços). O formato tem sido usado por críticos da Reforma para reforçar a artilharia contra a proposta, sob a justificativa de que isso anula o esforço de simplificação do Sistema Tributário Nacional. O argumento é rejeitado por defensores do texto, que veem possibilidades limitadas de variação das alíquotas de um lugar para outro. Eles também afirmam que o dispositivo assegura a autonomia de estados e municípios, algo tão reivindicado justamente pelos críticos da proposta. Há ainda um custo político não desprezível como barreira à instituição de uma cobrança maior do que a exercida no restante do país emdash;o que é visto como vantagem ou como problema, a depender da ala que analisa a questão. Sob uma perspectiva positiva, o ônus político conteria o ímpeto de governantes de elevar a tributação sobre seus contribuintes. Do ponto de vista negativo, haveria pressão pela fixação de uma alíquota de referência o mais elevada possível para atender a todos os entes sem individualizar desgastes. A PEC (proposta de emenda à Constituição) aprovada na Câmara dos Deputados prevê a unificação de cinco tributos sobre consumo em dois novos, o IBS (de competência estadual e municipal) e a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) federal. A transição seria iniciada em 2026, com previsão de migração completa em 2033. O governo federal tem sido cobrado a apontar em quanto devem ficar as alíquotas dos novos impostos, mas os números ainda são mantidos sob sigilo. Estimativas preliminares indicavam uma cobrança próxima a 25%, quando somados o IBS e a CBS, mas a carga final vai depender também do alcance das exceções setoriais, que foram ampliadas na reta final da tramitação na Câmara. O texto diz que, após a promulgação da PEC, uma resolução do Senado Federal vai fixar a alíquota de referência do imposto para cada esfera federativa, "que será aplicada salvo disposição em contrário em lei específica". A lei específica em questão deverá ser aprovada no Legislativo local e poderá definir o patamar de cobrança em seu território, mesmo que isso signifique uma alíquota distinta da aplicada nos demais lugares. Há ainda a opção de estados e municípios vincularem de forma automática suas alíquotas à referência estipulada pelo Senado. Técnicos que acompanham as discussões explicam que o trecho é importante para garantir a autonomia federativa, um princípio gravado na Constituição. Hoje, essa liberdade já existe: cada estado ou município define a alíquota a ser cobrada dos contribuintes. A diferença é que, após a Reforma, a escolha se dará no âmbito de um sistema bem mais simples do que o atual, em que governadores e prefeitos fixam inúmeras alíquotas, diferenciadas conforme bens, serviços ou setores. A PEC prevê, de forma expressa, que a cobrança definida pelo ente "será a mesma para todas as operações com bens ou serviços", à exceção dos regimes específicos ou favorecidos previstos no próprio texto constitucional. Ou seja, mesmo que o ente queira adotar uma alíquota maior ou menor, ela será única para todos os bens e serviços alcançados pelo IBS. Além disso, os técnicos observam que o governador ou prefeito que quiser elevar a alíquota do IBS em seu território precisará "arcar com o ônus político" dessa decisão. Se o desejo for o de reduzir a cobrança, o texto impede que a perda de arrecadação decorrente seja financiada de forma indireta por outros entes por meio da transição federativa emdash;período em que estados e municípios compensarão uns aos outros para evitar oscilações bruscas de receitas durante a implementação da Reforma. O economista e pesquisador Sérgio Gobetti, especialista na área tributária e que hoje atua na secretaria de Fazenda do Rio Grande do Sul, ressalta que o ônus político de fixar uma alíquota acima da referência tende a ser ainda maior após a PEC, uma vez que a proposta muda o local de cobrança da origem (onde o bem ou serviço é produzido) para o destino (onde ocorre o consumo). "Hoje, quando o governante aumenta a alíquota, ele tributa o consumo de outro lugar, está invadindo o consumo dos cidadãos de outras localidades. Com a Reforma, ele estará literalmente tributando o consumo de seus cidadãos. O pãozinho, a conta de luz, a gasolinaehellip; Isso torna mais transparente e republicana a relação do tributo com a sociedade", diz Gobetti. Segundo ele, não é verdade que a permissão para a mudança das alíquotas anula o objetivo de simplificação do sistema. Em sua avaliação, a ampliação das exceções setoriais gera mais complexidade do que a autorização para estados e municípios fixarem suas próprias alíquotas gerais. "A demanda de aumento da alíquota deve ser baixa, porque a transição ajuda a assegurar a arrecadação", afirma o economista. Gobetti diz ainda que as mudanças serão sutis e tendem a seguir um padrão. Nos municípios, em que a cobrança hoje se situa entre 2% e 5%, seria de se esperar valores intermediários. "Não seriam mais de 5.000 alíquotas. Na prática, no máximo vai ter dez alíquotas, isso já exagerando." O presidente do Comsefaz (Comitê Nacional de Secretários Estaduais de Fazenda), Carlos Eduardo Xavier, diz que a autorização para cada ente fixar sua alíquota é importante para acomodar as diferentes necessidades. "O país tem dimensões continentais e regiões bem desiguais. Essa possibilidade é fundamental para a autonomia dos estados e municípios", afirma. Crítico à Reforma, o sócio e economista-chefe da Warren Rena, Felipe Salto, alerta de que as necessidades distintas vão justamente atuar como um incentivo à pressão sobre quem subsidiará o Senado com os cálculos da alíquota de referência emdash;competência delegada ao TCU (Tribunal de Contas da União). "Em primeiro lugar, apesar de o TCU ter servidores muito bons, não faz sentido o órgão de controle fazer essa estimativa", critica ele, que também já foi secretário de Fazenda de São Paulo. "Em segundo lugar, [mesmo com a autonomia], nenhum estado ou município vai querer mudar sua alíquota, porque vai valer para todos os setores." Para ele, o risco de perda de arrecadação levará os entes a pressionar o TCU na tentativa de afastar o custo político local. "Se acontecer o que eu acho que vai acontecer, a tendência é de a alíquota de referência ficar o mais elevada possível, para [os entes] não terem o ônus de ficarem com alíquota maior do que a de referência", afirma. Salto defende a fixação de uma banda, com mínimo e máximo para as alíquotas dos novos tributos, a ser gravada em lei complementar que regulamentará a Reforma. A norma emdash;que ele chama de "nova Lei Kandir"emdash; também poderia estabelecer os preceitos básicos do novo imposto, a partir dos quais os Executivos estaduais e municipais poderiam fixar suas regras, em substituição ao Conselho Federativo. A ideia de uma banda para as alíquotas do IBS foi defendida pelo relator da Reforma no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), em entrevista à Folha. A diferença é que o relator entende que o comando precisa constar na própria PEC. "Acho talvez prudente que se tenha um comando constitucional de mínimos e máximos no IBS e para a CBS. Se não, vai deixar para uma lei complementar, que é uma matéria infraconstitucional, com quórum mais baixo", afirmou Braga à reportagem no dia em que foi oficializado na relatoria. O economista Manoel Pires, coordenador do Observatório de Política Fiscal da FGV Ibre, pondera que as alíquotas não podem ser pensadas de forma nacional, uma vez que cada estado e município têm hoje determinada carga tributária. A fixação de uma trava poderia, segundo ele, tirar autonomia dos entes. "Se a PEC amplia as exceções, mas estabelece um máximo de 25%, isso pode gerar conflito", afirma. Entenda a discussão sobre as alíquotas O que está previsto na PEC da Reforma Tributária? O texto deixa estados e municípios definirem suas próprias alíquotas de IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), novo tributo que será criado pela fusão entre os atuais ICMS (estadual) e ISS (municipal). Hoje, eles já têm a autonomia sobre os atuais tributos. Como isso influencia a alíquota final? Estimativas preliminares indicavam uma cobrança próxima a 25% quando somados o IBS e a CBS, mas a carga final vai depender também do alcance das exceções para cada setor e das definições de cada ente. Haverá uma referência a ser seguida por estados e municípios? O texto prevê que uma resolução do Senado vai fixar a alíquota de referência do imposto para cada esfera federativa, "que será aplicada salvo disposição em contrário em lei específica" (que deve ser aprovada pelo Legislativo local). O Congresso também estuda inserir na PEC limites mínimos e máximos para os novos tributos. Por que o texto gera problemas, segundo críticos da proposta? A justificativa é que tamanho poder para estados e municípios anula o esforço de simplificação do sistema tributário. Por outro lado, defensores dizem que haveria custo político para os governantes que optarem por uma cobrança maior do que a exercida no restante do país, o que deve limitar abusos.

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Grupo SIM, de combustíveis, capta R$ 100 milhões com fundo de recebíveis

O grupo gaúcho SIM se tornou o primeiro no varejo nacional de combustíveis a ingressar no mercado de capitais mediante a cessão de títulos de crédito. A partir do lançamento do Argenta Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC), a ambição das Empresas SIM é montar uma carteira de até R$ 500 milhões em três ou quatro anos. O primeiro fundo, de até R$ 100 milhões, foi constituído a partir de contas a receber do grupo e parte com R$ 75 milhões em cotas sêniores subscritas pelo Banco Votorantim. Em nota, o presidente das Empresas SIM, Neco Argenta, diz que o grupo optou, neste momento, por levantar recursos via mercado de dívida, com um fundo fechado, e não no mercado de ações. Leia mais clicando aqui.

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