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Petrobras tem condições de manter preços dos combustíveis 'por enquanto', diz Prates

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nesta quinta-feira (28) que a empresa tem condições de "aguentar desconforto" e pode manter os preços dos combustíveis no patamar atual por mais um tempo, apesar da escalada das cotações internacionais do petróleo. "Nossos modelos indicam que é possível manter preços dos combustíveis no mesmo patamar sem riscos para a rentabilidade", disse ele, em entrevista após evento para apresentação dos atletas que a estatal vai patrocinar nesse ciclo olímpico. Nesta quarta (27), a cotação do petróleo Brent, referência internacional de preços negociada em Londres, chegou a bater US$ 96 por barril, pressionando ainda mais as defasagens entre os preços internos dos combustíveis e o mercado internacional. Prates lembrou que a Petrobras elevou os preços internos em agosto e afirmou não ter ainda a percepção de que o mercado encontrou um novo patamar. Segundo ele, os custos de produção nacionais e as vantagens competitivas da empresa ainda permitem vender os produtos com lucro. "Podemos aguentar desconforto por um tempo", afirmou, defendo a nova política de preços da companhia, implantada em maio com o objetivo de "abrasileirar" os preços. "É bom para o Brasil e não é ruim para a Petrobras." Questionado se poderia segurar os preços atuais com petróleo a US$ 100 por barril, Prates disse que esse patamar seria "uma barreira psicológica importante" em todo o mundo. No início desta quinta, o preço do diesel nas refinarias da estatal estava R$ 0,86 por litro abaixo da paridade de importação calculada pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). Na gasolina, a diferença era de R$ 0,27 por litro. A expectativa do mercado é que o cenário siga pressionado, principalmente em relação ao diesel, diante do corte nas exportações russas, que vinham inundando o mercado brasileiro de diesel mais barato. Nas bombas, o produto já vem sentindo os impactos: desde a semana anterior ao último reajuste da Petrobras, acumula alta de R$ 1,14 por litro, pressionado também pela retomada parcial da cobrança de impostos federais e, nas últimas semanas, pelo aumento do custo de importações. O presidente da estatal descartou o risco de falta de combustíveis no país e disse que a Petrobras pode fazer importações adicionais para suprir eventuais necessidades de seus clientes, mas defendeu que o mercado é livre e há outros importadores trazendo produtos. Segundo ele, a estatal operou suas refinarias em setembro com utilização de 94% da capacidade. A empresa vem elevando a utilização para suprir o mercado interno com menor necessidade de importações. Prates diz que a utilização só não é maior porque as oito refinarias que foram colocadas à venda pelo governo anterior ficaram sem investimentos e agora precisam parar para manutenção.

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Petróleo fecha em queda, após WTI superar máxima desde agosto de 2022

Os preços do petróleo fecharam em baixa nesta quinta-feira (28), após o WTI ter superado US$ 95, na virada do dia, pela primeira vez desde agosto de 2022. A queda é atribuída essencialmente a um movimento de realização de lucros, uma vez que a commodity acumula alta em torno de 10% em setembro. O contrato do WTI para novembro fechou em queda de 2,10% (-US$ 1,97), a US$ 91,71 o barril, após tocar US$ 95,03 na máxima intradiária. Ontem, o contrato deu um salto de 3,64%. O Brent para dezembro recuou 1,34%, (-US$ 1,26), a US$ 93,10 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Na máxima, o contrato chegou a ser cotado a US$ 95,35. Entre os dados do dia, o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu menos do que o esperado pelo mercado no segundo trimestre. O ING ponderou que o aumento dos preços do petróleo constitui uma nova preocupação para os bancos centrais, uma vez que irá reduzir a tendência desinflacionária. Apesar de reconhecer que a recuperação do petróleo irá continuar e que o valor do barril deverá ultrapassar US$ 100 no curto prazo, o banco avalia que não será uma alta sustentável no longo prazo, eldquo;uma vez que a demanda mais fraca e a pressão política para aumentar a oferta deverão ajudar a trazer os preços do petróleo de volta a níveis ligeiramente acima dos US$ 90 o barrilerdquo;. Já o BMO Capital avaliou que os preços mais elevados da gasolina serão caracterizados como um imposto sobre o consumo pelo Federal Reserve (Fed), o Banco Central americano, nesta etapa do ciclo, sem quaisquer potenciais implicações de política monetária endash; pelo menos não imediatamente. eldquo;Se o petróleo a mais de US$ 100,00/barril se tornar a norma e não a exceção, o Fomc poderá adotar uma abordagem diferente em relação ao movimento dos preços de energia. Por enquanto, esperamos que o próximo discurso da Fed procure minimizar o aumento do petróleo e reforce a mensagem de alta por mais tempo que se tornou o mantra oficialerdquo;, escreveram os analistas Ian Lyngen e Ben Jeffery. Segundo a agência Reuters, a Rússia não discutiu com o grupo Opep+ um possível aumento na oferta de petróleo bruto para compensar a proibição de exportações de combustível do país, segundo informação do Kremlin. Ainda de acordo com a agência, o porta-voz Dmitry Peskov disse que a Rússia está aderindo aos acordos com a Opep+, que tem reduzido o fornecimento de petróleo para apoiar os preços nos mercados de energia.

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Estrangeiros aportaram mais de R? 22 bi no setor de petróleo e gás em 2022, aponta estudo

O saldo de investimento estrangeiro em ações no setor de petróleo, gás e biocombustíveis chegou a R 22,4 bilhões em 2022, segundo estudo realizado pela B3, a bolsa do Brasil, e pela Neoway, empresa de Data Analytics e Inteligência Artificial do grupo. O saldo corresponde à diferença entre o volume de compras e o volume de vendas. Em 2022, o setor teve o maior saldo de compras do ano para a categoria de estrangeiros na bolsa, saltando de um valor negativo de R 3,1 bilhões no ano anterior para R 22,4 bilhões. Já no ADTV (volume médio de negociações diárias, na sigla em inglês), a alta foi de 23%, saindo de R 3,8 bilhões em 2021 para R 4,7 bilhões no ano seguinte. Antes do crescimento do setor de petróleo, gás e biocombustíveis em 2022, as compras estrangeiras tinham foco no segmento de materiais básicos, incluindo minerais metálicos, siderurgia, papel e celulose, entre outros. Apesar de ter enfrentado déficits consecutivos nos dois anos anteriores, esse setor registrou o maior saldo anual de compras durante esse período, alcançando R 31,4 bilhões em 2021 emdash; sendo o único setor, além do de tecnologia da informação, com saldo positivo nesse ano. Além disso, o volume médio de negociações diárias (ADTV) aumentou 79% de 2019 para 2020 (de R1,8 bilhão para R 3,3 bilhões) e 70% no ano seguinte (de R 3,3 bilhões para R 5,6 bilhões). O setor financeiro apresentou saldo negativo nos anos de 2019, 2020 e 2021, sendo 2020 o ano mais adverso, com déficit de R 31,2 bilhões. A queda pode ser associada às restrições decorrentes das medidas de lockdown durante a pandemia. No ADTV, por sua vez, este foi o setor que apresentou o maior volume em negociações, mantendo-se líder em relação aos demais. Destaca-se o bom desempenho dos bancos, que detiveram 67% do ADTV por parte dos investidores estrangeiros entre 2018 e 2023. Na sequência, figuraram as empresas de serviços financeiros (16%), exploração de imóveis (7%) e seguradoras (5%). Outro setor que merece destaque no período é o de consumo cíclico, que, em 2020, teve um aumento de 195% no ADTV em relação ao ano anterior. Neste ano, os maiores volumes negociados por estrangeiros nesse setor se deram em empresas de eletrodomésticos (33%), produtos diversificados (15%), incorporações (13%) e serviços educacionais e tecidos, vestuários e calçados (ambos com 10%). O saldo do setor foi negativo nos três anos intermediários da série, chegando ao menor valor em 2021, com R 10 bilhões. A análise conduzida pela Neoway e pela B3 utiliza dados do Datawise+, produto em lançamento pelas duas empresas que compila informações dos mercados atendidos pela bolsa para analisar o comportamento do setor financeiro. O Datawise+ é uma versão aprimorada do Datawise, plataforma da B3 que existe desde 2018. No geral, desde janeiro de 2022, o saldo trimestral de investidores estrangeiros tende para a compra, com destaque para o primeiro trimestre de 2022, em que se gerou um valor positivo de R 65 bilhões. A tendência seguiu desta forma em 2023, com saldo positivo de R 17 bi. Os números do último biênio entram como contraponto para o ano de 2020, que se destacou pelo expressivo crescimento no volume de compras por PFs (pessoas físicas). À época, mesmo diante da alta volatilidade causada pelo início do lockdown, as PFs mantiveram um saldo de compras recorde nos primeiros nove meses, com saldo positivo acima dos R 42 bilhões. O mesmo período também se destacou pelo grande saldo negativo de estrangeiros de R 87 bilhões. Negociações no mercado à vista saltaram em 150% entre 2018 e 2022 Ainda segundo o estudo, o volume de negociações no mercado à vista registrou alta de 150% entre 2018 e 2022. No ano passado, o montante negociado superou a marca de R 7,4 bi, comparando com os R 2,9 bi em 2018. No mesmo período, o ADTV teve aumento de 145%: de R 12,1 bi em 2018 para R 29,6 bi em 2022. O aumento no volume financeiro negociado, entretanto, não se deu de forma linear. De 2021 para 2022, houve queda de 11% no volume médio de negociações (R 33,2 bilhões x R 29,6 bilhões), enquanto, entre o primeiro semestre de 2022 e o primeiro semestre de 2023, a baixa foi de 13% (R 30 bilhões x R 26 bilhões). O mercado à vista se caracteriza por operações em tempo real em que o comprador recebe o ativo e o vendedor, o pagamento, com base nas cotações do momento da negociação. Diversos ativos são negociados nesse mercado, incluindo ações, fundos imobiliários, ETFs (fundos vinculados a índices de mercado) e BDRs (certificados de depósito emitidos no Brasil para representar valores imobiliários de empresas estrangeiras).

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BC mudará contabilização de petróleo e câmbio no cenário de referência no próximo Copom

O Banco Central afirmou, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que vai passar a considerar o período de dez dias úteis em vez de cinco para os valores de partida da taxa de câmbio e do preço do petróleo no cenário de referência de inflação a partir do próximo Comitê de Política Monetária (Copom), em novembro. Até o encontro de setembro, o BC considerava como ponto de partida o período de cinco dias úteis encerrados no último dia da semana anterior à da reunião do Copom. Segundo a autoridade monetária, o procedimento utilizado até aqui buscava captar os movimentos mais recentes dessas duas variáveis, mas, como são variáveis muito voláteis, o BC considerou que as projeções de inflação ficavam suscetíveis a movimentos de curtíssimo prazo. A mudança, então, visa a diminuir essa suscetibilidade e está em consonância com a prática de outros bancos centrais, afirmou o órgão no RTI. eldquo;Considera-se que assim se alcançará um melhor balanceamento entre utilização de informações mais recentes e menor sensibilidade a variações de alta frequênciaerdquo;, disse o BC no documento. eldquo;Entretanto, essa alteração não impede o Comitê de analisar, em seu processo decisório, cenários utilizando outros critérioserdquo;, ponderou.

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Etanol: Superestoque, preços em queda e o momento mais açucareiro das usinas na safra

Apesar de contar com oscilações nesta semana, os preços do açúcar seguem elevados, com o contrato para março de 2024 em US$ 0,24, o que mexe com o mercado do etanol. Para Marcelo Di Bonifácio, analista da StoneX, as variações na semana são naturais, em função da escalada nos preços em agosto. eldquo;Apesar dos níveis recordes de produção de cana e açúcar no Centro-Sul do Brasil, a tendência é de alta para os preços em Nova York após os rumores de exportação zerada pela Índia na próxima safra. As chuvas, por exemplo, melhoraram na Índia em setembro, mas é difícil prever que as condições dos canaviais tenha melhorado a ponto de reverter as expectativas de quebraerdquo;, explica. Dessa maneira, o mercado de açúcar segue focado no clima, principalmente na Ásia. O mercado do etanol Para o etanol, não há grandes novidades em termos de preço. Nesta semana, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) revelou dados da primeira quinzena de setembro que apontam para queda de 0,44% para produção no período. eldquo;A produção recuou já que sazonalmente, ela recua, enquanto a moagem avança (alta anual de 5,35% na quinzena) e o mix está no maior patamar nesta safra 23/24, em 51,1% para o açúcar e 48,9% para o etanol. Até o momento, as usinas estão bem estocadas, acima da média, o que explica a queda dos preços e a dificuldade para subir mesmo com a crescente demandaerdquo;, diz. Assim, Marcelo ressalta que as usinas têm encontrado consumo por parte das distribuidoras, mas o alto volume de estoques limita o aumento de preços (que deve vir mais para frente). eldquo;Em análise recente, o Cepea trouxe essa problemática, de que muitas usinas já estão próximas dos seus volumes máximos de tancagem (nome dado pra estocagem do etanol)erdquo;, pontua. Moagem e produção de açúcar Em termos de moagem, o Centro-Sul já moeu 448,3 milhões de toneladas até metade de setembro, avanço de 10,34% ante a safra passada e atrás apenas de 2020/2021. Por outro lado, a produção acumulada de açúcar atingiu 29,3 milhões de toneladas, maior da série histórica para o período. eldquo;A safra permanece altamente açucareira dados os preços atrativos da commodity e desincentivo à produção de etanol, que está, inclusive, maior que o ano passado por conta da alta oferta de cana, que amplia a disponibilidade do álcool, mesmo com maior mix de açúcarerdquo;, explica. Por fim, o cenário de alta estocagem e consumo elevado das usinas, deve manter os preços estáveis no curto prazo, mas tende a colocar pressão altista, especialmente na entressafra de cana. eldquo;A paridade está bem atrativa para o hidratado, abaixo de 62% no estado de São Paulo pela terceira semana seguidaerdquo;, finaliza.

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Alta dos combustíveis faz inflação do aluguel subir 0,37% em setembro

Após cair 0,14% em agosto, o IGP-M acelerou para uma alta de 0,37% em setembro após o reajuste nos combustíveis pela Petrobras. No ano, o índice que reajusta contratos de serviços ainda tem queda de 4,93%, e em 12 meses apresenta recuo de 5,97%. Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV/Ibre, os indicadores que medem os preços ao produtor e ao consumidor, que foram a maior parte do IGP-M, foram fortemente afetados pelo aumento da gasolina e disel, que aconteceu em agosto mas que foi sentido neste mês. De acordo com ele, se o reajuste não tivesse acontecido, tanto o IPA (índice de preços ao produtor amplo) quanto o IPC (índice de preços ao consumidor) teriam apresentado nova deflação. Os dados mostraram que os preços ao produtor tiveram alta de 0,41% em setembro, após caírem 0,17% em agosto, enquanto que os preços ao consumidor subiram 0,27%, após queda de 0,19%.

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