Ano:
Mês:
article

Mercado de carbono: frente do biodiesel defende mudanças no RenovaBio

Parlamentares ligados ao setor do biodiesel entendem que o projeto de lei que cria o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (PL 412/22), aprovado essa semana na Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado, é positivo, mas o momento é propício para rediscutir também diretrizes do RenovaBio. Em nota enviada à agência epbr, a Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio) diz que o programa instituído pela lei 13.572/17 foi o eldquo;primeiro mercado regulado de carbono do país, restrito ao segmento de combustíveiserdquo;. Trata-se de uma política pública que permite aos produtores (etanol, biodiesel e biometano, por exemplo) a emissão de créditos de descarbonização a partir de ganhos de eficiência energética e implementação de práticas sustentáveis. Na outra ponta, os distribuidores compram os CBIOs como forma de compensação ambiental. Critérios de elegibilidade eldquo;A FPBio defende adequações a essa política do RenovaBio para expandir o tamanho do mercado de CBIOs, uma vantagem para o Brasil fomentar ainda mais a mitigação das emissões do setor de transporteserdquo;, afirmou. Pelas regras atuais do programa, que levam em consideração a eficiência energética e outros critérios ambientais, produtores conseguem comprovar que 42% da produção é elegível para o RenovaBio. A FPBio estima que elevar a elegibilidade do biodiesel para 60% representaria uma oferta adicional de 1,9 milhão de CBIOs por ano. A meta de 2022, que precisou ser comprovada este mês, foi de 36,7 milhões. A proposta dos deputados ligados ao biodiesel, nesse contexto, é fazer com que mais integrantes da cadeia de produção possam ser elegíveis para emissão de créditos, diz a frente. Atualmente, segundo Alceu Moreira (MDB/RS), nem todos os processos no setor são reconhecidos como sustentáveis, o que limita a geração de CBIOs no âmbito do RenovaBio. O líder da frente parlamentar diz ainda reconhecer que o uso do biodiesel vem sendo impulsionado pelo RenovaBio e que há um eldquo;cenário positivoerdquo; para pleitear a ampliação do nível de elegibilidade do biocombustível, cuja principal matéria-prima no Brasil é o óleo de soja. eldquo;Segundo a Embrapa Soja, as várias etapas relativas à produção são caracterizadas por ações sustentáveis. Além disso, a companhia lançou o programa Soja Baixo Carbonoerdquo;. eldquo;Ele objetiva atestar a sustentabilidade da produção de soja brasileira, sendo pautado na mensuração dos benefícios e na certificação das práticas de produção que reduzam a emissão de gases de efeito estufa, diz. Acerto com o agro destravou o PL no Senado O PL 412/22 só foi aprovado na CMA endash; em caráter terminativo, isto é, vai direto para a Câmara endash; depois de um acerto com integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que exigiram que as atividades primárias do setor, como criação de gado e cultivo de soja e cana, ficassem fora do mercado regulado (SBCE). eldquo;Fizemos um acordo que foi integralmente cumprido pela senadora Leila [relatora do projeto]. A FPA e a bancada do agronegócio estão muito confortáveis com a aprovação do relatórioerdquo;, comentou a senadora Tereza Cristina (PP/MS), que foi a voz do agro na articulação junto à Comissão de Infraestrutura. Um dos argumentos da FPA para ficar fora é a ausência de precedentes e metodologias para regular as emissões da agropecuária, o que poderia gerar aumentos de custos ao produtor, com impactos para toda a economia. Na prática, significa que a eldquo;produção primária agropecuária e as emissões indiretas pela produção de insumos ou matérias-primaserdquo; não serão consideradas entre atividades obrigadas a cumprir um teto de emissões. Mas as empresas poderão optar por contabilizar as emissões e remoções líquidas ocorridas em áreas rurais para emissão de créditos no mercado voluntário.

article

IGP-DI tem alta de 0,45% em setembro com pressão de combustíveis, diz FGV

O IGP-DI (Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna) subiu mais do que o esperado em setembro, mostraram dados da FGV (Fundação Getulio Vargas) nesta sexta-feira (6), com os combustíveis pressionando tanto o produtor quanto o consumidor. O IGP-DI avançou 0,45% no mês passado, acelerando ante a alta de 0,05% vista em agosto e superando a expectativa em pesquisa da Reuters de ganho de 0,31%. Agora, o índice tem baixa em 12 meses de 5,34%, uma desaceleração ante a queda de 6,91% acumulada em agosto. O IPA-DI (Índice de Preços ao Produtor Amplo), que responde por 60% do indicador geral, subiu 0,51% em setembro, contra alta de 0,10% no mês anterior. "Em relação à inflação ao produtor, apesar da desaceleração do ritmo de aumento dos preços do diesel (de 13,29% para 11%) e da gasolina (de 8,36% para 7,23%), os combustíveis ainda tiveram uma influência significativa sobre o resultado do IPA", explicou André Braz, coordenador dos índices de preços. "No cenário do consumidor, a gasolina foi a principal influência, com um aumento de 2,62%, em comparação com 1,24% na última apuração", destacou. De fato, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que responde por 30% do IGP-DI, passou a subir 0,27% em setembro, com influência do grupo Transportes (+1,06%). Já o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) avançou 0,34% no mês passado, ante 0,17% em agosto. (Reuters)

article

Petrobras cria novas gerências em reformulação da área de Governança e Conformidade

A Petrobras aprovou uma reestruturação em sua diretoria de Governança e Conformidade, um processo que envolverá a criação de três novas gerências, informou a companhia em comunicado nesta sexta-feira (6). Na nova estrutura, haverá uma gerência executiva de Responsabilização Disciplinar, que atuará como uma corregedoria e terá entre suas atribuições cuidar da responsabilização por desvios e não conformidades, inclusive de terceiros, como fornecedores e outras pessoas jurídicas que se relacionam com a Petrobras. "A nova gerência tornará ainda mais robusto o processo de aplicação da Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/2013) pela companhia", pontuou a Petrobras. Já a nova gerência geral de Informações Estratégicas e Monitoramento dos Sistemas de Integridade usará inteligência de dados para a análise de incidentes de conformidade, o que deverá tornar mais ágil a identificação de irregularidades, disse a companhia. Também haverá uma gerência especializada em apurar denúncias de violência no trabalho, que será inicialmente liderada por uma mulher. (Reuters)

article

Venda de diesel no Brasil bateu recorde em agosto, diz levantamento

A venda de diesel no Brasil bateu recorde em agosto, registrando a maior oferta de um mês na última década. No período, as distribuidoras de combustíveis do país comercializaram 6.092.657 m³ de S-10 e S-500, um crescimento de 7% em comparação a agosto de 2022, quando foram vendidos 5.696.282,97 m³. As informações são de levantamento do Observatório Social do Petróleo (OSP), ligado a sindicatos de petroleiros e que monitora as políticas e ações da Petrobras, e contrariam um vídeo do deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) e outros conteúdos similares publicados nas redes sociais que relatavam uma inexistente crise de desabastecimento. A pesquisa também mostra que a venda nacional de diesel vem crescendo desde junho, mês que registrou volume de 5.328.242,94 m³. O estudo é baseado nas últimas informações atualizadas da série histórica da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) sobre a venda de diesel das distribuidoras, que começou a ser registrada em janeiro de 2013. "Provavelmente, a oferta de diesel no país é um recorde histórico já que antes de 2012 o consumo desse combustível era muito menor do que é hoje", afirma o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps). "Enquanto diziam haver uma crise de desabastecimento por conta da defasagem do preço do diesel vendido pela Petrobras, o que forçou a estatal a reajustar o preço do produto em 15 de agosto, o cenário era exatamente o oposto, batíamos recorde de venda por parte das distribuidoras", completa.

article

Diesel fica estável na semana, mas tem alta de 9% em setembro e atinge maior patamar desde janeiro

O preço do diesel S10, menos poluente e mais consumido no Brasil, ficou estável pela segunda semana seguida entre 1º e 7 de outubro, comparado à semana anterior, registrando média de R$ 6,22 por litro, segundo levantamento de preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nos postos de revenda. Já no mês passado, segundo dados do Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade, feito em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), o combustível registrou alta média de mais de 9% nos postos de abastecimento do País, enquanto nas refinarias o preço médio do diesel em setembro ficou abaixo do mercado internacional, puxado pela Petrobras. O diesel 500 subiu 9,9% em média contra agosto, enquanto o diesel S10 teve alta média de 9,2% na mesma comparação. Em 1º de setembro voltou a ser cobrada parte do PIS/Cofins que havia sido suspensa no ano passado, uma alíquota de R$ 0,1024 por litro. Em 1º de outubro, mais uma parte da cobrança foi adicionada, de R$ 0,0187 por litro. eldquo;No comparativo histórico, desde janeiro de 2017, o preço médio do diesel (S10 e comum) atingiu em setembro de 2023 seu maior patamar desde janeiro de 2023eamp;Prime;, informa o Veloe. Em média, o preço do diesel comum (500) em setembro foi de R$ 6,18, e do diesel S10, R$ 6,28. No ano passado, o diesel chegou a se aproximar dos R$ 8 o litro nos postos de abastecimento no País. No acumulado do ano, porém, o diesel ainda registra queda de 4,6%, na versão comum, e de e de 4,2% no caso do diesel S-10. Contra setembro de 2022, os preços médios recuaram 10,1% e 9,6%, respectivamente. Gasolina Segundo o levantamento da ANP, na primeira semana de outubro, a gasolina registrou leve queda, de 0,5%, custando em média R$ 5,77 o litro, enquanto o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), ou gás de cozinha, ficou praticamente estável, com alta de 0,13%, cotado a R$ 101,90 o botijão de 13 quilos. Os resultados de setembro, em comparação a agosto, de acordo com o levantamento do Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade, revelaram aumentos para a gasolina comum (+2,1%) e a aditivada (+2,1%), além de ligeiro incremento no preço médio do etanol (+0,5%). eldquo;Dentre os seis combustíveis, a gasolina comum/aditivada é a que sofreu maior aumento no ano: em relação ao final de 2022, a gasolina comum está 16,9% mais cara em setembro de 2023. No caso da variante aditivada, o avanço acumulado é similar (+16,2%)erdquo;, informou o Veloe. Como resultado, o preço médio da gasolina atingiu em setembro de 2023 seu maior patamar desde julho de 2022. Em abril de 2022, o combustível atingiu o preço máximo nos últimos seis anos, de R$ 7,50 o litro. Segundo o Veloe, o preço médio da gasolina em setembro deste ano foi de R$ 5,92 o litro, no caso da gasolina comum, e de R$ 6,02 na aditivada. Seguindo o Veloe, um hub de mobilidade e gestão de frota, os maiores preços por litro da gasolina comum foram encontrados no Acre (R$ 6,753) e em sua capital, Rio Branco (R$ 6,637), em contraste com os menores valores, encontrados no estado de São Paulo (R$ 5,735), bem como nas capitais Campo Grande (R$ 5,641) e São Luís (R$ 5,654). Em termos de variação mensal, as maiores altas foram observadas em postos sediados nas regiões Sudeste (+2,5%) e Centro-Oeste e Norte (+2,4%) do País.

article

Demanda maior atrai investimentos em novas usinas de etanol de cana e, principalmente, de milho

A previsão de aumento do mercado está gerando um movimento de abertura de novas usinas de etanol com produção a partir da cana-de-açúcar, o que não se via há pelo menos dez anos, e principalmente de operações que farão o combustível com uso do milho. Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), afirma que atualmente há 22 plantas de etanol de milho homologadas pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) e pelo menos mais seis estão com pedidos protocolados. No início do mês, o Grupo Inpasa, que já atua no setor de biocombustível, anunciou que abrirá uma unidade em Balsas (MA) em 2025. A empresa prevê investimento de R$ 1,2 bilhão na primeira fase do projeto, que terá capacidade anual de processar 1 milhão de toneladas de milho e outros cereais para produzir 460 milhões de litros de etanol e proteínas para ração animal. A União Nacional do Etanol de Milho (Unem) prevê que a produção chegue a 10 bilhões de litros em 2030, o que deve representar mais de 20% do mercado brasileiro do combustível. Para a safra 2023/2024, iniciada em abril, a entidade espera 6 bilhões de litros, alta de 36,7% ante a safra anterior. Solução para vários modais Em maio, o grupo Nardini Agroindustrial inaugurou uma usina em Aporé (GO) para moer 900 mil toneladas de cana em sua primeira safra, o que renderá 80 milhões de litros de etanol, além de energia derivada do bagaço da cana. O investimento é de R$ 800 milhões. Outra nova usina que terá a cana como matéria-prima é a Cedro, do Grupo Pedra Agroindustrial, em Paranaíba (MS), a partir de 2025. O aporte estimado é de R$ 400 milhões. eldquo;Também há várias usinas de cana em operação que estão anunciando aumento de capacidadeerdquo;, diz Rodrigues. O etanol, ressalta ele, não é mais uma solução para a descarbonização somente dos automóveis, mas também do transporte aéreo (com possibilidade de ser usado na produção do SAF, o combustível sustentável de aviação) e no marítimo. No caso do transporte de passageiros, o etanol deve ser fonte para novas tecnologias de carros híbridos, híbridos plug-in e a célula de combustível, como vetor para o hidrogênio. eldquo;Hoje temos um leque de possibilidades que não existiam há cinco anos, período em que várias usinas fecharam as portaserdquo;, lembra o diretor da Unica. Outro mercado que vem se expandido para os produtores brasileiros é o de exportação de etanol para refinarias que vão produzir o SAF nos Estados Unidos. Segundo Rodrigues, pelo menos quatro empresas brasileiras, entre elas a Raízen, já estão credenciadas para fornecer o produto a fabricantes americanos que entrarão em operação nos próximos anos.

Como posso te ajudar?