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Descoberta da BP em área 'não tradicional' abre nova tendência de exploração do pré-sal, diz IBP

A descoberta anunciada pela British Petroleum (BP) na Bacia de Santos abre uma nova tendência de exploração no pré-sal e, por isso, é considerada importante para o setor, afirma o presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), Roberto Ardenghy. eldquo;Esse é um bloco que fica na fronteira do pré-sal, longe de Tupi, longe de Mero (grandes campos já em exploração). Ou seja, nas franjas do pré-sal. Então, é a primeira descoberta relevante numa área que não era tradicionalerdquo;, afirma Ardenghy. Para Roberto Ardenghy, achado não deve reduzir interesse de petroleiras na Margem Equatorial A descoberta foi feita na parte Sul da Bacia de Santos, na fronteira dos Estados do Rio e São Paulo. A própria BP tem outras áreas na região, como Bumerangue e Tupinambá, mas não havia registrado nenhum achado de petróleo até então. eldquo;Eles (BP) falaram num reservatório com 500 metros de altura, o que é muito bom. É um reservatório, aparentemente, parecido com os outros do pré-salerdquo;, disse. eldquo;São áreas que não tinham ainda indicações de descoberta. Então, é uma... não vou dizer que é uma nova província, mas é um novo trend (tendência).erdquo; Caso se comprove que a área da BP é bem-sucedida em termos de produção, Ardenghy afirma que o Brasil pode passar de nono a quinto ou sexto maior exportador de petróleo do mundo. Apesar de soar promissor, Ardenghy afirma que isso não retira a atratividade da indústria na região da Margem Equatorial, onde o Ibama avalia o pedido da Petrobras para fazer uma primeira perfuração de exploração ao norte da Foz do Amazonas. Primeiro porque as empresas que já operam na Guiana e no Suriname - como a Exxon Mobil, Shell e Total - têm interesse na região, pois acreditam que pode haver petróleo também no litoral brasileiro. Além disso, a produção de petróleo no Brasil tende a começar a declinar no fim desta década, o que torna necessária a exploração de novas reservas para compensar a queda de produção no Sudeste. eldquo;Nós temos de fazer a reposição das reservas, temos de continuar explorando na Bacia de Santos, temos de procurar petróleo na Bacia de Parecis (Rondônia e Mato Grosso), que é uma nova fronteira exploratória. A gente não pode parar, porque essa descoberta, não se sabe o volume ainda, mas o Brasil vai precisar de petróleo olhando para 2050, 2070 e o amadurecimento do pré-sal da Bacia de Campos é enorme. Hoje, já se produz 50% do que ela produziu no passadoerdquo;, disse. Ardenghy afirma que deve levar de oito a dez anos para que a BP passe a produzir comercialmente o petróleo anunciado nesta segunda. Na Margem Equatorial, o horizonte é mais largo ainda. eldquo;Caso a gente consiga a licença (de exploração) e caso exista uma descoberta, porque na Margem Equatorial, ainda temos que descobrir petróleo, né? Então, nós estamos ainda numa fase ainda anteriorerdquo;, disse.

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Bioenergia Brasil e Unica dizem confiar em estratégia do governo sobre tarifas

Diante da decisão dos Estados Unidos de impor tarifas sobre produtos brasileiros, a Bioenergia Brasil e a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) manifestaram apoio à atuação do governo federal na defesa dos interesses estratégicos do país, especialmente no setor dos biocombustíveis. Em nota oficial, as entidades ressaltaram que confiam na condução do governo brasileiro eldquo;com equilíbrio e estratégiaerdquo; frente à disputa comercial. eldquo;O comércio entre Brasil e Estados Unidos tem longa trajetória de cooperação mútua e o etanol é exemplo claro de como uma agenda conjunta pode gerar benefícios para as economias, as populações e o clima globalerdquo;, dizem. As entidades também mencionaram programas como o RenovaBio, o Combustível do Futuro e o Mover como provas da coerência entre a política energética nacional e os compromissos internacionais assumidos pelo país, como o Acordo de Paris. eldquo;O Brasil é referência global em mobilidade de baixo carbonoerdquo;, destacaram. Segundo a Bioenergia Brasil e a Unica, o etanol brasileiro é uma das soluções eldquo;mais eficazes e acessíveiserdquo; para a descarbonização dos transportes, por combinar baixa intensidade de carbono com critérios robustos de sustentabilidade. Além disso, o setor gera empregos e renda em mais de mil municípios, sendo eldquo;peça-chave na transição energética e na economia verde brasileiraerdquo;. (Estadão Conteúdo)

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Petróleo fecha em queda com aumento de produção pela Opep+

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta segunda-feira, 4, estendendo as fortes perdas da última sessão, em meio à decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de aumentar ainda mais a produção da commodity. Investidores também digeriram as falas do presidente dos EUA, Donald Trump, de que ele elevará a tarifa cobrada à Índia por conta da compra de óleo russo. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro recuou 1,54% (US$ 1,04), a US$ 66,29 o barril. Já o Brent para outubro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE) teve baixa de 1,30% (US$ 0,91), a US$ 68,76 o barril. A Opep+ concordou neste domingo em aumentar a produção de petróleo em 547 mil barris por dia (bpd) em setembro, completando a devolução de 2,2 milhões de bpd que retirou do mercado em 2023. A Capital Economics, contudo, suspeita que o cartel terá que fazer uma pausa antes de desfazer a próxima camada de cortes voluntários ou enfrentará um excedente crescente no mercado de petróleo. O cenário base da consultoria é de que o grupo começará a aumentar a produção novamente a partir do segundo trimestre de 2026, o que ainda é consistente com a queda do preço do Brent este ano e no próximo. Mais cedo, a commodity chegou a reduzir momentaneamente parte das perdas com a notícia de que Trump elevará eldquo;substancialmenteerdquo; a tarifa cobrada sobre as importações da Índia. O republicano argumentou que os indianos compram grande quantidade de petróleo da Rússia para vendê-lo no mercado aberto. A Índia, por sua vez, disse que começou a importar da Rússia porque os suprimentos tradicionais foram desviados para a Europa após o início do conflito com a Ucrânia. Alguma volatilidade acentuada provavelmente está à frente, dadas as vastas incertezas em relação às tarifas, diz a Ritterbusch eldquo;Um foco intenso permanecerá nas tensões entre os EUA e a Rússia que podem resultar em grande aumento nas sançõeserdquo;, acrescenta. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, sinalizou nesta segunda que é preciso ser eldquo;muito cuidadosoerdquo; no que diz respeito à retórica nuclear, em resposta à declaração de Trump de que ele havia ordenado o reposicionamento de submarinos nucleares nas proximidades da Rússia, segundo a Reuters. (Estadão Conteúdo)

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Cade abre investigação contra BR e Ipiranga sete anos após operação do MP-PR

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) abriu processo administrativo contra a Petrobras Distribuidora e Ipiranga por suposta conduta anticompetitiva de divisão do mercado no setor de distribuição de combustíveis nos estados de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A investigação do Cade decorre da operação Margem Controlada, realizada pelo Ministério Público do Paraná (MPPR), de julho de 2018. O inquérito administrativo foi instaurado em agosto de 2022, após o órgão de defesa econômica solicitar o compartilhamento de provas. O Cade apurou que as empresas e dois de seus executivos teriam firmado um eldquo;pacto de não agressãoerdquo; entre 2011 e 2018, para limitar a concorrência por postos revendedores. O acordo impedia que as distribuidoras abordassem postos bandeirados de concorrentes no período de até um ano após a rescisão do contrato com a respectiva bandeira. A imposição de dificuldades para mudança de bandeira endash; elevação dos custos de troca endash; tem o potencial de desencorajar o posto revendedor a buscar distribuidores concorrentes, criando, portanto, reservas de mercado em lugar da concorrência natural entre as empresas, conforme apontado pelo Cade. Assim, o suposto pacto serviria para que os postos revendedores não mantivessem negociações com distribuidoras concorrentes, quando da renegociação de contratos com a atual fornecedora, diminuindo o poder de barganha das revendas. Os indícios da conduta incluem trocas de e-mails entre representantes das empresas. Divisão de mercados é uma das práticas apontadas pelo Cade como formação de cartel. Segundo o órgão, o Brasil considera suficiente a prova da existência do acordo para configurar a ilicitude.

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Brasil terá dificuldade se parar de comprar diesel da Rússia, diz Abicom

O Brasil pode se ver em uma encruzilhada no comércio externo, diante das ameaças dos Estados Unidos de impor tarifas adicionais aos países que importarem petróleo e seus derivados da Rússia. De janeiro a junho deste ano, o Brasil importou 7,9 milhões de metros cúbicos de óleo diesel. Deste total, 61% vieram dos russos. Em entrevista à CNN, o presidente-executivo da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), Sérgio Araújo, disse que caso o governo brasileiro interrompa a compra da commodity do Kremlin, haverá dificuldade em encontrar fornecedores equivalentes para suprir a demanda. "Com as sanções secundárias que estão sendo ameaçadas por Trump, caso isso avance e o Brasil tome a decisão de não importar mais óleo diesel da Rússia, teremos um impacto bastante significativo", afirmou. "O volume que o Brasil compra da Rússia não torna muito fácil encontrar fornecedores alternativos que possam trazer esse produto. Então, vamos ter dificuldade", acrescentou. Segundo dados da Abicom, a Rússia concentra mais que o dobro (61%) da demanda brasileira por óleo diesel no mercado externo que o segundo colocado, os Estados Unidos (24%). Em seguida, aparecem como principais fontes de importação a Arábia Saudita (6%) e o Omã (3%). "Teremos que verificar a possibilidade de parte do volume que deixará de ser comprado da Rússia vir do Golfo americano, das refinarias americanas, além de verificar outros fornecedores, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Omã, Qatar. É um desafio", concluiu Sérgio Araújo. Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (4) que vão taxar a Índia substancialmente, depois da decisão do país de seguir importando petróleo russo. Atualmente as tarifas que incidirão sobre os produtos indianos que entram no território americano são de 25%. Em 14 de julho, Trump ameaçou taxar em 100% os países que continuarem negociando petróleo com a Rússia. A ofensiva faz parte de um plano da Casa Branca para isolar a Rússia economicamente até que um acordo de paz "satisfatório" com a Ucrânia seja realizado.

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Montadoras apoiam decisão que limita importação de carros elétricos

As montadoras de carros sediadas no Brasil apoiaram a decisão do governo que reduziu o prazo para estabelecer em 35% a alíquota de importação de veículos elétricos ou híbridos desmontados e que fixou cota para as empresas trazerem esses tipos de carros com isenção de impostos. Segundo o governo, foram acatadas, em parte, as demandas das montadoras sediadas no Brasil e dos importadores em fase de instalação de fábricas no país, como a chinesa BYD. A decisão impacta a disputa pelo mercado brasileiro que colocou, de um lado, a fabricante chinesa BYD, liderança em carros elétricos, contra as montadoras Toyota, General Motors, Volkswagen e Stellantis, que vinham pedindo ao governo para limitar as importações dos veículos elétricos ou híbridos. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) pediu para reduzir de julho de 2028 para julho de 2026 o prazo máximo de transição para elevar as alíquotas de importação desses veículos desmontados para 35%. Em decisão tomada nessa quarta-feira (30), o governo atendeu, em parte, o pleito da associação, antecipando a elevação da alíquota para janeiro de 2027, mas não para julho de 2026, como queriam as montadoras. Ainda assim, o presidente da Anfavea, Igor Calvet, agradeceu os ministérios envolvidos da decisão. eldquo;[A mudança] é o máximo aceitável sem colocar em risco os investimentos atuais e futuros da cadeia automotiva nacional. Nós esperamos que essa discussão esteja definitivamente encerrada, sem qualquer possibilidade de renovaçãoerdquo;, afirmou Calvet, em comunicado. A Agência Brasil procurou a BYD para posicionamento e aguarda retorno. Gecex O Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Externo (Camex), que reúne representantes de 10 ministérios, decidiu ainda aplicar cotas adicionais de importação com alíquota zero para veículos desmontados (CKD) e semidesmontados (SKD), pelo prazo de 6 meses, no valor máximo de US$ 463 milhões. eldquo;Com a antecipação do cronograma, o Gecex busca adequar a política tarifária aos investimentos esperados para os próximos anos no setor automotivo do país, trazendo novas tecnologias para o consumidor e cada vez mais adensamento à cadeia produtiva nacionalerdquo;. Informou, em nota, o Comitê. A cota para importação sem tarifas compensa, também em parte, o fato de o governo não atender o pedido da BYD para reduzir a alíquota enquanto termina de construir a fábrica em Camaçari (BA). A companhia chinesa também alega que não tinha sentido pagar, para carros desmontados, a mesma tarifa paga para carros prontos importados. Disputa de mercado Nessa semana, as montadoras Toyota, General Motors, Volkswagen e Stellantis divulgaram carta enviada, ainda em junho, para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No documento, elas alegavam que o pleito da BYD colocaria em risco os investimentos e empregos do setor, representando uma concorrência desleal. Já a BYD, em nota, informou que as montadoras citadas estavam chantageando o governo para manter o mercado fechado à novas concorrentes. eldquo;Agora, chega uma empresa chinesa que acelera fábrica, baixa preço e coloca carro elétrico na garagem da classe média, e os dinossauros surtamerdquo;, disse a BYD. No comunicado divulgado após decisão da Gecex-Camex, o presidente da Anfavea defendeu que os novos atores que entram no mercado brasileiro de carros devem ingressar eldquo;de forma justa e competitivaerdquo;. eldquo;Certamente, todos serão muito bem recebidos, inclusive no âmbito da entidade [Anfavea], que congrega todos os fabricantes nacionais. Temos a certeza de que esse movimento que fizemos, junto com parlamentares, governadores dos estados, com os trabalhadores, com o sindicato que representa a indústria de autopeças nacionais, com a AEA [Associação Brasileira de Engenharia Automotiva], serviu para demonstrar a força da indústria Automotiva nacionalerdquo;, completou. Transição Em 2023, os carros elétricos e híbridos importados ainda não pagavam qualquer tarifa de importação, enquanto carros a combustão prontos importados pagavam tarifa de 35%. Em uma estratégia de forçar a instalação de fábricas no Brasil, o governo decidiu criar uma regra de transição para elevar a tarifa, ano a ano, até chegar aos 35% em 2028. Segundo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckimin, o resultado da política foi positivo. eldquo;Você tem inúmeras empresas abrindo fábricas no Brasil. Você tem a chinesa GWM, em Indianópolis (SP), que comprou a fábrica que estava fechada na Mercedes-Benz. Teve a BYD em Camaçari (BA), que adquiriu a fábrica que era da Forderdquo;, disse em coletivo no início da semana.

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