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Governo minimiza efeitos do reajuste do diesel e não vê reação de caminhoneiros

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimizou o reajuste feito pela Petrobras no preço do diesel. Para auxiliares do chefe do Executivo, era incontornável o aumento e a avaliação é de que não haverá ruídos. Há monitoramento constante de insatisfação de categorias, como caminhoneiros, mas não houve qualquer tipo de alerta até o momento, segundo integrantes do Palácio do Planalto. A Petrobras elevou em mais de 6% o preço médio do diesel para distribuidoras neste sábado (1º), para R$ 3,72 por litro, no primeiro ajuste do valor do combustível em mais de um ano. Assessores palacianos dizem que o aumento real foi baixo e minimizam efeitos na sociedade. Até mesmo porque o impacto na inflação não é imediato, como um aumento no preço da gasolina. Além disso, esses auxiliares reforçam comparação com o preço do diesel no final do governo de Jair Bolsonaro (PL), em dezembro de 2022. Desde então, mesmo com os aumentos, o preço do litro do combustível ficou R$ 0,77 mais barato. Como mostrou a Folha, o governo do presidente Lula apostava que a possível continuidade da queda do dólar pudesse amenizar o aumento no preço do diesel pela Petrobras. Após ultrapassar a barreira dos R$ 6, a cotação da moeda americana vem registrando sucessivas quedas neste início de ano. Na sexta-feira (31), ela fechou em R$ 5,835, no que foi a décima sessão consecutiva de perdas ante o real. Auxiliares de Lula disseram que o aumento de cerca de R$ 0,22 é considerado baixo e que seus efeitos devem cair ainda mais com a variação negativa do câmbio que esperam para as próximas semanas. O próprio presidente indicou o posicionamento do governo em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto na última quinta (30), ao dizer que não cabe a ele autorizar aumento do diesel. "Desde o meu primeiro mandato que eu aprendi que quem autoriza aumento do petróleo e derivados é a Petrobras, não o presidente da República", disse. "Ela [Magda Chambriard, presidente da Petrobras] não precisa me avisar. Se ela tiver uma decisão de que para Petrobras é importante fazer reajuste, ela que faça", completou. O Planalto interpretou a fala como bem recebida no mercado financeiro. Além disso, o presidente também pontuou o preço do combustível em dezembro de 2022, mesmo sem mencionar o governo Bolsonaro diretamente. Tratou ainda do aumento do ICMS, imposto estadual. Este, sim, terá incidência direta na inflação e também abrangerá a gasolina. Os preços dos combustíveis já devem subir nas bombas com o aumento do ICMS. O aumento será de R$ 0,06 no litro do diesel e biodiesel, e R$ 0,10 por litro de gasolina e etanol. O repasse do aumento do preço da Petrobras aos consumidores finais nos postos depende de uma série de fatores, incluindo cobrança de impostos, mistura de biodiesel e margens de lucro da distribuição e da revenda. Além disso, o mercado brasileiro também é suprido por algumas refinarias privadas e por importações. Nesta quarta (29), a diretoria da Petrobras apresentou ao conselho de administração da estatal um balanço do cumprimento de sua política de preços no último trimestre de 2024. Defendeu que, mesmo com defasagens em relação às cotações internacionais, a política de preços foi cumprida ao garantir a venda de combustíveis acima do valor de custo e abaixo dos índices praticados por concorrentes, banda estabelecida na gestão Jean Paul Prates. Aos conselheiros, a empresa avaliou que o cenário é de muita volatilidade no mercado, mas que os preços ainda estão dentro dos parâmetros estabelecidos pela política. O aumento do preço do diesel virou munição para a oposição de Lula. No X (antigo Twitter), o ex-chefe da Casa Civil de Bolsonaro Ciro Nogueira (PP-PI) questionou se iriam culpar o antecessor, que há dois anos deixou o cargo. "Quem o governo vai culpar pelo aumento do diesel em 6%? O governo que acabou há dois anos, o ex-presidente do BC? Para quem paga mais caro, culpar os outros resolve alguma coisa? Até quando vai continuar o e#39;governo de oposiçãoe#39;?", publicou. Já petistas foram as redes sociais para reforçar que o aumento nos combustíveis direto na bomba, em especial o da gasolina, será por causa do ICMS dos estados. "A culpa pelo aumento no preço dos combustíveis é dos governadores ao aumentarem o ICMS sobre a gasolina e o óleo diesel. E para piorar esse aumento ocorre exatamente no momento em que os estados batem recordes de arrecadação", afirmou o deputado Carlos Zarattini (PT-SP).

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Estados batem recordes de arrecadação enquanto aumentam imposto sobre os combustíveis

O aumento no preço dos combustíveis ocorre no momento em que os Estados batem recordes de arrecadação, puxada principalmente pelo Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), tributo estadual cobrado sobre itens que incluem a gasolina e o diesel. A partir deste sábado, 1º, o ICMS terá um aumento de R$ 0,10 por litro de gasolina e de R$ 0,06 por litro no diesel. O reajuste foi decidido em outubro passado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que reúne os Estados. Pela frente, há possibilidade também de reajuste pela Petrobras, em função da defasagem com os preços internacionais. Em São Paulo, a arrecadação de impostos estaduais, em 2024, totalizou R$ 269,8 bilhões, o maior valor da história e uma alta de 13,5% em relação ao ano anterior. Só o ICMS somou R$ 218,7 bilhões, uma alta 12,9%. Os preços administrados, que incluem combustíveis, energia elétrica e comunicação, representaram um crescimento de 19% na arrecadação do Estado. O Rio Grande do Sul também bateu recorde na arrecadação apesar da calamidade que atingiu o Estado em 2024 com enchentes. O Estado gaúcho arrecadou no ano passado R$ 58,7 bilhões em tributos estaduais, uma alta de 12,79% em relação a 2023 endash; só com combustíveis, o aumento foi de 35%. As receitas do ICMS somaram R$ 50,8 bilhões ao longo de 2024. eldquo;O crescimento do consumo das famílias vem surpreendendo e, nos últimos dois anos, cresceu acima do que a maioria dos economistas projetavam. Estamos tendo um crescimento liderado por consumo, e o ICMS é um tributo que incide principalmente sobre o consumo das famíliaserdquo;, afirma o economista Robson Gonçalves, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e consultor do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre). eldquo;De outro lado, tem a inflação. Pelo menos metade do crescimento do ICMS é inflação. Isso reforça o caixa dos Estados, mas representa uma perda do poder aquisitivo para a populaçãoerdquo;, diz o especialista. A Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta aumento de 7,1% nas receitas do comércio varejista ampliado em 12 meses até novembro, período do dado mais recente, o que demonstra uma atividade aquecida e que reflete no imposto. Para o especialista, o aumento do ICMS sobre os combustíveis não deve gerar tantos impactos na inflação, que afeta o bolso do consumidor, mas é uma medida que favorece a arrecadação dos Estados. eldquo;É uma mordida pequena no bolso de cada contribuinte e uma mordida grande para o Fisco dos Estadoserdquo;, diz Gonçalves. Entre os seis Estados que já divulgaram dados consolidados sobre 2024 para o Confaz (Bahia, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rio Grande do Sul, Sergipe e Tocantins), a arrecadação em 2024 somou R$ 150,9 bilhões, uma alta de 12,86% em relação ao ano anterior. Considerando só o ICMS, as receitas desses Estados foram de R$ 129 bilhões, um aumento de 12%. Quando são separados apenas os números da arrecadação com combustíveis e lubrificantes, o valor é de R$ 27,3 bilhões, uma alta de 22%, bem acima da inflação, que foi de 4,83%. No governo Bolsonaro, houve uma lei que limitou a cobrança do ICMS e implementou uma desoneração sobre os combustíveis para baixar o preço do produto em período eleitoral. A medida foi fortemente criticada pelos governadores. A regra foi revogada no governo Lula, e agora os Estados tentam recuperar a arrecadação que deixaram de receber. eldquo;No governo anterior, houve uma queda de braço entre o governo federal e os governos estaduais. O combustível, como é mais difícil substituir o produto e não tem tantas alternativas (para o consumidor), sempre acaba sendo alvo. É fácil de aplicar o imposto e fácil de cobrarerdquo;, afirma o economista Helcio Tokeshi, ex-secretário de Fazenda de São Paulo. O Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz) afirmou que a nova alta do ICMS sobre os combustíveis reflete o aumento de preços, pois eldquo;a tributação é diretamente proporcional aos preços do mercado, acompanhando os valores médios nacionais pagos pelo consumidor final.erdquo; eldquo;A sistemática de cobrança do ICMS sobre o combustível serve para beneficiar o contribuinte e a economia e dar maior estabilidade para o segmento, mas existe hoje um movimento de cerco maior do Fisco e pressão em cima dos contribuintes, com um interesse em aumentar a arrecadação por meio de revisão de benefícios e aumento de alíquotaserdquo;, comenta o advogado João Henrique Nobrega, especialista em Direito Tributário. Daqui para frente, os especialistas dizem que a economia não estará tão aquecida assim, o que coloca em dúvida se o crescimento da arrecadação dos Estados é sustentável. eldquo;A perspectiva é de desaceleração da economia, um choque da taxa de juros, com um crescimento mais lento na criação de empregos e no consumo das famíliaserdquo;, diz o economista da FGV Robson Gonçalves. Além disso, a alta dos impostos tende a não se repetir em 2026, ano de eleição, em função da dificuldade política de se cobrar mais tributos da população. eldquo;Uma atividade econômica muita forte reduz o desemprego, aumenta a massa salarial e as pessoas passam a consumir mais. O grande elsquo;xersquo; da questão é saber se isso tem fôlegoerdquo;, diz o economista Newton Marques, membro do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal.

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Reajuste da Petrobras impacta inflação, caminhoneiros e não elimina defasagem internacional

Depois de um ano e um mês sem alteração, o preço do diesel produzido pela Petrobras será elevado em 6,3% a partir deste sábado, 1º, nas refinarias da empresa, em paralelo à alta do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pelos Estados, trazendo mais uma dor de cabeça para o governo. Não apenas pelo estrago que pode fazer na inflação, mas por mexer com uma categoria que já se mostrava insatisfeita com as condições de trabalho: os caminhoneiros. O aumento acontece em um momento em que tanto petróleo como o dólar, fatores determinantes para o reajuste, estão em baixa. Isso, na prática, permitiria à Petrobras postergar qualquer movimento de preços. A opção pelo reajuste valorizou as ações da companhia, que chegaram a operar com valorização próxima aos 2%. As ações ordinárias (PETR3) avançaram 0,68%; as preferenciais (PETR4), 0,80%. Para o analista Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, eldquo;o aumento do preço do diesel pela Petrobras é um movimento positivo para as ações da empresa, pois diminui eventuais pressões no seu fluxo de caixa decorrentes da manutenção de uma defasagem de preços por um período prolongadoerdquo;. Já o BTG Pactual afirmou que a governança da empresa ainda não é perfeita, mas que também não permitiu que os preços ficassem desalinhados com o mercado internacional por muito tempo. Segundo o banco, a defasagem em relação aos preços externos da estatal vai cair para 3%, dos 10% que o BTG projetava até o reajuste. O Itaú BBA também citou o movimento como eldquo;positivoerdquo;. eldquo;A decisão de reajustar o preço do diesel após a redução do preço do petróleo e do câmbio, e pouco antes do aumento do ICMS a partir de amanhã (sábado, 1º), demonstra a autonomia da empresa na execução de sua estratégia comercialerdquo;, disse a analista Monique Greco. Para o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, a medida é correta, mas o contexto do movimento envia sinal ruim a agentes do mercado mais atentos. eldquo;No fundo, no fundo, da forma como aconteceu, evidencia que voltamos a ter controle de preços (de combustíveis) no Paíserdquo;, analisa Pires. Ele faz referência ao fato de o reajuste ter vindo dias após uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, em que o assunto dos combustíveis teria sido abordado. Pires observa ainda que, mesmo com o reajuste, o diesel Petrobras ainda vai ficar R$ 0,09 abaixo do preço de referência de importação, e que o reajuste tardio gera distorções ao longo da cadeia, como aumentos desmedidos pelo varejista a fim de se proteger de um novo congelamento futuro. Inflação Mas, se o reajuste agrada ao mercado, a preocupação com a inflação também sobe de patamar. De acordo com o economista e coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da Fundação Getulio Vargas, André Braz, apesar de o impacto ser pequeno na inflação oficial, o IPCA, de apenas 0,01 ponto porcentual (p.p.), a alta do preço do combustível vai contaminar toda a economia. eldquo;Máquinas no campo, transporte público poderá ter um aumento maior em função disso, além dos fretes e geração de energia, que também é afetada por causa das termelétricaserdquo;, disse Braz ao Estadão/Broadcast. Segundo ele, o reajuste de R$ 0,22 por litro de diesel nas refinarias da Petrobras deve levar a uma alta de cerca de 6% nos preços dos postos de abastecimento. O combustível tem impacto direto de 0,23% nos orçamentos das famílias, mas será percebido em outros segmentos, explica Braz, que considera difícil calcular no momento qual seria esse impacto. Chorão Também para os caminhoneiros a alta do diesel é uma dor de cabeça a mais para a categoria, que terá de enfrentar um duplo reajuste, já que o ICMS terá aumento de R$ 0,06 a partir de deste sábado, 1º, nos postos de abastecimento. Ao Estadão/Broadcast, o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, o eldquo;Chorãoerdquo;, disse que esperava que a Petrobras recuasse da decisão, já que tanto o petróleo como o dólar estão em queda. Segundo ele, a pauta será discutida no próximo dia 8 pela categoria, em reunião que já estava programada, no Porto de Santos. eldquo;Piora a vida de todo mundo, não só dos transportadores de carga, mas dos motoristas de aplicativos, de transporte escolar, da população que trabalha e produz. A gente fica muito triste e preocupado com essa situaçãoerdquo;, avaliou. Segundo Landim, o movimento da Petrobras reforça ainda mais o encontro dos caminhoneiros para fechar uma pauta de reivindicações da categoria ao governo.

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Tarifas de Trump podem prejudicar as empresas de petróleo e aumentar os preços da gasolina

As empresas de petróleo e gás dos Estados Unidos estão se preparando para a possibilidade de o Presidente Donald Trump bagunçar seus negócios e aumentar os preços na bomba ao impor tarifas de 25% sobre os produtos do Canadá e do México. Os Estados Unidos são o maior produtor de petróleo do mundo, mas as refinarias do país são projetadas para transformar uma mistura de diferentes tipos de petróleo em combustíveis como gasolina e diesel. Aproximadamente 60% do petróleo bruto que os Estados Unidos importam vêm do Canadá e cerca de 7% vêm do México. Muitas refinarias são configuradas para usar essas importações específicas e não podem mudar facilmente para petróleo de outros lugares. Os analistas não têm certeza de como as tarifas de Trump podem afetar o mercado de petróleo - e quem arcará com as despesas adicionais. Os custos podem não ser significativos se as tarifas forem aplicadas apenas temporariamente, ou se o governo facilitar para as refinarias a obtenção de isenções para continuar comprando petróleo bruto canadense ou mexicano sem pagar mais. Trump disse que as tarifas entrariam em vigor neste sábado. Na quinta-feira, ele sugeriu que poderia isentar o petróleo. O setor de petróleo e gás foi um dos maiores apoiadores de Trump durante a eleição de 2024, doando mais de US$ 75 milhões para sua campanha, e o presidente fez da ajuda ao setor, por exemplo, afrouxando as regulamentações, uma prioridade política fundamental. Ele também prometeu reduzir os custos de energia para os consumidores. Um porta-voz da Casa Branca não abordou diretamente como a imposição de tarifas sobre as importações de energia se alinharia com a meta de Trump de reduzir os preços. eldquo;Suas promessas se concentram em aproveitar as conquistas de seu primeiro mandato e reverter os retrocessos dos quatro anos anterioreserdquo;, disse o porta-voz, Harrison W. Fields, em um comunicado. Entre os que provavelmente sofrerão um golpe se Trump não isentar os combustíveis fósseis estão os produtores de petróleo canadenses e as refinarias dos EUA, especialmente as do Meio-Oeste, que processam muito petróleo canadense e não têm um substituto pronto. Os consumidores americanos em regiões que dependem do petróleo canadense também poderão ver os preços ligeiramente mais altos na bomba, principalmente se os fabricantes de combustível reagirem cortando a produção. Os preços da gasolina no Meio-Oeste poderiam subir de 15 a 20 centavos de dólar por galão, com efeitos mais brandos em outras partes do país, disse Tom Kloza, chefe global de análise de energia do Oil Price Information Service. Os Estados Unidos também compram gás natural, eletricidade e urânio - um elemento usado para produzir combustível para usinas nucleares - do Canadá. Vai ser muito, muito complicadoerdquo; se Trump avançar com as tarifas, disse Kloza. eldquo;Nunca lidamos com algo assim, certamente não na era moderna.erdquo; (The New York Times)

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Etanol já é mais vantajoso que gasolina em São Paulo e outros 5 estados; confira

A Petrobras anunciou que vai aumentar o preço do diesel para as distribuidoras a partir deste sábado, 1º de fevereiro. O valor por litro passará a ser de R$ 3,72, em alta de mais de 6%. De acordo com a estatal, na média, o preço do diesel será reajustado em R$ 0,22 por litro, por conta de arredondamento nos preços praticados no Brasil. É o primeiro reajuste feito pela estatal no diesel desde 2023. Não haverá alteração no preço da gasolina cobrado pela estatal. Mas, antes mesmo deste reajuste, levantamento o GLOBO mostra que já é mais vantajoso abastecer com etanol em seis estados do país. E, em outros quatro estados, considerando a média de preços praticados nos postos locais, há quase "empate" entre gasolina e álcool. Os dados consideram o último levantamento de preços da Agência Nacional do Petróleo (ANP), realizado na semana terminada em 25 de janeiro. E consideram os preços médios da gasolina comum e do etanol em cada estado. Caso você não conheça o perfil de consumo do seu carro, uma estimativa simples para ver se o etanol está valendo a pena, segundo especialistas, é fazer a seguinte conta: multiplicar o valor da gasolina por 0,7 endash; ou 70%. Vai ser mais vantajoso abastecer com etanol quando o combustível renovável custar no máximo 70% do preço da gasolina. Isso ocorre porque o etanol "rende menos", ou seja, tem 30% menos conteúdo energético do que a gasolina. Preços médios pelo país Segundo levantamento semanal da ANP, até semana passada ainda era mais vantajoso abastecer com gasolina na maior parte dos estados brasileiros. Mas, em alguns, o etanol sai mais em conta. Confira abaixo: Estados onde o etanol está mais vantajoso: São Paulo Paraná Mato Grosso do Sul Mato Grosso Distrito Federal Acre Estados onde a gasolina quase "empata" com o etanol: Minas Gerais Espírito Santo Paraíba Amazonas Estados onde a gasolina é mais vantajosa: Rio de Janeiro Rio Grande do Sul Bahia Ceará Pernambuco Goiás Pará Santa Catarina Maranhão Alagoas Sergipe Piauí Rio Grande do Norte Tocantins Rondônia Amapá Roraima Como ver o desempenho do seu carro Os preços da ANP são uma média estadual. Dependendo do posto de combustível, as diferenças entre gasolina e etanol podem levar a outra conclusão. Além disso, cada carro tem uma performance, que pode mudar esta relação. Para saber com exatidão o que é mais vantajoso, é preciso saber o gasto médio da gasolina e do etanol em cada veículo. Nos veículos mais modernos essa relação aparece, geralmente, no painel como uma função de autonomia. Em carros mais antigos é preciso fazer o cálculo para chegar a esse número. O mesmo método serve para gasolina e etanol, basta fazer o seguinte passo a passo: Encha o tanque; Anote a quilometragem antes do sair do posto; Na próxima vez que for abastecer, é preciso completar o tanque. Anote a nova quilometragem e o volume de combustível abastecido; Subtraia a quilometragem final pela inicial e divida pelo volume de combustível abastecido. O resultado dessa divisão será o desempenho médio de seu veículo por combustível, ou seja, qual é a quilometragem que ele trafega com etanol ou com gasolina. Insira esses valores na primeira calculadora desta reportagem, assim como o preço da gasolina e do etanol no posto onde está abastecendo, para saber qual combustível é mais vantajoso para seu veículo.

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Instituto que testa aumento de etanol na gasolina está otimista: 'Não vamos ter problema'

O Instituto Mauá Tecnlogia (IMT), credenciado pelo governo federal para testar a elevação da quantidade de etanol anidro na mistura da gasolina, está com trabalho avançado e planeja entregar os resultados no primeiro trimestre deste ano. Mas, pelo que foi apurado até agora, as perspectivas são otimistas, afirma Renato Romio, chefe da divisão de veículos e motores do IMT, em entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo na região de Ribeirão Preto (SP). eldquo;Não vamos ter problema nessa mudança e no final vai ser bom principalmente para o meio ambienteerdquo;, afirma. Aprovado pelo Ministério de Minas e Energia em dezembro, o protocolo visa avaliar a viabilidade do aumento dos atuais 27% - em vigor há dez anos - para 30% na proporção de etanol anidro - um dos subprodutos da cana-de-açúcar - que compõe a gasolina nos postos. "O etanol anidro é diferente do etanol puro, que a gente compra no posto, que é o hidratado. Esse etanol hidratado tem água. O etanol anidro praticamente não tem água", explica Romio. Caso os testes sejam satisfatórios e aprovados pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a chamada gasolina E30 pode chegar ao mercado em abril. O estudo teve o aval de diferentes entidades do setor de biocombustíveis e automotivo e inclui ensaios de pista, testes de partida e medições de emissões, por exemplo. Ele visa tanto baratear o combustível usado pelos motoristas quanto contribuir com a transição energética, com uma menor emissão de gases do efeito estufa por meio do incremento do biocombustível renovável. "A gasolina que a gente compra no posto é uma composição desses dois preços [etanol e gasolina] e tem muito aspecto comercial naquele meio, mas o etanol anidro é mais barato que a gasolina. Então você aumentando a percentagem de etanol você vai acabar barateando essa gasolina. Lógico, tem aspectos de mercado. Tem questão de definição de preços, seja pela distribuidora, seja pelos postos de abastecimento.erdquo; Na atual fase, carros selecionados de diferentes modelos, anos e fabricantes foram abastecidos com o novo combustível e estão rodando pelas ruas. De acordo com o representante do instituto, tudo indica que a mudança percentual não vai impactar no funcionamento dos automóveis, inclusive os abastecidos exclusivamente com gasolina. "O carro que aguenta 27% vai aguentar os 30%, não vai ser isso que vai dar uma diferença significativa na durabilidade. E outro ponto importante: apesar de os carros serem mais antigos, a gente usa etanol há muito tempo, de longa data, então os carros já saem de fábrica preparados para aguentar uma mistura de etanol na gasolina, não vai ser essa diferença de 3 pontos percentuais que vai influenciar na durabilidade do veículo", reitera Romio.

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