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Opep mantém cortes de oferta para apoiar preços do petróleo

Um painel da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) recomendou, nesta quarta-feira (4), que o cartel mantenha a estratégia de redução da produção, reforçada pelos cortes sauditas e russos, com o objetivo de apoiar os preços. Em comunicado divulgado após uma reunião por videoconferência, a Opep+ informou que seu Comitê de Monitoramento Ministerial Conjunto (JMMC) "reafirmou o compromisso dos membros" de manter sua estratégia de produção até o fim de 2024". O painel acrescentou que está pronto "para tomar medidas adicionais a qualquer momento", em função das condições do mercado. O JMMC elogiou "os esforços da Arábia Saudita" para reduzir voluntariamente sua produção em 1 milhão de barris por dia desde julho. O Ministério da Energia saudita confirmou que o corte voluntário continuará até ao fim de 2023 e acrescentou que a produção do reino deve chegar a cerca de 9 milhões de barris diários em novembro e dezembro. A Rússia irá manter seu corte das exportações em cerca de 300 mil barris diários até dezembro, informou o vice-primeiro-ministro, Alexander Novak, pelo canal do governo no Telegram. Riade e Moscou ressaltaram que vão revisar seus cortes no próximo mês, para decidir se irão aprofundá-los ou aumentar a produção. O JMMC voltará a se reunir em 26 de novembro, antes do encontro ministerial, segundo comunicado do grupo. O comitê não tem poder de decisão, mas discute as condições do mercado e faz recomendações, que são discutidas formalmente nas reuniões ministeriais da organização. Os preços do petróleo se recuperaram nos últimos meses, à medida que os principais produtores - Arábia Saudita e Rússia - retiraram milhões de barris do mercado. No entanto, as cotações do petróleo bruto caíram nos últimos dias, em um cenário de preocupação dos mercados com a desaceleração econômica e de taxas de juros elevadas nos Estados Unidos e na Europa. (AFP)

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Vibra eleva importações de diesel e não vê risco de desabastecimento, diz CEO

A Vibra Energia elevou importações de diesel ante os volumes praticados em meados do ano e não vê riscos de desabastecimento no país, apesar da volatilidade dos preços no exterior, afirmou nesta quarta-feira a jornalistas o CEO da companhia, Ernesto Pousada. O executivo pontuou ainda que a empresa opera atualmente com estoques em níveis normais. "Independentemente de preços, eu não vejo de maneira nenhuma desabastecimento de diesel", disse Pousada, a jornalistas, na abertura do evento Vibra Oper Air, no Rio de Janeiro. Os preços globais do petróleo estão bastante voláteis e chegaram a se aproximar dos 100 dólares por barril na semana passada, em meio a incertezas sobre a atividade econômica e relacionadas à oferta e à demanda, além de algum impacto da decisão da Rússia de restringir exportações de derivados. "Aumentamos nossa importação recentemente em relação ao que a gente vinha fazendo no meio do ano, então independentemente... de preço a Vibra está importando para assegurar o abastecimento dos contratos que nós temos", afirmou o executivo, sem dar detalhes sobre volumes. Pousada disse que não chegou a realizar importações de diesel da Rússia, país que se tornou neste ano o principal fornecedor do combustível fóssil ao Brasil, enviando o produto por preços menores do que outros exportadores mais tradicionais enquanto lida com sanções ocidentais. A negativa ocorreu apesar da Vibra ter divulgado em agosto que poderia passar a importar o diesel de origem russa, após impactos em seu balanço financeiro. Na ocasião, Pousada afirmou que a empresa entendera que as importações daquele país haviam se tornado estruturais. "Continuamos achando que tomamos a decisão correta em termos de ESG", afirmou Pousada nesta quarta-feira. O executivo também negou que haja conversas atualmente com a Petrobras sobre uma possível revisão do contrato de uso da marca BR nos postos de combustíveis da Vibra. Pousada reiterou que a empresa tem o direito de usar a marca da Petrobras até 2029, mesmo após ter sido totalmente privatizada no governo anterior de Jair Bolsonaro. Na véspera, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que a petroleira está revendo o contrato fechado com a Vibra e que poderá anunciar decisões sobre o tema no próximo ano. A medida faz parte de análises em curso pela petrolífera para encontrar meios de voltar a atuar com negócios relacionados aos clientes finais de energia, segundo Prates.

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Petrobras seguirá produzindo petróleo porque sociedade continuará usando, diz diretor

A Petrobras (BVMF:PETR4) vai continuar produzindo petróleo porque a sociedade continuará usando, se não como combustível, na indústria petroquímica e outras aplicações nobres, afirmou nesta quarta-feira, 4, Sérgio Caetano, diretor executivo financeiro e de relacionamento da petroleira. "A transição é um curso sem retorno." O executivo afirmou que a Petrobras tem um dos petróleos com menor pegada de carbono do mundo e citou que o investimento em descarbonização da companhia é da ordem de US$ 4,4 bilhões. Em projetos offshore, comentou, o investimento alcançará 15% do capex. Caetano também apontou que a Petrobras é o maior produtor e consumidor de hidrogênio da América Latina. Ao mesmo tempo, as refinarias estão batendo recordes sucessivos de eficiência energética, contou. O executivo participou do Siga - Seminário de Investimentos, Governança e Aspectos Jurídicos da Previdência Complementar, no centro de convenções do Hotel Prodigy Santos Dumont, na região central do Rio. (Estadão Conteúdo)

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Setor de serviços do Brasil contrai após sete meses e tem pior nível em dois anos, mostra PMI

A atividade de serviços no Brasil entrou em contração em setembro pela primeira vez desde fevereiro e atingiu o nível mais baixo em pouco mais de dois anos devido à retração da demanda, apontou nesta quarta-feira (4) a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês). O PMI compilado pela Seamp;P Global caiu em setembro para 48,7, de 50,6 em agosto, indo abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração pela primeira vez desde fevereiro. A leitura também é a mais baixa desde maio de 2021, marcando condições operacionais desafiadoras para os fornecedores de serviços, de acordo com a Seamp;P Global. A pesquisa apontou que a retração da demanda desencadeou a primeira queda em novos negócios em sete meses, com os participantes da pesquisa citando que as vendas foram refreadas ainda pela redução dos investimentos no setor privado. Esse cenário levou aos fornecedores de serviços a reduzir os quadros de funcionários pela primeira vez desde fevereiro, embora de forma moderada. Um aumento nas despesas operacionais também pesou em setembro, com muitas menções à alta dos preços dos combustíveis. Diante disso, um em cada dez participantes da pesquisa aumentou seus preços de venda, mas 87% das empresas mantiveram seus preços inalterados desde agosto. Assim a taxa geral de inflação de preços cobrados foi modesta e a segunda mais fraca desde novembro de 2020. O nível geral de otimismo caiu entre as empresas de serviços em setembro em relação ao pico de dez meses registrado em agosto, com algumas expressando preocupações relativas a políticas públicas. No entanto, expectativas de melhoria das condições de demanda, frequentemente associadas à queda das taxas de juros, encorajaram previsões otimistas. A retração de serviços somou-se à contração da indústria em setembro, e o PMI Composto do Brasil caiu a 49,0 em setembro de 50,6 em agosto, atingindo o nível mais baixo em 29 meses. (Reuters)

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Diesel volta a ter imposto federal zerado após MP perder validade

Após pouco mais de um mês, o diesel volta a ter o imposto federal zerado com a caducidade da MP (medida provisória) que implantou a retomada parcial da cobrança de PIS/Cofins a partir de setembro. O impacto nas bombas deve ser de R$ 0,11 por litro. A desoneração ocorre em um momento de pressão sobre o preço do combustível, com a escalada das cotações internacionais do petróleo e o corte nas exportações russas, que vinham ajudando a segurar os preços no Brasil. O governo ainda não informou, porém, se tomará alguma medida para restabelecer os impostos. Eles haviam sido retomados parcialmente pela MP 1.175, que buscava recursos para financiar descontos na compra de veículos e caminhões. A MP foi editada no início de junho e prorrogada por 60 dias após o prazo inicial, mas não chegou a ser votada pelo Congresso, perdendo, assim, sua eficácia no início desta semana. O texto instituiu uma alíquota de R$ 0,11 por litro no início de setembro. Depois, outra MP editada em julho elevou o imposto a R$ 0,13 por litro no início de outubro. "Esperamos que as distribuidoras de combustíveis repassem imediatamente a isenção dos impostos federais, que terá impacto na redução do preço do óleo diesel", disse, em nota, a Fecombustíveis (Federação do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes). Na semana passada, o litro de diesel S-10 custava, em média R$ 6,22, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). Em oito semanas consecutivas de alta após o último reajuste da Petrobras, o produto acumulou alta de R$ 1,14 por litro. Nesse meio tempo, foi pressionado não só pelo aumento nas refinarias da estatal, mas também pela retomada parcial dos impostos federais e pela elevação do preço das importações, em resposta à escalada das cotações do petróleo e a paradas em refinarias de países exportadores. O mercado previa mais pressão com o corte das vendas de diesel russo, bem mais barato do que o produto importado dos Estados Unidos. O corte dos impostos abre uma janela para novos reajustes na Petrobras, que opera há semanas com elevada defasagem em relação às cotações internacionais. Nesta terça-feira (3), o presidente da estatal, Jean Paul Prates, falou que a companhia avaliava novos aumentos até o fim do ano. "Estamos analisando justamente a possibilidade ou não de outro reajuste antes do final do ano, mas a gente ainda não tem isso como dado. Não tem isso como concreto", afirmou em entrevista a jornalistas no Rio de Janeiro. Na abertura do mercado desta quarta, o preço médio do diesel nas refinarias da Petrobras estava R$ 0,77 por litro abaixo da paridade de importação calculada pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). Na média nacional, a diferença era de R$ 0,65 por litro. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços disse à Reuters que pretende retomar o programa de descontos à compra de veículos. A MP perdeu a validade sem que aproximadamente 68% das verbas previstas tenham sido usadas. Desde junho, foram gerados às montadoras apenas R$ 320 milhões em créditos tributários, de um total de R$ 1 bilhão liberados. De acordo com a pasta, não há recursos a serem devolvidos ao Tesouro Nacional porque os descontos concedidos pelas montadoras eram revertidos em créditos tributários e, portanto, o que não foi vendido não virou crédito. "O MDIC tem intenção de retomar o programa de renovação de frota de ônibus e caminhões, dada sua importância e necessidade, mas não há previsão de quando ocorrerá", disse a pasta, em nota.

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Petróleo fecha em baixa, com temores sobre demanda global

O petróleo fechou em baixa expressiva na sessão desta quarta-feira (4), com perdas superiores a 5%. A desvalorização ocorre em meio a incertezas sobre a oferta da commodity endash; mesmo após comitê da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) manter recomendação de produção nos níveis atuais endash; e a preocupações com uma eventual desaceleração da demanda global. O barril do petróleo WTI para novembro recuou 5,61% (US$ 5,01), a US$ 84,22 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o do Brent para dezembro caiu 5,62% (US$ 5,11), a US$ 85,81 o barril, na Intercontinental Commodity Exchange (ICE). O Comitê Conjunto de Monitoramento Ministerial da Opep+ recomendou ao cartel que mantenha a estratégia atual de restrição de oferta. Em teoria, esse anúncio tenderia a apoiar os preços, segundo especialistas ouvidos pelo Broadcast. Mas o analista da Oanda Edward Moya afirmou que o grupo deixou a porta aberta para aumentos na produção a partir do ano que vem endash; o que, por sua vez, tende a pressionar a cotação. O consultor da StoneX Thiago Vetter destacou que a agenda da semana está muito direcionada pela macroeconomia e a realização de fundos, enquanto os mercados consolidam apostas em uma manutenção dos juros dos EUA em níveis altos por mais tempo, após o relatório Jolts vir mais forte que o esperado. eldquo;Isso gera um movimento em direção à renda fixa americana e de fortalecimento do dólar, enfraquecendo commodities endash; e especialmente o petróleoerdquo;, comentou Vetter à reportagem. Diante de um cenário com fundamento baixista como esse, os fundos especulativos, que vinham aumentando a posição comprada de futuros de petróleo e derivados, tendem a saír das posições compradas de petróleo e realizar lucros, gerando uma volatilidade grande no mercadoeldquo;, descreveu ele. Já o consultor econômico da Remessa Online André Galhardo destacou a pesquisa ADP. O dado mostrou criação de 89 mil empregos em setembro, contra expectativa de 140 mil dos analistas ouvidos pela FactSet, eldquo;sugerindo que a economia americana, se não estiver desacelerando, está se acomodandoerdquo;, o que seria uma notícia pessimista para a demanda do petróleo. Mais amplamente, há uma percepção de que a economia global está desacelerando de forma pronunciada, afirmou Galhardo em entrevista ao Broadcast. Ele destacou preocupações com a Europa, após índices de gerentes de preços (PMIs) recentes apontarem para uma possível recessão técnica a caminho, e com a China.

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