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Petrobras prevê queda de até 14% do preço do gás a distribuidoras em 2024

A Petrobras prevê uma redução do preço do gás vendido a distribuidoras de até 14% a partir de janeiro de 2024, após concluir a celebração de novos contratos de longo prazo com oito companhias considerando a entrada em operação de projetos que ampliarão a oferta do insumo nos próximos anos, disse a companhia em nota à Reuters. A redução de preços, segundo a Petrobras, será possível diante da celebração até agora de 13 contratos sob novas condições, com oito empresas, somando 14 milhões de metros cúbicos de gás por dia, vigentes a partir de 2024, com um valor total que supera R$ 100 bilhões. "A Petrobras atende seus clientes com um portfólio integrado de gás nacional e gás importado, e as novas ofertas comporão esse portfólio no período dos contratos firmados", disse a empresa, pontuando que o corte de preços para cada distribuidora dependerá do portfólio de aquisição realizado. Dentre os acordos firmados, a petroleira anunciou em julho acerto com a Comgás, que possui concessão para distribuição de gás no Estado de São Paulo, de aproximadamente R$ 56 bilhões. Outros contratos também foram fechados com empresas como Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGÁS), Copergás, Necta, Compagas, dentre outras. Os novos contratos seguiram novos modelos criados pela Petrobras, com mais flexibilidade aos clientes, com necessidades distintas, e diferentes prazos contratuais, atendendo a pedidos da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás). A petroleira também trouxe a opção de dois tipos de indexadores para formação dos preços: além do tradicional percentual do Brent (tipo de petróleo usado como referência na bolsa de Londres), os preços de comercialização também podem ser baseados no índice Henry Hub, associado ao gás comercializado nos EUA. A perspectiva de queda de preços, segundo a Petrobras, se soma a uma redução acumulada de aproximadamente 25% (sendo 29% na parcela da molécula) no preço do gás vendido pela Petrobras às distribuidoras em 2023, em virtude de reajustes trimestrais que repassam ao preço as variações do valor de petróleo Brent e câmbio. O Brent, embora tenha engatado uma trajetória de alta desde julho, sendo negociado acima de US$ 90 o barril, está abaixo patamar de mais de US$ 100 visto em boa parte do ano passado. No caso do câmbio, o dólar não fecha acima de R$ 5 desde junho de 2023, após ter visto picos de R$ 5,71 em janeiro de 2022, a partir de quando passou a rondar patamares mais baixos. A previsão da petroleira vem em meio a uma expectativa para uma queda do preço médio do gás natural a partir de oferta adicional do insumo já prevista em seu plano estratégico para os próximos anos. Ocorre ainda enquanto a Petrobras vem sendo pressionada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para ampliar a sua oferta. O repasse do corte no valor da molécula vendida pela Petrobras às tarifas cobradas pelo gás vendido ao consumidor final em cada Estado, no entanto, dependerá de outras variáveis como custos de transporte do gás e margem do segmento de distribuição, segundo a Abegás. Novas condições À Reuters, o diretor técnico-comercial da Abegás, Marcelo Mendonça, afirmou que a queda no valor dos contratos é muito importante para o ganho de vantagem competitiva do gás natural no Brasil frente a outros combustíveis em diversos mercados. "A gente precisa de um gás natural mais competitivo", disse Mendonça, pontuando que esse é o caminho necessário inclusive para a viabilização de nova demanda pelo insumo, em setores que têm consumo intensivo, como petroquímica e siderurgia. O preço do gás no Brasil é considerado muito elevado quando comparado ao praticado por outros grandes produtores globais, como nos EUA, onde há ampla extração de gás em terra e com baixos custos. No Brasil, a produção de gás natural é majoritariamente associada a petróleo, no pré-sal, a 300 quilômetros da costa, em profundidade de lâmina d´água que pode chegar a 3 mil metros, o que demanda construção de infraestrutura de alto custo para o seu escoamento. O primeiro dos três projetos previstos para entrar em operação é o Rota 3, em 2024, com um gasoduto de capacidade para 18 milhões de metros cúbicos de gás por dia (m³/d). Os outros dois projetos, previstos para 2027, estão em águas profundas de Sergipe e Campos (no Rio de Janeiro), com gasodutos que somam capacidade de 18 milhões de m³/d e 16 milhões de m³/d respectivamente, e a Petrobras desenvolve com parceiras.

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Analistas veem corte de 0,5 ponto da Selic em reunião do Copom

Um novo corte de 0,5 ponto porcentual da taxa Selic, hoje em 13,25% ao ano, é a previsão do mercado para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central que começa hoje e vai até amanhã, segundo levantamento do Estadão/Broadcast com 69 instituições. Para as próximas reuniões (marcadas para o fim de outubro e meados de dezembro), os dados recentes indicando queda da inflação recolocaram no radar uma possível aceleração do ritmo de redução dos juros endash; para 0,75 ponto, ainda que essa posição continue minoritária. Das 69 instituições consultadas, 55 esperam cortes sequenciais de 0,5 ponto nos juros até o fim de 2023, enquanto 12 preveem aceleração do ritmo de baixa, com ao menos uma redução de 0,75 ponto neste ano. Uma das instituições prevê um corte de 0,5 e outro de 0,25 ponto, e outra informou apenas a projeção para a reunião desta semana. O Itaú Unibanco, que antes projetava três cortes de 0,5 ponto até o fim do ano, passou a prever redução de 0,75 ponto dos juros em dezembro após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) marcar variação de 0,23% em agosto, abaixo do esperado pelo mercado. Em relatório, o economistachefe do banco, Mario Mesquita, atribuiu a revisão à dinâmica mais benigna da inflação de serviços e à desaceleração da atividade econômica endash; que, na sua avaliação, deve ficar mais evidente ao longo do segundo semestre. O Itaú reduziu as projeções para a Selic no fim de 2023 (11,75% para 11,5%) e de 2024 (9,5% para 9,0%). O estrategista-chefe da Warren Rena, Sérgio Goldenstein, também espera aceleração dos cortes na Selic a partir de dezembro. Além da desinflação dos serviços e da desaceleração da atividade econômica, ele cita o ano de 2025 no horizonte relevante da política monetária (ou seja, o cenário a ser levado em consideração pelo BC para levar a inflação para a meta) como um fator que deve levar à intensificação neste momento do ciclo de corte da Selic. eldquo;À medida que avançamos no tempo, 2025 vai ganhando peso no horizonte relevante. É importante lembrar que, já no último Copom, a projeção para inflação do comitê para 2025 estava cravada em 3%, em linha com a metaerdquo;, afirma Goldenstein. OTIMISMO MENOR. Um corte de 0,75 ponto ainda neste ano não é corroborado, porém, pelo economista-chefe da G5 Partners, Luis Otávio de Sousa Leal, embora ele avalie que a inflação mais benigna de serviços coloque essa possibilidade na mesa. Por enquanto, Leal conserva a perspectiva de manutenção do ritmo de cortes até o fim do ano, levando a Selic a 11,75% na reunião de dezembro. Para uma aceleração, segundo ele, seria necessária também uma mudança de tom na comunicação do BC. eldquo;Ela teria de dar mais ênfase à desinflação de serviços como vetor que possibilitaria essa aceleraçãoerdquo;, afirma. eldquo;Entre as três condicionantes mencionadas pelo BC na última ata, é a que eu vejo com mais chance de seguir acontecendo.erdquo; O economista da XP Investimentos Rodolfo Margato pondera que, apesar da leitura mais favorável da inflação corrente, outros vetores jogam contra uma possível aceleração de cortes da Selic: a depreciação recente do câmbio e a elevação dos preços internacionais do petróleo (ontem, o barril do tipo Brent encostou em US$ 95 no mercado internacional). Por isso, ele prevê manutenção do ritmo de 0,5 ponto para os cortes da Selic, chegando a 11,75% no fim de 2023. Margato projeta uma Selic de 10% no fim do ciclo de cortes, a ser atingido em meados de 2024 endash; acima do previsto pela maioria do mercado. eldquo;Se chegarmos ao segundo trimestre do ano que vem com um cenário externo mais favorável, um câmbio mais próximo de R$ 4,50, recuo nos preços do petróleo e alguma acomodação das discussões fiscais no Brasil, pode haver espaço para níveis abaixo de 10% para a Selicerdquo;, diz ele. ebull;

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Lira quer aprovar marco regulatório para hidrogênio verde ainda neste ano

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, afirmou nesta segunda-feira que quer aprovar na Casa o marco regulatório de transição para uso de hidrogênio verde ainda neste semestre. A ideia é usar o combustível para descarbonizar a frota nacional de transporte de carga e reduzir a dependência de diesel. Lira participa de evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) na Bolsa de Valores de Nova York. Também participam do encontro os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Meio Ambiente, Marina Silva, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e de empresários. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, que está em Nova York, ressaltou a nova segurança jurídica e institucional brasileira. emdash; O Brasil tem tudo para ser o maior destinatário dos investimentos elsquo;nearshoringersquo; e elsquo;offshoringersquo; e combustíveis. Mostramos também que temos uma democracia forte, depois do que passamos e nossas instituições jurídicas continuaram seguras emdash;, afirmou. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também presente ao evento, afirmou que a receptividade no exterior à apresentação de títulos verdes em elaboração pelo governo federal tem sido eldquo;a melhor possívelerdquo;. Segundo ele, a apresentação dos títulos foi feita em 36 eventos diferentes para eldquo;mais de 60 fundos de investimentoerdquo;. eldquo;Esse recurso fica carimbado para financiar projetos sustentáveis, com taxas de juros mais convidativas do que temos hojeerdquo;, disse, destacando que eldquo;o Brasil já vem reduzindo as suas taxas de juros internaserdquo;. eldquo;Mas esse financiamento internacional vai permitir que esse processo seja aceleradoerdquo;, disse. Haddad afirmou que o eldquo;Tesouro vai julgar a conveniência de quanto e quando colocar esses títuloserdquo; no mercado. Mas, de acordo com ele, os recursos iniciais que o Brasil pretende captar é eldquo;muito pequenoerdquo; em relação ao montante total que será possível captar para financiar a transição energética. eldquo;O país tem condição de captar muitos recursos no exteriorerdquo;, disse, afirmando que o Brasil tem eldquo;a matriz energética mais limpa do mundo e, mais do que isso, tem condição de dobrar a produção de energia limpa em um prazo inferior a 10 anoserdquo;. Segundo o ministro, essa energia limpa pode ser exportada de mais de uma maneira. eldquo;O hidrogênio verde é apenas um deles, mas você pode exportar no produto manufaturadoerdquo;, disse. Hadda afirmou ainda que a exportação de produtos manufaturados verdes é o eldquo;objetivo últimoerdquo; dessa agenda. Já o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, que também está presente no evento, disse que houve retomada de interesse pelo Brasil e pela região como parte da solução do aquecimento global. Segundo ele, há interesse ainda na produção de alimentos e minérios raros. Pacheco disse que a discussão, agora, é como preservar o ambiente sem manter a população na pobreza: emdash; Sem a redução das desigualdades regionais, a crise ambiental tende a se agravar. Precisamos de colaboração internacional, inclusive dos Estados Unidos emdash; disse.

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Petróleo atinge maior valor em 10 meses, amplia defasagem da gasolina e pressiona Petrobras por reaj

O aumento da cotação do petróleo vem ampliando a distância entre os preços dos combustíveis vendidos pela Petrobras no Brasil e os do mercado internacional. Na segunda-feira, a cotação do barril tipo Brent, usado como referência no mercado brasileiro, fechou em alta de 0,53%, cotado a US$ 94,43. É o maior patamar desde novembro de 2022. Segundo dados da Abicom, que reúne as importadoras no país, a Petrobras vendia ontem gasolina 9% mais barata em relação ao mercado internacional. No caso do diesel, a defasagem é de 13% no levantamento. Os dados antecipados ao GLOBO serão publicados hoje. Essa defasagem é a maior desde o dia 8 deste mês, segundo a Abicon, quando a gasolina estava 7% mais barata e o diesel tinha preço 14% mais baixo no Brasil que no cenário internacional. Com isso, dizem analistas, começam a aumentar as pressões do mercado por novos reajustes dos combustíveis nas refinarias da estatal. Segundo analistas do mercado, a alta no preço do barril ocorre em meio aos cortes de 1,3 milhão de barris por dia (bpd) na produção da Árabia Saudita e da Rússia até o fim do ano, além de redução na extração dos Estados Unidos. Com menor oferta de óleo no mercado, os preços sobem. Dólar alivia Segundo uma fonte do setor, a diferença dos preços dos combustíveis só não está maior porque a cotação do dólar caiu para R$ 4,85. A última vez em que a Petrobras aumentou os preços da gasolina e diesel nas refinarias foi no dia 16 de agosto. Na ocasião, a estatal elevou em 16,3%, ou R$ 0,41 por litro, o seu preço médio de venda de gasolina para as distribuidoras. Passou de R$ 2,52 para R$ 2,93 por litro. Já o diesel subiu 25,8%, de R$ 3,02 para R$ 3,80.

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Governo eleva projeção de crescimento do PIB em 2023 para 3,2%

O bom desempenho da economia no segundo trimestre deste ano e a safra agrícola recorde levaram o Ministério da Fazenda a aumentar sua projeção de crescimento para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2023, de 2,5% para 3,2%. A estimativa de inflação, por sua vez, se manteve inalterada em 4,85%. Enquanto o reajuste nos preços de combustíveis impulsiona a inflação, o movimento vem sendo compensado por uma pressão menor sobre preços de alimentos e serviços. Ainda assim, a variação está acima do intervalo superior da meta, que admite um IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. As novas projeções do governo foram anunciadas pela SPE (Secretaria de Política Econômica) nesta segunda-feira (18). Segundo o órgão, o chamado "carregamento estatístico" para o PIB já estava em 3,1% nos dois primeiros trimestres deste ano. Isso significa que, se na segunda metade de 2023 o país não tiver nenhum incremento na renda gerada, já estaria garantida uma expansão de 3,1%. A projeção da Fazenda não é, no entanto, uma estagnação nos próximos meses. Por um lado, o PIB agropecuário deve ter uma retração, após o forte impulso da primeira metade do ano. Já a indústria e o comércio devem ter uma aceleração em suas atividades, prevê o governo. A indústria extrativa deve se beneficiar da perspectiva de aceleração da economia da China no último trimestre de 2023. Já a construção deve começar a dar sinais positivos na esteira da retomada do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. O comércio, por sua vez, deve se beneficiar de feriados festivos e eventos promocionais como a Black Friday. O secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, também disse, em entrevista coletiva, que a ampla renegociação de dívidas promovida pelo Desenrola deve contribuir para ampliar a renda disponível das famílias e, consequentemente, o consumo. "É um desenho que tem sido muito bem-sucedido em sua finalidade", afirmou Mello. O programa já renegociou quase R$ 12 bilhões em dívidas e limpou o nome de 10 milhões de brasileiros com débitos de até R$ 100. Segundo a SPE, o Desenrola tem um impacto positivo sobre as projeções de crescimento, tanto de 2023 quanto do ano que vem. Um estudo mais detalhado sobre os efeitos do programa no consumo e na renda está em fase de elaboração pela Fazenda. Para 2024, o governo manteve sua projeção de crescimento do PIB em 2,3%, mas ajustou sua previsão de IPCA de 3,3% para 3,4% (dentro do intervalo da meta, de 3% com 1,5 ponto de tolerância para mais ou menos), em função de mudanças no cenário de câmbio e preços de commodities. Os novos números mostram alguma proximidade com as projeções do mercado. O Boletim Focus, divulgado nesta segunda pelo Banco Central, indica que a expectativa dos agentes é de uma alta de 2,86% no PIB e de um avanço de 4,95% na inflação este ano. Os parâmetros macroeconômicos divulgados pelo Ministério da Fazenda são importantes não só como termômetro da economia, mas também porque servem de referência para o governo nas estimativas do Orçamento. Variáveis como inflação e crescimento interferem diretamente no quanto a União arrecada em tributos. Quanto maior é o avanço do PIB, mais as empresas faturam e, consequentemente, recolhem em impostos e contribuições. A inflação eleva os valores nominais sobre os quais os tributos são cobrados, mas, de outro lado, também contribui para ajustar o tamanho das despesas do governo. A próxima reavaliação do Orçamento de 2023 será divulgada na próxima sexta-feira (22), já incorporando a previsão de maior crescimento do PIB. Nos últimos meses, o governo observou uma desaceleração na arrecadação federal, movimento que afetou inclusive os repasses constitucionais feitos a estados e municípios. Na semana passada, a equipe econômica precisou negociar um aporte extra de recursos no FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e no FPE (Fundo de Participação dos Estados) para compensá-los pelas perdas significativas. Na entrevista coletiva, Mello explicou que, além do crescimento do PIB, há um outro fator de peso que influencia a arrecadação federal: a dinâmica dos IGPs (Índices Gerais de Preços), que refletem a inflação não só no varejo, mas também no atacado (incluindo preços de commodities e insumos industriais). A queda dos preços desses bens no mercado internacional tem contribuído para uma variação negativa dos IGPs, o que afeta as receitas do governo de forma negativa. "De fato a arrecadação do governo, talvez em julho ou agosto, tenha sofrido impactos de uma série de fatores. Um fator que estamos observando que importa é o comportamento do IGP-DI", disse. "Nós aumentamos a projeção de deflação do IGP, que cairá mais do que nós inicialmente projetamos." Em julho, o governo esperava uma queda de 2,21% no IGP-DI neste ano. Agora, a estimativa foi revista para uma redução de 3%, o que tende a ter impacto negativo sobre a arrecadação de 2023. Expectativa de arrecadação em alta em 2024 Para o ano que vem, no entanto, a tendência se inverte. Em julho, a projeção era de uma alta de 3,63% no IGP-DI em 2024 (dado usado para balizar as estimativas de arrecadação enviadas na proposta de Orçamento). Agora, a Fazenda prevê alta de 4% no indicador no ano que vem. "É possível que o nível de arrecadação de 2024 seja maior que o previsto no Orçamento", disse Mello. Segundo ele, essa melhora nas receitas, se confirmada, poderia ajudar o governo na tarefa de cumprir a meta fiscal do ano que vem, que é de zerar o déficit nas contas públicas. O déficit zero estabelecido como alvo pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda) enfrenta ceticismo no mercado financeiro, uma vez que o próprio governo elencou a necessidade de garantir R$ 168 bilhões em receitas extras para atingir seu objetivo para a política fiscal em 2024. Várias das medidas incluídas no Orçamento ainda precisam do aval do Congresso Nacional.

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Preço do petróleo se aproxima dos US$ 95, nível recorde no ano

O preço do petróleo voltou a subir nesta segunda-feira, 18, no mercado internacional, atingindo o pico das cotações este ano. O barril do óleo tipo Brent fechou o dia cotado a US$ 94,30, um aumento de 0,39%, enquanto o petróleo WTI, referência no mercado americano, subiu 0,65%, fechando cotado a US$ 91,36. As cotações estão pressionadas por conta de dúvidas sobre déficit na oferta do produto, na esteira de decisões recentes sobre corte na produção da Arábia Saudita e da Rússia. Por conta desses cortes, o presidente da petroleira Chevron, Mike Wirth, projetou que os preços atingirão a marca de US$ 100 por barril. Em entrevista à Bloomberg TV, o executivo atribuiu a valorização da commodity ao recuo dos estoques e ao aperto na oferta, em meio a cortes na produção de grandes exportadores, como os sauditas. Wirth avaliou que as cotações estão em níveis acima da média histórica. eldquo;Mas já tivemos preços relativamente altos este ano e no anterior, e a recessão que todo mundo está comentando não chegouerdquo;, afirmou. eldquo;É um peso para a economia, mas um peso que a economia tem conseguindo tolerar.erdquo; Em relação à produção menor, o ministro de Energia saudita, Abdulaziz Bin Salman Al Saud, afirmou nesta segunda-feira que os cortes buscam combater a volatilidade no preço da commodity. Inflação global Para a Oxford Economics, a recente escalada dos preços de petróleo pode retardar o declínio da inflação globalmente. Ainda assim, a consultoria considera improvável que o movimento afete os cálculos de bancos centrais para uma guinada para juros menores, a não ser que haja um salto substancialmente maior nas cotações da commodity. A instituição estima que um avanço do ativo energético a uma média de US$ 95 ao longo de 2024 adicionaria 0,4 ponto porcentual à inflação ao consumidor do globo. Já um aumento a US$ 110 por barril elevaria o índice de preços em 0,9 ponto porcentual, a 5,1%, pouco abaixo da estimativa de 6,1% este ano. O impacto, no entanto, seria limitado pelo crescimento econômico mais lento, no entendimento da Oxford Economics. De acordo com a análise, as preocupações referentes aos preços de energia até poderia impor mais cautela aos Bancos Centrais globais.

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