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Petróleo cai mais de 2% na semana com 'fantasma' da China

O petróleo estendeu seu movimento de recuperação, iniciado ontem, e fechou em alta nesta sexta-feira, apoiado pelo recuo do dólar no exterior e a esperança de investidores de que a China adote mais estímulos econômicos. Ainda assim, os contratos acumularam queda semanal de mais de 2% e encerraram uma sequência de oito semanas seguidas de ganhos. O barril do petróleo WTI - referência americana - com entrega prevista para outubro fechou em alta de 0,95%, mas caiu 2,31% nesta semana, a US$ 80,66. Já o barril do Brent - referência global - para o mesmo mês subiu 0,80% hoje e acumulou queda semanal de 2,32%, a US$ 84,80. eldquo;O rali do preço do petróleo que estava em vigor desde junho terminouerdquo;, diz Edward Moya, analista-sênior de mercados da Oanda. Segundo ele, o mercado da commodity ficará de olho nos problemas econômicos da China, as leituras de índices de gerentes de compras (PMIs, na sigla em inglês) na semana que vem, o Simpósio de Jackson Hole do Federal Reserve (Fed) e a reunião dos Brics. Na visão de Moya, o petróleo deve se acomodar na região de US$ 80, sob apoio de um mercado apertado, até que o cenário das economias de EUA e China se torne mais claro. eldquo;Se as perspectivas econômicas globais ficarem ainda mais pessimistas, o petróleo pode devolver boa parte do rali recenteerdquo;. Hoje, o recuo do dólar no exterior deu fôlego à commodity, que também observou autoridades da China revelarem um plano de reformas no mercado de capitais local para aumentar a confiança de investidores. O gigante asiático sofre com uma ampla aversão ao risco, que tem limitado a liquidez e deteriorado as condições para uma recuperação mais robusta. Ontem à noite, a incorporadora imobiliária Evergrande entrou com um pedido de falência na corte de Nova York, a fim de proteger ativos nos EUA enquanto avança com um processo de reestruturação de dívidas offshore em Hong Kong, Ilhas Cayman e Ilhas Virgens Britânicas. A notícia causou volatilidade em diversos mercados globais, incluindo o de commodities.

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Nota Recap

O Recap (Sindicato dos Postos de Combustíveis de Campinas e Região) informa que há meses vem alertando as autoridades fiscalizadoras do sistema de abastecimento de combustíveis a respeito da prática ilegal de uma minoria de postos estarem utilizando o produto tóxico metanol como mistura para fraudar a qualidade e obter maior lucratividade. Porém, trata-se de uma fraude que o Sindicato já constatou que vem crescendo e precisa ser urgentemente combatida. O Recap tem alertado para o alto risco à saúde humana, portanto também um problema grave de saúde pública, agora confirmado com números de casos fatais pelo Centro de Informações e Assistência Toxicológica (CIATox), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que registrou como vítimas 14 pessoas em situação de rua desde 2016, dos quais 10 casos apenas entre 2022 e 2023. Ingestão de qualquer tipo de combustível é prejudicial à saúde. O metanol é um produto químico altamente tóxico. Misturado aos combustíveis coloca em risco não apenas os frentistas, mas também os motoristas. Se ingerido, é uma intoxicação grave, a letalidade é alta e seu antídoto só existe em poucos serviços de urgência. O Recap reafirma seu compromisso em lutar por um mercado que segue rígidas normas de segurança e um padrão de alta qualidade nas revendas. O Sindicato já solicitou inclusive ao Ministério Público uma atuação para combater esta minoria de agentes da revenda que age ilegalmente, como agora, utilizando o metanol, que já custou vidas e pode causar novas vítimas ainda se não forem tomadas providências.

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Brasil bate recordes de compra de combustíveis da Rússia

O Brasil acelerou para níveis recordes as compras de combustível da Rússia, que se consolida como principal fornecedor do país à medida que Moscou estabelece novos mercados após o veto da União Europeia. As importações brasileiras de derivados de petróleo da Rússia devem saltar 25% este mês em relação a julho, para cerca de 235.000 barris por dia, mostram dados da Kpler. Isso supera de longe os EUA, que costumavam ser o principal fornecedor externo de combustível para o Brasil. O Brasil começou a aumentar acentuadamente as compras em fevereiro, mês em que a UE proibiu as importações dos combustíveis russos. Os EUA e seus aliados tentam limitar o fluxo de petrodólares para a Rússia para reduzir o financiamento da guerra que o país trava na Ucrânia. As medidas reduziram os preços dos combustíveis russos, que precisam ter preços atraentes para competir por novos mercados. eldquo;Obter barris com desconto é um benefício financeiroerdquo; para o Brasil, onde o governo está sempre sob pressão para reduzir o custo dos combustíveis, disse Viktor Katona, principal analista de petróleo da Kpler. G7 e a UE O G7 e a UE também impuseram um teto global de preço sobre os produtos russos comercializado por empresas de seus países, que é de US$ 100 o barril para os principais derivados, como diesel, e de US$ 45 para os mais baratos, como lubrificantes. Sob o sistema, as empresas dos países do G7 podem transportar os embarques russos apenas se as cargas custarem menos do que esses preços. Katona estima que a compra de diesel russo reduziu os preços do combustível importado pelo Brasil em US$ 10 a US$ 15 o barril. Desde que o limite entrou em vigor, o Brasil se tornou o segundo maior comprador de diesel russo no mundo, atrás apenas da Turquia, de acordo com a Kpler. No campo diplomático, o Brasil tenta assumir posição neutra sobre quem é o culpado pela guerra. Desde junho, a Rússia também começou a fornecer gasolina ao Brasil, embora em escala muito menor, e é possível que os embarques de nafta também aumentem, segundo a Kpler. eldquo;O Brasil é o maior mercado latino-americano, então as refinarias russas estão focadas no fornecimento para o paíserdquo;, disse Katona. eldquo;Mesmo as empresas brasileiras admitem que a compra de diesel russo cria uma vantagem competitiva, então acho que continuará avançando.erdquo; (Bloomberg)

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Intoxicações por metanol após consumo de combustível são as mais graves em 41 anos, diz Unicamp

Responsável pelo alerta para o aumento de casos fatais de intoxicação por metanol após consumo de álcool combustível na região de Campinas (SP) e, possivelmente, no Brasil, a equipe do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) da Unicamp afirmou, em coletiva realizada nesta quinta-feira (17), que as intoxicações registradas pela unidade são os mais graves dos últimos 41 anos. "De 14 pacientes, 11 faleceram. Ou seja, talvez a intoxicação mais grave que o centro tem lidado, desde a sua história, nos últimos 41 anos. O que chama atenção é que são indivíduos vivendo em situação de rua e que estão vivendo em abrigos, seguramente em momentos de abstinência alcoólica, procurando um álcool de valor muito mais barato", detalha o professor Fábio Bucaretchi. O médico ressalta que o metanol, em si, não é o que provoca a morte dos pacientes, mas sim o ácido fórmico resultante da metabolização da substância. Além disso, a alta letalidade está atrelada ao fato de que muitas pessoas passaram pelo CIATox tardiamente, cerca de 39 horas após o consumo. "É uma intoxicação extremamente grave, realmente tem alguns surtos no mundo inteiro, mas no Brasil, que a gente saiba, é algo inédito isso de você, dentro da história da medicina, morrer devido ao consumo de álcool combustível, comprar o álcool de combustível para esse fim", afirma. Adulteração Bucarethi reforça que as intoxicações foram causadas por altos níveis de metanol nos combustíveis consumidos pelos pacientes, evidenciando adulterações com porcentagens da substância acima do que é permitido pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). "O que nós estamos querendo é alertar, primeiro, para coibir esse consumo, porque está colocando em risco a população. Segundo, para melhorar muito a fiscalização e tomar as medidas legais com os que estão vendendo um produto que é proibido para uso humano", diz. Ainda segundo o médico, foi possível rastrear a origem do combustível em quatro dos 14 casos atendidos pelo CIATox. Nos dois primeiros, ocorridos em 2016, dois homens que estavam em um abrigo consumiram álcool do mesmo posto de combustíveis e morreram poucos dias depois. "Naquela época, em 2016, nós notificamos a ANP e ela disse que, inclusive, esse posto já tinha sido autuado. Os últimos casos, por exemplo, a gente já notificou a Vigilância Epidemiológica para notificar a Vigilância Sanitária do município". Entenda o alerta De acordo com o CIATox, as intoxicações costumam ser fatais e estão associadas ao consumo do álcool obtido em bombas de postos de combustíveis; O balanço considera casos registrados desde 2016, totalizando 14. Desses, 10 foram registrados apenas nos anos de 2022 e 2023; Atualmente, segundo a Unicamp, o único antídoto disponível no Brasil é o álcool (etanol) absoluto para uso intravenoso, encontrado em poucos serviços de urgência. Quem são os pacientes? A maioria dos pacientes atendidos pelo CIATox eram homens com idade média de 36 anos e histórico ou forte suspeita de consumo de álcool combustível; Além disso, as motivações consideradas na maioria dos casos foram abstinência alcoólica e dificuldades financeiras; Em quatro dos casos, os pacientes eram pessoas vivendo em situação de rua ou em serviço de apoio a pessoas em situação de vulnerabilidade. Como a intoxicação se manifesta? Ao procurarem a Unicamp, os pacientes apresentavam quadros graves que incluíam coma, choque, acidez excessiva do sangue e aumento do ânion gap. Além disso, 13 dos 14 pacientes precisaram de ventilação mecânica invasiva; Em média, as pessoas atendidas procuraram o CIATox 39 horas após o consumo da substância, o que comprometeu as chances de sobrevida; Dos 14 pacientes, apenas três sobreviveram à intoxicação, mas apresentaram sequelas neurológicas e/ou cegueira total ou parcial. Recomendações Com a probabilidade de um cenário ainda mais grave quando considerada a totalidade do país, o CIATox divulgou uma série de recomendações urgentes para diversas instituições, que vão da área da saúde à segurança pública. São elas Investigação de adulteração de combustíveis: os níveis de metanol encontrados nas amostras dos pacientes indicam, segundo a Unicamp, a presença de uma quantidade da substância acima do permitido no etanol hidratado combustível. Com isso, é recomendada a investigação de possíveis adulterações por órgãos competentes; Diagnóstico e tratamento: os serviços de urgência e emergência, por sua vez, devem estar preparados para identificar quadros de intoxicação por metanol o mais rápido possível, além da indicação adequada de antídotos e terapias; Mobilização nacional: a Unicamp recomenda uma incorporação de todos os CIATox do país, da Associação Brasileira dos Centros de Informação e Assistência Toxicológica (ABRACIT), Sociedade Brasileira de Toxicologia (SBTox), Coordenação Geral de Urgência e Emergência do Ministério da Saúde (CGUE/SAS/MS), Grupo Condutor Estadual da Rede de Urgência e Emergência e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU); Antídoto: o CIATox ressalta que o tratamento com etanol requer monitoramento contínuo do paciente, o que é "pouco viável em nosso cenário de disponibilidade de laboratórios de toxicologia". Outro antídoto possível é o fomepizol, que consta na lista de antídotos dos medicamentos essenciais da Organização Mundial da Saúde (OMS), mas tem custo elevado e ainda não está disponível no país; Medicina forense: por fim, a Unicamp recomenda uma investigação aprofundada sobre a causa da morte de pessoas em situação de vulnerabilidade e com histórico de alcoolismo, com pesquisa de metanol e outros álcoois tóxicos. Campinas Ao g1, a Prefeitura de Campinas informou em nota que a Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar não tem demanda, nos últimos anos, de atendimento a pacientes intoxicados por metanol. "Em caso de eventual necessidade do antídoto, as unidades entrarão em contato com o CIATox, que orientará a conduta a ser adotada", diz o texto. Além disso, a administração municipal afirmou que o alerta emitido pela Unicamp foi repassado às unidades de urgência e emergência, e que os profissionais passam por capacitações constantes para atendimento de casos de intoxicação.

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Comissão aprova projeto que dispensa livro para registro dos estoques em posto de gasolina

A Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 956/21, que permite que a Escrituração Fiscal Digital (EFD) seja utilizada pelo revendedor varejista de combustíveis para comprovar estoques e movimentação de produtos. O relator, deputado Filipe Barros (PL-PR), recomendou a aprovação. eldquo;A proposta reduzirá custos ao revendedor de combustíveis, trará maior eficiência e, por conseguinte, impactará na redução dos preços ao consumidor finalerdquo;, disse. A EFD é exigida dos contribuintes do ICMS e do IPI, conforme decisão tomada em 2019 pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) endash; que reúne os secretários estaduais de Fazenda. Contempla sete tipos de documentos fiscais. Segundo o autor da proposta, deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), mesmo com a EFD, até hoje os donos de postos de gasolina precisam manter à disposição das autoridades o Livro de Movimentação de Combustíveis, instituído em 1992 pelo extinto Departamento Nacional dos Combustíveis (DNC). eldquo;Salta aos olhos que as mesmas informações podem ser obtidas na Escrituração Fiscal Digital, sendo desnecessário manter essa duplicidade de registros, o que somente representa ônus para os revendedores varejistaserdquo;, disse o deputado. Tramitação O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

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'Megarreajuste' mostra que controle de preços é 'grave erro', diz ex-presidente

O ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco disse ao Estadão que a decisão da empresa de reajustar os preços do diesel em 25,8% e da gasolina em 16,2% numa tacada só mostra que o controle de preços dos combustíveis, praticado pela atual gestão da Petrobras, é eldquo;um grave erroerdquo; e eldquo;ruim em todos os aspectoserdquo;. Segundo Castello Branco, além de desestimular as importações de diesel pela iniciativa privada, aumentando o risco de desabastecimento, e do impacto negativo sobre os consumidores e a inflação, o eldquo;represamentoerdquo; dos reajustes de preços prejudica a própria Petrobras e seus acionistas, ao afetar o fluxo de caixa da companhia eldquo;Quando você controla o preço do diesel e não importa o suficiente, e a Petrobras não importa o suficiente, o resultado esperado é esse mesmo: desabastecimento. Não será um desabastecimento generalizado, para o qual seria necessário ficar muito tempo sem importar, mas vai faltar diesel em alguns lugares, como aparentemente aconteceuerdquo;, afirma. Para ele, ficar segurando os reajustes e depois anunciar um aumento pesado de uma só vez é pior do que atualizar os preços de forma gradual, conforme a variação do mercado. eldquo;De repente, para o consumidor, acordar com um megarreajuste do combustível que ele usa todos os dias não é bom. não. Tem um impacto direto na inflação e gera um efeito cascata, afetando outros preços da economia.erdquo; Castello Branco diz que, ao contrário da gasolina, o diesel não entra no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE, que é o indicador oficial de inflação. Mas entra em outros índices de preços, como o IGPM (Índice Geral de Preços endash; Mercado) e o IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), calculados pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), que refletem a alta no atacado e vão impactar o IPCA mais à frente. De acordo com o ex-presidente da Petrobras, o controle de preços eldquo;é ruim em todos os aspectoserdquo; e gera também um efeito negativo no fluxo de caixa, afetando os investimentos e o pagamento de dívidas e a distribuição de dividendos, inclusive para o governo, que é o principal acionista da empresa. eldquo;Se o propósito era reajustar os preços desde o começo, é um grave erro ficar um longo período sem reajuste, porque a velocidade de geração do fluxo de caixa de uma companhia de petróleo é muto altaerdquo;, afirma. eldquo;Se você ficar com os preços artificialmente baixos por muito tempo, vai deixar um monte de dinheiro em cima da mesa. São bilhões de reais que deixam de entrar no caixa da empresa. E, depois, você vai ser forçado, como eles foram agora, a dar um megarreajuste. Isso é muito ruim e não vai trazer de volta o que a empresa deixou de ganhar no passado. Aquele caixa que você perdeu já foi.erdquo; Para Castello Branco, o que está em jogo neste caso não é o lucro da Petrobras. eldquo;Não estou falando de lucro contábil. Estou falando de caixa, dinheiro. Se tivesse concedido os reajustes ao longo do tempo, de forma gradual, a Petrobras poderia ter gerado muito mais dinheiro e não gerou.erdquo;

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