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Em Davos, Silveira cobra investimentos de países ricos na transição energética

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta terça-feira, durante painel do Fórum Econômico Mundial, em Davos, que os países ricos devem investir na transição energética e que o Brasil terá a oportunidade, durante a presidência do G20, de cobrar as nações desenvolvidas que coloquem recursos no setor. "Eu acredito que o G20 nos dará a oportunidade de, mais uma vez, de fazer uma cobrança terna, mas severa, dos países industrializados e dos países ricos que reiteradamente se comprometem em investir em transição energética, em investir em emissão de baixo carbono, mas esse discurso está muito distante de se tornar uma realidade", avaliou. "Países como o Brasil têm toda a autoridade, com uma matriz energética de 88% de energia limpa e renovável, e continuando a fazer investimentos neste sentido." O ministro afirmou no painel, que também teve as presenças da ministras Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e Nísia Trindade (Saúde), que o Brasil é um "celeiro" de energias limpas e renováveis e que o país já lidera o processo global de transição energética. O ministro afirmou ainda que o desafio do país é que a transição energética seja justa para a população brasileira e ajude a combater desigualdades sociais no Brasil. Silveira disse ainda que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende ampliar a produção de energia eólica e solar, citando especialmente a Região Nordeste, e que o Brasil está preparado para receber grandes investimentos externos para cumprir este objetivo. (Reuters)

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Humanidade terá de dizer em algum momento que é petróleo zero, diz Marina Silva

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse nesta terça-feira durante painel no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, que a humanidade terá de decidir em algum momento pelo fim dos combustíveis fósseis. A ministra defendeu ainda que o processo de transição para o fim do uso desses combustíveis deverá envolver os produtores e consumidores de petróleo. "O Brasil tomou uma decisão corajosa, de desmatamento zero. A Colômbia tomou uma decisão em relação a petróleo zero (na Amazônia colombiana). Em algum momento nós vamos nos encontrar, a Colômbia vai dizer que é desmatamento zero e a humanidade vai ter que dizer que é petróleo zero", disse. "O que eu tenho defendido é que as empresas de petróleo se transformem o mais rápido possível em produtoras de energia", acrescentou. Marina apontou que o mundo vive uma "contradição", na qual países ainda gastam bilhões de dólares em subsídios para combustíveis fósseis, ao mesmo tempo em que hesitam em colocar recursos em investimentos para a transição energética. Questionada sobre a possibilidade de exploração de petróleo na Bacia da Foz do Rio Amazonas, Marina disse que as licenças para isso foram rejeitadas pelo Ibama por razões ambientais e que optar por explorar ou não petróleo na região não cabe ao Ministério do Meio Ambiente, mas sim a uma "decisão soberana" do Estado brasileiro. O Ibama negou em maio de 2023 pedido de licença da Petrobras para perfurar poços exploratórios em águas ultraprofundas da Foz do Amazonas, no Estado do Amapá. A companhia fez alterações em seus planos, em busca de atender pontos levantados pelo órgão ambiental, e entrou com um pedido de reconsideração, ainda sem retorno. A Foz do Amazonas é vista como uma nova fronteira exploratória de petróleo e gás, com grandes perspectivas, mas também enormes desafios socioambientais. A ministra afirmou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu os parâmetros de atuação do governo ao defender na conferência climática COP28, realizada no final do ano passado nos Emirados Árabes Unidos, a necessidade de acabar com a dependência dos combustíveis fósseis. (Reuters)

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Petróleo fecha misto, entre tensões no Mar Vermelho e temor por demanda fraca

O petróleo fechou sem direção única nesta terça-feira, 16, após uma sessão de volatilidade acentuada e de dólar forte. Investidores ajustam expectativas sobre quão apertado realmente ficará o mercado, ponderando riscos das tensões no Mar Vermelho à oferta e perspectiva de fraqueza da demanda. Na Nymex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para fevereiro caiu 0,38% (US$ 0,28), a US$ 72,40 o barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para março fechou em alta de 0,24% (US$ 0,14), a US$ 78,29 o barril. A commodity operou em alta durante boa parte da manhã, enquanto os investidores monitoravam as implicações na oferta global dos conflitos crescentes no Oriente Médio. A Dow Jones Newswire reportou que a Shell suspendeu por tempo indeterminado o transporte de produtos pelo Mar Vermelho, em meio aos ataques dos houthis a embarcações comerciais na região. O assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, afirmou que seu país continua a eldquo;se reservar o direito de adotar mais açõeserdquo; contra os rebeldes. A possibilidade de perturbações na oferta vem sendo um dos riscos mais monitorados desde o estopim da guerra entre Israel e Hamas. Mas o preço do petróleo foi perdendo ímpeto ao longo da sessão. eldquo;Surpreendentemente, a escalada mais recente das tensões no Oriente Médio não provocou um salto nos preços. Achamos que isso se deve ao fato de que, até agora, a produção de petróleo não foi afetadaerdquo;, comentou a Capital Economics em relatório. eldquo;Além disso, suspeitamos que isso também reflete preocupações com uma demanda fraca, forte crescimento de oferta em outros lugares e uma visão do mercado de que um conflito mais amplo é improvável.erdquo; A alta dos juros dos Treasuries e do dólar nesta terça ajudaram a pressionar as cotações, após falas do diretor do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) Christopher Waller classificadas como eldquo;hawkisherdquo; pelo ANZ. (Estadão Conteúdo)

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Lula visita Abreu e Lima, refinaria que virou 'símbolo' de corrupção investigada pela Lava Jato

Há 18 anos, quatro mil pessoas acompanharam os discursos inflamados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do então presidente venezuelano Hugo Chávez por mais de duas horas sob o sol de 35 graus em Ipojuca, na região metropolitana de Recife (PE), para o lançamento daquele que seria o maior investimento da Petrobras em mais de 25 anos: a construção da refinaria Abreu e Lima (Rnest). Após revirarem concreto e posarem para fotos naquela sexta-feira, 16 de dezembro de 2005, o petista e o eldquo;amigo irmãoerdquo;, como definiu o ditador sul-americano, selaram o início das obras da refinaria que se tornaria um dos maiores símbolos do mau uso do dinheiro público do País. Lula vai voltar às instalações da refinaria nesta quinta-feira, 18, para visitar as obras de ampliação do complexo petrolífero. O governo federal prevê o crescimento de investimentos no setor de acordo com o Plano Estratégico da Petrobras, de 2023-2027. A construção de Abreu e Lima se arrastou por nove anos, de 2005 a 2014 endash; com um atraso de três anos para o início da operação parcial, antes previsto para 2011. O projeto foi pensado em parceria com a estatal venezuelana PDVSA, inicialmente em um acordo entre o governo petista e o regime chavista. O que deveria ser o início da independência para o refino de petróleo brasileiro, se tornou um dos símbolos das investigações da Operação Lava Jato no escândalo do eldquo;petrolãoerdquo;, um esquema de desvio de recursos da Petrobras. A obra foi alvo ainda de processos na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e no Tribunal de Contas da União (TCU). Lava Jato Com um custo inicial de R$ 7,5 bilhões, as obras do empreendimento endash; tocadas pelas empreiteiras Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão endash; consumiram quase R$ 60 bilhões. De acordo com a delação premiada do ex-executivo da Odebrecht Márcio Faria da Silva, as obras na refinaria teriam rendido R$ 90 milhões em propinas a ex-executivos da estatal ligados ao PP, ao PT e ao PSB. A delação se desdobrou em apurações na Justiça Eleitoral e na esfera criminal. O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa foi condenado a sete anos e meio de prisão por organização criminosa e lavagem de dinheiro desviado das obras da refinaria Abreu e Lima. Por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2018, os trechos da delação referentes a fatos supostamente criminosos ocorridos no âmbito da refinaria foram remetidos para a Justiça de Pernambuco, onde tramitam atualmente. O capítulo da Abreu e Lima abriu as portas do esquema de corrupção e propinas que, segundo Costa, se instalou na Petrobras entre 2003 e 2014. Além de Costa, foram condenados o doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato, e outros seis investigados, entre eles o empresário Márcio Bonilho, do Grupo Sanko Sider. Foram fixadas penas que variam entre 11 anos e seis meses de reclusão, em regime inicial fechado, a quatro anos, cinco meses e 10 dias de reclusão, em regime inicial semiaberto. Investigação na CVM As investigações não ficaram restritas às apurações na Lava Jato, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) condenou quatro antigos membros da diretoria executiva da Petrobras em processos administrativos envolvendo irregularidades na construção e em testes de Abreu e Lima e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Ao todo foram aplicados R$ 1,6 milhão em multas e penas de inabilitação de executivos. O órgão regulador do mercado de capitais brasileiro absolveu a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e outros integrantes de seu governo e do conselho da estatal acusados, como o ministro Guido Mantega e Luciano Coutinho, ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), apontados, inicialmente, como partícipes do esquema. Relatório do TCU Um relatório do Tribunal de Contas da União apontou indícios de superfaturamento de, pelo menos, R$ 121 milhões na obra da refinaria Abreu e Lima e acusou o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, de sonegar documentos. Os auditores vasculharam os contratos da refinaria e levantaram suspeitas de superfaturamento em quatro contratos que somam R$ 2,7 bilhões. No relatório, o TCU diz que o custo da refinaria aumentou mais de oito vezes, eldquo;passando de US$ 2,4 bilhões para US$ 20,1 bilhõeserdquo;. eldquo;Desde sua concepção, em 2005, o custo da refinaria aumentou mais de oito vezes. O projeto sofreu, ao longo do tempo, diversas ampliações e redesenhos não suportados tecnicamente, antecipações de investimentos e cancelamentos, gerando prejuízos bilionários à Petrobras. Inicialmente previsto para estar concluído em 2011, até hoje o empreendimento não foi completamente terminado e opera com menos da metade da capacidade projetada, já tendo sido reconhecidas perdas no balanço no total de R$ 15,463 bilhõeserdquo;, diz o relatório de 2021. Expansão da refinaria é defendida A visita do presidente Lula nesta quinta ao porto de Suape marca a retomada de investimentos e ampliação da refinaria de Abreu e Lima. A expansão da capacidade é defendida pelos técnicos da Petrobras e por especialistas do mercado, que veem um ambiente favorável ao investimento. A Petrobras informou ao Conselho de Administração que decidiu dar continuidade à expansão da refinaria, cujas obras foram interrompidas em 2015. A decisão, segundo a empresa, eldquo;é fundamentada em criteriosa reavaliação do Projeto Rnest que, à luz das premissas do Plano Estratégico 2023-2027, teve sua atratividade econômica confirmadaerdquo;. eldquo;A expansão da capacidade da Rnest é fundamental para aumentar a produção e a disponibilidade de derivados, em especial, óleo diesel S10. Localizada estrategicamente em Pernambuco, a refinaria está conectada ao sistema logístico nacional e contribuindo para o desenvolvimento do Nordeste brasileiroerdquo;, diz William França, diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, em comunicado de 2023. De acordo com o diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Carlos Travassos, eldquo;a retomada das obras na Rnest revela o compromisso da companhia em modernizar suas operações, levando em consideração a viabilidade econômica e o atendimento às necessidades do mercado e da sociedadeerdquo;.

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Shell deixará de transportar seus petroleiros pelo Mar Vermelho, diz jornal

Devido a ameaças dos rebeldes houthis do Iêmen ao transporte no Mar Vermelho, a empresa petrolífera Shell não permitirá que seus navios-petroloeiros transitem na região até segunda ordem, informou o jornal The Wall Street Journal (WSJ) nesta terça-feira (16) . De acordo com a publicação, a decisão do grupo, tomada na semana passada, visou a segurança de suas tripulações e o perigo de um vazamento de petróleo na região, em caso de ataques. Questionado pela AFP, um porta-voz se recusou a comentar. Nesta terça-feira, um navio grego foi atingido por um míssil, disparado pelo grupo houthi, enquanto se dirigia ao Canal de Suez. Desde o final de novembro, aproximadamente 30 navios foram alvo de disparos ou ataques por parte dos rebeldes. O grupo, apoiado pelo Irã, intensificou os ataques no Mar Vermelho, nos últimos meses, contra navios que suspeitam estar vinculados a Israel. Os rebeldes houthis dizem agir em solidariedade aos palestinos de Gaza, em meio ao conflito entre o Hamas e Israel. Os ataques no Mar Vermelho, por onde passa 12% do comércio mundial, levaram os Estados Unidos e o Reino Unido a atacar os rebeldes no Iêmen na sexta (12) e sábado (13). Em resposta, um míssil foi disparado contra um navio de carga dos Estados Unidos, sem causar feridos ou danos significativos. Os ataques dos houthis fizeram com que muitas empresas de navegação evitassem a área emdash;gerando custos adicionais e prazos mais longos para os fretes. Entre as empresas petrolíferas, a BP e a QatarEnergy já anunciaram que evitarão o Mar Vermelho, assim como a gigante dinamarquesa de transporte marítimo Maersk. (AFP)

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Preço do frete rodoviário no Brasil cai 12% no fim de 2023 com recuo do diesel, diz Edenred Repom

O preço médio do frete por quilômetro rodado no Brasil recuou 12% no fim de 2023, em relação a janeiro do mesmo ano, ao fechar em 6,22 reais, com impulso da queda do preço médio do diesel e das taxas de juros, apontou nesta terça-feira o Índice de Frete Edenred Repom (IFR). O mês de 2023 com maior valor médio no preço do frete foi abril, com 8,36 reais, segundo o IFR, índice de preço médio do frete e sua composição, mensurado com base nas 8 milhões de transações anuais de frete e vale-pedágio administradas pela Edenred Repom. "Mesmo com a safra recorde de grãos, os recuos no valor do litro do diesel registrados ao longo do ano pelo Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), especialmente entre os meses de janeiro a julho, bem como a queda gradual da taxa de juros, refletiram em reduções na média cobrada pelo frete ao longo de 2023", disse em nota o diretor da Edenred Repom, Vinicios Fernandes. Apesar da queda durante o ano, o IFR apontou alta de 2% do frete por quilômetro rodado na média de 2023, a 7,29 reais, ante 2022, quando foi registrada média de 7,14 reais, diante de valores praticados nos primeiros meses do ano, devido sazonalidade da safra, e reflexos na oferta e demanda de caminhões. Para 2024, a expectativa da Edenred Repom, marca da linha de negócios de Mobilidade da Edenred Brasil, é que o preço do frete continue elevado, reduzindo-se pouco em relação a 2023, mas ficando abaixo dos preços recordes registrados em 2022. "Outros pontos de possíveis oscilações em 2024 são a safra de grãos que, de acordo com IBGE, deve ser menor neste ano, assim como novas ações de preço da Petrobras (BVMF:PETR4) junto às refinarias e a reoneração dos impostos do dieselerdquo;, conclui Fernandes. (Reuters)

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