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Substituição do petróleo deve levar mais de 50 anos, diz Jean Paul Prates

A transição energética não é uma ruptura e vai demorar mais de 50 anos para substituir os combustíveis fósseis, disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, nesta segunda-feira (18/3) em entrevista exclusiva ao estúdio epbr durante a CERAWeek 2024, da Seamp;P Global, no Texas. Veja na íntegra a entrevista. eldquo;Por mais que haja cenários um pouco mais visionários, mais otimistas em relação a limpar a matriz mundial, como alguns que a Agência Internacional de Energia apresenta, a maior parte dos mais realistas sabe perfeitamente que em 40 anos você ainda vai estar usando petróleo, big time. Em 50 anos, provavelmente, petroquímica e outras coisas ainda vão estar também dependendo de petróleo e gáserdquo;, disse o executivo. eldquo;Agora, claro, primeiro você tem que ter o primeiro consenso, que é transição energética não é o bug do milênio, não é uma coisa que vai dar e passar, é um negócio que a gente vai ter que incorporar nas próximas três, quatro décadas, porque é uma transição longa e é uma transição gradual.erdquo; O executivo repercutiu a fala do presidente da Saudi Aramco, Amin Nasser, que afirmou durante o evento que o mundo deve eldquo;abandonar a fantasiaerdquo; de substituir os combustíveis fósseis. Segundo ele, os governos devem garantir políticas públicas que atraiam investimentos para projetos de óleo e gás em todo mundo, pois a demanda por petróleo vai continuar subindo e chegar a 104 milhões de barris por dia em 2024. A declaração do saudita aconteceu apenas três meses depois de o documento final da 28° Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28) convocar os países a uma eldquo;transição para longe dos combustíveis fósseis nos sistemas de energia, de maneira justa, ordenada e equitativa, acelerando ações nesta década crucial, a fim de atingir emissões líquidas zero até 2050, em conformidade com a ciênciaerdquo; eldquo;É claro que Saudi Aramco é uma empresa totalmente estatal, de um Estado que vive de petróleo e sempre viveu, e é basicamente quem domina o mercado de petróleo em si, com as suas movimentações, é capaz de causar efeitos muito importantes no preço e tudo isso. Mas ele tem razão nesse sentido, nós concordamos em relação a isso. Esses incentivos, no entanto, não precisam ser incentivos ao carbono, eles devem ser incentivos à descarbonização.erdquo; eldquo;Então, a mágica, de novo, é como você administra expectativas e realidades, e as realidades vão entrando ao mesmo tempo que partes dessa matriz vão sendo descarbonizadas. Então, esses incentivos não são incentivos à indústria do petróleo, são incentivos a descarbonizar o que é necessário produzir de petróleo e gás, e isso será sim um ponto importante a discutir.erdquo; Transição justa ou dolorosa Prates disse que a Petrobras busca a descarbonização das operações com responsabilidade e investindo no que tem experiência e conhecimento, como eólica offshore e captura, uso e armazenamento de carbono (CCUS). eldquo;Transição não é ruptura, transição para nós é transformação, nós precisamos metamorfosear em outras coisas, em outras empresas, isso é um grande desafio para empresas grandes como as nossaserdquo;, disse o executivo. eldquo;Se a transição energética servir a propósitos, seja de moda, de hypes, ou seja de disputa por rotas tecnológicas ou protecionismos para determinados tipos ou de tecnologia, ou de metodologia, ou geopolítica da ineficiência ou da promoção da pobreza energética, fazendo com que ela se distancie do objetivo de ser uma transição energética justa, nós vamos ter uma crise de fato, talvez a última vingança do fim da era do petróleo, quer dizer, a última grande crise do petróleo, mas ela será muito dolorosa para a humanidade.erdquo;

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Maior cooperação aceleraria exportação de etanol, diz diretor da S&P Global

O etanol brasileiro tem espaço para crescer mais no comércio global, à medida que o consumo de gasolina se aproxima de seu pico, disse o diretor de Downstream da Seamp;P Global para a América Latina, Felipe Pérez, em entrevista ao estúdio epbr durante a CERAWeek 2024, da Seamp;P Global, no Texas. Veja a íntegra da entrevista. Ele destaca que a tecnologia dos veículos flex já está estabelecida e que o Brasil pode se valer de sua experiência no mercado de biocombustíveis para ter eldquo;um papel mais internacionalerdquo;. Para isso, Pérez defende a importância das parcerias. eldquo;A gente está vendo algum avanço, isso a gente viu na questão do etanol: o Brasil, os Estados Unidos e a Índia fazendo uma aliança para tentar desenvolver mais partes de etanol e combustíveis, mas ainda falta muito para a gente fazer acontecererdquo;, disse. Em setembro do ano passado, em encontro lateral à cúpula do G20 na Índia, os países selaram um acordo para criação da Aliança Global de Biocombustíveis (GBA, na sigla em inglês). Proposta pelo país sede, tem Brasil e EUA como cofundadores e atraiu a assinatura de Cingapura, Bangladesh, Itália, Argentina, Ilhas Maurício e Emirados Árabes Unidos. Na ocasião, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva cobrou a adoção do etanol em países ricos. O objetivo da aliança é eldquo;acelerar a adoção global de biocombustíveis por meio da facilitação de avanços tecnológicoserdquo; endash; definição de padrões; certificação; criação de um repositório central de conhecimento e especialistas. Brasil precisa de eficiência na infraestrutura para novas energias Pérez comentou também que, no contexto da transição energética, o Brasil precisa olhar para sua capacidade de atração de capital para infraestrutura de escoamento dos novos combustíveis. Ele lembra que o domínio e a dependência de um único player endash; a Petrobras endash; criaram, historicamente, certos impedimentos para expansão da infraestrutura. eldquo;A gente precisa ganhar eficiência, porque não adianta você fazer o hidrogênio da melhor maneira possível. De qualquer cor. O Brasil tem o menor custo para fazer hidrogênio. Como chegar no consumidor? A gente vai transportar hidrogênio do caminhão, como a gente faz por diesel para o Brasil?erdquo;, questionou. O Brasil, segundo Pérez, o Brasil precisa se atentar para as janelas de oportunidade, sob o risco de perdê-las. eldquo;Vamos pensar no combustível do futuro? Ok. Então, como trazer todos esses setores, desde a geração, da demanda, e o elo entre esses dois? Como a gente conecta? Qual é a infraestrutura? Quais são os dutos que a gente tem? Quais são os modos de transporte para essa nova energia?erdquo;, complementou. Pérez conta que os desinvestimentos da Petrobras no refino, caso tivessem sido concluídos, poderiam ter ajudado a criar um ambiente mais propício para outras linhas de investimento endash; como, por exemplo, polidutos e biorrefinarias: eldquo;Agora, independente de desinvestir ou não, se a gente vai manter o monopólio, acho que a questão principal daqui para frente é qual é o custo do Brasil do refinoehellip; Acho que se é Petrobras ou se é o privado o refinador, acho que falta essa discussão. O refino no Brasil é competitivo ou não?erdquo;, comentou.

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Preço do diesel cai mais de 0,50% e tipo comum é encontrado a R$ 5,97 e S-10 a R$ 6,09

Dados do Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), levantamento que consolida o comportamento de preços das transações nos postos de combustível, trazendo uma média precisa, mostraram que o preço médio do litro do diesel baixou no País, com o tipo comum comercializado a R$ 5,97, uma redução de 0,50%, ante fevereiro, e o S-10 a R$ 6,09, após ficar 0,65% mais barato. eldquo;Quando voltamos o olhar para janeiro, mês em que as médias fecharam a R$ 5,97 o comum, e R$ 6,10 o S-10, podemos perceber que apesar da cobrança das alíquotas do ICMS, o preço do combustível segue tendência de estabilidade neste início de anoerdquo;, destaca Douglas Pina, Diretor-Geral de Mobilidade da Edenred Brasil. Quatro regiões brasileiras apresentaram recuo no preço do combustível, com destaque para o Nordeste, onde a média do tipo comum fechou a R$ 6,05, após redução de 1,31%, e o S-10 foi comercializado a R$ 6,07, com recuo de 1,30%. Apenas a Região Norte apresentou estabilidade, encontrado a R$ 6,61 o comum e R$ 6,50 o S-10, que também foram as médias mais altas de todo o País. Já as mais baixas foram encontradas na Região Sul, a R$ 5,80 o comum e R$ 5,87 o S-10. O recuo mais expressivo para o diesel comum, de 4,51%, foi registrado nas bombas de abastecimento de Rondônia, que comercializaram o litro a R$ 6,35. Já a Bahia figurou no ranking da maior redução para o tipo S-10, de 2,57%, encontrado a R$ 6,06. Ainda que a tendência de baixa seja mais acentuada, alguns estados revelaram aumentos significativos, como é o caso da Paraíba, onde o diesel comum aumentou 9,84% e fechou o início de março a R$ 6,81. No Tocantins o combustível foi comercializado a R$ 5,97, após ficar 4,37% mais caro. O maior aumento para o tipo S-10, de 2,23%, foi identificado nas bombas de abastecimento do Amazonas, que fechou com a média de R$ 6,42. No Paraná os motoristas encontraram as médias mais baixas de todo o País para os dois tipos de diesel, com o comum a R$ 5,73 e o S-10 R$ 5,84, e no Amapá as mais altas, a R$ 7,33 o comum e R$ 7,47 o S-10. O IPTL é um índice de preços de combustíveis levantado com base nos abastecimentos realizados nos 21 mil postos credenciados da Edenred Ticket Log, com uma robusta estrutura de data science que consolida o comportamento de preços das transações nos postos, trazendo uma média precisa, que tem grande confiabilidade, por causa da quantidade de veículos administrados pela marca: mais de 1 milhão, com uma média de oito transações por segundo. A Edenred Ticket Log, marca da linha de negócios de Mobilidade da Edenred Brasil, conta com mais de 30 anos de experiência e se adapta às necessidades dos clientes, oferecendo soluções modernas e inovadoras, a fim de simplificar os processos diários. (Edenred Mobilidade)

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Economia aquecida levanta dúvidas sobre ritmo de queda dos juros

Com um novo corte de 0,50 ponto porcentual da Selic dado como certo na reunião que começa hoje do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, parte do mercado passou a avaliar se o BC vai manter no eldquo;piloto automáticoerdquo; o ritmo atual de corte da taxa básica de juros nas próximas reuniões. A revisão de expectativas reflete um cenário de atividade econômica mais forte do que a esperada neste início de ano, com possíveis impactos na inflação. Ontem, o BC divulgou o resultado do seu IBC-Br de janeiro. Lido como uma eldquo;préviaerdquo; do PIB (que é calculado pelo IBGE), o índice avançou 0,6%, o que levou alguns bancos a falar em revisão de estimativa para o PIB (mais informações na pág. B5). A maioria dos economistas ainda vê espaço para que o Copom mantenha no comunicado que vai divulgar amanhã, ao fim da sua reunião, a sinalização (ou eldquo;forward guidanceerdquo;) de que haverá redução da Selic eldquo;de mesma magnitude nas próximas reuniõeserdquo; endash; no plural. Mas um conjunto crescente de analistas já considera uma flexão da frase para o singular diante dos dados sobre a atividade econômica. Nesse caso, de junho em diante o ajuste monetário provavelmente seria mais lento, de 0,25 ponto porcentual. Conforme pesquisa do Projeções Broadcast, todas as 55 instituições consultadas esperam o quinto corte seguido de 0,50 ponto da Selic nesta reunião do Copom, de 11,25% para 10,75% ao ano. Além disso, 80% das casas (44) ainda aguardam mais duas quedas do mesmo tamanho nos encontros de maio e junho. Outras 11 preveem alteração no ritmo de cortes na reunião de junho: dez (18%) para 0,25 ponto e apenas uma para 0,75 ponto. eldquo;Ele (o BC) entra o ano de 2024 com uma economia, pelo lado da demanda, muito mais forte do que se esperavaerdquo;, afirma o economista-chefe da G5 Partners, Luís Otávio de Souza Leal. eldquo;Isso só reforça o cenário de que ele vai tirar o plural do elsquo;forward guidanceersquo;. É importante, num momento em que há várias dúvidas com relação à inflação e à atividade mais forte, você ter graus de liberdade.erdquo; Ele diz que as surpresas de janeiro só vão indicar um cenário de atividade mais forte se forem seguidas por resultados melhores também em fevereiro. Mas pondera que o aumento da incerteza sobre o timing de redução dos juros nos EUA também recomenda mais cautela na condução da política monetária doméstica, especialmente em um momento no qual a taxa Selic já caiu 2,5 pontos porcentuais desde o início do atual ciclo de cortes. ebull; elsquo;Superquartaersquo; Tanto o Copom quanto o Fed (o BC americano) anunciam amanhã novas taxas de juros Em alta Forte movimento de vendas no varejo e criação de 180 mil vagas em janeiro surpreendeu analistas Em sua última reunião, no fim de janeiro, o Copom tinha à mão apenas dados de atividade relativos a dezembro, quando a economia brasileira dava sinais de estagnação. Agora, segundo economistas, terá de reavaliar o forte crescimento das vendas do varejo ampliado e dos serviços em janeiro, ambos acima do esperado, assim como a criação de 180 mil empregos formais, também mais do que o previsto. Para o economista-chefe do Banco BV, Roberto Padovani, os últimos dados econômicos corroboram um cenário de economia mais forte, que poderia dificultar a convergência da inflação para o centro da meta, de 3%. Ele diz que o IPCA resiliente, combinado à preocupação fiscal e à expectativa de turbulências no cenário externo, deve exigir que o BC diminua o ritmo de cortes a 0,25 ponto porcentual já em junho. eldquo;Esses fatores não vão acelerar a inflação, mas vão tornar mais difícil para o BC jogá-la para a metaerdquo;, diz Padovani. eldquo;Isso significa diminuir o ritmo para 0,25 ponto em junho, derrubar os juros nominais de maneira mais lenta, porque, como a inflação cai de maneira mais lenta, você precisa de um juro real ainda elevado por um tempo.erdquo; O economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Lima Gonçalves, diz que o Banco Central só deve indicar mais uma queda de 0,50 ponto (em maio). eldquo;O Copom precisa indicar um ambiente global mais desfavorável e surpresas positivas na atividade doméstica, bem como sinais de mercado de trabalho resistente à desaceleração da indústria e do agro, além de crescimento robusto da massa de rendimento, incluindo-se ou não as transferências do governoerdquo;, escreveu ele, em relatório a clientes. O BC tem trabalhado com um eldquo;forward guidanceerdquo; (isto é, uma sinalização sobre os próximos passos da política monetária) desde que começou o atual ciclo de corte de juros, em agosto passado. elsquo;SEM MUDANÇAersquo;. Economista-chefe e fundadora da Buysidebrazil, Andrea Damico tem avaliação diferente do atual cenário. Para ela, neste momento o BC tem incentivo para manter a comunicação atual, até porque uma mudança poderia causar um movimento do mercado indesejado. eldquo;Não vemos razão para o BC mudar o ritmo nem o elsquo;guidanceersquo; neste momento. Tem tempo para (isso). Fazer isso agora pode gerar um ruído e comprometer o fim do ciclo. O mercado poderia começar a precificar queda de 0,25 ponto na próxima (reunião do Copom). O BC poderia perder graus de liberdade (no manejo dos juros)erdquo;, afirmou. Já o economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management, Gino Olivares, reforça que o melhor desempenho do crescimento econômico ainda não tem gerado aumento das projeções de inflação. eldquo;Ao contrário, as revisões de inflação têm sido para baixo. A atividade será um problema para o BC quando colocar empecilhos para alcançar a meta. Desde a última reunião, não parece ser o caso.erdquo; ebull;

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Etanol é mais vantajoso que gasolina em postos de 13 Estados

Os preços do etanol hidratado, que abastece diretamente os tanques, seguem apresentando com folga vantagem em relação aos preços da gasolina em metade do país. Em 13 Estados e no Distrito Federal, o biocombustível está abaixo do patamar de paridade em relação ao combustível fóssil, segundo dados do último levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), referente à semana encerrada dia 16. Além do DF, os Estados onde o etanol ficou mais competitivo na última semana foram: eles Acre, Alagoas, Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, São Paulo, Sergipe e Tocantins. O etanol é mais competitivo do que a gasolina para a média da frota flex brasileira quando seu preço está abaixo de 70% do valor da gasolina. Na última semana, o preço do renovável esteve abaixo de 65% da gasolina em seis Estados e no DF, o que indica que o etanol vem oferecendo forte vantagem em importantes centros consumidores, apesar da entressafra de cana. Em São Paulo, Estado que responde por metade do consumo nacional de combustíveis, o etanol ficou em 61% do preço da gasolina, patamar que vem se mantendo estável nos últimos meses. A correlação ainda é mais vantajosa para o etanol nos postos de Mato Grosso, onde o produto é vendido a 53,5% do preço da gasolina. Apesar do consumo ter reagido neste ano, os estoques de etanol seguem elevados. No último levantamento do Ministério da Agricultura, de 29 de fevereiro, havia no Centro-Sul 3 bilhões de litros de etanol hidratado disponível para ser comercializado. Como a nova safra de cana (2024/25) começa em abril, a maior parte desse volume deve ser escoado ainda neste mês.

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CMA avalia proibição de veículo novo a gasolina ou diesel a partir de 2030

A Comissão de Meio Ambiente (CMA) faz reunião na quarta-feira (20), às 9h, com dez itens em pauta, incluindo um projeto de lei que proíbe a venda de veículos novos movidos a combustíveis fósseis, como gasolina ou diesel, a partir de 2030. O PLS 304/2017 acrescenta que, a partir de 2040, ficará proibida a circulação de automóveis desse tipo. O projeto do senador Ciro Nogueira (PP-PI) determina que os veículos movidos a biocombustíveis, como o etanol, continuarão liberados. O texto abre algumas exceções: automóveis de coleção, veículos oficiais e diplomáticos ou carros de visitantes estrangeiros poderão continuar circulando no país, ainda que usem combustíveis fósseis. Segundo Ciro Nogueira, outros países estão tomando decisões semelhantes. O Reino Unido e a França querem proibir a venda de veículos movidos a combustíveis fósseis a partir de 2040; a Índia, a partir de 2030; e a Noruega, já em 2025. O senador afirma que esse tipo de veículo é responsável por um sexto das emissões de dióxido de carbono na atmosfera, gás proveniente da queima de combustíveis fósseis e importante agente causador do efeito estufa, que leva ao aquecimento global. Relator da matéria na CMA, o senador Carlos Viana (Podemos-MG) concorda com o argumento, lembrando que a Constituição assegura o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Ele destaca os compromissos internacionais do Brasil na redução de emissões de gases de efeito estufa e argumenta que o Legislativo deve sinalizar seu compromisso com a descarbonização da economia brasileira. eldquo;A migração para veículos menos impactantes ao meio ambiente, de tração elétrica (tendência crescente em países desenvolvidos) e movidos a biocombustíveis, não só reduzirá significativamente as emissões de GEE [gases do efeito estufa] do setor de transportes, mas também incentivará a indústria do etanol e dos biocombustíveiserdquo;, conclui o relator. A decisão da CMA é terminativa: se aprovado na comissão e não houver recurso de Plenário, o texto seguirá para análise da Câmara dos Deputados. Recursos hídricos Volta à análise da CMA o Projeto de Lei (PL) 1.641/2019, que insere o reúso da água entre os fundamentos da Política Nacional de Recursos Hídricos. O projeto do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) foi aprovado em 13 de março na forma de substitutivo do senador Jaime Bagattoli (PL-RO) e passará por turno suplementar de votação no colegiado. A matéria altera a Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433, de 1997). Pelo texto original, eldquo;nenhuma água de melhor qualidade, a menos que exista em excesso, deverá ser empregada em usos menos exigenteserdquo;. O substitutivo inclui o reúso da água entre fundamentos da legislação e prevê que a qualidade dos recursos hídricos deve ser compatível com a finalidade na qual eles são utilizados. Para Bagattoli, a redação original poderia dar margem para que todos os usos menos exigentes emdash; entre eles, a produção de alimentos emdash; fossem automaticamente impedidos de usar água de boa qualidade, sendo obrigados a incorporar o tratamento de água de classe inferior para uso no sistema produtivo. A decisão da CMA sobre o projeto é terminativa. Punição à zoofilia Poderá ser votado ainda na CMA um projeto que tipifica o crime da zoofilia, definido como prática de ato libidinoso ou relação sexual com animal de qualquer espécie. O Projeto de Lei 1.494/2021, originário da Câmara dos Deputados, estabelece pena de reclusão de dois a seis anos, multa e proibição da guarda do animal. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) emitiu relatório a favor do projeto, argumentando que as penas previstas aos crimes de maus-tratos a animais ainda são muito brandas. Ela acrescenta que, segundo a ciência social, eldquo;os abusos contra animais, a violência doméstica contra a mulher e os maus-tratos infantis estão intimamente relacionadoserdquo;.

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