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Combustível do Futuro cria ambiente favorável a diesel verde e SAF

A sanção da lei do Combustível do Futuro ontem foi bem-recebida por analistas e entidades do setor de energia, de maneira geral. Isabela Garcia, analista de inteligência de mercado da StoneX, disse que a sanção cria um ambiente favorável, inclusive para biocombustíveis avançados, como o diesel verde (HVO) e o combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês). eldquo;O diesel verde e o SAF ainda não têm estrutura como o de outros biocombustíveis, como o etanol. Até por isso têm metas menos ambiciosas dentro da lei. Devido ao alto nível de tecnologia e investimento empregados, precisam de mais tempo para desenvolver projetos, e o Combustível do Futuro vem para garantir segurança ao investir nesse segmentoerdquo;, afirmou. Além disso, ela vê potencial de ganhos industriais para setores de biodiesel e etanol com a lei. eldquo;Teremos um processo natural de aumento na produção, com a diminuição da capacidade ociosa das plantas de etanol e biodiesel. (...) A tecnologia já está estabilizada no país, e uma eventual mudança na mistura aconteceria de maneira mais rápidaerdquo;, estimou. A analista ponderou, no entanto, que a medida ainda precisa de prazos e metas mais claras, que deverão ser definidos por agência e órgãos reguladores, como a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP ) e o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) . Para o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), a sanção da lei eldquo;reforça o compromisso do Brasil em liderar o processo de transição energética, promovendo investimentos em inovação e impulsiona o desenvolvimento e a utilização de biocombustíveis sustentáveiserdquo;. Destacou a importância da lei para criar ambiente favorável a produtos como diesel verde e o SAF. Mas o instituto criticou a ausência de mandato para o chamado eldquo;diesel coprocessadoerdquo;, a parcela renovável do coprocessamento de biomassa na produção de diesel. A Petrobras é uma produtora de diesel coprocessado. O IBP também relatou preocupação com o mandato para compra de biometano ou Certificados de Garantia de Origem de Biometano (CGOB) por produtores e importadores de gás natural. Para o instituto, a política pode afetar eldquo;o preço e a competitividade do gás naturalerdquo;. Na avaliação do Instituto Combustível Legal (ICL), o Combustível do Futuro demandará atenção para a comprovação da viabilidade técnica para a elevação dos percentuais de etanol anidro na gasolina para até 35% e de biodiesel no óleo diesel em até 20% até 2030. Segundo o Instituto, outro ponto que merece atenção é a garantia de fiscalização ostensiva para manter a qualidade aos consumidores. Para este ano, o percentual obrigatório de adição de etanol à gasolina varia entre 18% e 27,5%. No caso do óleo diesel, a adição obrigatória de biodiesel é de 14%.

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Hidrogênio verde ainda não recebeu crédito do BNDES em 2 anos de programa

Uma das principais promessas do Brasil na transição energética, o hidrogênio verde ainda não tem nenhum projeto financiado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A situação é observada mesmo após dois anos da criação de um programa de fomento ao combustível. De acordo com o banco, a tecnologia ainda está em desenvolvimento e, mesmo no mundo, ainda tem poucos projetos em escala comercial. "No Brasil, os principais investimentos planejados apresentam diferentes estágios de maturação. Eles estão na região Nordeste, tendo em vista a disponibilidade de energia renovável e a localização privilegiada para exportação de derivados de hidrogênio para a Europa", afirma ao Painel S.A. O BNDES diz já ter mapeado projetos de hidrogênio verde em lugares como Porto de Pecém (CE), Porto de Suape (PE), Porto de Açu (RJ), Parnaíba (PI) e Uberaba (MG). Mas não há notícia de decisão final de investimento de nenhum grande projeto. "Até o momento, o BNDES não aprovou projetos de hidrogênio verde", afirma o banco. "Esperamos que até o final do próximo ano a decisão final de investimento de um grande projeto aconteça". A principal dificuldade do mercado de hidrogênio de baixa emissão de carbono é o custo, o que afasta potenciais compradores, coloca em xeque a viabilidade econômica da operação e, consequentemente, dificulta um empréstimo. A Agência Internacional de Energia vê o mercado como importante, mas uma realidade apenas de 2030 em diante. Mesmo assim, a entidade vê uma expansão nas intenções de investimento no mundo e publicou nos últimos dias um relatório em que elevou (em relação a um ano antes) em 30% a estimativa de produção do hidrogênio formulado com baixas emissões até 2030. Os projetos no Brasil podem ganhar mais fôlego agora, depois que foi sancionada pelo presidente Lula (PT) a lei que institui o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono emdash;que concede benefício fiscal a projetos do tipo. Apesar de ser considerada uma tecnologia a ser usada nas próximas décadas, pelo menos desde os anos 1970 o governo brasileiro estuda o tema. Devido aos choques do petróleo na época, o Brasil criou em 1975 o Laboratório de Hidrogênio (LH2), vinculado ao instituto de física da Universidade Estadual de Campinas, para pesquisar a produção de hidrogênio e sua utilização em motores a combustão. O hidrogênio é o elemento mais abundante e mais simples do universo, mas produzi-lo é caro. Ele não existe em sua forma atômica e raramente é encontrado naturalmente na fórmula molecular (H2). Ele se encontra associado a outros átomos na maioria das moléculas inorgânicas e orgânicas que existem, como na água (H2O). As dificuldades começam na tarefa de separá-lo e continuam ao longo da cadeia. Estudos reunidos em artigo do próprio BNDES em 2022 apontam que a quantidade de energia perdida desde a conversão de eletricidade em hidrogênio, seu transporte, armazenamento e reconversão em eletricidade está na ordem de 70%. Mesmo assim, há vantagens. O hidrogênio apresenta grande densidade energética (grande conteúdo energético por unidade de massa), mais do que os combustíveis comuns. Um quilo de hidrogênio contém 2,75 vezes a energia existente na mesma massa de gasolina, por exemplo. Por outro lado, ele tem uma das menores densidades energéticas em relação ao volume. Em condições normais de temperatura e pressão, um quilo de hidrogênio ocupa 12 mil litros. Para colocá-lo na forma líquida, o que reduziria enormemente o espaço ocupado, é preciso uma temperatura de -259 graus (apenas 14 graus acima do zero absoluto, a menor temperatura possível de existir). O alto custo de todo o processo pode ser mitigado por meio de projetos em escala. Nos Estados Unidos, por exemplo, estão sendo desenvolvidos projetos para que empresas (como indústrias ou data-centers) sejam instaladas ao redor de grandes centros (hubs) de produção de hidrogênio emdash;o que diminuiria despesas com o transporte, por exemplo.

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Galípolo é aprovado pelo Senado para presidir BC; saiba o que ele respondeu na sabatina

O Senado aprovou, em plenário, o nome do atual diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, para a presidência da instituição, por 66 votos a 5, em votação secreta, nesta tarde de terça-feira, 8. Mais cedo, a indicação havia sido aprovada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado por 26 votos a zero. Galípolo foi indicado para o cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em agosto e precisava passar pela sabatina com os senadores. O diretor comandará a autoridade monetária a partir de janeiro de 2025, quando o atual presidente, Roberto Campos Neto, deixará a presidência da instituição. O placar obtido por Galípolo na CAE é idêntico ao que recebeu Campos Neto, em 2019. A pedido do senador Izalci Lucas (PL-DF), o painel para votação foi aberto antes de a sabatina terminar. O parlamentar argumentou que Galípolo já havia eldquo;conversado com todos os senadoreserdquo; e, por isso, eles poderiam votar a indicação. Há pouco mais de um ano, em julho de 2023, Galípolo já havia passado por uma sabatina, quando era candidato ao cargo de diretoria, que ocupa hoje. Na ocasião, recebeu 23 votos favoráveis e dois contrários. Desde que foi indicado por Lula, o postulante ao cargo visitou 48 senadores da base governista e da oposição para se reapresentar ao Congresso. A aprovação do atual presidente do BC para o cargo, Roberto Campos Neto, pela CAE do Senado ocorreu por unanimidade, com 26 votos favoráveis. A sabatina ocorreu em 26 de fevereiro de 2019. Seu antecessor, Ilan Goldfajn, foi aprovado em 7 de junho de 2016 por 19 votos a favor e oito contra. Já Alexandre Tombini recebeu 22 eldquo;simerdquo; contra um eldquo;nãoerdquo;, em 7 de dezembro de 2010, enquanto o placar de Henrique Meirelles foi de 21 a 5, em 17 de dezembro de 2002. Liberdade para tomar decisões Durante a sabatina, Galípolo disse que sempre ouviu do presidente Lula a garantia da liberdade na tomada de decisões da instituição. eldquo;Toda vez que me foi concedida a oportunidade de encontrar o presidente Lula, eu escutei de forma enfática e clara a garantia da liberdade na tomada de decisões e que o desempenho da função deve ser orientado exclusivamente pelo compromisso com o povo brasileiro, que cada ação e decisão deve unicamente ao interesse do bem-estar de cada brasileiroerdquo;, relatou. Galípolo chegou por volta das 10h30 desta terça-feira, 9, à sala da CAE. No início de sua fala, o diretor disse ser um privilégio ter sido indicado para presidir o Banco Central pelo presidente Lula. eldquo;Estar indicado pelo presidente Lula é uma grande honra e enorme responsabilidade.erdquo; Galípolo também ressaltou que compete ao BC ser o guardião da moeda. eldquo;A confiança depositada à instituição é um dos pilares centrais da sociedade civil organizada como nós conhecemos. Então isso por si só já é uma enorme responsabilidade. Essa responsabilidade é amplificada pelos desafios impostos, pelo quadro histórico em que a gente vive, mas também pela confiança que é depositada em mim e em toda a diretoria do Banco Centralerdquo;, afirmou. Ele disse que, apesar de poder estar eldquo;meio fora de modaerdquo;, a tentativa é de evitar antagonismos e cizânias para tentar construir e exaltar a convergência e o diálogo. eldquo;Faço questão de reafirmar: todas as conversas com as senadoras e senadores, independente do partido, se oposição ou situação, também foram no sentido de me assegurar a liberdade na gestão e de manter o compromisso com o nosso povo e com o nosso Paíserdquo;, descreveu. No início de sua fala, Galípolo afirmou que foi orientado a manter a formalidade durante a sabatina quando se referir aos parlamentares, mas pediu desculpas antecipadamente por algum eldquo;escorregãoerdquo;. eldquo;Dentro dos diversos conselhos e orientações que eu recebi da assessoria parlamentar do Banco Central, uma delas foi para eu observar e vigiar a formalidade quando dirigira palavra a senadoras e senadores. Mas chegando aqui e encontrando, lembrando e tendo o sentimento da forma como fui recebido por essa casa, achei que era prudente já começar a pedir desculpas por um eventual deslizeerdquo;, disse. Ele salientou que foi recebido pelos senadores, apesar do período das eleições municipais, assim que foi indicado pelo presidente Lula. eldquo;Faço questão de registrar publicamente todas as conversas que fiz com todas as senadoras e senadores, cada questionamento, cada conselho, cada pergunta foram sempre do sentido da preocupação, da demanda e do destino de nosso povo e nosso Paíserdquo;, citou. eldquo;Todos os questionamentos, todos os conselhos de quem conhece mais profundamente o Brasil que tive a oportunidade de ouvir.erdquo; A sessão desta terça-feira da CAE do Senado foi aberta por seu presidente, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), com elogios ao atual presidente da instituição, Roberto Campos Neto. O parlamentar lembrou que ele foi eleito por três vezes o melhor banqueiro central do mundo. eldquo;Quero, ao final, fazer uma homenagem especial ao atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, eleito por três vezes o melhor presidente de Banco Central do mundoerdquo;, disse Vanderlan. eldquo;Mesmo diante de pressões deste e do governo anterior, Roberto manteve a mão firme e não deixou a política de juros e a inflação desandarem. É um craqueerdquo;, afirmou. Ao final da apresentação, o presidente da CAE lembrou também da atuação do avô de Campos Neto, que foi senador. elsquo;Competência de empresáriosersquo; O diretor do BC lembrou que o Brasil enfrentou durante os anos 1980 uma crise profunda, levando à moratória da dívida externa e à exclusão do circuito financeiro internacional. eldquo;Hoje, o Brasil é credor líquido internacional com mais de US$ 350 bilhões de reservas. O Brasil apresenta, hoje, um superávit comercial sólido e estrutural graças à produtividade e à competência dos seus empresários com destaque à competitividadeerdquo;, afirmou. Além disso, segundo ele, o Brasil se solidificou como exportador de produtos como o petróleo, combinado com uma matriz energética limpa e diversificada. Ele também falou que a segurança alimentar e energética são vantagens especialmente relevantes em momentos de tensões políticas elevadas. eldquo;Tudo isso representa um enorme avanço em contraste com as condições observadas na década de 70, que em última análise contribuiu para a crise da década de 80. Durante a década de 80 e início da década de 90, a economia foi assombrada pelo fantasma da hiperinflaçãoerdquo;, recordou, citando que, em março de 1990, a inflação no Brasil disparou para surpreendentes 6.821% ao ano. Galípolo ressaltou que durante esse período, os planos econômicos de moedas nacionais eram substituídos e trocados com mais frequência do que os técnicos de futebol no Brasil. eldquo;Em 2024, o plano real completa 30 anos e o sistema de metas de inflação comemora 25 anos. Hoje o Brasil é reconhecido por sua estabilidade monetária.erdquo; Juro restritivo O diretor do Banco Central afirmou que cabe à instituição colocar o juro em nível restritivo pelo tempo necessário para atingir meta. eldquo;Sou daqueles que defendem que o Banco Central não deveria nem votar na meta de inflação dentro do Conselho Monetário Nacional (CMN)erdquo;, repetiu. eldquo;Hoje temos uma meta estabelecida de 3%, que cabe ao Banco Central perseguir de maneira efetiva, colocando a taxa de juros em um nível restritivo pelo tempo que for necessário para se atingir essa meta. Essa é a função do Banco Central, assim que funciona o arcabouço institucional e legal do Banco Centralerdquo;, continuou. Ele comentou o tema ao abordar a questão da autonomia da instituição. eldquo;Sou relativamente novo na vida pública, mas aprendi que nos debates da vida pública existem algumas palavras-chave, que são quase um gatilho. E eu aprendi que autonomia é uma dessas palavras que costumam gerar um debate acaloradoerdquo;, argumentou. eldquo;Eu costumo brincar: a gente precisa fazer um rebrand, a gente precisa reexplicar a ideia de autonomiaerdquo;, disse. Galípolo salientou que o BC tem autonomia operacional para buscar as metas que foram estabelecidas pelo poder democraticamente eleito. eldquo;A gente só pode até a adolescência achar que fazemos o que bem entendemos. Depois disso, não podemos mais achar issoerdquo;, considerou, continuando com a afirmação de que cabe ao BC e à sua diretoria perseguirem a meta de inflação. A autonomia da autoridade monetária, de acordo com o diretor, não deve passar a ideia de que o BC deve eldquo;virar as costaserdquo; ao poder democraticamente eleito. Ele também reforçou a necessidade de haver um arcabouço institucional que permita ao BC desempenhar suas funções. Inflação Galípolo disse que, durante os últimos 12 meses, foi possível observar os núcleos de inflação no Brasil em patamares equivalentes aos das economias mais desenvolvidas e estáveis do mundo, como Estados Unidos e Reino Unido. eldquo;Nós vamos estar sempre sujeitos a momentos mais desafiadores, mas a atuação do Banco Central tem sido inequívoca na perseguição da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN)erdquo;, afirmou. Ele comentou que pode haver frustrações em relação aos avanços e a um ritmo mais lento e trajetória menos linear de queda do juro que o desejado. eldquo;Mas penso que os avanços correspondem aos pesos e contrapesos próprios do processo democrático e o tempo necessário para o debate público e a construção de conceitos. E eu prefiro sempre as dores do processo democrático do que as falsas promessas de atalhoerdquo;, disse. O diretor disse reconhecer que ainda que existem numerosos desafios pela frente, citando a consolidação de uma agenda capaz de criar uma economia mais dinâmica e transparente, capaz de combinar maior produtividade e sustentabilidade, o que envolveria o compromisso permanente do Banco Central. eldquo;Já foi dito que o banqueiro central deve ser o último dos otimistas e o primeiro dos pessimistas.erdquo; Galípolo também ressaltou que o Brasil também não está ileso à sujeição na economia mundial. eldquo;O Brasil tem a oportunidade histórica de se apresentar como um destino atrativo para o empreendedorismo e a inovação voltado para a economia sustentável, se consolidando por um polo de referência global na erradicação da pobreza e crescimento da produçãoerdquo;, disse, reafirmando seu compromisso com o mandato estabelecido pelo arcabouço institucional e legal para a autoridade monetária brasileira. Gastos fiscais O diretor repetiu o que Campos Neto tem dito para explicar os gastos fiscais de países avançados na pandemia e o efeito sobre países emergentes. Galípolo disse concordar eldquo;integralmenteerdquo; com o que vem defendendo o atual presidente do BC e citou uma fala do ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill durante sua fala. eldquo;Sobre a questão da pandemia, existe uma correlação com o tema climático e com o custo da dívida. Durante a pandemia, Roberto Campos Neto tem dito em vários fóruns, e vou reproduzir a fala porque concordo integralmente: os países avançados fizeram um esforço fiscal maior que países emergentes ou de baixa renda para responder à pandemia. Imediatamente, começa a discussão sobre o processo inflacionárioerdquo;, disse. Galípolo observou que esse eldquo;é um grande debate global, o quanto aquele processo correspondia a um choque de oferta pela desarticulação das cadeias produtivas e dificuldade de produzir, e quanto correspondia a uma questão de demanda decorrente dos programas de transferência de renda e socorro por causa da pandemiaerdquo;. eldquo;Existia essa discussão. Minha posição, eu recorro sempre quando tem esse debate a uma fala do Churchill, é que a verdade é uma adúltera, nunca está com uma pessoa só. Provavelmente você consegue encontrar explicações nos dois elementos. Não precisa ser um ou outro. Me parece que é um e outroerdquo;, completou. Segundo ele, após a pandemia os preços relativos se estabeleceram, mas a remuneração do trabalho eldquo;ficou relativamente defasadaerdquo;. Galípolo citou estudos, principalmente nos Estados Unidos, que tentam explicar por que a avaliação e popularidade do governo não acompanha o crescimento econômico. eldquo;A sensação do cidadão é que está melhor que no ano passado, mas já tive mais poder de compra dez anos atrás, cinco anos atrás. Se criar um ambiente para que a tentativa de correção da remuneração do trabalho repasse enquanto custo para quem contrata e consiga encontrar um ambiente de demanda aquecida suficiente para repassar para preço ao consumidor final, o poder aquisitivo não vai ser reposto para o trabalhador e pode inaugurar uma espiral inflacionáriaerdquo;, disse. Projeções de crescimento O diretor do Banco Central reconheceu que há anos as projeções de crescimento do Brasil vêm sendo revistas eldquo;sistematicamente ao longo do ano para cima, surpreendendo positivamente em relação a crescimentoerdquo;. eldquo;Este ano não foi diferente. Existem diversos estudos que tentam explicar por que tem acontecido isso. Uma tendência é que o PIB potencial do Brasil teria sido elevado por reformas recentes, mas a mensuração do ganho de produtividade costuma ser mais difícil de apontar de forma evidente, é mais evidente no agroerdquo;, disse. Segundo Galípolo, eldquo;o próprio FMI fez uma revisão agora elevando o que se entende ser o PIB potencialerdquo;. O indicado à presidência do Banco Central afirmou que eldquo;existe uma correlação com a questão da política fiscal e o nível de atividade econômica, não apenas olhando o volume de estímulo fiscal, mas a composição fiscal qualitativa da política fiscalerdquo;. Ele argumentou que eldquo;sempre que isso acontece, a propensão a consumir tende a se elevarerdquo;. eldquo;Quando redistribui renda, tem um efeito para consumo e isso se adéqua ao que a gente vem assistindoerdquo;, completou. Galípolo chamou de uma eldquo;modernização e adequação às melhores práticaserdquo; a mudança sobre as metas de inflação e lembrou que o Banco Central já trabalha com essa alteração de meta contínua. Ele ressaltou que a eldquo;inflação de 2024 é bastante relevanteerdquo;, e reiterou que o um horizonte relevante do BC é mais à frente. Na última reunião do Copom, o horizonte na mira do BC foi o 1º trimestre de 2026. eldquo;O horizonte relevante que estamos olhando é mais para frente. Tem uma desancoragem que não foi alterada na última pesquisa Focus e que nos incomoda. Em conjunção com essas diversas variáveis - expectativas desancoradas, mercado de trabalho mais apertado, condições que parecem adversas de um câmbio que parece permanecer mais desvalorizado do que há um tempo atrás e uma economia crescendo acima das projeções originais - recomendaram maior prudência sobre a política monetáriaerdquo;, declarou. Galípolo disse que a instituição tem debatido a necessidade de estudos para entender impactos da tributária nos preços. Segundo ele, seria interessante ver um trabalho sobre a distribuição entre setores, como serviço, indústria e também entre consumo e investimento. eldquo;Não é simples, até porque a gente não tem a redação final, a gente não sabe qual é a solução final, nem mesmo a solução final e fazer projeções é sempre muito difícilerdquo;, disse. Ele salientou sobre a importância de se tatear essas mudanças tributárias e relatou sobre a provocação que o Banco Central tem feito aos meios acadêmicos e outras instituições para que possam fazer estudos sobre esse tipo de impacto. Estágio diferente da economia brasileira Galípolo disse que a economia brasileira tem dando sinais de estar em um estágio diferente do restante do mundo. Segundo ele, os dados sugerem que a economia brasileira não está em processo de desaceleração. eldquo;Quando a gente olha para a economia brasileira, ela dá sinais de estar em um estágio diferente de boa parte das economias do mundo. Se pegarmos o início dos anos 2000, tinha uma série de fatores que colaboravam, China crescendo e exportando desinflação e importando commodities. EUA e Europa com taxas de juros baixas e jogando liquidez no mundo. Hoje, Japão está começando a subir juros depois de muito tempo, China em desaceleração, EUA na discussão de aterrissagem suave ou abruptaerdquo;, afirmou. Segundo ele, eldquo;os dados do Brasil são de desemprego na mínima da série histórica, renda com crescimento de 12% desde o início de 2023 e uma combinação entre inflação e desemprego que vai estar entre as melhores desde o Plano Real, a indústria no máximo da capacidade instalada dos últimos 11 anos, serviço no máximo dos últimos dois (anos)erdquo;. Galípolo disse que eldquo;vários dados sugerem uma economia que não está em processo de desaceleração, parece estar pujanteerdquo; e completou: eldquo;Isso não é ruim, mas cabe ao Banco Central estar de olho na inflaçãoerdquo;. eldquo;Isso sugere ao BC que a gente deve assistir a um processo de desinflação mais lento e mais custoso. Como não cabe ao BC correr risco, a função é ser mais conservador para garantir que a taxa de juros está no patamar necessário para se atingir a meta que foi definidaerdquo;, finalizou. Câmbio flutuante Galípolo repetiu na sabatina que o regime de câmbio brasileiro é flutuante e, com isso, a cotação da moeda serve para absorver eventuais choques que atinjam a economia. Ele lembrou que as preocupações sobre o câmbio oscilam e disse que, quando foi indicado para a diretoria do BC, em meados do ano passado, havia a preocupação de que a autarquia se tornaria mais intervencionista. Depois, esse polo mudou. eldquo;No ano de 2023, foi o primeiro ano que a gente não fez nenhuma intervenção extraordinária no final do ano. Aí eu passei a ser acusado de ser mão fraca, elsquo;ele não intervém, ele deixa correr.ersquo; Então, essas coisas às vezes oscilam muitoerdquo;, ele disse, respondendo a perguntas de senadores. Ele disse, também, que o BC tem uma institucionalidade eldquo;muito bem consolidadaerdquo; na política cambial, que sabe mensurar, agregar a informação e reagir, quando necessário. eldquo;Eu tenho tentado o máximo possível trazer essas conversas e diálogos para colegiadoserdquo;, ele acrescentou, citando os outros sete diretores e o presidente do BC. Relação entre BC e Executivo O diretor do Banco Central disse sentir que eldquo;frustrou as expectativaserdquo; de que a sua chegada à autarquia, em meados do ano passado, causaria uma ampla disputa dentro da diretoria. eldquo;Eu sinto que eu gerei uma grande frustração, talvez, na expectativa que existia de que ao entrar no Banco Central fosse começar um grande reality show, com grandes disputas e brigas ali dentroerdquo;, afirmou. Ex-secretário-executivo da Fazenda na gestão Haddad, Galípolo foi indicado para a diretoria de Política Monetária do BC em julho do ano passado, com o objetivo de eldquo;harmonizarerdquo; a relação entre a autoridade monetária e a equipe econômica. Na sabatina, o diretor afirmou que tem eldquo;a melhor relação possívelerdquo; tanto com o presidente Lula, quanto com o presidente do BC, Roberto Campos Neto. eldquo;Faço uma mea culpa: eu gostaria de, dentro das minhas funções, ter colaborado para que essa relação entre o Banco Central e o próprio Poder Executivo fosse melhor ainda do que ela tem sidoerdquo;, afirmou. Galípolo não respondeu a um questionamento do senador Izalci Lucas (PL-DF), que havia perguntado se Galípolo considera as críticas de Lula a Campos Neto eldquo;justaserdquo;. Avanço institucional Ao lado do autor da PEC 65, que dá autonomia orçamentária e financeira ao Banco Central, senador Vanderlan Cardoso, Galípolo defendeu que a autarquia esteja disponível para conduzir seu avanço institucional. eldquo;É superimportante que o Banco Central esteja disponível e toda a instituição tem de disponibilizar e discutir seu avanço institucionalerdquo;, disse. Ele disse considerar que o avanço institucional é algo relevante para ser discutido hoje. eldquo;É necessário a gente dar as condições necessárias para que as pessoas possam trabalhar. Não só com o serviço remuneratório delas, mas da infraestrutura necessária, e entendo que hoje está se discutindo muito mais o formato que vai se dar essa discussão de uma evolução institucionalerdquo;, defendeu. O diretor disse concordar com o senador Sergio Moro (União-PR) sobre a importância também de o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ter a infraestrutura necessária para a função que desempenha. Número de servidores do BC Galípolo disse que seria preciso haver mais servidores no Banco Central e elogiou os funcionários da autoridade monetária. eldquo;A gente vem passando por uma redução do número de pessoal com mais atribuições. Como falei, já disse várias vezes, cada reunião com servidores do BC é uma pós-graduação. O nível de excelência dos servidores do BC é fantásticoerdquo;, disse. eldquo;Precisaríamos ter mais gente (no BC). Para além disso, parece que o tema da PEC é exclusivamente remuneratório. Também é, para ter flexibilidade para essas necessidades que são desempenhos de função, mas também existem vários outros temas, de infraestrutura institucional e legal para se fazer investimentoserdquo;, declarou. Ele também defendeu que o papel do BC sobre o fiscal é reforçar a sua função de reação. Apostas online Galípolo afirmou que o BC não tem atribuição para regular sites de apostas. eldquo;O Banco Central não versa ou não tem qualquer tipo de atribuição sobre a regulação de bets, não é o papel do Banco Central. A discussão em si é sobre qual é o impacto das bets do ponto de vista de consumoerdquo;, disse. Ele voltou a dizer que, ao analisar dados do crescimento da renda, do consumo e da poupança, foi constatada a existência de um vazamento que não era simples de identificar. eldquo;Nós passamos a fazer estudos internos e a dialogar com diversos bancos e instituições financeiras que podiam ter dados e acessam a informação sobre issoerdquo;, descreveu, acrescentando que, no início, estava desconfiado da grandeza dos dados. Ele citou o estudo feito pelo Banco Central sobre o tema e voltou a dizer que a instituição não tem qualquer solução sobre a regulação de jogos e apostas. eldquo;A nossa função é muito mais tentar entender qual é o impacto disso em consumo, em endividamento das famílias, como é que a gente consegue explicar a relação entre a atividade econômica, despesas e o impacto para a inflaçãoerdquo;, enumerou. Transição verde Galípolo disse que o impacto da transição verde tem relação com as atividades da instituição e é preciso que seus integrantes fiquem atentos. eldquo;Este é um dos temas mais interessantes, mas que, mesmo os maiores bancos centrais do mundo, têm bastante diferença sobre o quanto isso deveria ser incorporado no mandato do Banco Central, ou nãoerdquo;, considerou. Existe um lado, segundo ele, que todo BC terá de lidar, pois a transição climática tem impacto na economia, nos preços. Galípolo citou os Estados Unidos como exemplo. eldquo;Como é que isso vai impactar, seja do ponto de vista de produção de alimentos, seja do ponto de vista que as fontes de energia não renováveis e hoje menos competitivas do que as demais?erdquo;, questionou. Por isso, de acordo com ele, é preciso que os bancos centrais estejam atentos. eldquo;O que dificulta muito na nossa vida é que eu disse que as projeções, sobre o que vai acontecer com a economia, já são bastante complexas a serem feitas. Agora, a gente tem que adicionar também as projeções climáticas junto com as projeções econômicas, o que dá uma certa exponencialidade nas dificuldades das previsõeserdquo;, ponderou. Para o diretor, no entanto, o BC brasileiro é um dos mais atentos ao tema e tem tentado colaborar tanto com outros bancos centrais, quanto com o próprio governo sobre este tema. eldquo;Tem um tema recorrente na participação que existe no G20 do Brasil, então é um tema muito caro para todos nóserdquo;, pontuou. Galípolo voltou a dizer que se trata de uma grande oportunidade para o Brasil, porque tem segurança alimentar e energética e matriz limpa.

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Inpasa anuncia início da operação da maior usina de etanol do mundo em Mato Grosso

A Inpasa, maior produtora de etanol de milho do Brasil, anunciou nesta terça-feira (8) o início da operação da expansão da biorrefinaria de Sinop (MT), que dessa forma pode ser considerada a maior unidade produtora do mundo do biocombustível à base de cereais, segundo a empresa. O complexo ao norte de Mato Grosso é de 2019, operando em duas fases até o ano passado. A Inpasa construiu as outras duas fases desde então em Sinop, que agora entram em funcionamento. O anúncio foi feito durante a cerimônia de sanção do projeto de lei Combustível do Futuro, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. eldquo;Estamos em um momento ímpar da bioeconomia brasileira. Iniciativas como esta reafirmam nosso país como protagonista no cenário global, apresentando soluções que aliam desenvolvimento econômico e responsabilidade ambientalerdquo;, afirmou o presidente da companhia, José Lopes, em nota. A planta completa em Sinop foi projetada para produzir 2,1 bilhões de litros de etanol por ano, processando cerca de 4,6 milhões de toneladas de milho na segunda safra. O volume representa cerca de 10% da produção de milho de Mato Grosso, o maior produtor brasileiro do cereal. A unidade de Sinop também pode produzir 1 milhão de toneladas de farelo DDGs, 105 mil toneladas de óleo, coprodutos do etanol de milho, além de e 804,1 GWh de bioeletricidade. Ao todo, foram feitos investimentos de 4,1 bilhões de reais em Sinop, segundo a empresa. Os planos da Inpasa Em setembro, a companhia anunciou que investirá 1,2 bilhão de reais em uma usina de etanol com capacidade de processamento anual de 1 milhão de toneladas de grãos na Bahia. A Inpasa iniciou suas operações no Paraguai, em 2008, e expandiu para novas unidades. Atualmente, são duas plantas no Paraguai e três em operação no Brasil, em Sinop (MT), Nova Mutum (MT) e Dourados (MS), e outras duas em construção, em Sidrolândia (MS) e Balsas (Maranhão). A produção de etanol de milho tem sido crescente no país, devendo atingir cerca de 20% da produção total brasileira na safra atual. O restante é concentrado no produto feito a partir da cana-de-açúcar. (Reuters)

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Instituto critica ausência de mandato para diesel coprocessado no Combustível do Futuro

O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) disse que a sanção da lei do Combustível do Futuro eldquo;reforça o compromisso do Brasil em liderar o processo de transição energética, promovendo investimentos em inovação e impulsiona o desenvolvimento e a utilização de biocombustíveis sustentáveiserdquo;. A entidade destacou a importância da lei para criar um ambiente favorável para novos produtos renováveis, como diesel verde (HVO) e o combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês). Por outro lado, o IBP criticou a ausência de mandato para o chamado "diesel coprocessado", a parcela renovável do coprocessamento de biomassa na produção de diesel. eldquo;Acreditamos que a diversidade de rotas tecnológicas, com isonomia competitiva entre as diferentes alternativas, potencializaria os esforços para a descarbonização e beneficia os consumidores quanto a preço, qualidade e oferta, e esperamos que uma nova legislação corrija a questãoerdquo;, disse em nota. A Petrobras é uma produtora de diesel coprocessado. O IBP também relatou preocupação com o mandato para aquisição de biometano ou Certificados de Garantia de Origem de Biometano (CGOB) por produtores e importadores de gás natural. O instituto diz que a política pode afetar eldquo;o preço e a competitividade do gás naturalerdquo;. eldquo;O IBP reitera seu apoio ao biometano como combustível importante para a descarbonização da economia. Contudo, ressalta que o fato de o programa não ter um prazo final endash; aliado à ausência de um mecanismo para resguardar os contratos de compra-venda de gás natural já assinados e ao custo de impor uma forma de descarbonização em detrimento de outras, mais eficientes e que já estão sendo estudadas e implementadas pelos produtores de óleo e gás endash; aumentará a incerteza para os investimentos no setor e os custos da oferta de gás natural. Isto vai no sentido contrário aos objetivos de induzir um aumento da oferta e da competitividade da molécula no Brasilerdquo;, completou. "Desafio monumental" A advogada Isabela Morbach, cofundadora da CCS Brasil, associação que estimula atividades de captura e armazenamento de carbono no país, disse que o eldquo;dia seguinte" à sanção da lei do Combustível do Futuro traz um "desafio monumentalerdquo; para o agente regulador da legislação, em especial a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Segundo ela, o órgão terá novas atribuições e estará sob pressão para desenvolver normas específicas "em um curto espaço de tempo", disse em nota. eldquo;Apesar da importância dessas regulações, engana-se quem pensa que a aprovação de um marco regulatório resolve todos os problemas de uma nova atividade econômicaerdquo;, disse. eldquo;Sem a presença dessa regulamentação imediata, porém, o grande risco é que o desenvolvimento de projetos essenciais para a transição energética fique travado. Muitos desses projetos dependem diretamente da clareza regulatória para avançarem, e o atraso na elaboração dessas normas pode gerar incertezas no mercado e desincentivar investimentoserdquo;, ressaltou. Morbach disse que será necessária a oferta de recursos para viabilizar a capacitação de agentes para criação das normas e a fiscalização na prática durante a evolução do mercado. Ela apontou necessidade de ampliação urgente do quadro de pessoal da ANP. eldquo;Atualmente, a ANP enfrenta limitações em termos de recursos humanos e financeiros, que podem comprometer a velocidade e a qualidade da regulaçãoerdquo;, disse. Ela afirmou que Brasil tem potencial para liderar a transição energética na América Latina, mas que será preciso ter eldquo;velocidade para tirar os regulamentos do plano das ideias e os projetos do papelerdquo;. Já Márcio Pereira e Fernanda Tanure, sócios de Ambiente e Clima do BMA Advogados, ponderaram que a produção global de biocombustíveis sustentáveis não está se desenvolvendo na velocidade necessária para que a meta de emissões líquidas zero do setor de transportes seja alcançada até 2050. De acordo com a Agência Internacional de Energia, a produção de biocombustíveis precisa triplicar até 2030 para que a referida meta seja alcançada, disseram, em comentário enviado à reportagem. eldquo;Diante deste cenário, o Brasil tem potencial para aumentar suas exportações, principalmente considerando a sua posição como segundo maior produtor de biocombustíveis do mundo e a existência de um mercado em expansão de biocombustíveis para aviação e navioserdquo;, afirmaram os advogados. Investimentos A presidente-executiva da Associação Brasileira do Biogás (Abiogás), Renata Isfer, afirmou que a sanção da lei do Combustível do Futuro representa um passo decisivo para o Brasil rumo à autossuficiência energética e ao desenvolvimento sustentável. Segundo ela, a produção de biogás e o biometano deve atrair investimentos de R$ 30 bilhões nos próximos anos e gerar 200 mil novos empregos no país. eldquo;Além de fortalecer nossa economia, essa iniciativa contribui diretamente para a redução da dependência de combustíveis fósseis importados, o que é fundamental para a soberania energética do paíserdquo;, disse Isfer, em nota. eldquo;A cadeia do biogás e do biometano representa um avanço essencial para combater as mudanças climáticas. Esses combustíveis renováveis evitam a emissão de metano na atmosfera emdash; um dos gases mais poluentes emdash; e, ao mesmo tempo, oferecem uma solução limpa e acessível, especialmente para as populações mais vulneráveiserdquo;, acrescentou. Segundo Isfer, existem oito projetos autorizados e mais 29 em processo de aprovação na ANP, com a expectativa de somar pelo menos 120 novos empreendimentos até 2030. eldquo;Estamos comprometidos com essa revolução energética que não só trará desenvolvimento econômico, mas também impactará positivamente a vida de milhões de brasileiros, especialmente os mais carenteserdquo;, completou.

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Brasil e Turquia são principais compradores de diesel russo após embargo da União Europeia

Brasil e Turquia têm sido os principais importadores de diesel e gasóleo marítimos russos desde que a União Europeia proibiu a importação de produtos petrolíferos da Rússia, segundo dados de fontes do mercado e da empresa financeira LSEG. Antes de o embargo total da UE entrar em vigor em fevereiro de 2023, a Europa era o maior comprador de diesel russo. De acordo com os dados da LSEG, a Rússia enviou cerca de 1,07 milhão de toneladas de diesel com baixo teor de enxofre e gasóleo para a Turquia em setembro, depois de enviar 1,04 milhão de toneladas no mês anterior. As exportações de diesel dos portos russos para o Brasil aumentaram no mês passado para 0,78 milhão de toneladas contra 0,58 milhão de toneladas em agosto, segundo os dados de embarque. Traders observam volumes crescentes de diesel russo rumo a transferências navio a navio (STS) perto do porto italiano de Augusta e das ilhas gregas, que totalizaram cerca de 370 mil toneladas em setembro, depois de 230 mil toneladas no mês anterior. A maioria dessas cargas ainda está em andamento e seus destinos finais ainda são desconhecidos. Já as exportações de diesel dos portos russos para os países africanos caíram no mês passado para 0,44 milhão de toneladas, ante 0,73 milhão de toneladas em agosto. Líbia, Tunísia, Senegal e Egito estavam entre os principais importadores, de acordo com os dados de embarque. No total, as exportações russas de diesel e gasóleo subiram em setembro cerca de 7% em relação a agosto, para cerca de 2,8 milhões de toneladas, segundo cálculos da Reuters baseados em dados da LSEG e de fontes do mercado.

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