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Gasolina fica mais cara no Brasil do que no exterior, diz entidade; diesel está R$ 0,26 mais barato

O preço da gasolina no Brasil passou desde quarta-feira, 4, a ser maior do que o praticado no mercado internacional, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). Já o diesel está 6% em média mais barato internamente do que no Golfo do México, região usada como parâmetro para a comercialização desses combustíveis pelos importadores brasileiros. Segundo a Abicom, a Petrobras teria que fazer um aumento de R$ 0,38 no valor do litro do diesel para atingir a paridade com o preço internacional. A estatal, porém, abandonou em maio a política de paridade com a importação (PPI), e atualmente trabalha com uma fórmula que permite ir até a um preço limite para a companhia e a alternativa do cliente. Considerando as refinarias privadas, a alta média do diesel seria de R$ 0,26 por litro, já que a unidade que mais impacta o mercado, a Refinaria de Mataripe, na Bahia, segunda maior do País, pratica reajustes semanais para se aproximar da PPI. A Acelen, controladora de Mataripe, registrava na quinta-feira, 5, defasagem positiva para o diesel de 8% e de 6% para a gasolina, enquanto nas unidades da Petrobras, agente dominante do mercado, o diesel chega a estar 10% mais barato do que no Golfo. Gasolina Já a gasolina está R$ 0,01 o litro mais cara no Brasil do que no exterior, no caso das refinarias da Petrobras, e R$ 0,04 o litro nas refinarias privadas. A Petrobras não reajusta o preço desses combustíveis há 52 dias, depois de uma alta de 16,2% para a gasolina e de 25,8% para o diesel no dia 16 de agosto. O último reajuste da estatal foi do querosene de aviação, que obedece contratos mensais, da ordem de 5,3%, na terça-feira, 3. Apesar da alta dos combustíveis e do petróleo no mercado internacional nas últimas semanas, em parte causada pela expectativa da suspensão das exportações russas dos produtos, a commodity voltou a ceder esta semana. Em menos de 10 dias, o petróleo Brent saiu de US$ 96,55 no dia 27 de setembro para US$ 83,97 o barril para os contratos de dezembro no pregão desta sexta-feira, 6.

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Petróleo fecha em alta, após reações ao relatório de emprego dos EUA

Os preços do petróleo subiram nesta sexta-feira (6), após a leitura forte do relatório de empregos dos Estados Unidos, conhecido como payroll, evidenciar a resiliência da economia do país. O dado forneceu um gatilho para a interrupção do movimento de realização de lucros que vinha levando a commodity a se distanciar do patamar de US$ 100 o barril nas sessões anteriores. Relatos de movimento de viagens intenso na China durante o feriado também ficaram no radar. Nesta sexta-feira, o contrato do WTI para novembro fechou em alta de 0,58% (US$ 0,48), a US$ 82,79 o barril, após tocar US$ 83,28 na máxima intradiária. O Brent para dezembro subiu 0,61%, (US$ 0,51), a US$ 84,58 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Na máxima, o contrato chegou a ser cotado a US$ 84,95. Na semana, o WTI acumulou queda de 8,81% e o Brent, de 8,26%, com a apreensão sob impacto na demanda de condições financeiras mais restritivas diante da alta do juro projetado nos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano), mesmo com a oferta limitada pela Arábia Saudita e a Rússia. eldquo;A semana negativa do petróleo WTI não deverá se transformar em uma tendência descendente sustentada, dado que as condições apertadas dos mercados físicos permanecerão, escreveu Edward Moya, analista da Oanda. eldquo;Se o caos no mercado de títulos persistir e o rendimento da T-note de 10 anos subir acima dos 5%, então o petróleo poderá sofrer uma última liquidação antes de se atingir o fundo do poçoerdquo;, projetou o analista. Relatos de movimento forte de viagens durante o feriado da eldquo;Golden Weekerdquo; na China também foram monitorados. Segundo a agência estatal chinesa Xinhua, durante o feriado de oito dias, os chineses realizaram 826 milhões de viagens turísticas internamente, um aumento de 71,3% ante o mesmo período do ano passado e de 4,1% ante 2019.

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BYD lidera a venda de elétricos no Brasil

Em setembro, 1.830 carros elétricos foram vendidos no Brasil, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). O número é 56,8% maior se comparado a agosto, com 1.167 unidades. Além disso, também é o recorde de vendas da categoria em um único mês. De janeiro a setembro, os emplacamentos somaram 7.725. Entre os modelos mais vendidos, a liderança fica com o BYD Dolphin. O hatch da fabricante chinesa registrou 1.036 emplacamentos no mês e tem boa vantagem para o Yuan Plus, segundo colocado do ranking, com 145 unidades negociadas. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Conheça o carro que será abastecido com o primeiro hidrogênio de etanol do mundo

Um carro completamente silencioso, movido a eletricidade, capaz de percorrer quase 600 quilômetros sem precisar reabastecer e que solta vapor de#39;água pelo escapamento. Esse é o Toyota Mirai, veículo que foi emprestado para os testes de um projeto-piloto na USP (Universidade de São Paulo) que vai produzir o primeiro hidrogênio verde a base de etanol do mundo. Mirai significa "futuro" em japonês, mas, apesar de sugestivo, a escolha do carro não tem nada a ver com o nome, e sim com o fato de ele ser um dos únicos modelos equipados com células de combustível (fuel cell, em inglês), que transforma hidrogênio em eletricidade. No Brasil, por exemplo, só existem duas unidades do Mirai: uma que fica com a Toyota, e esta que integra o projeto da USP. A Folha andou no veículo para conhecer a iniciativa, que está sendo desenvolvida em parceria com a Shell, Raízen, Toyota, Senai e Hytron. A reportagem percorreu um pequeno trajeto dentro da universidade, no Butantã (zone oeste de São Paulo). Por enquanto, o carro é abastecido com hidrogênio comum. As primeiras voltas com o produto a base de etanol devem acontecer só em meados de 2024, quando a planta piloto emdash;atualmente em construçãoemdash; estará apta a produzir os primeiros quilos do combustível sustentável. O hidrogênio verde leva esse nome por ser feito a partir de fontes renováveis, diferentemente da versão comum que tem origem fóssil, principalmente gás natural. Atualmente, o método de produção mais usado é a partir da quebra da molécula de água por meio de energia solar ou eólica. O objetivo do projeto-piloto da USP é desenvolver uma nova forma, tendo o etanol como fonte. O hidrogênio verde ganhou centralidade no debate climático devido a seu potencial para descarbonizar setores como transportes, siderurgia, indústria química e a própria geração de energia elétrica. No entanto, transportar o combustível ainda é desafiador, pois exige que o armazenamento seja feito em baixas temperaturas e alta pressão, dificultando a logística e encarecendo o produto final. Uma das grandes apostas do projeto da USP é conseguir superar essa barreira. Isso porque o etanol já conta com uma infraestrutura consolidada no Brasil, é transportado de forma relativamente simples e com uma malha de distribuição extensa. A planta-piloto, cujas obras começaram em agosto deste ano, funcionará como uma estação de abastecimento. Lá haverá um equipamento chamado reformador, que é o coração do projeto. O reformador é capaz de transformar o etanol em hidrogênio por meio de reações químicas. Hoje em dia, esse processo já consegue ser realizado, mas em escala de laboratório. A ideia é amadurecer a tecnologia para aumentar o volume e permitir que a produção ocorra no local onde o combustível será usado emdash;dentro de um posto de gasolina, por exemplo. O hidrogênio verde produzido na USP será utilizado para movimentar o Toyota Mirai e mais três ônibus nos testes. O etanol é considerado um trunfo pelos pesquisadores. Primeiro porque o Brasil é uma potência nesse mercado, mas também pela capacidade de fazer um hidrogênio verde negativo em carbono emdash;considerando a absorção que ocorre nas lavouras de cana e milho pela fotossíntese. Mateus Lopes, diretor de transição energética e investimentos da Raízen, afirma que todos os países estão desenhando estratégias de transição energética baseadas em suas vantagens competitivas, naturais e econômicas. Como o Brasil é uma potência agrícola, transformar o etanol num vetor desse combustível tão cobiçado pelo mundo pode dar ao país uma boa posição. "Olhamos Estados Unidos, Europa, Japão como futuros mercados para esse hidrogênio. Isso abre uma porta muito grande em termos de mercado para o etanol brasileiro", diz Lopes. Julio Meneghini, diretor-geral do RCGI (Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa) da USP, explica como é o funcionamento do carro. O hidrogênio verde alimenta uma célula de combustível, que também usa o oxigênio do ar para produzir eletricidade e movimentar o veículo. Pelo escapamento, nenhum poluente é emitido, apenas vapor de#39;água. "É um veículo elétrico, mas com uma série de vantagens em relação ao veículo puramente elétrico. A principal é que você tem o reabastecimento em cinco minutos, e uma autonomia de mais de 600 quilômetros, enquanto um elétrico demora oito horas num carregador convencional", diz. Outro diferencial é o peso. Veículos com células de combustível precisam de 25% da quantidade de baterias que um puramente elétrico. "Quando passamos isso para os ônibus é uma grande vantagem. Um ônibus puramente elétrico, para ter uma autonomia de 250 quilômetros, precisa ter mais de uma tonelada em baterias, enquanto um ônibus movido a célula de hidrogênio necessita de um quarto desse peso", afirma Meneghini. Ao longo do funcionamento da estação experimental, os pesquisadores vão validar os cálculos sobre as emissões e custos do processo de produção. A segunda fase do projeto prevê a criação de uma planta de maior capacidade para aplicações do hidrogênio na produção de aço e outros fins industriais. "O ponto-chave neste projeto é usar o etanol como vetor para transportar o hidrogênio, usando a logística que já existe hoje no país, diz Meneghini.

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Petrobras tem que ter, no mínimo, participação nas grandes refinarias, diz ministro

Para a Petrobras ser uma empresa perene precisa ser protagonista da transição energética, e para isso criou a diretoria de transição energética pensando no futuro, disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, nesta quinta-feira, 5, ressaltando que, ao mesmo tempo, a estatal precisa ter participação nas grandes refinarias do Brasil, modernize o parque de processamento de gás e amplie a oferta de gás natural no Brasil. eldquo;Precisamos voltar a crescer, gerar emprego e renda como forma de construir um País mais justo e igualitárioerdquo;, afirmou Silveira após participar do seminário Siga Previ, no Rio de Janeiro. eldquo;Defendo que setores estratégicos, como elétrico, petróleo e gás, sejam setores que o governo mantenha participação ativa e políticas públicas que conciliam respeito à governança e aos investidoreserdquo;, completou. Ele voltou a defender uma maior participação do governo na Eletrobras, e afirmou que o governo tem diálogo permanente com a ex-estatal para tentar resolver a questão, mas não deu detalhes. Térmicas Sobre a estiagem que atinge a região Norte, Silveira disse que o combustível estocado para suprir os Estados do Acre e de Rondônia tem previsão de durar 30 dias. Segundo ele, eldquo;já há impactos sociais preocupanteserdquo; por conta da seca, e o governo tem feito todos os esforços para minimizar a situação. eldquo;Foram anunciados recursos vigorosos para dragagem dos rios Solimões e Madeira, algumas iniciaram hoje e outras mais a frente. É o governo federal voltando a estar próximo dos Estados e municípioserdquo;, disse. Ele explicou que, com a parada da hidrelétrica de Santo Antônio, foi necessário buscar uma via alternativa por meio das térmicas, mas que a hidrelétrica de Jirau está operando porque tem um perfil diferente, apesar de compartilharem o rio Madeira. eldquo;Santo Antonio, pelas características do projeto, é a mais suscetível. Jirau já tem um remanso que garante a segurança, que permite maior capacidade de resiliência à crise hídricaerdquo;, disse Silveira. Segundo ele, a hidrelétrica de Santo Antônio é a mais suscetível a secas na Região Norte.

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'Mercado elétrico não foi desenhado para o sistema de hoje, com tantas fontes', diz secretário

O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Efrain Pereira da Cruz, afirmou nesta quinta-feira, 5, que o setor elétrico brasileiro não foi desenhado para o sistema existente hoje, com tantas diferentes fontes para geração de energia. eldquo;Costumo dizer que o setor elétrico brasileiro não foi desenhado para o modelo em que nós estamos hoje. Ele não foi desenhado para um regime com tanta energia intermitente, com tantas fontes. São todas louváveis, mas o nosso modelo não foi desenhado para isso e a gente está hoje vivendo esse turbilhão de mudanças e que nós precisamos nos adaptarerdquo;, disse. Ele ponderou, no entanto, que o setor elétrico brasileiro é resiliente e passou por crises como a da pandemia sem a quebra de agentes. eldquo;As crises nos têm feito cada vez mais resilientes e capazes de nos reinventar a cada mudançaerdquo;, completou. Ele disse que não haverá eldquo;nenhuma dificuldadeerdquo; nas alterações que estão em andamento. As declarações foram feitas durante o encontro sobre abertura do mercado livre de energia, promovido pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) em parceria com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), na capital paulista. Efrain Cruz disse que não se pode achar que o ministro Alexandre Silveira promoverá a abertura total do mercado de energia eldquo;de forma irresponsávelerdquo; e que esse processo se dará paulatinamente. Não podemos, de forma irresponsável, achar que amanhã o ministro Alexandre Silveira pode baixar uma portaria e abrir o mercado ao deus-dará, corra quem quiser, não é assimerdquo;, afirmou. A partir de janeiro de 2024, todos os consumidores atendidos em alta tensão poderão deixar o mercado regulado, no qual são atendidos pelas distribuidoras responsáveis por sua área de concessão, e migrar para o mercado livre, no qual poderão escolher seu fornecedor de energia. Os consumidores atendidos em baixa tensão, porém, como os residenciais, ainda não tem data para serem autorizados a fazer o movimento. Ele admitiu, porém, que essa etapa é o primeiro passo para a abertura total do mercado. eldquo;A abertura de mercado no Brasil é uma realidade que é inconteste.erdquo; O ex-diretor da Aneel afirmou também que eldquo;é comum e é consenso que todos esses avanços precisam ser calçados num nível de responsabilidade, sustentabilidade e equilíbrio entre os setoreserdquo; e que o setor elétrico brasileiro é integrado. Esse ponto, disse, está sendo considerado pelo governo na redação da Lei Geral da Energia, projeto que a Pasta está preparando para tratar da modernização do setor e resolução de distorções.

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