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Sob ameaça da Otan, Brasil terá dificuldade se deixar de importar diesel da Rússia; entenda

O mercado brasileiro pode enfrentar dificuldades para encontrar novos mercados de importação de diesel e derivados de petróleo caso deixe de manter relações comerciais com a Rússia. Uma ruptura no fluxo comercial no setor de combustíveis com o Kremlin foi sugerida pelo secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, na semana passada, como condição para que o Brasil não seja alvo de sanções do grupo. Atualmente, a Rússia é o principal fornecedor de diesel ao Brasil, com mais de 40% do volume importado. De janeiro a junho, as importações somaram mais de US$ 2,5 bilhões, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). Os Estados Unidos são o segundo principal fornecedor, seguido pela Arábia Saudita, em transações que se aproximam de R$ 1,5 bilhão. O economista do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), Eric Gil Dantas, explica que a predominância russa nas relações com o Brasil se deu após as sanções da União Europeia a Vladimir Putin, em função da guerra contra a Ucrânia. eldquo;A Rússia vendia muito diesel para a Europa, e esse mercado foi fechado (para o diesel, mas não totalmente para o petróleo cru e o gás natural), e com isto o produto ficou disponível a um preço mais barato, muitas vezes R$ 0,10 mais barato do que os preços internacionaiserdquo;, ressalta. Dantas aposta em um encarecimento nos preços do diesel no mercado interno, caso o Brasil busque novos mercados em detrimento da Rússia. Segundo ele, outro impacto será a dificuldade em encontrar outro fornecedor. eldquo;Pois a segunda maior fonte, que historicamente sempre foi o principal fornecedor até isso se inverter em 2023, são os EUA, o qual o Brasil segue neste embate contra o tarifaço e a tentativa de intervir na política brasileira via sanções. Teríamos que procurar em outros países, como Emirados Árabes, Kuwait e Índiaerdquo;, complementa Eric, ao lembrar da ameaça de uma taxa de 50% às exportações brasileiras, anunciada por Donald Trump, nos EUA, que tem gerado um racha na relação comercial entre os dois países. O presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, diz que trata o assunto apenas como uma ameaça. eldquo;Estamos muito atentos, mas, por ora, não há nenhum plano, vamos aguardar para avaliar o melhor caminhoerdquo;, compartilha. Araujo alerta para uma preocupação quanto à disponibilidade de óleo diesel caso os produtos da Rússia saiam do mercado. eldquo;No passado, a gente importava, majoritariamente, óleo diesel dos Estados Unidos. Mas com o avanço da guerra entre Rússia e Ucrânia, os Estados Unidos passaram a ser fornecedores da União Europeia e, com isso, há um desequilíbrio no mercado. A saída da Rússia certamente provocará um impacto na oferta e na demandaerdquo;, acrescenta. eldquo;E há também uma tendência de elevação de preços. É uma situação delicadaerdquo;, arremata Sérgio Araújo, da Abicom. E a Petrobras? Procurada, a Petrobras apenas informou que não importa diesel da Rússia. Eric Gil Dantas, do Ibeps, por sua vez, lembra que a estatal importa um volume importante de diesel. As negociações miram, em maioria, o mercado dos Estados Unidos e do Golfo Pérsico. eldquo;Ela mantém uma relevância muito importante na procura de novos mercados, até porque ela é a maior empresa do país, e estatal, logo tem um poder e uma responsabilidade estratégica incomparável às outras agentes do mercadoerdquo;, sugere. O economista ainda frisa que a empresa tem investido na expansão da capacidade instalada para produção de diesel em refinarias, como nos projetos concluídos em Pernambuco. No início do mês, a estatal anunciou um aporte acima de R$ 33 bilhões nas áreas de refino no Rio de Janeiro. eldquo;Mas vai demorar ainda uns dois anos para que isto realmente se reflita em volumes muito maiores de diesel nacional no mercado. Essa situação mostra como foi um enorme erro a política para a Petrobras nos dois últimos governos, onde praticamente não se investiu um centavo na ampliação das refinarias, mesmo o Brasil aumentando fortemente sua extração de petróleoerdquo;, finaliza.

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OPEP+ sinaliza novo aumento na produção de petróleo para setembro

Membros da OPEP+ chegaram a um acordo em princípio para outro aumento substancial na produção de petróleo para setembro, segundo um representante, enquanto o grupo se movimenta para recuperar sua fatia nos mercados globais de petróleo. A Arábia Saudita e seus parceiros planejam ratificar a adição de 548 mil barris por dia para o próximo mês quando realizarem uma videoconferência no domingo, disse o representante. O aumento completaria a reversão de um corte de 2,2 milhões de barris feito por oito membros do grupo em 2023, e também considera uma cota extra que está sendo gradualmente implementada para os Emirados Árabes Unidos. Clique aqui para continuar a leitura.

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Petróleo fecha em queda após payroll fraco nos EUA e relato de aumento da produção pela Opep+

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda de quase 3% nesta sexta, 1º, após a decepção com a criação de empregos nos EUA e relatos de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) aumentará produção, gerando temores sobre a oferta. As perdas, contudo, foram levemente reduzidas após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar nesta tarde que posicionará dois submarinos nucleares em "regiões apropriadas" próximo à Rússia. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro recuou 2,78% (US$ 1,93), a US$ 67,33 o barril. Já o Brent para outubro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), teve baixa de 2,83% (US$ 2,03), a US$ 69,67 o barril. Na semana, o WTI e Brent subiram 3,33% e 2,97%, respectivamente. De acordo com fontes da Reuters, a Opep+ provavelmente aprovará outro avanço na produção da commodity no domingo. Três fontes disseram que oito membros poderiam aumentar a produção em 548.000 barris por dia em setembro, enquanto uma quarta pessoa alegou que as discussões sobre o volume estavam ainda em andamento. A notícia amplificou a queda que já vinha motivada por dados fracos nos EUA. "Esta é definitivamente uma venda impulsionada por fatores macroeconômicos", diz Rebecca Babin, trader sênior de energia da CIBC Private Wealth US. As notícias sobre tarifas "estão se revelando um pouco piores do que o esperado", acrescenta. Apesar da baixa do dia, os ganhos da semana do óleo foram impulsionados principalmente pelas ameaças de sanções severas à Rússia e compradores de petróleo russo por parte de Trump. Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios. O republicano afirmou hoje que ordenou o posicionamento de dois submarinos nucleares em "regiões apropriadas", caso as declarações "tolas e inflamatórias" do ex-presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, se tornem "mais do que isso". Trump ainda lembrou que Medvedev ocupa agora o cargo de vice-presidente do Conselho de Segurança do país. "Palavras são importantes, e podem com frequência levar a consequências indesejadas, espero que esta não seja uma dessas circunstâncias", escreveu. *Com informações da Dow Jones Newswires (Estadão Conteúdo)

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Aumento de teor dos biocombustíveis: confira as recomendações da ANP

Desde 1o de agosto, a gasolina C passou a conter 30% de etanol anidro em sua composição, mistura conhecida como E30, e o óleo diesel B passou a ter 15% de biodiesel (B15). A mudança foi estabelecida pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), como parte das estratégias para redução do uso de combustíveis fósseis na mobilidade, seguindo as determinações da Lei do Combustível do Futuro (14.993/24). A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) apoia as medidas para descarbonização da mobilidade, mas também se preocupa com os possíveis impactos destas mudanças para o segmento de revenda de combustíveis e os Transportadores-Revendedores-Retalhistas (TRRs). Período de transição Uma das principais preocupações, manifestada pela Fecombustíveis em ofício encaminhado à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em 17 de julho, diz respeito à fiscalização dos produtos no período de transição do teor até então vigente (27% de anidro e 14% de biodiesel) para o atual (30% e 15%, respectivamente). Isso porque, nesta fase inicial de vigência das novas misturas, os postos podem ainda ter produtos armazenados com teores distintos dos estabelecidos pelo CNPE, correndo o risco de autuação enquanto não esgotarem os estoques adquiridos anteriormente. Diante dos argumentos apresentados pela Fecombustíveis, a ANP optou por flexibilizar a fiscalização neste período inicial. No caso do teor de biodiesel, que é um parâmetro que não pode ser detectado pelo posto revendedor, no recebimento do produto, a fiscalização seguirá as regras já estabelecidas na Resolução ANP 968/2024 - Art 25, que estabelece que, em caso de mudanças na especificação do diesel B, a aplicação de autuação por não conformidade para a revenda na região Norte será após 60 dias, e no restante do país após 30 dias. Já em relação à gasolina C, a recomendação da Agência é de que postos e TRRs não aceitem o recebimento de produtos que estejam com percentual de etanol anidro diferente de 30%. A regra vale para gasolina comum e aditivada. Caso, ao realizar o teste no ato de recebimento, o posto constate que o produto não atende ao novo percentual de mistura, além de não receber o combustível, o revendedor deve comunicar à ANP, via ouvidoria ou Fala.BR (plataforma integrada de Ouvidoria e acesso à informação da Controladoria-Geral da União), informando o tipo de combustível, data de ocorrência, número e data de emissão da nota fiscal e o CNPJ do emitente da nota fiscal. Segundo a ANP, estabelecimentos que recebam (e comercializem) a gasolina C fora da faixa de tolerância da especificação de 29% a 31% de etanol anidro estão sujeitos a auto de infração e interdição. Entretanto, a Agência informou que eldquo;em relação aos estoques remanescentes nas revendas, a Superintendência de Fiscalização do Abastecimento (SFI) está orientando seus agentes de fiscalização e dos órgãos conveniados a não aplicarem medida cautelar de interdição ou lavrar auto de infração, caso constatem Ofício 50 (5190040) SEI 48610.219051/2025-18 / pg. 1 gasolina C comum ou aditivada com percentual de etanol anidro entre 26% e 31%, nas fiscalizações realizadas em revendas de combustíveis, e em TRRs em todo o país, até o dia 30/08/2025. Trata-se de medida operacional adotada pela fiscalização para permitir a administração dos estoqueserdquo;.

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ExpoRevenda inicia com sucesso de público e homenagem

O primeiro dia da ExpoRevenda 2025 endash; evento que promoveu encontro dos revendedores de combustíveis da região Sudeste endash; realizado ontem (31), em Vitória (ES), foi um sucesso. Com programação cuidadosamente elaborada, palestras técnicas e inspiradoras, momentos de networking, o evento reuniu autoridades locais, representantes do setor de downstream, revendedores locais e nacionais, fornecedores e parceiros. Na cerimônia de abertura, Maxwell Nunes, presidente do Sindipostos endash; ES, sindicato que representa a revenda de combustíveis do estado do Espírito Santo, destacou o trabalho realizado pelo sindicato, com resultados positivos da atual gestão. eldquo;O trabalho do sindicato faz muita diferença na vida do revendedor. Temos trabalhado para fazer um sindicato moderno, antenado, com que há de mais novo no mercado. Com essa diretoria, da qual me orgulho em fazer parte, estamos conseguindo alcançar grandes objetivoserdquo;, enfatizou.Segundo Nunes, o Sindipostos - ES, houve crescimento do número de associados ao sindicato, com mais de 500 associados, o que representa o maior número de filiados alcançado pela entidade eldquo;Tenho certeza que isso demonstra a confiança do nosso revendedor em nosso trabalhoerdquo;, disse. James Thorp Neto, presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), parabenizou a gestão de destaque de Nunes e toda diretoria, pois representa um dos maiores índices de associativismo da revenda no Brasil. eldquo;Esse é o resultado do trabalho que vem sendo desenvolvido por Max e sua diretoria, que conta hoje com mais de 60% de associados do estado. O sindicato é a casa do revendedor, é o que nos torna mais fortes. O sindicato que acolhe, representa e defende os legítimos interesses da revendaerdquo;, destacou. A cerimônia também contou com um momento especial de homenagem de Nunes para o presidente da Fecombustíveis, pela marca de união e diálogo, que vem se consolidando a cada dia. A ExpoRevenda tem continuidade hoje, com programação de palestras e feira de exposições. Confira a cobertura completa do evento na próxima edição da revista Combustíveis eamp; Conveniência.

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Aumento nas misturas de biocombustíveis passa a valer em meio à alta no preço do barril

Entram em vigor a partir desta sexta-feira (01/8) os aumentos nas misturas obrigatórias de biocombustíveis nos combustíveis brasileiros, conforme determinação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Com a elevação, o percentual de etanol na gasolina passa de 27% para 30% (E30), enquanto a parcela de biodiesel no diesel sobe de 14% para 15% (B15). À época da aprovação da medida pelo CNPE, em junho, o governo calculava que a mudança poderia levar a uma queda de até R$ 0,11 por litro no preço da gasolina. Os cálculos do mercado, no entanto, são diferentes: a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) estima possibilidade de queda de R$0,02 no custo de comercialização das distribuidoras para a gasolina. Já para o diesel, a previsão da entidade é de um potencial aumento médio de R$ 0,02. Vale lembrar que os preços dos biocombustíveis estão sujeitos a oscilações, uma vez que são produtos agrícolas. eldquo;As alterações de preços, a partir dos aumentos nas misturas dos biocombustíveis, divulgadas na mídia podem não ocorrer exatamente como previsto, pois tratam-se de mera estimativa cuja concretização depende de múltiplos fatores de mercado que podem variar no tempo e de acordo com cada regiãoerdquo;, ressaltou a Fecombustíveis em nota divulgada na quinta (31/7). Além disso, o governo conta com o aumento nas misturas para reduzir a dependência nacional da importação de diesel e gasolina emdash; o que chega num bom momento dado o atual cenário para negociações no mercado internacional. O petróleo ficou de fora das tarifas de 50% aplicadas pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros, mas o etanol, a princípio, estará sujeito às taxas. O momento, inclusive, é de alta do preço do barril de petróleo no mercado internacional, que encerra esta semana de volta à casa dos US$ 70. O Brent para outubro encerrou a quinta-feira a US$ 71,70 o barril, baixa de 1,06% (US$ 0,77). O aumento nas cotações é consequência das ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar taxas secundárias a países que consomem petróleo e derivados da Rússia caso a guerra contra a Ucrânia não seja encerrada. As tarifas podem impactar, novamente, o Brasil, já que o diesel russo é uma das principais fontes de importação para atender ao mercado nacional.

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