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Entenda o bastidor da disputa entre Prates e Silveira que fez a Petrobras despencar na Bolsa

O enorme ruído provocado no mercado com a decisão da Petrobras de reter dividendos extraordinários, que levou a companhia a perder R$ 56 bilhões de valor de mercado em um único dia, na semana passada, tem como pano de fundo uma disputa que remonta praticamente ao início do governo Lula, entre o presidente da estatal, Jean Paul Prates, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Os dois já trocaram por diversas vezes farpas públicas em relação aos rumos da empresa emdash; que, formalmente, é subordinada ao ministério. Procurados, Petrobras e Ministério de Minas e Energia não haviam respondido até a publicação dessa reportagem. O clima de desarmonia ganhou mais um componente com a proximidade de uma nova eleição para o conselho da Petrobras, em 25 de abril. As eleições de membros do conselho acontecem nas assembleias ordinárias de anos pares emdash; a reformulação feita no ano passado foi exceção ligada à troca de governo. Embora o governo até possa reconduzir os atuais integrantes, repetindo a formação dos indicados da União, o fato é que o rito legal abre uma janela para mudanças e joga mais lenha nessa disputa de poder. Mas não é uma situação recente. Antes da posse de Lula, Prates, ex-senador pelo PT do Rio Grande do Norte, chegou a ser especulado para assumir o ministério. Mas preferiu ficar com a presidência da estatal emdash; a empresa mais poderosa nas mãos do governo. Na configuração final, o ministério acabou nas mãos de Silveira, senador pelo PSD mineiro, mesmo partido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Desde o início, houve embates entre os dois pelos espaços de poder na companhia. Na divisão acertada no governo, Silveira ficou mais responsável pelos nomes do conselho de administração, e Prates, com a direção executiva, que toca o dia a dia da companhia. Isso não foi, porém, o suficiente para apaziguar as disputas, e a relação tem sido distante da harmonia. Uma desavença em relação à política da empresa para o gás natural, por exemplo, virou bate-boca nas páginas dos jornais no ano passado. Silveira fez reiteradas críticas à política de reinjeção de gás em reservatórios de petróleo com o intuito de aumentar sua pressão interna e facilitar a produção de óleo. No dia 16 de junho, Silveira disse que Prates estava sendo eldquo;no mínimo negligenteerdquo; com relação ao gás. eldquo;Entre agradar o Jean Paul e cumprir o compromisso do governo com a sociedade brasileira, de gerar emprego e combater desigualdade, prefiro que ele feche a cara, mas que nós possamos lograr êxito na política públicaerdquo;, disse o ministro, à época. Alguns dias depois, Prates rebateu, também publicamente. eldquo;Não adianta só berrar pelo jornal, nem achar que um está rindo demais e outro está fazendo careta. Não adianta nem careta nem sorriso, adianta trabalhar junto e convergirerdquo;, disse, durante coletiva no Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao lado do presidente do banco, Aloizio Mercadante. eldquo;Se não tem gás para todos os segmentos, vamos trabalhar o mix (de oferta de energia) em vez de criar polêmica onde não existe.erdquo; Em novembro, Silveira cobrou Prates, em uma entrevista à GloboNews, por uma redução mais expressiva no preço dos combustíveis por conta da queda no preço internacional do petróleo. eldquo;Eu já esperava uma manifestação para que a Petrobras tivesse apresentado uma redução mais significativa dos preços. Hoje, no óleo diesel, vejo uma possibilidade real de redução entre 32 a 42 centavos e, na gasolina, entre 10 e 12 centavoserdquo;, afirmou Silveira. Prates voltou a rebater: eldquo;Jamais o presidente Lula me pediu para baixar ou aumentar o preço de combustíveis. Volta e meia ele (Lula) me liga para saber como está o mercado de petróleo, mas pedir para baixar preço, nuncaerdquo;, disse, ao ser questionado a respeito das declarações de Silveira. Na avaliação de quem acompanha o processo, um dos pontos de conflito na relação entre Prates e Silveira tem relação com o plano de investimento. O MME tem restrições aos investimentos massivos em energias renováveis, incluindo a compra de projetos em operação. O ministério questiona esses investimentos, que podem chegar a 15% do total previsto no Plano Estratégico para o período de 2024 a 2028 emdash; e teria o apoio dos conselheiros minoritários, mais interessados em reforçar o braço de exploração e produção da companhia. Mudança no estatuto Em outubro, uma decisão do conselho da Petrobras de mudar o seu Estatuto Social teve como pano de fundo o temor do Ministério de Minas e Energia de perder o poder que conseguiu conquistar na estatal, com indicações para os comitês que assessoram o conselho de administração e membros do próprio conselho, segundo apurou o Estadão/Broadcast à época. O medo se devia ao crescimento de ações na Justiça e na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) contra as indicações de pessoas próximas a Alexandre Silveira para vários cargos na companhia, especialmente nos comitês ligados à administração. Nos corredores da estatal, esses indicados são conhecidas como eldquo;silveirinhaserdquo;. Silveira teria sido responsável por quase dez nomeações nos comitês de assessoramento do conselho. O loteamento desses órgãos pelo MME, na avaliação de uma das pessoas ouvidas pela reportagem, na condição de anonimato, foi uma troca para evitar que o ministro levasse à frente a intenção de também nomear os gerentes da empresa. Segundo essas pessoas, Silveira também tinha a intenção, que acabou frustrada, de obrigar todas as propostas da nova diretoria de transição energética passassem pelo aval do conselho desde a fase zero, o que atrasaria muito qualquer iniciativa da estatal nessa área. Dividendos Na semana passada, a disputa entre Prates e Silveira teve impacto direto nas ações da Petrobras. Numa decisão dividida, o Conselho optou por reter dividendos extraordinários avaliados em R$ 49,3 bilhões. Prates defendia uma solução de meio-termo emdash; distribuição imediata de 50% dos dividendos. Mas essa solução acabou perdendo, com os votos dos representantes do governo no conselho. A retenção de 100% dos dividendos era defendida por Silveira. O mercado não reagiu bem, e a empresa despencou na Bolsa. eldquo;Essa novela (dos dividendos) continua, não acabouerdquo;, disse Jean Paul Prates, na sexta-feira, 8, indicando que a reserva será usada apenas para pagamento de dividendos e que isso poderia ocorrer eldquo;a qualquer momentoerdquo;. O ruído desembocou em uma reunião na segunda-feira, 11, no Palácio do Planalto, com o presidente Lula, Prates, Silveira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Na saída do encontro, a tentativa era de mostrar uma imagem um pouco mais harmônica. Haddad reforçou que a divisão de recursos seria avaliada à medida que o conselho da Petrobras seja munido com mais informações, que permitam um balanceamento equilibrado entre a distribuição de dividendos e o plano de investimentos da companhia. O discurso dos ministros, porém, contrastava com as declarações do presidente Lula em entrevista ao SBT, exibida no mesmo dia. Para ele, a estatal não tem que pensar só em seus acionistas, mas em investimentos.

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Inflação acelera e vai a 0,83% em fevereiro, puxada por aumentos na educação

Os reajustes sazonais de mensalidades escolares pressionaram a inflação oficial no País em fevereiro, pesando no orçamento das famílias ao lado do encarecimento dos alimentos e da gasolina. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou de uma alta de 0,42% em janeiro para um avanço de 0,83% em fevereiro, resultado mais elevado desde fevereiro do ano passado, divulgou nesta terça-feira, 12, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, a inflação foi a mais branda para esse período do ano desde 2020. Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses arrefeceu pelo quinto mês consecutivo, passando de 4,51% em janeiro para 4,50% em fevereiro, descendo exatamente ao teto de tolerância da meta de inflação perseguida pelo Banco Central em 2024 (a meta é de 3,0%, com limite superior de 4,50%). Embora o IPCA tenha ficado um pouco acima da expectativa de analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que estimavam uma inflação mediana de 0,78% em fevereiro, economistas avaliaram que a composição veio benigna o suficiente para permitir novo corte de 0,50 ponto porcentual na taxa básica de juros, a Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. O chefe de pesquisa Macroeconômica da gestora Kínitro Capital, João Savignon, prevê que o IPCA arrefeça a 3,7% no fechamento de 2024. Diante do cenário inflacionário mais confortável, Savignon espera mais duas reduções de 0,50 ponto porcentual na taxa Selic, desacelerando o ritmo de cortes eldquo;somente na segunda metade do anoerdquo;. eldquo;Na nossa visão, o mercado de trabalho aquecido e o crescimento dos salários devem continuar pressionando a inflação de serviços. No entanto, a inflação de serviços subjacentes, número que é acompanhado com mais atenção pelo Banco Central, veio abaixo do esperado pelo mercado. Esse resultado pode dar mais tranquilidade para o Copom (Comitê de Política Monetária) continuar sinalizando mais dois cortes de 0,5 ponto percentual na Selic na reunião da próxima semana. Nossa projeção é que a Selic termine o ano em 9,25%, indo para 8,5% ao final de 2025eamp;Prime;, corroborou a economista Claudia Moreno, do C6 Bank, em comentário. Os aumentos dos gastos com educação, alimentação e gasolina responderam por aproximadamente 75% da inflação registrada pelo IPCA em fevereiro. As despesas com Educação subiram 4,98%, impacto de 0,29 ponto porcentual sobre o IPCA do mês. A maior contribuição partiu do encarecimento de 6,13% dos cursos regulares, devido aos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo. As maiores elevações ocorreram no ensino médio (8,51%), ensino fundamental (8,24%), pré-escola (8,05%) e creche (6,03%). Houve reajustes também em curso técnico (6,14%), ensino superior (3,81%) e pós-graduação (2,76%). eldquo;De fato, o grupo Educação teve o maior impacto e a maior variação do mês de fevereiro. Porém, a gente também teve outros grupos que tiveram uma contribuição relevante, como é o caso, por exemplo, dos alimentícios e também o grupo dos transporteserdquo;, frisou André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE. Os gastos com Alimentação e bebidas avançaram 0,95%, contribuição de 0,20 ponto porcentual para a inflação. As condições climáticas desfavoráveis estão por trás dos aumentos nos itens alimentícios nessa virada de 2023 para 2024. eldquo;Historicamente, em meses de verão os preços dos alimentos sobem, especialmente por conta de condições climáticaserdquo;, justificou Almeida. eldquo;Os alimentos in natura são bastante influenciados por esse período, e este ano teve esse fenômeno mais intensificado por conta do El Niñoerdquo;, completou. Os alimentos comprados em supermercados subiram 1,12% em fevereiro. As famílias pagaram mais pela cebola (7,37%), batata-inglesa (6,79%), frutas (3,74%), arroz (3,69%) e leite longa vida (3,49%). Já a alimentação fora de casa aumentou 0,49%: a refeição fora de casa subiu 0,67%, e o lanche teve elevação de 0,25%. Nos transportes, embora tenha havido recuo nas passagens aéreas, os combustíveis ficaram mais caros, sobretudo a gasolina, item de maior peso na composição do IPCA. O preço da gasolina aumentou 2,93%, impacto de 0,14 ponto porcentual na inflação. eldquo;A partir de 1º de fevereiro houve aumento de ICMS sobre gasolina e óleo diesel. Então isso pode ter contribuído para essa alta na gasolina e no diesel também. Mas a gasolina teve alta superiorerdquo;, justificou Almeida. Houve avanços relevantes também nos gastos com Saúde e cuidados pessoais (0,65%) e Comunicação (1,56%). Em Comunicação, o resultado foi pressionado pelos reajustes de TV por assinatura (4,02%) e do combo de telefonia, internet e TV por assinatura (3,29%). Por outro lado, houve deflação em Artigos de residência (-0,07%) e Vestuário (-0,44%). Mas os principais alívios no IPCA do mês de fevereiro partiram dos itens passagem aérea (queda de 10,71% e impacto de -0,09 ponto porcentual) e cinema, teatro e concertos (-4,47% e -0,02 ponto porcentual). eldquo;Teve a semana do cinema, praticamente todos os cinemas do País deram descontos na semanaerdquo;, contou Almeida. As passagens aéreas já tinham registrado queda de 15,22% em janeiro. No ano de 2024, o recuo acumulado é de 24,29%. eldquo;As passagens aéreas tiveram alta de mais de 80% nos últimos quatro meses do ano passado. Os preços das passagens aéreas não voltaram para o patamar que estavam antes dos últimos quatro meses do ano (de 2023)erdquo;, ponderou André Almeida, do IBGE. As passagens aéreas vinham de uma alta acumulada de 82,03% de setembro a dezembro de 2023. Para a Tendências Consultoria Integrada, os dados de fevereiro foram qualitativamente melhores do que nos meses anteriores. eldquo;Ainda assim, mantemos a cautela em relação à trajetória de desinflação de serviços, sobretudo os intensivos em trabalho, que permanecem em patamares elevados. Nesse sentido, os sinais de aperto adicional do mercado de trabalho, os estímulos em curso à demanda e as expectativas de inflação desancoradas representam riscos à dinâmica inflacionáriaerdquo;, alertou Matheus Ferreira, analista da consultoria Tendência, em relatório. eldquo;O IPCA deve desacelerar em março. Nesse sentido, é esperado arrefecimento expressivo do grupo Educação, uma vez que o avanço de fevereiro foi decorrente de movimento sazonal. Ademais, a expectativa é desaceleração das cotações de combustíveis, em virtude de dissipação do aumento do ICMS ocorrido em fevereiro. No que tange aos preços de alimentos, apesar de forte recuo das cotações no atacado, os preços de alimentos in natura ainda devem se manter relativamente elevados em marçoerdquo;, previu.

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Rui Costa diz que Petrobras acertou sobre dividendos: 'Não sei o porquê dessa polêmica toda'

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta terça-feira, 12, que o conselho da Petrobras tomou uma decisão acertada ao não distribuir dividendos extraordinários. Ele disse que também seria conservador sobre o assunto se fosse parte do colegiado. A declaração foi dada em entrevista ao canal de notícias GloboNews. Mais cedo, após evento no Palácio do Planalto, o ministro reforçou que cabe à estatal decidir sobre o pagamento dos dividendos extras. Ele afirmou que a Lei das Sociedades por Ações (S.A.) está sendo e será cumprida no caso. O anúncio, na semana anterior, de que a empresa iria reter os dividendos extras frustrou os investidores e fez com que a Petrobras perdesse R$ 56 bilhões em valor de mercado em um único dia, na sexta-feira, 8. Uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e diretores da estatal foi realizada na segunda-feira, 11. Após o encontro, ministros disseram que a decisão poderia ser revista, mas as declarações de Lula, em entrevista ao SBT, veiculadas na mesma tarde, foram em direção contrária. Segundo o presidente, a Petrobras não pode pensar apenas nos acionistas, mas também em investimentos. Nesta terça, Rui Costa questionou a crise gerado em torno do tema. eldquo;Eu não sei o porquê dessa polêmica todaerdquo;, afirmou a jornalistas. eldquo;Tudo está sendo feito conforme a Lei das S.A. e a regra de governança da Petrobras, não tem nenhuma alteraçãoerdquo;, acrescentou. eldquo;A lei (das S.A.) foi, está e será sempre cumpridaerdquo;, garantiu. eldquo;O mercado sempre fala de previsibilidade, segurança jurídica e cumprimento das regras preestabelecidas. Tudo isso foi feito. A regra foi votada, foi cumprida milimetricamente. É isso que é transparência. É assim que se conduz uma empresa S.A.erdquo;, comentou. Em entrevista à GloboNews, ele afirmou que, se tivesse ações da Petrobras, não venderia. E que eldquo;desavisadoserdquo; estão se desfazendo de papéis da empresa. Rui Costa disse que o presidente Lula eldquo;obviamenteerdquo; quer investimento voltado ao País para diminuir a dependência de eldquo;energia, de petróleo, para o País não pagar um preço alto no dieselerdquo;. eldquo;Qual presidente que não quer isso?erdquo;, questionou. O chefe da Casa Civil foi questionado sobre as divergências, especialmente entre o presidente da estatal, Jean Paul Prates, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, na reunião realizada na segunda, no Palácio do Planalto sobre o tema. O ministro desconversou e disse que não tinha um eldquo;tensiômetroerdquo; para medir a tensão entre Prates e Silveira. eldquo;Acho que estava todo mundo sorridente na fotoerdquo;, desconversou, em referência à foto publicada por Lula da reunião nas redes sociais. Ainda na entrevista à GloboNews, Rui Costa negou que a saída de Prates tenha sido discutida no governo. Segundo ele, o presidente Lula está satisfeito com os resultados da empresa.

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Volkswagen confirma início da produção de ônibus elétricos no Brasil no segundo semestre de 2024

A Volkswagen Caminhões e Ônibus confirmou nesta terça (12/3) que dará início à produção de seu ônibus elétrico ainda em 2024. O modelo chamado e-Volksbus está em desenvolvimento no centro de engenharia da VWCO, em Resende (RJ). Segundo a montadora alemã, o desenvolvimento do veículo parte da experiência acumulada nos últimos cinco anos com o primeiro caminhão elétrico feito 100% no Brasil, o e-Delivery. Ambos compartilham tecnologias e componentes para se adaptar às condições de operação no país. eldquo;Estamos dando mais um passo para a eletromobilidade no transporte urbano. Depois de acumularmos quilometragens suficientes em testes com o chassi elétrico da VWCO e também com o primeiro caminhão elétrico desenvolvido no país, daremos início à produção no segundo semestre de 2024eamp;Prime;, afirmou Rodrigo Chaves, vice-presidente de Engenharia da VWCO, durante um evento do setor. O executivo observa que esta será uma etapa importante para a adaptação do produto na linha de produção. O e-Volksbus iniciou seus primeiros testes em maio do ano passado. Ficha técnica O e-Volksbus desenvolvido em Resende tem capacidade de 22 toneladas e uma autonomia de até 250 km, com sistema de carregamento voltado ao período noturno para maximizar a produtividade. Além disso, vem com sistema de frenagem regenerativa, que maximiza a autonomia da bateria e reduz o desgaste dos freios do veículo, e o sistema Eco-Drive Mode, que ajusta o consumo de energia do veículo. De olho nos eventos climáticos extremos, os ônibus têm proteção contra inundação. Também estará equipado com sistema de ajoelhamento para maior acessibilidade dos passageiros e a suspensão pneumática integral. Ainda na fase protótipo, o modelo utiliza uma solução de arquitetura modular para veículos elétricos, que permite produzir desde um micro-ônibus de nove metros até um superarticulado de 23 metros. Essa configuração permite dividir o veículo em três módulos principais: módulo frontal, módulo central e módulo traseiro. R$ 16 bi em investimentos no Brasil No início de fevereiro, a Volkswagen anunciou R$ 16 bilhões em investimentos no Brasil até 2028, para a fabricação de 16 novos modelos de veículos, incluindo híbridos, total flex e 100% elétricos. O montante representa um incremento de R$ 9 bilhões em relação ao plano de investimentos em curso, de 2022 a 2026. O anúncio ocorreu após o governo federal lançar iniciativas de apoio ao setor automotivo nacional e à descarbonização da indústria. Segundo a montadora, os projetos no Brasil estão alinhados com sua meta global de se tornar neutra em carbono até 2050. Também em fevereiro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou o empréstimo de R$ 500 milhões para o projeto de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias para veículos híbridos/flex e eletrificados da Volkswagen no Brasil. Os recursos fazem parte do programa BNDES Mais Inovação, com custo financeiro em taxa referencial (TR). Segundo o banco, o financiamento está alinhado com a Nova Indústria Brasil, que prevê aportes para sistemas de mobilidade sustentáveis.

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Minoritários disputam enquanto nomes do governo avançam na Petrobras

Em meio ao noticiário caótico, com notícias e desmentidos de trocas na cúpula da Petrobras, o conselho segue cumprindo internamente os ritos para reconduzir os quadros indicados pela União endash; e a disputa inevitável entre os minoritários. Ontem (12/3), o CA validou a indicação dos nomes ligados ao PT, entre eles o presidente-executivo e ex-senador Jean Paul Prates; e o presidente do colegiado, Pietro Mendes, secretário de Petróleo e Gás de Alexandre Silveira, do PSD, como publicou o político epbr. O cronograma atual prevê a realização da assembleia em 25 de abril. O material deve ser liberado oficialmente aos acionistas em 22 de março. A reunião do conselho ocorreu à tarde. Na sequência, Silveira deixou o encontro com Lula e Fernando Haddad comunicando aos jornalistas que a Petrobras está em um momento oportuno para ter um indicado do ministro da Fazenda no CA. Desde o ano passado, o assessor especial de Haddad, Rafael Dubeux figura entre os nomes do ministro da Fazenda. Ele trabalha com Haddad desde a transição de governo, dedicado à agenda de transição ecológica e, portanto, é um importante auxiliar do ministro, inclusive para temas relacionados à política energética. Em meio à constante disputa por influência entre Silveira e Prates endash; e a pressão do governo e do PT por resultados endash; a recondução dos conselheiros tem sido marcada por especulações envolvendo a troca dos nomes e um trabalho nos bastidores para reduzir a influência de Silveira no conselho da companhia. Até aqui, os ritos para manter correlação de forças representadas no conselho da companhia vem ocorrendo normalmente, desde fevereiro, quando os nomes passaram pela Casa Civil e foram despachados para a Petrobras. São os três conselheiros ligados a Silveira; o secretário de Rui Costa, Bruno Moretti; Sérgio Rezende, ex-ministro e quadro do PSB; e Prates, escolhido por Lula para comandar a estatal. Além de Prates e Pietro Mendes, foram validadas todas as indicações, com exceção de Benjamin Rabello Filho, indicado pela União este ano, que ainda passava pela burocracia interna da companhia. Dentre os minoritários, Marcelo Mesquita não poderá ser reconduzido e é favorável à escolha de Jerônimo Antunes para o seu lugar, ex-conselheiro independente e presidente dos comitês de auditoria da Petrobras e da Petrobras Distribuidora. Antunes é uma indicação da Templeton. Outro na disputa é Aristóteles Nogueira, indicado por um conjunto de fundos: Opportunity, Ibiuna, XP Gestão e XP Allocation. Foi analista na Brasil Plural CCTVM e no próprio Opportunity e atuou na área de gestão de recursos do Banco Safra. A expectativa é que o banqueiro e bilionário, detentor de ações da companhia, José Abdalla Filho, e Marcelo Gasparino (próximo de Abdalla) terão os votos para se reeleger. O quarto conselheiro dos minoritários é Francisco Petros, que chegou no colegiado para compor os esforços para tirar a Petrobras da vala de descrédito pós-Lava Jato. Petros é, claro, crítico de tentativas de tornar a empresa um puxadinho de interesses políticos. Mas disputa espaço com Abdalla e Gasparino. Dentre as visões opostas está justamente a política de distribuição dos lucros, em que Petros é mais conservador frente aos defensores do máximo pagamento aos acionistas. Todos os minoritários votaram contra a retenção total, proposta e aprovada pelo governo endash; sem o voto de Jean Paul Prates. É mais uma decisão a ser tomada até a assembleia de 25 de abril.

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Petrobras avalia plataforma própria para viabilizar produção em Sergipe Águas Profundas

A Petrobras considera a possibilidade de recorrer a plataformas próprias para levar adiante o projeto de produção em Sergipe Águas Profundas (SEAP), indicou o diretor executivo de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Carlos Travassos. O executivo confirmou que a estatal vai concretizar o projeto mesmo que as propostas da licitação para afretamento das plataformas para a região não sejam viáveis. eldquo;Se não tivermos êxito, vamos partir para unidades próprias, operadas pela Petrobraserdquo;, disse o executivo na manhã desta terça-feira (12/3), durante o Sergipe Day, na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro. O diretor admitiu, entretanto, que a eventual decisão por unidades próprias afetaria o cronograma dos projetos e pode atrasar a entrada em produção. A Petrobras já está trabalhando na engenharia básica para um eventual FPSO próprio. eldquo;A tendência é que uma unidade própria demande mais tempo que uma afretadaerdquo;, disse Travassos a jornalistas. Por outro lado, ele afirmou que uma unidade própria pode trazer vantagens que levem o projeto a frente. eldquo;São outros desafios, mas a gente teria muito mais controle sobre o processoerdquo;, acrescentou. Sem estimativa de custo Segundo ele, não é possível estimar se os projetos próprios teriam um custo maior do que os afretados. eldquo;É um processo interno em que olhamos o mercado, tempo de implantação e o custo do ativo. Não necessariamente uma unidade própria é mais cara que a afretadaerdquo;, disse. No momento, a Petrobras conduz uma licitação para a contratação conjunta das duas plataformas previstas para produzir na região, no modelo de afretamento. As unidades terão capacidade para produzir 120 mil barris/dia cada e devem entrar em operação a partir de 2028. A empresa prevê R$ 40 bilhões em investimentos para o primeiro FPSO e R$ 60 bilhões para a segunda unidade. Os processos de contratação já precisaram ser estendidos duas vezes, devido sobretudo às dificuldades de financiamento das proponentes. A previsão é de apresentação de propostas em junho. Segundo Travassos, o cenário de dificuldade de contratação está ligado também à complexidade do projeto, em águas profundas, entre outros fatores. eldquo;Esse é um fenômeno que está ocorrendo no mundo inteiro, seja pela transição energética, seja pela dificuldade de acesso a financiamento das empresas afretadoraserdquo;, disse. Decisão no segundo semestre A decisão final de investimento está prevista para o segundo semestre de 2024. Apesar de a região ter campos de gás não associado, o diretor confirmou que a viabilidade do projeto sergipano depende da produção de petróleo. Travassos também afirmou que são necessárias as duas plataformas para viabilizar a construção do gasoduto. O pico de produção em SEAP está previsto para ocorrer entre 2030 e 2035, com extração de 240 mil barris/dia de petróleo e 22 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural. Ao todo, a Petrobras já investiu R$ 9 bilhões nas atividades em águas profundas em Sergipe e Alagoas. Travassos reforçou ainda que a presença da Petrobras em Sergipe é importante para os planos exploratórios futuros da empresa, inclusive na Margem Equatorial. eldquo;A Petrobras voltou de forma forte ao Sergipe. Para nós, é importante ter uma base forte ali, inclusive para a Margem Equatorialerdquo;, disse. Descomissionamento A Petrobras vai descomissionar 26 plataformas em águas rasas em Sergipe nos próximos anos. Ao todo, a estatal vai destacar US$ 1,6 bilhão para essa atividade no estado. Travassos destacou que esse cenário é uma oportunidade de demanda para a indústria local. Segundo ele, os estaleiros nacionais tendem a ser mais competitivos para atender a essa demanda, pois estão aptos para responder às condições de destinação exigidas pela Petrobras. eldquo;Não estou dizendo que isso é a solução para a indústria nacional, mas é uma oportunidadeerdquo;, disse.

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