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Diesel da Rússia ultrapassa EUA em importações do Brasil

Companhias do setor de petróleo, como Petrobras e Vibra, têm alertado sobre os altos volumes de importação de diesel russo no Brasil desde fevereiro. Especialistas consultados pelo Valor dizem que esse aumento é momentâneo e começou a apresentar sinais de desaceleração em julho. O analista da consultoria SeP Global, Felipe Perez, diz que a instabilidade da economia russa impede que os contratos sejam feitos a prazos mais longos. Segundo ele, essas compras se dão mais pela boa oportunidade dos baixos preços atuais, já que a Rússia ainda está impedida de fazer negócios com a União Europeia e os Estados Unidos: eldquo;O diesel que chega da Rússia ao Brasil tem uma vantagem econômica. Desde que as regras do jogo sejam cumpridas, não existe uma penalizaçãoerdquo;, explica Perez. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Rotativo do cartão: taxa de juros máxima será de 100% se setor bancário não apresentar proposta

O relator do projeto de lei que limitará o rotativo do cartão de crédito, Alencar Santana (PT-SP), estipulou uma taxa de juros máxima de 100%. Ou seja, a dívida com juros não poderia ser maior que a dívida principal. Isso valerá caso o setor bancário não apresente uma proposta em até 90 dias da publicação da lei. emdash; Esperamos que o setor apresente essa proposta. Se nada for feito em 90 dias, o juros máximo será até o valor da dívida principal. Os juros serão reduzidos para no máximo 100% emdash; disse Santana. A modulação de como o juros seria aplicado mês a mês seria definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O relator ressaltou ainda que a taxa de juros do cartão de crédito no Brasil hoje chega a uma média de 439,24% ao ano, de acordo com dados do Banco Central. Além disso, a proposta de Santana vai trazer a possibilidade de portabilidade da dívida do cartão de crédito para outras instituições. Ele destaca que a competitividade leva o consumidor a ter opções de taxas menores. emdash; A portabilidade de outros tipos de crédito de dívida já existe, consignado, crédito imobiliário. Quando a pessoa faz a portabilidade ela tem redução da taxa de juros cobrada, um ganho para aquele devedor emdash; afirmou. De acordo com lideranças da Câmara, o setor bancário está em diálogo constante com os parlamentares e chegaram a fazer ao menos 4 propostas para serem incluídas no PL e compensar a limitação do rotativo, como: o fim do parcelamento sem juros, a limitação de parcelas sem juros, um dispositivo que expresse poder do CMN para tratar do parcelado, ou que o limite de 100% na taxa de juros do cartão dure apenas um ano. Nenhuma das sugestões foi acrescentada no relatório de Alencar Santana, até o momento. O projeto de lei original é de autoria do deputado Elmar Nascimento (União-BA), entrou na Câmara em outubro de 2022 e também trata da renegociação de dívidas para quem ganha até R$5 mil. O programa chamado de ReFamília se assemelha ao Desenrola, editado pelo governo federal. Pontos do programa Desenrola Brasil serão acrescentados à proposta. O texto original de Elmar Nascimento afirmava que o Conselho Monetário Nacional poderia estabelecer o limite do rotativo, mas o relator Alencar Santana preferiu deixar o máximo já descrito no projeto, para o caso do setor financeiro não entrar em um acordo. Segundo dados do Banco Central, em junho, os brasileiros tinham R$ 77,46 bilhões em dívidas no rotativo do cartão. O número é o dobro de junho de 2021, quando as dívidas somavam R$ 38,48 bilhões. Esse é o saldo do rotativo, ou seja, o estoque da dívida. Já a taxa média de juros no cartão de crédito rotativo atingiu o patamar de 437,25% em junho, queda em relação ao mês anterior, que estava na casa de 453% ao ano. Alencar Santana afirmou ainda que o programa Desenrola, do Ministério da Fazenda, já encerrou ao menos R$10 milhões de dívidas e desnegativou mais de 8 milhões de CPFs.

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Mercado de etanol hidratado reacende e vendas crescem 25%

A moagem de cana-de-açúcar na primeira quinzena de agosto registrou crescimento de 23,38%, na comparação com o mesmo período do ciclo passado. Foram processadas 47,87 milhões de toneladas contra 38,80 milhões. No acumulado da safra 23/24, a moagem atingiu 360,05 milhões, ante 322,48 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo 22/23 endash; avanço de 11,65%. Embora os dados sejam positivos, vale ressaltar que chuvas pontuais prejudicaram a operacionalização da colheita em algumas regiões do Centro-Sul, drenando marginalmente o aproveitamento de tempo. Tal fato serve de alerta para não se esquecer do risco proveniente do El Niño, cuja incerteza ainda paira sobre a moagem potencial da safra 23/24. Lembra-se ainda que, em relação ao ciclo 20/21 o último cuja moagem ultrapassou a marca de 600 milhões, o processamento deste ano safra se encontra defasado em mais 14 milhões de toneladas. Em julho, dados do benchmarking agronômico do CTC apontam que o rendimento agrícola registra crescimento de 24,1% ante o mesmo mês do ano anterior endash; 98,0 ton/ha versus 78,9 ton/ha. Com o resultado bastante robusto, a produtividade da lavoura acumula alta de 22,4% no ano safra, atingindo a marca de 93,6 toneladas de cana colhidas por hectare. Na primeira quinzena de agosto permanecem em operação 261 unidades produtoras na região Centro-Sul, sendo 244 unidades com processamento de cana, sete empresas que fabricam etanol a partir do milho e nove usinas flex. No mesmo período, na safra 22/23, havia 259 unidades produtoras em atividade. No que condiz à qualidade da matéria-prima, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) registrado na primeira quinzena de agosto foi de 149,23 kg por tonelada de cana-de-açúcar, contra 152,57 kg por tonelada na safra 22/23 endash; variação negativa de 2,19%. No acumulado da safra, o indicador marca o valor de 135,09 kg de ATR por tonelada (-0,53%). Produção de açúcar e etanol A produção de açúcar na primeira quinzena de agosto totalizou 3,46 milhões de toneladas. Essa quantidade, quando comparada àquela registrada na safra 22/23 de 2,63 milhões de toneladas, representa aumento de 31,22%. No acumulado desde 1º de abril, a fabricação do adoçante totaliza 22,68 milhões de toneladas, contra 18,63 milhões de toneladas do ciclo anterior (+21,69%). O mix de produção segue favorecendo o adoçante que no acumulado da safra se apropria de 48,93% do ATR estimado. Na primeira metade de agosto, 2,35 bilhões de litros (+16,43%) de etanol foram fabricados pelas unidades do Centro-Sul. Do volume total produzido, o etanol hidratado alcançou 1,42 bilhão de litros (+22,46%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 921,63 milhões de litros (+8,19%). No acumulado desde o início do atual ciclo agrícola até 16 de agosto, a fabricação do biocombustível totaliza 16,79 bilhões de litros (+6,84%), sendo 9,76 bilhões de etanol hidratado (+0,73%) e 7,03 bilhões de anidro (+16,66%). Da produção total de etanol registrada na primeira quinzena de agosto, 12% foram provenientes do milho, cuja produção foi de 282,02 milhões de litros neste ano, contra 165,68 milhões de litros no mesmo período do ciclo 22/23 endash; aumento de 70,22%. No acumulado desde o início da safra, a produção de etanol de milho atingiu 2,23 bilhões de litros endash; avanço de 49,74% na comparação com igual período do ano passado. Fica evidente que a conjunção da alta produtividade agrícola observada nos canaviais e o crescimento robusto da produção de etanol de milho serão compensações, mais que suficientes, para quaisquer quedas na qualidade da cana-de-açúcar e maior destinação relativa do ATR para produção do açúcar. A oferta de etanol não irá retrair apesar dessas condições e, por consequência, há garantia de que os produtores irão atender aos volumes necessários para a mistura de etanol anidro, a demanda por etanol hidratado e o cumprimento das metas de descarbonização deste e do próximo ano, por meio da emissão de CBios. Vendas de etanol Na primeira quinzena de agosto, as vendas de etanol totalizaram 1,32 bilhão de litros, o que representa uma variação positiva de 8,74% em relação ao mesmo período da safra 22/23. O volume comercializado de etanol anidro no período foi de 486,02 milhões de litros endash; uma queda de 11,40% endash; enquanto o etanol hidratado registrou venda de 833,25 milhões de litros endash; avanço de 25,36%. No mercado doméstico houve a inversão do cenário que vinha sendo recorrente desde o início do atual ciclo agrícola. Na primeira metade de agosto, as vendas de etanol hidratado avançaram 15% em relação ao mesmo período de 2022, totalizando 752,38 milhões de litros. No caso do etanol anidro, a variação foi negativa em 3,86%, resultando em um volume de 477,41 milhões de litros. Ao que tudo indica, competitividade conquistada pelo biocombustível nos postos, frente ao concorrente fóssil, está surtindo efeito na decisão de abastecimento dos consumidores. No acumulado da safra 23/24, a comercialização de etanol soma 10,94 bilhões de litros, o que representa um aumento de 1,76%. O álcool hidratado compreende uma venda no volume de 6,12 bilhões de litros (-4,83%), enquanto o anidro de 4,82 bilhões (+11,58%). Mercado de CBios Dados da B3 registrados até o dia 22 de agosto indicam a emissão de 20,59 milhões de CBios em 2023. Até a data supracitada, a parte obrigada do programa RenovaBio havia adquirido cerca de 54,17 milhões de créditos de descarbonização. Esse valor considera o estoque de passagem da parte obrigada em 2021 somada com os créditos adquiridos em 2022 e 2023, até o momento, estejam eles ativos ou aposentados. O horizonte temporal selecionado cobre as aquisições que compreenderão os créditos utilizados para atendimento das metas de 2022, cujo prazo havia sido postergado, e 2023.

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Subsídios a combustíveis fósseis atingem recorde de US$ 7 trilhões em 2022, diz FMI

O Fundo Monetário Internacional (FMI) destacou que os subsídios aos combustíveis fósseis atingiram um recorde de US$ 7 trilhões em 2022, um aumento de US$ 2 trilhões nos dois anos anteriores, em meio à luta para restringir o aquecimento global a 1,5 ºC e enquanto países sofrem com eldquo;calor extremoerdquo;. Segundo relatório, publicado no blog do fundo, os subsídios custaram 7,1% do Produto Interno Bruto (PIB) global e ocorreram à medida que os governos apoiavam os consumidores e as empresas durante o aumento dos preços energia. eldquo;Estimamos que a eliminação dos subsídios explícitos e implícitos aos combustíveis fósseis aumentaria as receitas do governo em US$ 4,4 trilhões e colocaria as emissões no caminho certo para atingir as metas de aquecimento globalerdquo;, avalia o texto, assinado por Simon Black e Nate Vernon, economistas da Divisão de Política Climática do Departamento de Assuntos Fiscais do Fundo. Entretanto, os economistas reconhecem que, para a remoção dos subsídios, os governos devem eldquo;conceber, comunicar e implementar reformas de forma clara e cuidadosaerdquo;, de forma que parte da ampliação das receitas poderia ser usada para benefícios fiscais sobre trabalho e investimento para energia limpa.

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Reajuste reduz percepção de risco político e Petrobras volta ao radar de investidores

Embora não tenha eliminado as defasagens em relação às cotações internacionais, o reajuste dos preços dos combustíveis na semana passada reduziu a percepção de ingerência política sobre o comando da Petrobras e trouxe a estatal novamente ao radar dos investidores. Entre esta quarta (23) e quinta-feira (24), três grandes bancos passaram a recomendar compra das ações da estatal, que dispararam nas bolsas, voltando a patamares anteriores à queda abrupta após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno de 2022. "Os riscos associados à Petrobras são menores hoje", escreveram os analistas Pedro Soares e Thiago Duarte, do BTG Pactual, em relatório divulgado na quinta, em que voltam a recomendar a compra de ações da empresa. "A decisão de subir os preços dos combustíveis na semana passada representou a queda de uma das últimas razões para nossa posição cautelosa de longa data sobre a ação", concluem, resumindo percepção comum no mercado. Os reajustes, de 16% na gasolina e 26% no diesel, ocorreram após pressão do mercado, que se preocupava com eventuais prejuízos com a importação de combustíveis mais caros no exterior para venda a valores menores no Brasil. Nas semanas que antecederam o aumento, a defasagem no preço da gasolina com a paridade de importação calculada pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis) chegou a bater R$ 0,90 por litro. No caso do diesel, a diferença chegou a R$ 1,29 por litro. Os analistas do banco UBS BB destacam que o elevado percentual de reajuste no preço do diesel como um sinal de surpreendente independência da companhia, que também os levou a anunciar nesta quinta recomendação de compra das ações. "Embora ainda haja incertezas em relação à política [de preços da estatal], ganhamos confiança em prever os preços dos combustíveis acompanhando referências internacionais nos próximos anos", escreveram Luiz Carvalho, Matheus Enfeldt e Tasso Vasconcelos. Na mesma linha, analistas do Bank of America "citaram entre as razões para a recomendação de compra de ações da estatal "uma política de preços mais alinhada com as cotações internacionais, o que reduz preocupações sobre influência do governo". O Bank of America elevou a projeção de valor das ações da estatal de R$ 33 para R$ 45. O UBS BB foi de R$ 31 para R$ 42. O BTG espera que cheguem a R$ 39. Na quarta, após os primeiros relatórios favoráveis, os papéis preferenciais da Petrobras tiveram alta de 5,45% e chegaram a R$ 32,24. Os reajustes da semana passada se somam a outras decisões que causaram alívio nos investidores, como o anúncio da nova política de remuneração aos acionistas, que reserva 45% do fluxo de caixa livre para dividendos. No governo Jair Bolsonaro (PL), a Petrobras ganhou status de "vaca leiteira", como são chamadas as boas pagadoras de dividendos, e chegou a ocupar o segundo lugar do ranking mundial dos maiores pagadores elaborado pela gestora Janus Henderson. Embora tenha reduzido o percentual destinado aos acionistas, a Petrobras manteve a possibilidade de pagar dividendos extraordinários em caso de sobra de caixa, o que o mercado espera que ocorra ainda em 2023. A Petrobras não tem uma reserva estatutária de lucro, lembram os analistas do BTG, e é beneficiada pelo petróleo mais caro, já que cerca de 80% de sua receita vem da área de exploração e produção. Ainda que reduzida, porém, a ingerência do governo na companhia não é vista pelos analistas como impossível. Os analistas do BTG entendem que hoje os maiores riscos para a companhia estão em sua governança. "Qualquer tentativa de mudar o estatuto da companhia ou a Lei das Estatais que reduza a responsabilidade de seus executivos ou do conselho de administração é a maior ameaça ao nosso otimismo", disseram.

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Por que refinarias privadas vendem gasolina a valores quase 12% mais altos do que a Petrobras?

Com os recentes ajustes nos preços dos combustíveis foi possível observar que o litro da gasolina, vendido pelas refinarias privadas, está custando, em média, 11,7% a mais do que o comercializado pela Petrobras (PETR3; PETR4). Segundo o Observatório Social do Petróleo (OSP), é uma diferença de R$ 0,34. Na semana passada, a empresa elevou os preços da gasolina e do diesel em suas distribuidoras. O litro da gasolina A subiu em R$ 0,41, passando para R$ 2,93 por litro. Enquanto o diesel A, obteve o reajuste de R$ 0,78 por litro, totalizando R$ 3,80 por litro. Em outras palavras, um reajuste de 16,3% e 25,8%, respectivamente. O relatório do OSP aponta que o diesel S-10 também se encontra acima do preço da estatal, com uma média de 9,8%, totalizando cerca de R$ 0,37 a mais por litro. Mas por que o preço das refinarias privadas se encontram acima dos preços da Petrobras? Segundo o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), por ser uma estatal, a Petrobras consegue vender combustíveis mais baratos do que as concorrentes privadas, não só considerando a maximização do lucro para definir o seu preço, mas também exercendo grande influência no custo de vida da população. eldquo;A gasolina sozinha representa cerca de 5% do IPCA, já o diesel tem um efeito disseminador em quase todos os itens da cesta de bens e serviços calculadas pelo IBGE. Quando temos uma estatal que pode cobrar menos do que a concorrência privada, isso se reflete em índices de preços menores, resguardando o poder de compra da população e até mesmo impedindo a subida dos gastos públicos, que crescem quando o Banco Central aumenta a Selic para combater a inflaçãoerdquo;, afirma. Combustíveis: Comparativa sob o reajuste da Petrobras Com exceção da 3R Petroleum (RRRP3), as refinarias privadas têm promovido aumentos sucessivos dos combustíveis nas últimas seis semanas. A petrolífera reduziu o preço da gasolina na semana retrasada e aumentou na semana passada, dessa forma, alta acumulada foi de 23,2%, totalizando R$ 0,61 por litro. Já a Acelen, que controla a Refinaria de Mataripe, na Bahia, detém o maior aumento acumulado da gasolina nas seis semanas seguidas, de 25,6%, o equivalente a R$ 0,66 por litro, afirmou o OSP. Na Ream, o preço foi reajustado em 24,9%, assim elevando o litro em R$ 0,67. Em relação ao diesel S-10, a Ream se sobressaiu no aumento, ficando em 32,9% e R$ 1,06 por litro respectivamente, enquanto o reajuste da Acelen foi de 32,2%, totalizando R$ 0,99 por litro. Comparando o valor da gasolina da Petrobras a R$ 2,93 por litro, é possível notar que o valor é 14,9% menor (R$ 0,44) do que o valor de venda da Ream, que vende a R$ 3,37 o litro. Já comparada a RPCC, que cobra R$ 3,22 por litro, há uma diferença de 9,9% (R$ 0,29), enquanto comprada a Refinaria de Mataripe, que cobra R$ 3,24 o litro, há uma diferença de 10,4% (R$ 0,31). Em relação ao diesel, o valor da Petrobras é de R$ 3,80 por litro, é 12,8% menor (R$ 0,49) do que o valor do litro da Ream, custando R$ 4,29. Já comparada a Mataripe, há uma diferença de 6,8% (R$ 0,26) no valor do litro, que custa R$ 4,06 respectivamente.

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