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Embraer avalia etanol para fazer combustível de aviação verde no País

O presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, acredita que o uso do etanol como matéria-prima para o combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) pode acelerar a produção local do produto que, ao longo dos próximos anos, deve substituir o querosene de aviação para reduzir as emissões das aeronaves. Em parceria com a Raízen, a empresa avalia essa alternativa que também pode tornar o SAF brasileiro competitivo em termos de preços. Hoje, o novo combustível custa entre três e cinco vezes mais que o querosene de aviação. O SAF é um biocombustível que pode ser produzido a partir de diferentes matérias-primas, como biomassa, óleos vegetais, gorduras animais, óleo de cozinha usado, resíduos urbanos, gases residuais, resíduos agrícolas e etanol. Ele emite de 60% a 80% menos carbono do que o querosene de aviação e é a principal alternativa para as companhias aéreas atingirem a meta de zerar as emissões de carbono até 2050. No Brasil, o projeto de lei para o programa Combustível do Futuro apresentado pelo governo no mês passado prevê o aumento gradual da mistura de SAF ao querosene de aviação com o intuito de reduzir as emissões de gases estufa do setor entre 1% e 10% de 2027 a 2037. Há um receio entre as principais companhias aéreas de que as metas de descarbonização não possam ser atingidas em razão do alto preço e da escassez do SAF. Segundo elas, a produção das quantidades necessárias de combustível alternativo exigiria enormes áreas de terra e recursos naturais, condições que muitos países não têm, especialmente os europeus. eldquo;O Brasil tem tudo para liderar esse processo globalmenteerdquo;, diz Gomes Neto. eldquo;É preciso juntar diferentes setores, como indústria, poder público e universidades de forma estruturada para o desenvolvimento mais acelerado desse combustível para o Brasil largar na frente.erdquo; O SAF e outras tecnologias de descarbonização dos meios de transporte estão entre os temas que serão debatidos no 30.° Congresso da SAE Brasil, que ocorre hoje e amanhã, em São Paulo. AVIÃO ELÉTRICO. No evento, a Embraer vai expor pela primeira vez em público o protótipo do seu avião 100% elétrico. A aeronave fez seu voo inaugural em 2020 e é utilizado pela Embraer para desenvolver tecnologias. Gomes Neto ressalta que várias das tecnologias testadas no eldquo;laboratório voadorerdquo; estão sendo adotadas no eVTOL, o carro voador que a subsidiária da Embraer, a EVE, vai produzir no País a partir de 2026. ebull;

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Estratégia da Petrobras compensa volatilidade do petróleo, diz Prates

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse ontem que o conflito no Oriente Médio vai trazer mais volatilidade ao preço do petróleo, e que a nova estratégia comercial da companhia vai ajudar a mitigar uma eventual disparada no valor dos derivados, principalmente do diesel, que já vinha pressionado. No governo Luiz Inácio Lula da Silva, a Petrobras abandonou a política de paridade de preço internacional (PPI), criada no governo de Michel Temer e que considerava as cotações do petróleo no mercado externo. eldquo;Provavelmente vamos ter mais volatilidade no preço, o que vai salientar de novo a utilidade da política de preços que a gente tem colocado em prática com o governo federalerdquo;, disse, ao chegar a evento promovido pelo consulado da Noruega no Copacabana Palace, no Rio. Prates destacou especialmente uma possível aceleração no preço do diesel, mas disse que ainda é preciso acompanhar o desenrolar dos acontecimentos. eldquo;Não tem de fazer muito mais do que a gente está fazendo, tem de ir acompanhando os preços, principalmente do diesel, e ir se organizandoerdquo;, explicou. eldquo;Isso não quer dizer que vamos fazer ajuste o tempo todo.erdquo; PRESSÃO. O conflito atual em Israel se soma à recente decisão dos governos de Rússia e Arábia Saudita de reduzirem a produção de petróleo, numa tentativa de forçar a subida dos preços. Juntos, os dois países respondem por uma redução de 1,3 milhão de barris por dia. O atual cenário global resulta em uma combinação perversa: queda na produção com aumento da demanda, sobretudo vinda da China. eldquo;A ficha do mercado caiuerdquo;, afirma Walter de Vitto, economista e sócio da Tendências Consultoria. eldquo;O mercado ficou deficitário. Está se consumindo mais do que produzindo. Isso vai levar a um enxugamento de estoques neste segundo semestre, e os preços estão refletindo esse cenário.erdquo; eldquo;Depois da pandemia, a Opep fez cortes para ajustar o mercado. Houve um descasamento muito grande entre demanda e oferta naquele momento, e acumulou-se muito estoqueerdquo;, lembra o economista. eldquo;Quando os estoques recuaram e estavam num nível de maior equilíbrio, (os países) começaram a aumentar a produção.erdquo; Por ora, a expectativa é de que os preços do petróleo fiquem mais pressionados no curto prazo, mas há uma tendência de arrefecimento na cotação. Em dezembro, a consultoria estima um relaxamento do corte de produção e também trabalha com uma expectativa da queda da demanda diante da esperada desaceleração da economia mundial em 2024. eldquo;Os estoques devem refletir um cenário de maior equilíbrio do mercadoerdquo;, afirma de Vitto. O analista não acredita que a atual administração da Petrobras adote uma política parecida com a do governo Dilma Rousseff, de segurar repasses de preços e que provoca um descasamento muito grande com o cenário internacional. O último reajuste da companhia foi em 16 de agosto. ebull;

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Guerra faz petróleo subir mais de 4%

O barril de petróleo avançou ontem até 4,33% como reflexo do ataque do grupo terrorista Hamas a Israel, reforçando o temor de analistas de que os bancos centrais nos EUA e na Europa tenham de elevar os juros para se contrapor a um repique da inflação. No caso brasileiro, a avaliação é de que o conflito representará mais um teste para a Petrobras, que deixou de seguir um modelo de correção automática de preços com base nas cotações no exterior. O barril do petróleo WTI para novembro registrou alta de 4,33%, negociado a US$ 86,38 na New York Mercantile Exchange (Nymex). A variação corresponde ao maior aumento nominal em seis meses, segundo a Dow Jones Newswire. Já o Brent (referência para o Brasil) para dezembro subiu de 4,22%, a US$ 88,15, na Intercontinental Commodity Exchange (ICE). A Faixa de Gaza, epicentro dos confrontos que já deixaram mais de mil mortos, não é um polo indispensável na produção petrolífera. O que preocupa os analistas é o risco de a guerra envolver outros países da região. O analista de Inteligência de Mercado para Petróleo da StoneX, Bruno Cordeiro, chamou a atenção para as informações de que o Irã poderia ter tido participação na organização dos ataques. Teerã já negou envolvimento com a investida do Hamas, mas a possibilidade de um contraataque israelense ao Irã preocupa, uma vez que o país abriga o Estreito de Ormuz endash; por onde passa cerca de 20% do petróleo consumido no mundo, de acordo com Cordeiro. Também para a consultoria britânica Capital Economics, os riscos para o mercado de petróleo vão depender da duração do novo conflito e da eventual participação de outros países. BOLSA E DÓLAR. Já no mercado financeiro, pela manhã houve baixa de preços das ações (as Bolsas na Europa fecharam em queda) e alta do dólar, cenário que mudou no fim do dia em parte por declarações mais amenas de alguns dirigentes do Fed (o banco central dos EUA) sobre aperto nos juros e por ganhos das petrolíferas nas Bolsas. Acompanhando o movimento iniciado em Nova York, a Bolsa brasileira fechou em alta de 0,86%, aos 115,1 mil pontos, puxada por papeis como Petrobras ON e PN (ganhos de 4,10% e de 4,30%, respectivamente). Já o dólar recuou 0,62%, negociado a R$ 5,13, depois de ter chegado a R$ 5,18. Caso a situação piore, analistas veem risco para os fluxos internacionais de capital, que buscariam refúgio no dólar e em títulos do Tesouro americano, dando força extra a um movimento que já vem acontecendo nas últimas semanas e que tem provocado fuga de capital dos mercados emergentes. eldquo;Estamos apenas no primeiro estágio de uma trágica criseerdquo;, afirmou Michael Froman, presidente do Council on Foreign Relations.

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Governo da Bahia anuncia isenção de IPVA para carro elétrico durante evento da BYD

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, anunciou a isenção de IPVA para carros elétricos emplacados no Estado com valor de até R$ 300 mil. O anúncio foi feito durante a cerimônia de lançamento da pedra fundamental da nova fábrica da montadora chinesa BYD em Camaçari, na Bahia. A isenção consta de um projeto de lei que o governo da Bahia vai apresentar na Assembleia Legislativa. Pelo projeto, veículos acima de R$ 300 mil também serão incentivados, com a alíquota de apenas 2,5% de imposto automotivo. A medida visa estimular a demanda para os carros elétricos. A BYD vai investir R$ 3 bilhões em Camaçari, assumindo o parque fabril que foi da Ford --- montadora que deixou de produzir no Brasil. Além do estímulo à demanda, a BYD também vai receber incentivos fiscais estaduais e federais. Na cerimônia, o senador Otto Alencar (PSD-BA) garantiu que os incentivos fiscais concedidos ao setor automotivo no Nordeste serão estendidos à montadora chinesa. A medida, contudo, depende de aprovação em votação no Senado. emdash; Aquilo que está na lei de incentivos fiscais será garantido no projeto do relator Eduardo Braga, garantindo incentivos fiscais para a BYD emdash; declarou durante o evento. A prorrogação dos incentivos em meio à discussão da reforma tributária tem criado uma disputa entre os governadores do Sul e Sudeste e do Nordeste. A inclusão da BYD no projeto de incentivos fiscais que vem sendo renovado desde 1997 também enfrenta a oposição de montadoras instaladas no Sul e Sudeste do país. O evento de lançamento da pedra fundamental da fábrica BYD na Bahia contou com a participação do CEO e fundador da BYD, Wang Chuanfu, e do vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin, do ministro Rui Costa, da Casa Civil. Neste primeiro momento, a BYD terá duas plantas na Bahia: de carros híbridos e elétricos e outra de chassis de ônibus e caminhões elétricos. A empresa estima gerar 1200 mil empregos diretos no Estado.

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Após suspensão parcial, Rússia retoma exportações de diesel por via marítima

A Rússia retomou as exportações de diesel por via marítima nesta segunda-feira (9), depois de suspender a proibição da maioria de seus embarques de combustíveis após uma queda nos preços domésticos no atacado. As exportações russas de gasolina e suprimentos de diesel por ferrovias e estradas ainda estão proibidos, disse o vice-primeiro-ministro Alexander Novak. Em 21 de setembro, a Rússia proibiu temporariamente a maior parte das exportações de gasolina e diesel para lidar com a escassez no mercado doméstico, com a operadora de oleodutos Transneft interrompendo os embarques de diesel de Primorsk a partir de 22 de setembro. A proibição foi parcialmente suspensa na sexta-feira (6). A agência de notícias TASS citou um porta-voz da Transneft dizendo que o oleoduto havia reiniciado as exportações de diesel no sábado (7). Pavel Sorokin, primeiro vice-ministro de energia da Rússia, disse à RBC TV que o armazenamento nas refinarias de petróleo estava cheio, o que poderia levar a um declínio nos volumes de refino. Sorokin também disse que a proibição será totalmente suspensa quando o mercado doméstico estiver eldquo;saturadoerdquo; de combustível. eldquo;Tomaremos outras medidas dependendo da situaçãoerdquo;, disse o primeiro vice-ministro de energia. Retomada das exportações Os dados da empresa britânica LSEG mostraram que um navio-tanque com uma carga de diesel deixou o porto russo de Primorsk, no Báltico, na segunda-feira, e outros três estavam atracados, prontos para serem carregados. Todos os quatro navios foram fretados em setembro e estavam esperando em alto-mar desde que a proibição de exportação foi introduzida. Espera-se que o Chiba, o Prime V, o Romeos e o Eternal Sunshine transportem, cada um, cerca de 33.000 toneladas de diesel com teor de enxofre ultrabaixo. O diesel é o maior produto de petróleo exportado pela Rússia, com cerca de 35 milhões de toneladas vendidas em 2022, das quais quase três quartos foram enviadas por meio de oleodutos. A Rússia também exportou 4,8 milhões de toneladas de gasolina no mesmo período. Desse total, 3,5 milhões de toneladas de gasolina e 6,6 milhões de toneladas de diesel foram exportadas por ferrovias, de acordo com os dados do LSEG. A Rússia tem enfrentado escassez e altos preços dos combustíveis nos últimos meses, o que prejudicou os agricultores, especialmente durante a temporada de colheita. Desde que a proibição foi introduzida, os preços locais do diesel caíram 21%, enquanto os preços da gasolina caíram 10%.

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Governo cria 'sala de situação' para monitorar abastecimento de combustíveis no Norte

O Ministério de Minas e Energia (MME) criou uma sala de situação que irá monitorar o abastecimento de combustíveis líquidos e de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) na região Norte, que enfrenta grave seca. De acordo com a pasta, em nota, o comitê tem como objetivo eldquo;garantir a segurança energética para a populaçãoerdquo; que vive na região e gerenciar ações relacionadas ao abastecimento de combustíveis, especialmente de óleo diesel e GLP. A primeira reunião do colegiado foi realizada na sexta-feira (6). Na quinta (5), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o combustível estocado no Norte do país para suprir os Estados do Acre e de Rondônia tem previsão de durar 30 dias. eldquo;Ao longo da primeira reunião da Sala de Situação, os participantes discutiram todos os cenários e soluções possíveis para garantir que a região tenha os estoques necessários para atravessar a estiagem. A situação do abastecimento de GLP, diesel e gasolina segue regular e de acordo com o previsto. O plano de ação proposto pela Sala de Situação deve assegurar a manutenção desses estoqueserdquo;, diz a nota do MME. Segundo o Ministério, a necessidade de se antecipar aos efeitos da estiagem sobre o abastecimento foi diagnosticada por Silveira nesta semana, durante viagem com a comitiva liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin para a capital do Amazonas realizada na última quarta (4). No mesmo dia, o governo decidiu acionar duas termelétricas movidas a diesel para garantir a segurança no fornecimento de energia elétrica em Rondônia e no Acre. O MME enviou ofício para os Ministérios de Portos e Aeroportos, dos Transportes, do Meio Ambiente e Mudança do Clima e para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, do Desenvolvimento Regional, para a Marinha do Brasil, para a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e para a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o objetivo de informar a respeito da situação e solicitar providências que visam a regularidade do fornecimento de combustíveis. Compõem a Sala de Situação, além do MME, que a coordena, a ANP, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a Petrobras, a Transpetro, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), a Federação Brasilcom, o Grupo Atem, a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de GLP (Sindigás), e as Distribuidoras AmazonGás e Fogás. (Estadão Conteúdo)

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