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Com negócio bilionário, Exxon aposta que EUA não se moverão contra combustíveis fósseis

A Exxon Mobil anunciou nesta quarta-feira (11) a aquisição da Pioneer Natural Resources por US$ 59,5 bilhões, aprofundando sua dependência na produção de combustíveis fósseis, mesmo quando muitos formuladores de políticas globais estão cada vez mais preocupados com as mudanças climáticas e a relutância da indústria do petróleo em fazer a transição para energia mais limpa. A Exxon passou décadas investindo em projetos ao redor do mundo, mas o acordo concentraria seu futuro perto de sua base em Houston, com a maior parte de sua produção de petróleo no Texas e ao longo da costa da Guiana. Ao concentrar suas operações perto de casa, a Exxon está efetivamente apostando que a política energética dos EUA não se moverá significativamente contra os combustíveis fósseis, mesmo enquanto a administração de Joe Biden incentiva as montadoras a adotarem veículos elétricos e as empresas de serviços públicos a fazerem a transição para energia renovável. Os executivos da Exxon disseram que, além de produzir mais combustíveis fósseis, a empresa está construindo um novo negócio que capturará dióxido de carbono de locais industriais e enterrará o gás de efeito estufa no solo. A tecnologia para fazer isso ainda está em estágio inicial e não foi usada com sucesso em grande escala. "Estamos reforçando nossas organizações e capacidades", disse Darren Woods, diretor-presidente da Exxon. A empresa combinada geraria valor "muito acima do que qualquer uma das empresas seria capaz de fazer de forma independente", acrescentou. O foco do acordo estava "em aproveitar o melhor de ambas as organizações", disse ele. A produção de petróleo nos Estados Unidos atingiu um recorde de cerca de 13 milhões de barris por dia, cerca de 13% do mercado global, mas o crescimento diminuiu nos últimos anos. Apesar de uma onda de consolidação entre as empresas de petróleo e gás e dos preços mais altos do petróleo após a invasão russa da Ucrânia no ano passado, os produtores têm mais dificuldade em encontrar novos locais para perfurar. O acordo da Pioneer é um sinal de que agora é mais fácil adquirir um produtor de petróleo do que perfurar em uma nova localização. A Exxon, uma potência de refino e petroquímica, precisa de muito mais petróleo e gás para transformar em gasolina, diesel, plásticos, gás natural liquefeito, produtos químicos e outros produtos. Grande parte desse petróleo e gás provavelmente virá da bacia do Permiano, o campo de petróleo e gás mais produtivo dos EUA, que se estende pelo Texas e Novo México, e onde a Pioneer é uma grande participante. O terminal Golden Pass de US$ 10 bilhões da Exxon, perto da fronteira entre Texas e Louisiana, está programado para começar a enviar gás natural liquefeito para o resto do mundo no próximo ano. O gás sobe com o petróleo da bacia do Permiano, tornando a bacia ainda mais valiosa para as exportações, à medida que a Europa reduz sua dependência do gás russo. O acordo da Pioneer seria a maior aquisição da Exxon desde a compra da Mobil em 1999. É maior do que a aquisição de US$ 30 bilhões da empresa de energia natural XTO Energy em 2010, que acabou se revelando um investimento problemático para a Exxon quando os preços do gás natural despencaram dos níveis elevados que prevaleciam quando a XTO foi adquirida. Ao comprar a Pioneer agora, com o preço de referência do petróleo dos EUA em torno de US$ 83 por barril, a Exxon está contando com a manutenção de preços relativamente elevados nos próximos anos. A Exxon tem sido cuidadosa nos últimos anos em investir de forma moderada, ao mesmo tempo em que aumentou seus dividendos e comprou mais ações de sua própria empresa. A aquisição da Pioneer adicionaria produção, uma grande mudança em sua estratégia. A aquisição tornaria a Exxon a principal atuante na bacia do Permiano, superando de longe a Chevron, sua maior concorrente. A empresa combina os 850.000 acres da Pioneer com os 570.000 acres da Exxon no Permiano, tornando-se detentora de um dos maiores estoques de petróleo e gás subdesenvolvidos do mundo. Desde que o acordo receba aprovação regulatória, a produção da Exxon na bacia mais do que dobraria, atingindo 1,3 milhão de barris de petróleo e gás por dia, segundo a empresa. A combinação das terras das empresas permitiria que o grupo perfurasse poços mais longos para atingir camadas mais profundas de recursos de xisto na bacia. As empresas afirmaram que poderiam esticar algumas perfurações laterais por até quatro milhas. Os campos de xisto exigem perfuração constante de novos poços, pois a produção se esgota após alguns anos. À medida que a produção de petróleo recua, a produção de gás natural a partir dos poços aumenta, prometendo tornar o Permiano uma fonte importante de gás por décadas. Especialistas em energia observaram que o acordo destacou uma grande mudança na visão da indústria sobre a perfuração de xisto ao longo da última década. "Nos primeiros dias da revolução do fracking, as grandes petrolíferas não estavam especialmente interessadas em entrar no Permiano ou em outras áreas de xisto", disse Bernard Weinstein, economista da Southern Methodist University em Dallas. "Elas estavam mais interessadas na perfuração em águas profundas e no trabalho na costa da África. Isso realmente mudou". Algumas grandes empresas petrolíferas europeias, que geralmente se movimentaram mais rapidamente em direção à energia renovável do que as empresas dos EUA, evitaram o Permiano nos últimos anos ou venderam suas participações na região. Em uma chamada com repórteres, Woods disse que a Exxon e a Pioneer trabalhariam juntas para reduzir as emissões. "Enquanto o mundo precisar de petróleo e gás", ele disse, "as empresas trabalharão para ter operações mais eficientes, eficazes e responsáveis". Os ambientalistas foram críticos do acordo. "A Exxon deveria estar avançando em direção à energia limpa, como solar e eólica", disse Dan Becker, diretor da campanha de transporte climaticamente seguro no Center for Biological Diversity. "Em vez disso, eles estão apostando no petróleo sujo e na produção no Permiano, o que está drenando os suprimentos de água limitados na região".

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Diretora do FMI diz ser cedo para prever impacto econômico de conflito

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou que ainda é cedo para apontar quais serão os prováveis impactos econômicos para a economia mundial do atual confronto militar entre Israel e o grupo Hamas, que controla a Faixa de Gaza, no Oriente Médio, eldquo;Estamos acompanhando muito de perto a forma como a situação evolui. Especialmente, como ela está afetando os mercados petrolíferos, mas ainda é muito cedo para dizer [algo] em termos de [potenciais] impactos econômicoserdquo;, declarou Georgieva a jornalistas que estão acompanhando a reunião anual do FMI, que acontece em Marrakech, no Marrocos. o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também participa do evento. Destacando que vários países têm sido afetados por catástrofes naturais, como o próprio Marrocos, onde, em setembro, um terremoto matou milhares de pessoas, e também por guerras eldquo;que causam perdas trágicas de vidas civis e um enorme sofrimentoerdquo;, Georgieva disse que o mundo, eldquo;ainda enfraquecido pelo baixo crescimento econômicoerdquo; global, passa por eldquo;choques graves que estão se tornando o novo normalerdquo;. eldquo;Esta é uma nova nuvem no horizonte já não mais ensolarado da economia mundial. Uma nova nuvem desnecessária e que escurece o horizonteerdquo;, acrescentou a diretora-geral do FMI, lembrando que, em virtude do confronto entre Israel e Hamas, os preços do petróleo vêm flutuando nos mercados internacionais. eldquo;Vimos alguns altos e baixos nos preços do petróleo [ao longo da semana], como reação dos mercados. Estamos monitorando isso de perto.erdquo; Conflito No último sábado (7), o Hamas, grupo islâmico de resistência ao avanço israelense sobre o território palestino e que controla a Faixa de Gaza, deflagrou o mais ousado ataque contra o território israelense em décadas, atingindo civis e militares indistintamente, pela terra e pelos céus. A ofensiva provocou uma severa reação militar de Israel, que passou a bombardear ininterruptamente a Faixa de Gaza endash; um estreito pedaço de terra de cerca de 41 quilômetros de comprimento por 10 quilômetros de largura, banhada pelo Mar Mediterrâneo, onde vivem cerca de 2,2 milhões de palestinos. Em seis dias de conflito, as autoridades palestinas afirmam já ter contabilizado ao menos 1.417 mortos em Gaza. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), ao menos 340 mil moradores de Gaza já tiveram que deixar suas casas e comunidades. Israel, por sua vez, garante que mais de 1,3 mil pessoas de várias nacionalidades já morreram em consequência do ataque inicial do Hamas e dos mísseis que o grupo palestino continua lançando contra comunidades israelenses próximas à fronteira. eldquo;Qual é a nossa reação a isso? É de cortar o coração ver civis inocentes morrendo. Um ataque de um lugar a outro e que causa reciprocidade na resposta e quem paga o preço? É o inocente quem paga o preçoerdquo;, concluiu a diretora-geral do FMI.

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Opep mantém previsão de crescimento da demanda de petróleo para 2024

A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) manteve nesta quinta-feira (12) sua previsão de crescimento relativamente forte da demanda global de petróleo em 2023 e 2024, citando sinais de uma economia mundial resiliente até o momento este ano e a expectativa de novos ganhos de demanda na China. A demanda mundial de petróleo aumentará em 2,25 milhões de barris por dia (bpd) em 2024, em comparação com o crescimento de 2,44 milhões de bpd em 2023, disse a Organização dos Países Exportadores de Petróleo em um relatório mensal. Ambas as previsões não sofreram alterações em relação ao mês passado. A suspensão dos bloqueios causados pela pandemia na China ajudou a aumentar a demanda de petróleo em 2023. A Opep tem previsto consistentemente um crescimento mais forte da demanda para o próximo ano do que outros analistas, como a Agência Internacional de Energia. "Em 2024, espera-se que o sólido crescimento econômico global, em meio a melhorias contínuas na China, aumente ainda mais o consumo de petróleo", disse a Opep no relatório. A Opep e seus aliados, conhecidos como Opep+, começaram a limitar o fornecimento em 2022 para sustentar os preços.

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Combustível é fator de risco para inflação, segundo analistas

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, subiu 0,26% em setembro, acumulando elevação de 5,19% no ano. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o resultado foi impulsionado pela alta de 2,80% da gasolina, que teve a maior contribuição para o avanço do indicador. O resultado do mês surpreendeu, vindo abaixo das expectativas de mercado, que apostava em alta de 0,33%. Mas, entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis registraram aumento. O grupo de transportes teve o maior impacto, destacando-se ainda as passagens aéreas, que registraram avanço de 13,47%. O item combustíveis, no qual o subitem gasolina está inserido, teve alta de 2,70%, com aumento de 10,11% nos preços do óleo diesel e de 0,66% do gás veicular, enquanto o etanol registrou queda de 0,62%. O economista da CM Capital Matheus Pizzani destacou que os combustíveis se mostram, atualmente, como uma das principais fontes de inflação do país. "É algo preocupante quando se considera a conjuntura internacional desafiadora", ponderou o analista, observando que o conflito no Oriente Médio pressiona o preço do petróleo e acende um alerta para a inflação. "A alta dos combustíveis pode afetar indiretamente outros preços importantes para a condução da política monetária do país, como os de bens industriais e de serviços", acrescentou. Outro impacto importante entre as altas foi do grupo habitação, com crescimento médio de 0,47% nos preços de setembro. A maior contribuição, nesse grupo, foi da energia elétrica residencial, que subiu 0,99%. Alimentos em queda Pelo lado das baixas, o grupo alimentação e bebidas registrou deflação de 0,71%. Foi o quarto recuo seguido nesse conjunto de produtos, que acumula redução de 2,65% desde junho. "A safra grande tem contribuído para a maior oferta de alimentos e a redução de preços de subitens importantes, como carnes e leite", destacou André Almeida, gerente da pesquisa do IBGE. Os preços da alimentação no domicílio recuaram 1,02%, com destaque para batata-inglesa, cebola, ovo de galinha, leite longa vida e carnes. Já o arroz e o tomate subiram. A alimentação fora de domicílio registrou alta de 0,12% no mês. Serviços ainda pressionados O setor de serviços, monitorado com lupa pelo Banco Central (BC) para a condução da taxa básica de juros (Selic), acelerou para 0,5%, ante 0,08% em agosto. A economista do C6 Bank Claudia Moreno ressaltou que a inflação do setor continua elevada. De agosto para setembro, o acumulado em 12 meses avançou de 5,43% para 5,53%. "É importante destacar a inflação de serviços, pois ela serve de bússola para apontar para onde vai o IPCA. O mercado de trabalho aquecido pressiona os preços de serviços, tornando mais desafiadora a convergência da inflação para a meta", explicou. Incertezas geopolíticas Economistas alertam que o quadro inflacionário benigno pode ser alterado pelas incertezas geopolíticas e pela alta dos juros norte-americanos. "Na nossa visão, a inflação continuará elevada nos próximos meses, devendo fechar o ano em 5,4%, mas com leve viés de baixa devido às surpresas nas divulgações recentes. Para 2024, esperamos inflação de 5,5%. Mantemos nossa projeção de que o Comitê de Política Monetária continuará fazendo cortes na Selic de 50 pontos-base nas últimas duas reuniões deste ano", projetou Moreno. Hoje, a taxa está em 12,75% ao ano. O economista André Perfeito disse que a conjuntura macroeconômica pode acabar sendo benéfica para o país. "O Brasil pode entrar num momento de euforia na conjunção de inflação sob controle, juros em queda, atividade ganhando força (massa salarial em alta) e o fato de ser uma economia longe dos problemas geopolíticos atuais. É uma situação inédita no sentido de certo deslocamento da dinâmica global, mas é uma hipótese que devemos considerar", avaliou.

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STF decide se Estados podem cobrar ICMS retroativo de empresas do varejo

O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para este mês o julgamento do segundo recurso dos contribuintes na ADC 49 emdash; que tem forte impacto para as empresas do varejo. Essa ação trata sobre a cobrança de ICMS na transferência de mercadorias, de um Estado para outro, entre estabelecimentos de um mesmo contribuinte. A discussão, desta vez, afeta as empresas que não têm ação judicial sobre esse tema, mas, com base na jurisprudência, deixaram de fazer o recolhimento do imposto. Os ministros vão dizer se, nesses casos, os Estados podem ou não exigir o ICMS de forma retroativa. Para continuar a leitura, clique aqui.

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PF destrói 144 balsas usadas no garimpo ilegal de ouro no rio Madeira

Dezenas de dragas - embarcação usada no garimpo - foram destruídas pela Polícia Federal (PF) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em uma operação para combater a extração ilegal de ouro no leito do rio Madeira, em Porto Velho. Ao todo, 144 balsas usadas por garimpeiros da região foram inutilizadas. A prática é permitida por lei em caso de crime ambiental, para evitar novas infrações. O trabalho envolveu 60 policiais federais e quatro servidores do Ibama e se estendeu por segunda e terça-feira na operação batizada de Metal Líquido. A PF estima que cada draga emite quatro toneladas de poluentes, com a queima de combustíveis, e meio quilo de mercúrio por semana. O mercúrio é usado no garimpo pela capacidade de aderir ao ouro, o que facilita a separação do metal precioso. Depois dessa seleção, o metal é aquecido até evaporar. A maior parte vai para a atmosfera e, com as chuvas, chega aos rios. Por ser um metal altamente tóxico, pode comprometer a saúde de animais e humanos. eldquo;Conseguimos atingir o objetivo de minimizar a atividade de mineração nos rios do Estado, que só causa prejuízos à populaçãoerdquo;, afirma a delegada Larissa Magalhães Nascimento, superintendente regional da Polícia Federal em Rondônia. A PF informou que estudos feitos pela equipe de perícia técnica da corporação demonstraram a contaminação de ribeirinhos e comunidades indígenas que vivem ou consomem água e peixes provenientes de regiões com alta densidade de dragas de garimpo de ouro. Os índices encontrados, segundo a Polícia Federal, foram três vezes superiores ao limite indicado pela Organização Mundial da Saúde.

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